Enslaved: Odyssey to the West (Sony Playstation 3 / PC)

No seguimento da minha maratona de jogar uns quantos jogos de PS3 seguidos, ficamos agora com este Enslaved, um interessante jogo da Ninja Theory que acabou infelizmente por passar algo despercebido no meio de outros lançamentos. O meu exemplar foi comprado algures em 2016 na minha estadia em trabalho na Irlanda do Norte, tendo sido comprado numa CeX por 2,5£. Infelizmente no entanto esse meu exemplar não me levou muito longe, pois estava-me constantemente a dar problemas como crashes ou loadings que nunca mais terminavam, levando-me inclusivamente a corromper o meu save. Não sei se o problema é do blu-ray, ou do patch que o jogo nos obriga a instalar no início. Pelo que li nalguns fóruns, poderá mesmo ser esse o problema visto que o mesmo aconteceu a mais gente. O facto de o patch ter mesmo a versão UK no seu nome pode indicar que apenas essa versão regional terá este problema, ou não. Não me quis chatear muito mais com isto e depois de ver que a versão PC digital estava disponível a pouco mais de 2€ num site legítimo acabei por comprar e jogar antes essa versão, o que até calhou bem, pois a versão PC tendo sido lançada uns anos mais tarde, traz também os DLCs .

Jogo com caixa e manual

E este é um jogo que decorre num mundo pós apocalíptico e repleto de robots hostis reminiscentes de um conflito que dizimou toda a civilização. Para além disso, muitos dos humanos que sobreviveram estavam a ser capturados e escravizados. Nós encarnamos num guerreiro apelidado de Monkey que havia sido feito prisioneiro e estava a ser transportado de avião para a sua prisão. Mas eis que uma jovem mulher, de nome Trip, infiltra-se no avião e causa uma série de problemas, acabando por acidentalmente libertar Monkey. O problema é que o avião está agora prestes a despenhar-se nas ruínas de Nova Iorque e este primeiro nível serve como uma espécie de tutorial para nos ensinar os básicos de exploração e combate. Monkey e Trip acabam por conseguir escapar, com Monkey posteriormente a acordar com uma “coroa” de escravo na sua cabeça, colocada pela Trip. Ela exige que a escoltemos em segurança de volta até casa, numa perigosa viagem de mais de 300 milhas. Se Monkey não cooperar, Trip consegue ordenar a “coroa” para matar Monkey e por outro lado, se Trip morrer, Monkey morre também. E é com este ultimato que começamos a aventura a sério e teremos de atravessar toda uma série de situações de extremo perigo, com a relação entre ambos os protagonistas a acabar por se estreitar com o tempo, até porque ambos vão ter de cooperar muitas vezes para progredir. Uma nota adicional, a história do jogo é baseada no romance chinês “Jornada ao Oeste”, do qual a primeira série do Dragon Ball também se baseia. Não sendo eu um conhecedor da obra literária original, consegui retirar referências óbvias do próprio Dragon Ball. O herói é apelidado de Monkey, está equipado de um bastão que aumenta de tamanho e tem uma jovem que o acompanha para todo o lado. Mais à frente no jogo, entra uma nova personagem apelidada de Pigsy!

O primeiro nível serve como um tutorial dos controlos básicos

No que diz respeito às mecânicas de jogo, eu diria que Uncharted é talvez a influência mais óbvia, não só pela dinâmica de termos duas personagens em jogo, mas também pela vertente exploratória. Monkey sendo um tipo bastante ágil, vai mesmo ser obrigados a escalar superfícies e saltar entre plataformas como se não houvesse amanhã. O combate é naturalmente diferente do Uncharted pois este é mais focado em combates corpo-a-corpo, onde os botões faciais do comando da Playstation nos permitem atacar com os punhos ou com o bastão, com a possibilidade de fazer alguns combos. O X serve para nos desviarmos (ou saltar, fora do contexto de combate) e o círculo serve para activar os focus attacks, assim que tivermos desbloqueado essa habilidade, que são essencialmente combos poderosos e que nos deixam temporariamente invencíceis enquanto são executados. De resto, o R2 serve para activar o escudo. Fora do combate corpo a corpo, poderemos também usar o bastão para disparar projécteis e aí os controlos funcionam como um shooter normal, com os triggers para apontar e disparar.

Tal como nos Uncharted, Prince of Persia ou Assassin’s Creed, o jogo tem também uma forte componente de exploração que nos obriga a escalar paredes e efectuar uma série de saltos algo acrobáticos

Apesar de o sistema de combate não ser vasto como o de muitos jogos hack ‘n slash da época, acaba por cumprir bem o seu papel e teremos mesmo de o conhecer bem para termos sucesso. Evadir de certos golpes e/ou usar escudos para nos protegermos são essenciais, assim como certos golpes capazes de deixar os robots temporariamente atordoados e/ou baixarem as suas defesas. O jogo vai tendo também vários puzzles onde teremos de cooperar com a Trip para progredir, como atirá-la para locais de onde nós não conseguimos chegar, pedir-lhe para manipular alavancas ou interruptores, etc. De certa forma, muitas das secções de combate podem também ser entendidas como um puzzle, visto que se não tivermos os devidos cuidados rapidamente ambos poderão ficar em perigo. Por exemplo, os primeiros puzzles desse género que temos de resolver consistem em atravessar zonas protegidas por turrets, o que nos obrigará a correr de abrigo em abrigo. Trip consegue activar um holograma capaz de distrair temporariamente inimigos e aproveitamos esse momento para nos movermos para o próximo abrigo. Por outro lado, para Trip poder avançar em segurança, teremos de ser nós as cobaias, ao chamar à atenção das turrets e logo de seguida comandar a Trip para se mexer. De resto, convém também referir que o jogo tem um sistema de upgrades que podem ser “comprados” à medida que coleccionamos toda uma série de esferas coloridas que podem ser encontradas espalhadas pelos níveis, ou ao derrotar inimigos.

A nível técnico, certamente o que mais me impressionou foi a qualidade das animações faciais, algo que a Ninja Theory já tinha dominado no Heavenly Sword

Visualmente é um jogo interessante para os padrões da época, particularmente no detalhe e animações faciais das personagens principais que estão muito bons (a Ninja Theory já tinha mostrado um óptimo trabalho nesse aspecto com o Heavenly Sword). Depois do nível inicial que decorre a bordo de um grande avião prestes a despenhar-se, os níveis seguintes levam-nos a explorar as ruínas de Nova Iorque, onde a Natureza reclamou grande parte da cidade e há um grande contraste entre os cinzentos e castanhos do cimento e aço enferrujados das ruínas, com o verde da vegetação que entretanto ali foi crescendo. Os restantes níveis já nos levam para grandes montes de sucata, outras povoações mais remotas ou instalações industriais/militares antigas, sempre com o desgaste, erosão e aço oxidado bem patentes. Mas por outro lado, a nível técnico, já não achei um jogo assim tão bom (tirando o detalhe e animações faciais como já mencionei acima). Do pouco tempo que joguei a versão PS3 a sua performance estava longe do ideal, repleto de quebras de framerate bem notórias. Jogando no PC, consegui aproveitar e jogar o jogo numa resolução ultra-wide superior aos 1080p. Talvez por o ter jogado dessa forma que as texturas me pareceram algo pobres e de baixa resolução e mesmo assim tive alguns problemas de performance. Um detalhe interessante a quem for jogar este jogo no PC: não o joguem em low. Não me tinha apercebido que o jogo tinha mudado as definições gráficas para o mínimo depois de ter mudado de resolução pelo que joguei os 3 primeiros níveis dessa forma. E com os gráficos em low, há um bug que acontece perto do final do terceiro nível que nos impede de progredir: no fim do nível somos confrontados com um boss que entra na nossa sala ao derrubando uma parede. Com os gráficos no mínimo, não há cá superfícies destrutíveis, pelo que a parede se mantém intacta, não nos deixando prosseguir. De resto, o voice acting pareceu-me bastante bom até, particularmente nas personagens principais (também não há muitas mais personagens com as quais iremos interagir, na verdade). Já a banda sonora confesso que me passou completamente despercebida.

A versão PC tem a vantagem de trazer os DLCs, onde se inclui uma pequena prequela com o Pigsy como protagonista, trazendo também diferentes mecânicas de jogo.

Por fim, como referi acima, a versão PC traz já os DLCs incluídos, onde para além de algum conteúdo meramente cosmético que nem me atrevi a experimentar, o jogo inclui também o Pigsy’s Perfect 10, uma pequena prequela onde controlamos o Pigsy, a tal terceira personagem que conhecemos já na segunda metade do jogo. Aqui as mecânicas são consideravelmente diferentes, visto que Pigsy não anda à porrada, mas temos uma rifle com balas infinitas, pelo que teremos de combater à distância. Por outro lado, à medida que vamos progredindo vamos também desbloquear certas habilidades que teremos mesmo de utilizar. Gadgets que nos permitem activar hologramas para distrair robots ou turrets inimigas, granadas de impulsos electromagnéticos que deixam os robots temporariamente inoperacionais, bombas propriamente ditas, ou outros gadgets que tornam qualquer robot dentro do seu raio de acção temporariamente amigáveis e que nos defendem dos restantes inimigos. Portanto há também aqui uma certa componente estratégica nos combates e o recurso a armas de fogo deverá mesmo só ser utilizado para atacar inimigos à distância.

Portanto este Enslaved é um jogo interessante que, apesar de não ser uma obra prima, foi uma agradável experiência e merecia ter tido mais atenção aquando do seu lançamento. Tem uma história interessante e uma boa mistura entre exploração, puzzles e combate corpo-a-corpo satisfatório, sem ser demasiado complexo.

No More Heroes: Heroes’ Paradise (Sony Playstation 3)

Lançado originalmente para a Nintendo Wii, No More Heroes é um jogo de acção bastante peculiar e bizarro também, como tem sido habitual em practicamente tudo o que o Goichi Suda trabalha (quando tem liberdade criativa para tal). É mais um jogo com uma temática à volta de assassinos, embora muito diferente a nível de jogabilidade (e narrativa) do Killer 7, do qual eu sempre achei que este jogo seria uma espécie de sucessor. Entretanto, alguns anos após o lançamento da versão original da Wii, eis que é lançada uma conversão para a Playstation 3 com algum conteúdo extra, conversão essa que chega ao nosso mercado algures em 2011, já depois da sua sequela ter sido lançada na Wii. O meu exemplar foi comprado numa Game, algures em Janeiro de 2013 por uns 15€.

Jogo com caixa, manual e papelada.

Como devem imaginar, a história é bastante bizarra, mas fiquemo-nos pelo básico: Nós controlamos o jovem Travis Touchdown que esbanja todo o seu dinheiro em videojogos e outros coleccionáveis, tendo o último sido um sabre de luz que o deixou falido. Então decide aceitar a proposta da sedutora Sylvia Christel e assassinar alguém, sendo recompensado por isso. Após essa missão bem sucedida, somos informados que ficamos no 11º primeiro lugar do ranking da United Assassins Association e como uma coisa leva à outra (para além de certos incentivos da própria Sylvia), lá vamos querer matar todos os restantes assassinos para chegar ao topo do ranking.

O objectivo do jogo é chegar ao número 1 da tabela dos assassinos, pelo que teremos de derrotar os restantes.

O jogo foi lançado originalmente para a Nintendo Wii e como a arma do protagonista é uma espada, certamente já estão a antever o que isso representa: motion controls! Essa foi a principal razão pela qual preferi antes jogar este nova versão da PS3 (isso e o facto de ter também alguns extras ou outras melhorias), pelo que os controlos aqui são mais convencionais, embora o jogo também suporte o move, para quem preferir. Os botões faciais servem desferir golpes horizontais ou verticais, bem como distribuir socos e pontapés, que por sua vez poderão quebrar defesas e/ou deixar os inimigos atordoados. Sempre que isso acontece, poderemos pressionar o botão R2 para os agarrar e cumprir alguns quick time events com os analógicos para fazer um de vários suplex e os atirar ao chão. O botão L2 é o botão de lock, permitindo-nos focar num inimigo de cada vez, e esta postura também nos permite defender de golpes/balas inimigas automaticamente. O analógico direito serve também para nos desviarmos, enquanto o L1 é usado para consultar o mapa. Existe muito mais a ter em conta em relação ao combate, como os diferentes bónus que poderemos vencer cada vez que executamos um inimigo de forma violenta, a possibilidade de usar charged attacks, ou os dodge avançados que nos colocam nas costas do inimigo. Mas o mais importante mesmo é o facto da nossa espada perder energia com o seu uso, pelo que ocasionalmente a temos de recarregar. Na Wii tínhamos de abanar o wiimote na vertical (com o movimento a ser replicado pelo Travis no ecrã de uma maneira muito cómica), aqui precisamos de pressionar R1 e uma vez mais abanar o comando. É o único controlo de movimento necessário mesmo se usarmos um dualshock normal e entendo perfeitamente o porquê de o terem incluído. A animação continua bastante cómica! No entanto este conceito da espada precisar de ser recarregada pode-nos causar alguns problemas, particularmente na primeira metade do jogo, pois podemos ficar algo indefesos no meio de algum combate mais exigente.

Sim, o jogo suporta o move. Mas mesmo sem controlos por movimento, a acção de recarregar a espada é a única que nos obriga a abanar o comando

Mas No More Heroes é mais do que um jogo com um sistema de combate interessante e ultraviolento, pois fora das suas missões principais, o jogo tem muito mais para oferecer ao permitir-nos explorar livremente uma cidade com alguns pontos de interesse. Cada missão principal obriga-nos a pagar uma taxa de entrada e como o Travis é pobre, teremos de arranjar alguns empregos em part time. O primeiro emprego que arranjamos consiste em apanhar uns quantos cocos e à medida que vamos avançando na história poderemos participar em várias outras tarefas como cortar relva, apanhar lixo da rua, servir de sinaleiro para barcos no oceano, entre muitos outros empregos estranhos. Atingir uma medalha de prata ou ouro nesses eventos permite-nos desbloquear missões especiais, essas já com combate e objectivos variados (assassinar alguém em específico, matar X pessoas dentro de um tempo limite, etc) sendo que essas missões em particular já nos recompensam com bem mais dinheiro. Eventualmente desbloqueamos também as Free Missions, que nos obrigam a matar todos os inimigos num local, com a penalização de termos apenas um ponto de vida, pelo que ao mínimo de dano sofrido perdemos a missão. O dinheiro que vamos ganhando pode ser também gasto em comprar novas espadas e upgrades (altamente recomendável), treinar no ginásio (também recomendável), ou comprar novas peças de roupa. Para além de tudo isto, temos também uns quantos coleccionáveis para apanhar, mas apenas as bolas Lovikov valem realmente a pena, pois estas servem para nos desbloquear algumas habilidades que se tornam bastante úteis, incluindo a habilidade de correr na cidade.

Em missões como esta que estejam carregadas de inimigos, a performance detiora-se severamente

No entanto, apesar de tanta coisa para fazer, explorar o mundo de No More Heroes é simplesmente aborrecido, pois a cidade está practicamente vazia e é simplesmente desinteressante. Para além disso, não existem grandes possibilidades de fast travelling. Quando queremos trabalhar, o fluxo é o de ir primeiro ao centro de emprego, escolher o trabalho e depois lá temos de viajar até ao local do mesmo. No fim do mini-jogo, se o quisermos jogar novamente para ganhar mais dinheiro não o podemos repetir directamente, obrigando-nos a voltar ao centro de emprego e repetir o processo. Ao menos se seleccionarmos um trabalho que já tenhamos feito antes, aí sim, temos a possibilidade de fazer fast travel para o seu local, o que é uma das novidades desta versão perante o lançamento original. Mas seria muito mais proveitoso se, uma vez aceite um emprego pela primeira vez e viajar até ao seu local, o mesmo ficasse disponível para sempre nesse local do mapa. Reduziria muito tempo desnecessário em viagens numa cidade vazia e aborrecida. As missões especiais seguem o mesmo fluxo também, obrigando-nos primeiro ir a um “centro de emprego” específico para tal. Todavia, para nos ajudar a não morrer de tédio em todo este processo, temos também uma moto à nossa disposição que nos permite deslocar mais rapidamente pelo mapa. O problema é que a moto controla-se de uma forma horrível e se caso pressionarem para cima no analógico esquerdo a mesma salta, o que pode resultar num acidente se colidirmos contra algum edifício ou veículo, e isto é algo que irá acontecer muitas vezes de forma acidental. Eventualmente lá nos habituamos a estas peculiaridades mas há outro problema grave com a moto: esta tem a tendência para ficar presa em postes ou troncos de árvores, o que é um bug muito chato.

Bowling humano enquanto os atropelamos com a nossa moto? Sim, é só mais um part-time em No More Heroes

Visualmente este é um jogo bastante interessante particularmente pelo design das personagens e o interior de certos edifícios, onde em ambos os casos há uma notória influência de filmes e actores mais conhecidos. As personagens são renderizadas num estilo muito próprio e que se assemelha a um cel-shading, mas infelizmente, como já referi acima, a cidade onde o jogo se desenrola é bastante simples e aborrecida. Já num jogo de Wii não seria nada do outro mundo, agora imaginem num jogo de PS3. E infelizmente também, mesmo este jogo correndo numa PS3, o mesmo contém graves problemas de performance, com quebras abruptas e prolongadas de frames a ocorrerem nos momentos onde temos muitos inimigos no ecrã em simultâneo, o que vai acontecer em certas missões. Mas tudo isto é desculpável pelas personagens interessantes e todas as situações de bom humor que o jogo nos vai proporcionando ao longo da aventura. Para terem uma ideia, para gravar o progresso do jogo temos de visitar uma retrete, com o Travis a abaixar as calças e sentar-se numa sanita. De resto, o voice acting achei-o bastante bom, e mesmo não havendo a opção de ouvir o original japonês nesta versão, o que tivemos direito é bastante convincente. A banda sonora foca-se principalmente em músicas mais rock, o que se adequa perfeitamente ao jogo em si.

Se formos eficientes nos empregos, desbloqueamos missões de assassinato e essas sim, dão dinheiro a sério e podem ser rejogadas sempre que quisermos.

De resto, o que traz mais esta versão PS3? Para além de pequenas melhorias de qualidade de vida ao incluírem um sistema de fast travel que só peca por ser rudimentar e ter sido implementado apenas a 30% do desejável, esta versão possui alguns bosses do No More Heroes 2, sendo combatidos em certos momentos da narrativa principal. Também incluíram várias novas missões e coleccionáveis. Existe também um novo modo de jogo (score attack – que não experimentei) bem como uma nova dificuldade desbloqueável após completar o jogo uma vez. As versões ocidentais deste No More Heroes: Heroes Paradise são também completamente não censuradas, algo que aconteceu na versão japonesa e nalgumas versões do original Wii, tendo sido essa também uma das razões pelas quais na altura decidi optar por esta versão. No entanto, a parte norte da cidade foi completamente barrada nesta versão, embora a mesma ainda esteja visível no mapa. Tendo em conta o quão aborrecido é explorar a cidade e a falta de um mecanismo de fast travel eficiente, terem cortado um terço da mesma acabou por não ser uma má decisão. Em 2020 foi lançado um remaster do original da Wii, mas confesso que não sei o que essa versão traz de diferente do original para além de uma notória melhoria na performance.

Bayonetta (Sony Playstation 3)

Tempo de voltar finalmente à PS3 (e virão mais uns quantos artigos desta plataforma muito em breve) para jogar um dos primeiros títulos da Platinum Games, lançado no ano de 2009, alguns meses após o lançamento do seu jogo de estreia, MadWorld e do Infinite Space, um interessante RPG da Nintendo DS que gostaria de arranjar um dia destes. E este Bayonetta é um excelente hack ‘n slash repleto de sequências de acção over the top, uma jogabilidade frenética tal como a série Devil May Cry (o que também não é por acaso, pois ambos têm o Hideki Kamiya como produtor) e com uma personagem principal muito icónica. Já não consigo precisar onde nem quando comprei o meu exemplar, mas foi seguramente barato.

Jogo com caixa, manual e papelada!

O contexto deste jogo passa-se num mundo outrora controlado por duas facções distintas: os Lumen Sages, movimento do lado do bem, e as Umbra Witches, cujo seu poder advinha das forças das trevas. No entanto, apesar dessas forças antagónicas, o mundo estava em equilíbrio. Eventualmente algo acontece e as bruxas são practicamente todas extintas pela facção rival… todas excepto a Bayonetta, protagonista que controlamos, que acorda sem grandes memórias do seu passado e Jeanne, uma outra bruxa rival que aparenta conhecer bastante do passado de Bayonetta. Portanto sim, este é um jogo que nos vai colocar a lutar contra as “forças do bem” onde a maior parte dos inimigos são criaturas angelicais, com halos na cabeça e tudo.

Os controlos não podem ser customizados, mas encontram-se aqui perfeitamente bem explicados

Já a nível de mecânicas, este é, tal como referi acima, um jogo de acção bastante over the top e frenético e que, tal como a série Devil May Cry, mistura o combate corpo-a-corpo com recurso a armas brancas e o de armas de fogo, possuindo uma grande variedade de diferentes combos possíveis, muitos deles bastante estilosos até, mediante as armas e acessórios que tenhamos equipado na altura. Um dos grandes focos está na mecânica de dodge onde, quando nos desviamos de algum golpe inimigo mesmo à última, entramos automaticamente e de forma temporária num modo de câmara lenta (witch time), onde os nossos golpes se tornam bastante mais poderosos. Se sofrermos dano enquanto estamos nesse estado, ele acaba por ser logo interrompido, no entanto. Portanto, como devem imaginar, esta é uma mecânica de jogo importante e que nos obrigará a estudar bem o movimento dos nossos inimigos para causar o máximo de dano possível, até porque a nossa performance vai sendo medida ao longo do jogo e os pontos extra que ganhamos em jogar bem serão igualmente importantes para comprar itens ou outros upgrades. De resto, para além da barra de vida, Bayonetta vai tendo também uma barra de magia, que pode ser utilizada para uma série de outras habilidades especiais, incluindo as técnicas de execução rápida de certos inimigos. No entanto, sempre que somos atingidos perdemos magia também. De resto convém também mencionar que o jogo possui também um simples sistema de crafting onde podemos criar itens que nos regeneram vida, magia, deixam-nos temporariamente mais fortes entre outros, se bem que o jogo nos penaliza na avaliação se os utilizarmos.

Os primeiros combates acabam por servir de um pequeno tutorial que nos vai ensinando o básico

Mas para além da acção frenética que tão bem caracteriza os jogos da Platinum Games, este Bayonetta em particular tem uma estética e direcção artística muito peculiar, a começar precisamente pela sua personagem. É certo que Bayonetta é uma personagem feminina cheia de curvas interessantes, provocadora e sedutora, mas nada disto é propriamente gratuito. As suas poses exageradas e/ou provocadoras durante os combates e cut-scenes são sempre apresentadas com um bocadinho de bom humor, o que acaba por suavizar a coisa para os mais sensíveis. De resto, a restante visão artística deste Bayonetta é também muito interessante pelas influências do estilo barroco, quanto mais não seja por enfrentarmos inúmeras criaturas angelicais, em contraste com uma outra visão mais distópica de ficção científica que também nos é apresentada. O voice acting, que nos é apresentado apenas em inglês, é também bastante bom e a actriz que deu a voz a Bayonetta teve um óptimo papel. A banda sonora é uma interessante e agradável mistura entre temas mais jazz, electrónica ou música mais orquestral, com um toque de música sacra, o que uma vez mais se adequa ao mundo em questão.

A direcção artística deste jogo é muito boa, especialmente no design dos inimigos e bosses

Visualmente é também um jogo muito interessante, embora o meu primeiro impacto não tenha sido nada positivo. Já há algum tempo que não jogava nada desta geração, então quando o comecei a minha impressão foi “uau, isto parece um jogo de PS2” visto que os modelos e texturas são muito mais simples do que o que estamos habituados a ver actualmente, pelo menos logo nos momentos iniciais, que também são acompanhados daqueles tons cinzento e castanho que tanto representaram aquela geração de consolas. Esse trecho inicial ainda me causou grandes motivos de preocupação pois a acção frenética fazia com que a PS3 se arrastasse de forma bem notória e incomodativa e os meus pensamentos foram logo “ok, a internet estava certa, a versão PS3 deste jogo é mesmo má”. Mas à medida que fui jogando tudo isso se dissipou. É verdade que a performance do jogo não é incrível na PS3, mas depois desse segmento inicial nunca tive problemas tão notórios de performance. E os gráficos, assim que começamos a explorar cenários mais abertos e combater criaturas mais variadas, o jogo foi crescendo em mim, muito por culpa também da direcção artística e sequências de acção extrema, características da Platinum Games. Tornou-se óbvio que o jogo é graficamente superior a qualquer coisa da geração anterior, as minhas impressões iniciais não poderiam estar mais erradas e ainda bem!

Referências à Sega são sempre bem-vindas!

Portanto este Bayonetta é um excelente jogo de acção e um marco na Platinum Games. Pena que na altura, enquanto eles tiveram um contrato de publicação com a Sega, muitos dos seus jogos acabaram por serem fracassos de vendas, o que é pena, pois este Bayonetta e o jogo que lhe seguiu, o Vanquish, são ambos clássicos absolutos dessa geração. Pelo menos a série Bayonetta acabou por receber algumas sequelas, após uma parceria com a Nintendo que levou a essas mesmas sequelas acabarem por ser lançamentos exclusivos para sistemas da gigante nipónica nos dias que correm.

SEGA Mega Drive Ultimate Collection (Sony Playstation 3)

Tempo para o que seria mais uma rapidinha, embora este seja um artigo que estará seguramente carregado de hiperligações a outros de cá do blogue. Isto porque o artigo de hoje é uma das várias compilações de jogos da Mega Drive que acabaram por ir saindo para os mais variadíssimos sistemas. Esta “Ultimate Collection” acabou por ultrapassada pela SEGA Mega Drive Classics, lançada para as consolas da geração seguinte, embora existam alguns títulos desta compilação que não estão incluídos na colectânea mais recente. Este artigo irá então focar-se no que esta compilação oferece como um todo, já os jogos em si, visto que a larga maioria já escrevi sobre eles algures no passado, terão apenas uma breve menção. Os que ainda não possuo na colecção para o sistema original tentarei ser um pouco mais abrangente. De resto, sinceramente já não me recordo quando nem onde comprei isto, mas foi seguramente muito barato.

Compilação com caixa, manual e papelada

Esta é uma compilação desenvolvida pela Backbone Entertainment, que por sua vez já havia trabalhado noutras compilações no passado (como por exemplo a Midway Arcade Treasures 2 que teima em não me aparecer), bem como convertido jogos retro (incluindo alguns da Sega) para lojas digitais e foram também os criadores de ambos os Sonic Rivals da PSP. Aqui temos ao nosso dispor nada mais nada menos que 40 jogos de Mega Drive para jogar logo de início e acesso a algumas funcionalidades de melhoria de qualidade de vida como é o caso dos save states, bem como customizar controlos, efeitos gráficos, entre outros. Cada jogo tem direito a um pequeno “museu” com uma breve descrição do mesmo e scans da sua capa e cartucho. Infelizmente apenas as versões norte-americanas são mostradas, poderiam perfeitamente também ter incluído as variantes japonesas e europeias, assim como os seus manuais completos. Seguramente que haveria espaço para tudo no bluray. Não deixa de ser estranho ter um jogo listado como “Story of Thor” para depois jogarmos um “Beyond Oasis”… De resto como seria de esperar temos também toda uma série de extras como vários jogos arcade, uma dupla de jogos Master System que pessoalmente apreciei bastante e uma série de pequenas entrevistas a vários criadores da Sega que trabalharam em muitos dos jogos aqui incluídos, assim como outros a trabalhar em projectos mais recentes, como é o caso do Sonic 06 ou Phantasy Star Universe e que aproveitaram para publicitar os seus mais recentes trabalhos. Adoro este tipo de extras, mas gostava que as entrevistas tivessem sido um pouco mais extensas! Todos estes extras terão no entanto de ser desbloqueados ao cumprir uma série de desafios ao jogar os jogos principais, como apanhar uma esmeralda no primeiro Sonic, fazer mais do que X pontos no Flicky, gastar X magias no Golden Axe, entre muitos outros exemplos.

Infelizmente a secção do museu apenas inclui a arte das versões norte-americanas e algum texto de trivia. Eu adoro este tipo de conteúdo, mas poderiam ter incluindo muito mais coisa. Seguramente haveria espaço suficiente no disco e a Sega facilmente poderia ter cedido mais material.

Mas que jogos temos então aqui nesta compilação? Temos o Alex Kidd in the Enchanted Castle, o único jogo da ex-mascote da Sega neste sistema, assim como o Alien Storm, uma espécie de beat ‘em up futurista, embora tenha também outros subgéneros misturados. Segue-se o Altered Beast, mais um clássico do início de vida da consola e o Bonanza Bros., um jogo que sempre achei bastante divertido mas que nunca teve a mesma fama que outros títulos. O Columns (cuja versão Mega Drive ainda apenas tenho em várias compilações Mega Games) é um dos dois jogos puzzle aqui presentes e o clássico Comix Zone também (e o quão bom foi poder jogá-lo novamente!). O Decap Attack é outro dos títulos aqui presente e o Dr. Robotnik’s Mean Bean Machine é o segundo jogo de puzzle desta compilação (até à data, este é um título que apenas tenho na Mega Drive na compilação Sonic Compilation). Este jogo tem talvez o achievement mais exigente da compilação, visto que nos obriga a terminar o modo história e o Robotnik é um oponente temível. O Dynamite Headdy é infelizmente o único jogo da Treasure da compilação mas não deixa de ser um clássico. Temos também a dupla Ecco the Dolphin e Ecco: The Tides of Time, ambos jogos únicos, marcantes e o último com uma banda sonora incrível.

Save states, os melhores amigos do homem. Ou pelo menos dos adultos com vidas ocupadas.

O E-Swat sempre achei um interessante jogo de acção e que me fazia lembrar títulos como Shinobi ou Rolling Thunder. O Fatal Labyrinth é um roguelike simples mas é um dos mais antigos exemplos de um jogo digital numa consola (saiu originalmente no serviço online MegaNet no Japão) e o Flicky é um exemplo de um jogo arcade bastante antigo, mas que não deixa de ser divertido e desafiante (este é mais um dos que até à data apenas o tenho numa outra compilação). O Gain Ground é mais um exemplo de um jogo bastante original da Sega e que acaba por cair um pouco na obscuridade (até ver, apenas tenho a versão da Master System que é bem mais simples). A trilogia Golden Axe para a Mega Drive está aqui representada, o que é uma óptima notícia! O primeiro é um clássico absoluto das arcades e o segundo, apesar de não ter a mesma “magia” para mim, não deixa de ser um óptimo beat ‘em up.

Para além de save states podemos customizar vários aspectos da imagem. Se quisermos jogar com o aspect ratio original, geralmente temos uma imagem de fundo condizente com o jogo.

A inclusão do Golden Axe III é para mim outro dos pontos altos desta compilação. Sempre foi um jogo que me fascinou e lembro-me de gastar muitas horas a jogá-lo em emulação há mais de 20 anos atrás. Apesar de muitas das revistas ocidentais que o analisaram não terem gostado muito do jogo, para mim sempre foi o contrário: mais personagens, maior variedade de golpes a executar, mais níveis (incluindo caminhos alternativos) e os gráficos não são nada maus na minha opinião. Não entendo como é que este jogo apenas se ficou pela Ásia em formato físico! Talvez os fãs quisessem um Revenge of Death Adder? Também eu, mas a pobre Mega Drive não lhe conseguiria fazer justiça! Enfim… é um jogo que um dia destes me esforçarei para ter na colecção.

Ristar, um dos melhores jogos de plataforma da Mega Drive!

Segue-se o Kid Chameleon, um jogo de plataformas repleto de níveis e power-ups (e que teve o Mark Cerny, um dos manda-chuva da Sony Computer Entertainment actualmente, no seu desenvolvimento). Os Phantasy Star da Mega Drive estão também aqui presentes! O segundo é um jogo que aprecio bastante, embora seja consideravemente desafiante. O terceiro apesar de ser considerado uma ovelha negra na família, tem os seus méritos e a equipa que o desenvolveu, não tendo muita experiência em RPGs, até que teve algumas ideias interessantes. O Phantasy Star IV é só um dos melhores RPGs de sempre. A sério, joguem-no. O Ristar é um excelente jogo de plataformas que só não teve mais sucesso a meu ver por já ter saído no final de vida da Mega Drive. A trilogia Shining está também aqui presente nesta compilação, com ambos os Shining Force (excelentes RPGs tácticos da Camelot) e o Shining in the Darkness (um dungeon crawler simples porém bastante desafiante). Outro grande clássico aqui incluído é o Shinobi III, um dos melhores jogos de acção da geração e absolutamente recomendado.

Felizmente que temos também vários desbloqueáveis, incluindo versões arcade de clássicos também emuladas.

Como não poderia deixar de ser, temos jogos do Sonic aqui. Na verdade, temos todos os jogos do Sonic que saíram para a Mega Drive! Sonic the Hedgehog, Sonic 2 (sequela perfeita), Sonic 3, Sonic & Knuckles (infelizmente acho que não dá para jogar ambos “juntos”), bem como o Sonic Spinball e Sonic 3D (que me deu um certo sabor agridoce ao voltar a jogá-lo). O The Story of Thor é o último jogo algo “RPG” aqui incluído e mais um com banda sonora de Yuzo Koshiro. E claro, a série Streets of Rage não poderia faltar e temos aqui a trilogia da Mega Drive na sua plenitude. O primeiro é outro dos jogos que me enche de nostalgia de cada vez que o jogo, o segundo é mais uma daquelas sequelas perfeitas e o Streets of Rage 3 também é um óptimo jogo, pecando no entanto por algum conteúdo cortado face ao lançamento japonês. O Super Thunder Blade é outro dos jogos do início de vida da consola e sinceramente não acho que tenha envelhecido tão bem. Por fim temos ambos os Vectorman, com destaque especial para a sequela que, apesar de não ser tão boa quanto o primeiro jogo, é mais um daqueles que infelizmente nunca chegou a sair em solo Europeu.

Dois jogos de Master System também podem ser desbloqueados, incluindo o primeiro Phantasy Star, ficando a quadrologia assim disponível nesta compilação.

No que diz respeito aos extras, podemos desbloquear a versão arcade do Alien Syndrome (cuja versão Master System ainda teima em fugir-me), a versão arcade do Altered Beast (sinceramente preferia um jogo diferente visto termos cá a versão MD), o Congo Bongo (Tip Top nesta versão) é um jogo de arcade de 1983 e a resposta da Sega ao Donkey Kong da Nintendo. É quase um jogo 3D devido à sua perspectiva e apesar de não ser tão bom quanto o original da Nintendo (pela sua simplicidade), é de longe uma versão melhor que aquela que a própria Sega converteu para a sua SG-1000. A versão arcade do Fantasy Zone também marca a sua presença e é claramente superior à da Master System. A dupla de jogos da Master System que podemos desbloquear é o Golden Axe Warrior e o primeiro Phantasy Star. O Golden Axe Warrior é um clone de Zelda e um dos jogos que mais anseio ter um dia destes para a consola, mas os seus preços estão cada vez mais proibitivos. Já o Phantasy Star é outro clássico, apesar de actualmente existirem melhores versões para o jogarmos. Por fim temos também para desbloquear as versões arcade de mais 3 clássicos: Shinobi, o primeiríssimo jogo da série, o Space Harrier (versão bem melhor que a Master System viria a receber) e o Zaxxon, um shmup isométrico que teria sido bastante impressionante na sua altura. É o jogo mais antigo de toda a compilação, tendo sido lançado originalmente em 1982.

As entrevistas são outro dos desbloqueáveis e que eu tanto adoro! Pena que sejam curtas!

Portanto esta é uma óptima colecção, repleta de vários clássicos da Mega Drive e ainda faltam uns quantos essenciais que foram produzidos/publicados pela Sega, como é o caso do Revenge of Shinobi, Gunstar Heroes, Shadow Dancer ou mesmo os Wonder Boy. Facilmente trocava o Super Thunder Blade por qualquer um desses! Ainda assim temos aqui bastante conteúdo, incluindo todos os Golden Axe, Phantasy Star, Shining, Sonic e muitos outros excelentes títulos como o Shinobi III ou Comix Zone. Tendo em conta os preços cada vez mais proibitivos do retrogaming actualmente, esta compilação é uma óptima alternativa a quem quiser poder jogar de forma legítima alguns destes títulos que simplesmente encareceram bastante nos últimos anos, ou lançamentos de difícil acesso no mercado europeu. Do tempo que joguei cada um dos títulos a emulação pareceu-me bem decente também, mas tenho pena que não se tenham esforçado um pouco mais no conteúdo de “museu” ao incluirem apenas a arte das versões norte-americanas e mais nada. De resto, e para fechar, a Sega lança uns anos mais tarde a Sega Mega Drive Classics para sistemas da geração seguinte e essa também é uma compilação repleta de jogos e que inclui muitos dos clássicos que estão aqui em falta e já os mencionei, para além do Alien Soldier, outro dos jogos que no sistema original custa um balúrdio. No entanto alguns títulos como o primeiro Phantasy Star, Golden Axe Warrior ou alguns dos Sonics não estão lá presentes, pelo que tenham também isso em consideração.

Prince of Persia: The Forgotten Sands (Sony Playstation 3 / PC)

Vamos voltar uma vez mais à série Prince of Persia para este The Forgotten Sands, lançado para uma série de diferentes sistemas algures do ano de 2010. Depois do flop comercial que foi o reboot Prince of Persia a Ubisoft lá decidiu tentar uma vez mais, desta vez voltando à trilogia The Sands of Time para um jogo que decorre entre o Sands of Time e o Warrior Within. O meu exemplar foi comprado algures no ano passado por 1£, tendo sido trazido do UK uma vez mais por um amigo meu. A versão PC já a tinha há mais tempo em formato digital, tendo sido oferecida pela própria Ubisoft na sua loja digital. Acabei no entanto por optar jogar a versão PS3.

Jogo com caixa e manual

Ora a história decorre então entre os eventos do Sands of Time e Warrior within, onde o príncipe decide visitar o reino do seu irmão mais velho Malik. No entanto quando lá chega apercebe-se que o seu irmão está em apuros, pois a sua nação está a ser invadida por um exército vizinho. Encurralado, Malik decide libertar um antigo e mágico exército de areia que se encontrava aprisionado algures nas entranhas do seu palácio. Pois bem, esse exército não é o que Malik esperava, tendo libertado toda uma série de forças demoníacas e que colocam o mundo em perigo. Caber-nos -á a nós então por um fim a esta ameaça e a nossa personagem irá eventualmente ter a ajuda de uma djinn, que lhe irá conferir alguns poderes mágicos.

Tal como é habitual na série o que não faltam são momentos de platforming desafiantes

A fórmula deste jogo é então muito similar à da trilogia original Sands of Time, na medida em que mistura platforming cheio de acrobacias e armadilhas à espreita, combate e ocasionalmente alguns puzzles para resolver. À medida que vamos avançando na história, o príncipe irá receber toda uma série de novos poderes e habilidades, começando com a possibilidade de, por algumas vezes, poder voltar o tempo atrás (botão R1), seja para corrigir algum salto mal calculado ou algum dano que possamos ter sofrido desnecessariamente. Em seguida ganhamos o poder de poder congelar a água (botão L2), algo que será necessário fazer em muitas das sequências de platforming e alguns puzzles. O poder seguinte é o de podermos fazer um ataque aéreo poderoso (X seguido de círculo), o que uma vez mais terá de ser utilizado em certos desafios de platforming mas pode ser usado no combate também. O último poder que ganhamos será utilizado apenas numa área específica já perto do final do jogo, umas ruínas muito antigas. Este permite-nos lembrar de certas plataformas, pilares ou outras superfícies que existiam no passado, ficando materializadas assim que pressionemos o botão L1. Tendo em conta que o R2 é o botão para correr em paredes, durante os desafios de platforming já perto do final do jogo onde precisaremos de utilizar todas estas habilidades, irão requerer uma grande destreza, pois precisaremos de pressionar em todos estes botões num timing exacto.

O sistema de combate é bastante dinâmico e os poderes que eventualmente aprendemos irão dar muito jeito

O combate é fluído, sendo que temos uma série de diferentes combos que podemos utilizar e todos os botões faciais são necessários. Quadrado ataca, triângulo serve para dar pontapés, especialmente útil para atordoar inimigos que tenham escudos, círculo serve para nos desviarmos e o X para saltar. Os inimigos que derrotamos vão-nos dando pontos de experiência que por sua vez poderão ser utilizados para fortalecer o príncipe (aumentar a barra de vida, de tempo ou simplesmente fortalecer os nossos ataques) ou ganhar (e evoluir) mais habilidades mágicas de uso exclusivo no combate. Essas habilidades são também elementais, com a terra a gerar um escudo que durante alguns segundos nos protegem de dano, o poder de fogo envolve-nos em chamas que queimam os inimigos à nossa volta, o poder de água (gelo) lança vectores gelados que causam dano a todos os inimigos na mesma linha e por fim o poder do vento despoleta um pequeno tornado à nossa volta que causa dano em todos os inimigos que nos rodeiam. Todas estas habilidades de combate ao serem utilizadas gastam o mesmo poder mágico que nos permite voltar atrás no tempo. Espalhados pelos cenários vão estar também toda uma série de objectos destrutíveis como barris ou ânforas que nos permitem regenerar um pouco da nossa vida e os poderes mágicos também.

Os inimigos do exército de areia estão muito bem representados

Visualmente acho o jogo muito bem conseguido, com gráficos bem detalhados para as consolas daquela geração, voice acting competente e uma banda sonora orquestral que resulta muito bem em representar aquela atmosfera algo mágica dos contos das 1001 noites que a série tão bem nos habituou. Não existe no entanto uma grande variedade de cenários em si, visto que iremos estar constantemente a visitar um palácio gigante e umas ruínas subterrâneas de uma outra cidade de outra era. No entanto existe uma variedade considerável de cenários interiores e exteriores em ambos os casos. Os inimigos e as suas animações estão também bem conseguidos.

Portanto este é um bom jogo do Prince of Persia e que recomendo vivamente a quem tenha gostado da trilogia Sands of Time, visto que este jogo utiliza muitas das mesmas mecânicas, adicionando no entanto outros elementos interessantes da sua jogabilidade. A versão PS3, PC e Xbox 360 são semelhantes entre si, pelo que joguem a que mais jeito vos der. No entanto, tal como já referi acima o jogo saiu também para outros sistemas como é o caso da Nintendo DS, Playstation Portable e Wii, sendo todas essas versões distintas entre si, tanto a nível de história como de mecânicas de jogo. Dessas outras versões apenas possuo a da Wii que irei jogar eventualmente.