Killer 7 (Nintendo GameCube)

No já longínquo ano de 2001, a Capcom fez um importante anúncio,  manifestando o seu apoio à Nintendo GameCube. Para além de continuarem a desenvolver o Resident Evil Zero da N64 para a GC, foi também anunciado que a GameCube iria receber um Remake completamente novo do primeiro jogo da saga, ports directos dos restantes Resident Evil (2, 3 e Code Veronica), bem como o próximo capítulo da saga, o Resident Evil 4. Este apoio da Capcom veio-se a reforçar no ano de 2002, onde foram anunciados os “Capcom Five”, uma série de 5 jogos de “alto calibre” exclusivos para a GameCube:

P.N. 03
Dead Phoenix
Killer 7
Viewtiful Joe
Resident Evil 4

Ora mais tarde a Capcom afirmou que se tinha enganado e apenas o Resident Evil 4 seria um absoluto exclusivo da GameCube (o que acabou por não ser verdade mais uma vez). O P.N. 03 visto não ter sido um sucesso, permaneceu exclusivo para a GC, o Dead Phoenix infelizmente foi cancelado. Os restantes acabaram por receber ports para a PS2.

O Killer 7 foi dos Capcom Five que mais atrasou o seu lançamento, tendo sido lançado apenas em 2005. É o primeiro jogo do controverso produtor “Suda51” a chegar às mãos dos jogadores ocidentais, tendo sido uma colaboração conjunta entre Suda51 e Shinji Mikami, autor de Resident Evil.

E o que podem esperar deste jogo? Bem, é difícil explicar, mas eu diria que é um cruzamento entre a violência de um filme de Tarantino, o horror excêntrico digno de uma BD de Neil Gaiman e o grafismo de Frank Miller, misturado com uma jogabilidade entre aventura on-rails e first person shooter. Confusos? É essa a ideia.

Este jogo desde cedo chamou a atenção pelo seu visual incomum (característica que se veio a repetir no próximo trabalho de Suda51, No More Heroes), os gráficos dão um feel muito comic book na onda de alguns trabalhos de Frank Miller e Neil Gaiman conforme refererido atrás. Killer 7 coloca-nos na presença de um assassino multi-facetado com 7 personalidades diferentes, cada uma com a sua característica especial. O jogo está repleto de cutscenes, ora apresentadas com o próprio motor gráfico do jogo, ora apresentadas num estilo mais anime.

A história ronda bastante entre Harman Smith (líder do grupo) e Garcian Smith, o subordinado que recebe a indicação dos próximos alvos para abater. Em relação à história do jogo em si, é difícil explicar, pois o jogo é tão bizarro e cheio de twists que as coisas deixam de fazer muito sentido. Passa-se num futuro pacifista, onde começam a surgir ataques terroristas de uma organização de nome “Heaven Smile”, liderada pelo arqui-inimigo de Harman Smith, Kun Lan. A organização marca-se por infectar indivíduos com um vírus que transforma os humanos em seres mutantes assassinos, com a capacidade de se explodirem por sua própria vontade. A narrativa do jogo anda em volta da Heaven Smile, o confronto Harman Smith vs Kun Lan, as diferentes personalidades dos Killer 7, um plot político entre o Japão e os USA, etc. Só mesmo jogando para ver.

Uma das coisas que mais deu gozo, foram as cutscenes envolvendo assassinatos/suicídios completamente bizarros, achei genial a luta contra os heaven smiles de 2 políticos japoneses, completamente desfigurados após cada um ter levado um tiro na testa. Eu sei que isto pode soar mal, mas eu gostei. Até porque a luta em si é bastante peculiar. Eles os 2 passam o tempo a vomitar batatas voadoras em relação ao jogador, sim, leram bem. A única maneira de os vencer é dar um tiro no cérebro de cada um, o que não é muito fácil visto eles estarem sempre de frente para o jogador.

Killer7 boss

Boss - Kuruhasi e Akiba

A nível de jogabilidade, o jogo é todo on-rails ou seja, em caminhos pré-determinados. O jogador pode-se movimentar apenas para a frente e para trás num determinado trilho. De vez em quando aparecem “encruzilhadas”, onde se pode escolher um trilho diferente a percorrer, bem como interagir com objectos de modo a resolver alguns puzzles ou adquirir itens. A componente de shooter é toda feita em primeira pessoa, sendo que cada assassino possui apenas uma arma característica, bem como algumas habilidades.

Devido a um visual tão diferente, e uma jogabilidade muito peculiar, o jogo não foi propriamente um sucesso de vendas, tendo adquirido uma plateia de fãs muito selecta. Existem 2 versões do jogo, a original para a GameCube e a conversão PS2. As más línguas dizem que a versão PS2 é um pouco inferior na sua performance, eu apenas possuo e joguei a versão GC pelo que não posso comentar acerca da veracidade dessas afirmações. Concluindo, quem gosta de filmes repletos de violência gratuita e histórias completamente mind-fuck, deveria definitivamente experimentar o Killer 7, seja para que versão for.

Para mais informação, screenshots, vídeos, etc:

http://uk.cube.ign.com/objects/495/495539.html

Sobre cyberquake

Nascido e criado na Maia, Porto, tenho um enorme gosto pela Sega e Nintendo old-school, tendo marcado fortemente o meu percurso pelos videojogos desde o início dos anos 90. Fã de música, desde Miles Davis, até Napalm Death, embora a vertente rock/metal seja bem mais acentuada.
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5 respostas a Killer 7 (Nintendo GameCube)

  1. O Killer7 é daqueles jogos geniais que peca por um ou outro erro menor (como o facto de ser on-rails, a meu ver). De resto tem tudo de bom, só é pena não haverem muitos mais assim com esse nível de insanidade e originalidade. A versão de PS2 é pior a nível de loadings, controlo e grafismo, ainda que isso no geral mal se note. Nos vídeos será onde se nota a perda de performance pois de resto a experiência de jogo é a mesma. Daqui a uns bons meses hei-de o analisar. 🙂

  2. cyberquake diz:

    Obrigado pelo comentário e pela observação da versão PS2. De facto era o que já tinha lido nalgumas reviews.

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