O primeiro Vectorman, produzido pela Blue Sky Software foi lançado em 1995 como uma espécie de resposta da Sega ao Donkey Kong Country da Super Nintendo visto que este também utilizava sprites pré-renderizadas. E embora tendo sido um jogo bem menos colorido que o da Super Nintendo, não deixava de ser também graficamente impressionante por todos os efeitos gráficos lá implementados. E já quase no final de 1996 é lançada uma sequela para a mesma consola, no entanto, devido a ter sido já um lançamento tardio na Mega Drive, infelizmente o jogo acabou por nunca ter sido lançado fora das Américas. O meu exemplar foi comprado no eBay algures em Janeiro deste ano por cerca de 45€.
A história leva-nos pouco tempo após o final do primeiro jogo, onde Vectorman viaja numa nave espacial que é atingida por mísseis e se despenha na Terra. Aqui descobrimos uma nova ameaça, mas em vez de termos de lutar contra um outro exército de robots, são agora insectos mutantes que nos ameaçam.

No que diz respeito à jogabilidade a mesma é muito similar à do primeiro jogo, com o Vectorman a poder-se transformar em diversas formas distintas, cada qual com diferentes habilidades que serão necessárias para atravessar alguns níveis. A diferença é que cada transformação está agora associada a um nível distinto e no que diz respeito aos controlos, o esquema mantém-se idêntico, com um botão para saltar e outro para disparar. Um helicóptero, tornado ou a simples mudança dos seus “pés” para patins em linha são algumas das transformações associadas a níveis que poderemos encontrar. Ao destruir inimigos poderemos no entanto adquirir alguns power ups que nos deixam também absorver algumas das suas habilidades como desbloquear um escudo protector, transformar num escorpião que também ataca com uma cauda, ou num escaravelho com um corno como um rinoceronte, capaz de também causar bastante dano a outros inimigos e destruir algumas paredes.
Existem no entanto vários outros power ups a ter em conta como multiplicadores de pontos, itens que nos regenerem e/ou extendem a barra de vida, checkpoints, relógios que adicionam alguns segundos ao tempo limite para terminar o nível, vidas extra e várias outras armas de fogo, que por sua vez possuem também munições limitadas. Algumas destas armas são extremamente úteis como os poderosos raios laser que fazem ricochete em inimigos ou superfícies, mas infelizmente a única forma de sabermos que as munições se estão a esgotar é se o seu ícone começar a piscar no canto inferior esquerdo do ecrã. De resto temos também as esferas de energia que são meramente coleccionáveis. No entanto, ao coleccionar um mínimo de 80% destas esferas desbloqueia um nível de bónus. Temos 3 níveis de bónus distintos e todos eles com mecânicas de shmup. Um é um shmup horizontal, outro algo parecido com o Asteroids e ainda outro parecido com um Space Invaders, onde apenas nos podemos deslocar da esquerda para a direita e disparar para cima.

No que diz respeito aos audiovisuais, o primeiro jogo era de facto bastante impressionante com todos os truques gráficos que nos apresentava. E este começa da mesma forma: o primeiro conjunto de níveis são bastante escuros, com a pouca luz disponível ser a dos nossos próprios disparos, cuja luz atravessa os cenários e inclusivamente se reflecte na própria sprite do Vectorman. O primeiro boss é também impressionante pelo seu tamanho e detalhe, mas a partir daí, e tirando uma ou outra excepção, o jogo já não tem tanto truque gráfico como o seu predecessor. Nada de especial a apontar aos efeitos sonoros que cumprem bem o seu papel. O jogo possui também várias vozes digitalizadas especialmente sempre que apanhemos algum power up e a banda sonora também não é nada má de todo, sendo muito influenciada por música electrónica, o que se adequa perfeitamente ao estilo de jogo.
Portanto este Vectorman 2, apesar de não ser tão impressionante tecnicamente ou até variado como o seu predecessor, não deixa de ser um jogo de acção bem competente na biblioteca da Mega Drive. Mesmo tendo sido lançado já perto do final de 1996 nas Américas, é uma pena que não tenha recebido um lançamento europeu em 1997. A Mega Drive já não venderia tanto como em anos anteriores, mas creio que tinha ainda uma fatia de mercado considerável, pelo que um lançamento europeu, mesmo que em menor número como foi o caso do The Lost World, poderia ter perfeitamente acontecido.