Sega Classics Collection (Sony Playstation 2)

No passado já cá cheguei a falar um pouco da colecção Sega Ages 2500, uma série lançamentos budget, que inicialmente nasceram de uma parceria entre a Sega e a D3 Publisher, mas a segunda metade/último terço desses lançamentos já teriam sidos todos tratados pela própria Sega, recorrendo muitas vezes aos magos da M2 para trazer conversões muito fiéis de jogos antigos para a PS2. Os primeiros lançamentos no entanto nem sempre foram muito bem recebidos pois tratavam-se de remakes com gráficos mais modernos (mas ainda algo pobres, lembrem-se que estes jogos sempre tiveram o intuito de serem baratos) e a própria jogabilidade muitas vezes deixava também algo a desejar. Pois bem, a Sega decidiu pegar nalguns desses títulos, colocá-los numa compilação e lançá-la no ocidente, nascendo assim esta Sega Classics Collection. Este artigo será então um conjunto de rapidinhas, onde irei deixar as minhas impressões de cada um dos títulos aqui incluídos. O meu exemplar sinceramente já não consigo precisar quando e onde terá sido comprado, mas foi garantidamente barato.

Jogo com caixa, manual, papelada e um catálogo SEGA da PS2 com uma selecção de jogos francamente fraca.

Seguindo os jogos pela ordem alfabética, até porque é dessa forma que os mesmos estão listados, ficamos então primeiro com o Columns. Sim, infelizmente o Alien Syndrome não está incluído na versão Europeia por algum motivo. Mas pronto, voltado ao Columns, este foi lançado originalmente no Japão como sendo o volume 7 da colecção Sega Ages 2500. Não há muito que enganar aqui, sinceramente, o Columns é um jogo de puzzle super simples (ainda muito recentemente escrevi sobre a sua versão PC Engine), pelo que aqui dispomos de 3 modos de jogo distintos: o Endless, versus CPU (modo história) e um versus para dois jogadores. Nos versus ocasionalmente vamos recebendo algumas peças especiais que, mediante a peça que toca na superfície, podemos fazer com que todas as peças iguais à que é tocada desapareçam da nossa área de jogo, diminuir a área de jogo do inimigo, ou recuperar parte da nossa área de jogo também. Perde quem tiver peças que ultrapassem a área de jogo! A nível audiovisual este Columns por si só já seria um jogo simples mas confesso que não achei que pudesse ser tão genérico como o resultado final. A temática deste Columns é o antigo Egipto, as colunas são modelos em 3D poligonal super básico, as cut-scenes e personagens do modo história são também muito simples e a música não é nada de especial. O modo endless pode ser jogado com os gráficos novos, ou com os do lançamento original de arcade.

Apesar da apresentação do Columns deixar bastante a desejar, não se pode dizer que é um mau jogo

Segue-se então o Fantasy Zone, que até é um lançamento interessante desta compilação. Começando pelos visuais, em vez das sprites temos na mesma um jogo com jogabilidade 2D, mas com polígonos em cel-shading e o efeito final até não fica muito longe das cores vibrantes do lançamento original. As músicas são também similares às do lançamento original e temos na mesma algumas melodias memoráveis. Já a jogabilidade mantém-se também muito similar à do lançamento original e dispomos aqui de vários modos de jogo. O arcade é uma conversão fiel dessa versão, já o modo normal inclui também alguns níveis adicionais, que precisam no entanto de serem desbloqueados no challenge mode. Neste último somos levados a completar vários níveis e amealhar o máximo de dinheiro possível, que pode ser gasto em comprar os tais novos níveis e itens que poderão ser jogados no normal mode. Existe também uma galeria de imagens que poderão ser desbloqueadas ao jogar este modo. Ainda voltando ao normal mode, no final de cada boss temos um pequeno segmento jogado numa perspectiva 3D tipo Space Harrier onde perseguimos o boss e amealhamos mais dinheiro extra. Portanto esta versão do Fantasy Zone até que achei bem conseguida!

Esta versão do Fantasy Zone até que é bastante competente e os gráficos modernos não estragaram nada do charme original

Temos em seguida o Golden Axe, que é um dos títulos mais infelizes desta compilação. Não é de longe o pior jogo que alguma vez joguei, mas mesmo sendo este um lançamento budget, sinto que a SIMS se podia ter esforçado um pouco mais em trazer um jogo mais apresentável, ainda para mais um clássico tão querido dos fãs da Sega! O modo arcade é uma réplica do modo arcade original, embora os níveis sejam por vezes mais longos e ocasionalmente com alguns novos segmentos. Os controlos são simples, com os botões faciais a servirem para saltar, ataques fracos ou fortes ou despoletar as magias, que são distintas mediante o seu nível e a personagem escolhida. A jogabilidade no entanto, apesar de nos permitir causar dano vertical (o que é benvindo) está longe de ser tão fluída como nos lançamentos originais. A inteligência artificial dos inimigos é risível, aconteceu-me várias vezes eles ficarem presos no nada! Outra das novidades aqui introduzida é o facto de, apesar de ocasionalmente termos ladrões que podemos encher de pancada e recuperar comida para nos restaurar a barra de vida ou itens mágicos para nos regenerar a magia, esta última também se vai regenerando automaticamente à medida que distribuímos pancada. De resto, temos também outros modos de jogo adicionais. O versus para 2 jogadores não cheguei a experimentar, mas esse modo basicamente coloca dois jogadores à pancada um com o outro. O Time Attack é um modo de jogo onde, ao longo de vários níveis, teremos de matar um número de inimigos fixo no mínimo de tempo possível e apenas com uma vida. Os inimigos no entanto começam a ser cada vez mais agressivos! O modo Survival, tal como o seu nome indica, tem como objectivo o de matar o maior número de inimigos possível com uma só vida.

Para além dos gráficos não serem grande coisa, o que mata esta versão é mesmo a sua jogabilidade

Já no que diz respeito aos visais, mesmo sendo tudo em 3D, nota-se que poderiam se ter esforçado um pouco mais nos detalhes dos níveis, inimigos e principalmente das personagens principais, assim como as suas animações. Por exemplo, o Gillius parece um anormal a caminhar neste jogo. O que é pena, pois o jogo possui várias pequenas cutscenes entre níveis, mas estas servem apenas para mostrar de perto o quão horríveis são os modelos poligonais das personagens principais. De novidade, os inimigos têm agora uma barra de vida, mas não chega. Por outro lado a banda sonora é excelente, consistindo em versões orquestrais dos temas originais! Ao menos aí acertaram!

Ao menos temos algumas cutscenes originais, o que para mim até é bom. Pena que apenas sirvam para salientar os gráficos que quase poderiam ser de um jogo de PS1.

Segue-se então o Monaco GP. Não, não é uma nova versão do Super Monaco GP, mas sim um remake do Monaco GP lançado originalmente nas arcades em 1979! É jogo que nunca joguei e provavelmente não irei jogar visto que foi lançado ainda num hardware muito primitivo, constituído primariamente por componentes discretos sendo por isso muito difícil de emular. O pouco que conheço do jogo (para além da sua conversão para a SG-1000, foi de o ver em acção nalguns vídeos de youtube por parte de coleccionadores privados que possuam uma máquina funcional. E o que fez a Tamsoft nesta nova versão? Bom de facto adicionaram muito conteúdo, visto que o original era um jogo muito simples com o objectivo único de fazer o máximo de pontos possível num único circuito. E o que temos então aqui? Vamos começar pelo modo arcade, onde poderemos escolher por entre o Classic e o Original, que já inclui novos circuitos e até power ups! Tanto num caso como no outro, o objectivo é o de fazer o máximo de pontos possível para que possamos continuar a jogar. No entanto, qualquer embate (particularmente no classic) faz com que percamos uma vida, enquanto que no original poderemos sofrer mais algum dano até que isso aconteça. No modo original teremos também vários power ups que poderemos apanhar e usar, bem como outros obstáculos na pista para nos desviar ou estrelas para coleccionar, que vão aumentando a nossa velocidade de ponta. Para além desse modo arcade temos também um modo Grand Prix com vários níveis de dificuldade e circuitos. O objectivo de cada “campeonato” é completar 2 voltas num determinado circuito dentro de um tempo limite, sendo que no final de cada campeonato temos também a obrigação de terminar à frente de um carro rival. Para além disso temos ainda um modo time attack onde o objectivo é o de completar duas voltas no mínimo de tempo possível e um modo multiplayer que não experimentei.

Bom, não se pode dizer que não se esmeraram em trazer conteúdo novo deste Monaco GP, mas o resultado é demasiado caótico para mim

No entanto, apesar de terem adicionado muito conteúdo novo, o jogo tem uma jogabilidade bastante caótica, pois os controlos não são de todos os melhores (se quiserem curvar em ângulos de 45 ou 90º teremos de utilizar os botões de cabeceira para esse efeito, por exemplo) e os nossos oponentes são um autêntico desastre. Até porque frequentemente embatem entre eles, causando-nos acidentes em nós também. E o que dizer daquelas ambulâncias que nos ultrapassam por aí a a 400km/h? O sistema de power ups é uma adição interessante, mas com a jogabilidade base a ser francamente má, não acrescentam tanto valor assim. A nível audiovisual é um jogo simples, embora possua uma maior variedade de circuitos que o original de 1979 (também era o mínimo). As músicas são practicamente todas um rock instrumental que me agrada, mas nem todas as músicas são tão boas quanto isso. Em suma, sinceramente, se eu tivesse comprado o lançamento original japonês (Sega Ages 2500 Series Vol. 2: Monaco GP) a full price, provavelmente sentir-me-ia roubado.

Apesar de não ser uma má versão, Outrun na PS2 é muito melhor servido pelo Coast 2 Coast

Segue-se portanto uma conversão do Out Run, essa obra prima de Yu Suzuki que também recebeu um remake budget inteiramente em 3D. E depois do Golden Axe e Monaco GP estava bastante receoso por jogar esta versão, mas na verdade até nem se saíram nada mal. Quem pegou nesta conversão foi novamente a SIMS e aqui dispomos de vários modos de jogo, desde o modo arcade (idêntico ao original a nível de conteúdo), o Arrange (novo conteúdo) e o time attack que nos coloca sozinhos a competir contra o relógio, seja nos circuitos do modo arcade ou arrange. Não me vou alongar no modo original onde, tirando os novos gráficos, tudo se mantém igual. Na verdade até podemos alternar entre a versão arcade internacional e a japonesa, cuja ordem dos “níveis” é diferente, o que achei um apontamento interessante. O modo arrange mantém a mesma jogabilidade do original, onde os botões faciais servem para acelerar ou travar e os L1/R1 para alternar entre as mudanças baixas ou altas. No entanto possui alguns segmentos com cenários inteiramente novos como é o caso de atravessarmos a cidade de Las Vegas repleta de neons. Aqui teremos também a possibilidade de escolhermos caminhos alternativos, embora estes no fim acabem por se afunilarem num único caminho final até à meta. Neste modo arrange teremos também alguns carros rivais que podemos tentar ultrapassar e por cada carro desses que tenhamos ultrapassado recebemos uma boa quantidade de pontos extra assim que atravessarmos a meta.

Se bem que temos alguns modos de jogo e circuitos exclusivos desta versão

Visualmente o jogo não engana ninguém. Nota-se a milhas que estamos perante mais um lançamento low cost, mas na verdade as coisas acabam por resultar bem melhor que noutros títulos que a SIMS trabalhou, como é o caso do Golden Axe acima referido. Alguns dos novos cenários como a cidade de Las Vegas até que estão interessantes. Nada a apontar aos efeitos sonoros, já as músicas estão excelentes, pois estas consistem nas músicas originais e outras versões com novos arranjos musicais mas que acabam também por resultar muito bem. Portanto estamos aqui perante um jogo low cost mas até que acaba por entreter e até agora é de longe o melhor jogo presente nesta compilação. Ainda assim, na PS2 temos também o OutRun 2006 Coast 2 Coast que acaba por ser de longe um jogo muito melhor.

Apesar dos gráficos poligonais fraquinhos, esta versão do Space Harrier nem é tão má de todo

Aqui temos também uma adaptação do Space Harrier, mais um clássico do Yu Suzuki, mas adaptado uma vez mais pela Tamsoft. Para além dos visuais que são agora em 3D verdadeiro ( embora uma vez mais com pouco detalhe), a Tamsoft incluiu também algumas novidades na jogabilidade. Para além da nossa arma normal, implementaram também um sistema de mira semelhante ao do Panzer Dragoon, onde poderemos trancar a mira em qualquer inimigo que nos apareça à frente e largar o botão para disparar projécteis teleguiados aos alvos previamente trancados. Temos também toda uma série de power ups para apanhar incluindo vários escudos e bombas capazes de causar dano em todos os inimigos no ecrã em simultâneo. A nível audiovisual o jogo tem uma banda sonora baseada nas músicas originais, que por si só já eram boas e estas versões não ficaram nada más. Graficamente tal como referi acima o jogo é todo em 3D poligonal, o que acaba por ajudar melhor a discernir a distância dos objectos, projécteis e inimigos, mas claro, a qualidade dos gráficos em si é baixinha, como seria de esperar. Nas opções poderemos activar o fractal mode, que substitui as superfícies quadriculadas características do jogo original por modelos mais “realistas”.

Ao activar o modo fractal nas opções os padrões quadriculados da superfície são substituídos por modelos mais realistas. Mas não esperem por grandes gráficos.

Seguimos para os Tant-R e Bonanza Bros. A razão pela qual ambos os títulos vêm em conjunto é simples, já tinham sido lançados dessa forma no Japão no volume 6 da colecção Sega Ages 2500. E de certa forma até que faz algum sentido pois apesar de serem jogos bastante distintos a nível de conceito e jogabilidade, mantêm o mesmo estilo visual. Eu começarei no entanto pelo Bonanza Bros, que mantém aqui a mesma jogabilidade e conceito do lançamento original. Este é então um jogo que pode ser jogado cooperativamente com algum amigo onde encarnamos num ou dois ladrões profissionais que vão tendo missões cada vez mais complexas, onde teremos de nos infiltrar em edifícios bem guardados e, dentro de um tempo limite, teremos de roubar uma série de objectos e encontrar a saída do nível. Estamos munidos de uma pistola com tranquilizantes pelo que poderemos deixar os guardas fora de serviço durante alguns segundos e é um jogo com mecânicas simples, bastante interessante e agradável de se jogar. A nível audiovisual tudo tem mais detalhe, mas o jogo herda os mesmos visuais do original, o que é positivo e o mesmo pode ser dito das músicas e efeitos sonoros.

Sinceramente sempre gostei dos Bonanza Bros e fico contente que esta versão não seja nada má

Já o Tant-R é também um jogo que tem as suas origens nas arcades, e supostamente, de acordo com o Sega Retro, a península Ibérica foi a única região europeia que chegou a receber esse jogo oficialmente nos nossos salões. E apesar de manter o mesmo estilo gráfico e artístico do Bonanza Bros, a jogabilidade não tem nada a ver. Em vez de encarnarmos numa dupla de ladrões mestre, encarnamos antes numa dupla de detectives que persegue um conjunto de criminosos. E como os apanhamos? Bom, temos de passar toda uma série de mini-jogos, dos mais variados possíveis que possam imaginar. O modo história leva-nos por uma série de capítulos onde temos alguma liberdade na escolha dos mini jogos em que queremos participar. Alguns são tão bizarros que não me admirava nada que tenham influenciado a série WarioWare. Para além do modo história o jogo tem também modos FreePlay que nos permitem escolher livremente quais os mini jogos que queremos jogar e poderão ser jogados em multiplayer com até 4 jogadores em simultâneo. De resto nada de especial a apontar aos visuais, pois o jogo herda o mesmo estilo gráfico do Bonanza Bros e as músicas também são algo festivas. Por fim só mesmo deixar a nota que dos mini jogos aqui incluídos temos também alguns da sequela, o Ichidant-R.

Os Tant-R são na verdade compilações de vários mini jogos, alguns bastante bizarros!

Segue-se por fim o Virtua Racing, mais um clássico de Yu Suzuki aqui presente nesta compilação. O seu lançamento original foi o primeiro jogo do sistema Model 1, desenvolvido pela Sega em cooperação com a empresa de aviação Lockheed Martin. Os jogos desenvolvidos para este sistema eram em 3D poligonal algo primitivo e sem quaisquer texturas, mas a sensação de velocidade e fluidez introduzidas pelo Virtua Racing eram algo sem precedentes na indústria. E aqui dispomos de vários modos de jogo, a começar pelo arcade que é uma representação do original com 3 circuitos e o objectivo de chegar em primeiro lugar dentro do tempo limite. Infelizmente o jogo não traz os carros ou circuitos extra da versão 32X (não contava com os da Saturn visto que essa conversão foi feita por terceiros), mas existem no entanto outros carros e circuitos que poderão ser usados nos restantes modos de jogo. O primeiro é o modo Grand Prix, que nos obriga a competir em 5 conjuntos de 6 pistas, as 3 originais e 3 novas, onde o objectivo é o de ter mais pontos no final de cada mini-campeonato. Os pontos que vamos amealhando neste modo vão-nos permitir desbloquear também os novos carros. O Free mode permite-nos fazer corridas livres em qualquer circuito e com qualquer carro que tenhamos desbloqueado e o 2P mode é um versus para dois jogadores, tal como o seu nome indica. De resto, a nível visual este é um jogo naturalmente mais bonito que o original devido aos modelos poligonais serem mais complexos e os cenários como um todo terem mais detalhe, mantendo no entanto a identidade do original e a fluidez está lá na mesma, o que é bom. Tal como o original no entanto o jogo não tem músicas, existindo apenas pequenas melodias nos menus ou durante certos acontecimentos nas corridas, como atravessar um checkpoint. Os efeitos sonoros infelizmente são horríveis e são a única coisa que realmente mancha esta versão. Ainda assim, de todos os jogos presentes nesta compilação, este Virtua Racing parece-me o mais bem conseguido.

Esta versão do Virtua Racing é bastante competente na minha opinião e talvez o melhor jogo do pacote

Portanto esta compilação Sega Classics Collection é um lançamento que apesar de o ter achado bastante interessante, compreendo perfeitamente o porquê de ter desiludido muita gente que a terá comprado. É que o que temos aqui não são conversões fiéis dos originais arcade, mas remakes na sua maioria em 3D, mas foram jogos feitos com um orçamento muito limitado, pelo que o resultado final é uma mistura de conversões francamente más, outras medianas e em casos raros, conversões bem decentes como é o caso do Fantasy Zone ou do Virtua Racing. A colecção Sega Ages continuou no Japão com mais umas dezenas de lançamentos, alguns de qualidade muito superior (particularmente os que a M2 teve a mão no seu desenvolvimento), pelo que seria bem mais interessante a Sega ter lançado alguns desses lançamentos por cá também. O facto de a versão PAL ter ainda menos um jogo que a versão Norte Americana não abona muito ao seu favor também.

The Pagemaster (Sega Mega Drive)

Vamos voltar à Mega Drive para uma rapidinha a um jogo que nunca tinha jogado antes e nem fazia ideia que era adaptação de um filme do mesmo nome, The Pagemaster. Esta adaptação é então um jogo de plataformas ocidental com versões para a Mega Drive e Super Nintendo e tal como se espera de um jogo de plataformas ocidental desta geração, o que não faltam são itens para apanhar e coleccionar mas já lá vamos. O meu exemplar foi comprado numa Cex há umas semanas atrás por 15€.

Jogo com caixa e manual

Nunca vi o filme mas aparentemente conta a história de um rapaz de 10 anos que após entrar numa biblioteca mágica, é transportado para o mundo de vários livros. No entanto, neste jogo em particular, vamos ser levados a três mundos distintos apenas, o de terror, aventura e fantasia. No entanto, cada mundo possui mais de uma dezena níveis e por vezes até temos caminhos alternativos que nos levam a níveis diferentes, não sendo no entanto obrigatório jogá-los a todos para alcançar o final. O objectivo de cada nível é o de encontrar a sua saída (representada na forma de um livro), existindo por vezes múltiplas saídas que nos poderão levar a níveis secretos. Existem no entanto alguns níveis com objectivos distintos, como o de coleccionar um certo número de itens ou derrotar vários inimigos específicos. Se coleccionarmos todos os cartões de biblioteca, escondidos nalguns níveis específicos, desbloquearemos o final verdadeiro, que aviso já que não é nada do outro mundo.

Em cada mundo temos um mapa com os vários níveis que vamos desbloqueando, por vezes com caminhos alternativos e níveis secretos.

Os controlos são simples, com um botão para saltar (A ou C), com o botão B a ser utilizado para atacar se tivermos algum power up em específico, podendo também ser utilizado para atirar certos objectos que podemos também apanhar recorrendo ao direccional. A maior parte dos inimigos pode também ser derrotada se simplesmente saltarmos em cima deles, Mario style. Como referi acima, o que não faltam aqui são vários itens para coleccionar. As chaves, moedas ou ovos (mediante o mundo em que estamos) servem para nos dar vidas extra a cada 100 que apanhemos, de resto temos também os tais cartões de biblioteca para coleccionar se quisermos alcançar o final verdadeiro, vidas extra, capacetes que nos dão invencibilidade temporária, estátuas que nos desbloqueiam níveis de bónus ou outros itens que nos dão habilidades adicionais. Estes incluem sapatos que nos permitem saltar mais alto ou saltar entre paredes, uma gosma verde que nos permite caminhar pelos tectos com as nossas próprias mãos ou itens que nos dão ataques adicionais, como projécteis ou uma espada. Estes itens, para além das habilidades extra que nos dão, servem também de barra de vida, pois por cada dano que sofremos, perdemos um destes itens (podendo ainda recuperar alguns se formos rápidos). Naturalmente se formos atingidos e não tivermos nenhuns destes extras na nossa posse perdemos uma vida.

Se formos atingidos e tivermos algum power up equipado, perdemos um desses power ups mas geralmente poderemos conseguir apanhá-lo de volta se formos rápidos. Ilustrado acima vemos os sapatos mágicos a fugirem de nós.

O jogo tem portanto algumas ideias interessantes e mecânicas de jogo fora do comum, no entanto os seus controlos não são os melhores, pois por vezes temos de fazer alguns saltos de plataformas bem precisos e o controlo que temos sobre os saltos não são os melhores, assim como as mecânicas de detecção de colisões, pois por vezes saltar em cima dos inimigos resulta em dano causado em nós mesmos, o que no caso de não termos nenhum power up equipado traduz-se numa vida perdida.

Ilustrado acima vemos o tal power up que nos permite caminhar pelos tectos

A nível audiovisual o jogo até que é interessante, existindo por vezes alguns backgrounds bem detalhados e que bem utilizam as limitações de cor da própria Mega Drive. As sprites são, em regra geral, bem detalhadas e animadas, mas ocasionalmente confundem-nos e nem sempre é claro o que é um inimigo, o que é um power up, ou mesmo uma plataforma. O exemplo mais gritante disso mesmo são os livros, que tanto podem ser inimigos como plataformas especiais ou até as portas de saída do nível. Os níveis bónus são jogados numa perspectiva à lá Space Harrier que também está bem representada na Mega Drive. Já no que diz respeito ao som, sinceramente não achei nada de especial, nem a banda sonora, nem os efeitos de som.

Cada mundo tem uma temática diferente e o da aventura leva-nos ao tempo dos piratas

Portanto este Pagemaster é um jogo que até tem algumas ideias interessantes e no que diz respeito a adaptações de filmes para consolas, este nem é um mau jogo de todo. Mas também confesso que há ali algumas coisas que me deixaram um pouco irritado, pelo menos no início, até me habituar às suas peculiaridades. Existe também uma versão para a Super Nintendo que é muito idêntica a esta, com os níveis de bónus a utilizarem no entanto o mode 7.

Go Go Ackman (Super Nintendo)

Tempo de voltar à Super Nintendo para um jogo que sempre me despertou a curiosidade desde que o conheci, isto há já vários anos atrás quando comecei a explorar a emulação de Super Nintendo mais a sério após ter conseguido um full romset. O facto de o protagonista parecer o Trunks chamou-me logo à atenção e uma pesquisa na internet levou-me ao manga Go Go Ackman que é da autoria de nada mais nada menos que o próprio Akira Toriyama. É uma obra curta, publicada através de pequenos histórias entre 1993 e 1994, pelo que na altura as li bem rapidinho e gostei bastante! Para além do manga e de uma pequena OVA de 15 minutos, presumo que a série até tenha tido um sucesso considerável no Japão, pois a Banpresto acabou por lançar 3 jogos da mesma para a Super Famicom e um para o Game Boy clássico. O meu exemplar chegou-me às mãos no passado mês de Novembro, tendo sido o meu primeiro leilão ganho no Yahoo Japan, onde me custou cerca de 40€ e trazia ainda um strategy guide que apesar de estar inteiramente em japonês, é incrivelmente bem detalhado.

Jogo com caixa e manual. À direita temos o guia oficial que ganhei no mesmo leilão

A série Go Go Ackman conta as aventuras de um demónio adolescente que se vê na altura de se começar a portar como um adulto, ou seja, lá terá de matar humanos e coleccionar as suas almas para as oferecer ao diabo. Mas Tenshi, um anjo seu rival, tenta constantemente impedir Ackman de matar humanos, embora as suas tentativas geralmente terminam sempre em tragédia, acabando por fazer pior figura. É um manga que me faz lembrar de certa forma o Dr. Slump pelo seu humor simples e descomprometido. Neste jogo teremos Tenshi a tentar travar-nos, pelo que teremos uns quantos níveis para atravessar e defrontar uma série de pequenos anjos e outros bosses peculiares que Tenshi recruta para nos vencer, desde um assassino profissional, um campeão de artes marciais ou até uma stripper! Portanto só por esta premissa já dá para entender que vai ser um jogo bem humorado e felizmente existe uma tradução para inglês feita por fãs.

O facto de recolhermos almas para o diabo, presumo que esta série não teria sido lá muito bem recebida em alguns países ocidentais mais conservadores.

A nível de mecânicas este jogo não complica, pois é um simples jogo de plataformas. O direccional move Ackman e os botões faciais a servirem para atacar, saltar ou usar uma bomba que causa dano a todos os inimigos em simultâneo, embora estas tenham munição limitada e apenas podemos carregar com um máximo de 3 em simultâneo. Temos ainda o L que serve para Ackman correr. Existem vários itens e power ups a coleccionar, desde corações que nos regeneram a barra de vida, as tais bombas referidas acima e uma série de diferentes armas de munição ilimitada que substituem os socos e pontapés assim que as apanhemos. Destas incluem-se uma espada, uma pistola ou uma espada-bumerangue que eventualmente nos volta às mãos depois de a atirarmos. Ocasionalmente teremos alguns níveis onde conduzimos veículos ou com mecânicas ligeiramente diferentes, como é o caso de um dos últimos níveis onde ganhamos um jetpack, conseguindo dessa forma saltar mais alto e longe. Também ocasionalmente teremos a possibilidade de optar por caminhos alternativos que nos levam a jogar segmentos do nível completamente distintos entre si. De resto é um jogo que se jogado com calma não é muito complicado, embora os inimigos façam respawn constante.

Visualmente este é um jogo muito colorido e bem detalhado!

Visualmente é um jogo fantástico com cenários bastante diversificados entre si, muito coloridos e bem detalhados. As sprites tanto dos protagonistas principais como dos inimigos no geral estão também igualmente bem detalhadas, animadas e coloridas. A Super Nintendo era mesmo uma máquina fantástica de 16bit para quem gosta de pixel art! A banda sonora é agradável, sendo composta largamente por músicas alegres e animadas, bem características de séries de animação. Entre níveis vamos tendo algumas cut-scenes algo cómicas, pelo que é sempre de louvar o facto de existirem fãs que tenham traduzido os videojogos desta série.

Alguns dos bosses que iremos enfrentar são hilariantes!

Portanto o Go Go Ackman é um jogo simples de plataformas, mas bastante divertido e competente na minha opinião, sendo ainda enriquecido pelos seus visuais bem detalhados e todas aquelas personagens algo cómicas que o Akira Toriyama bem nos habituou ao longo dos anos. E se este primeiro jogo, que sai no Japão já no final de 1994 tem esta qualidade visual, fico muito curioso para as suas sequelas que sairam no ano seguinte, numa altura em que a geração das máquinas 32-bit já estava presente em força no território nipónico.

Tomb Raider (Nokia N-Gage)

Vamos voltar às rapidinhas e ao N-Gage da Nokia para abordar levemente a conversão para aquele sistema do primeiríssimo Tomb Raider, o que para mim foi algo de me deixar boquianerto, ver num sistema portátil de 2003 uma conversão visualmente tão competente desse clássico da Core/Eidos. Tal como referi no artigo do FIFA 2005 do mesmo sistema, o meu exemplar deste Tomb Raider veio com a própria consola, que me foi facilitada por um amigo por cerca de 40€ lá por 2016/2017.

Jogo com caixa e manuais

E sim, tirando uma ou outra diferença, esta conversão do Tomb Raider é uma conversão bastante fiel do original, contendo todos os seus níveis, o que por si só é um feito impressionante visto que o jogo sai num pequeno cartucho de cerca de 8MB de capacidade. Sim, 8MB. Tomb Raider é um clássico pois para além de ser um dos primeiros jogos de exploração e acção em 3D a atingir uma fama considerável, precisamente pelo seu conceito. Isto porque não só controlávamos uma personagem feminina o que por si só já era algo incomum, bem como teríamos toda uma série de cenários inóspitos prontos a explorar, como várias ruínas antigas, muitas armadilhas e várias criaturas exóticas para combater, incluindo dinossauros. Até um T-Rex numa fase algo precoce do jogo iríamos enfrentar!

A maior diferença visual desta versão é precisamente as roupas de Lara, as mesmas do Angel of Darkness da PS2.

O lançamento original tinha tank controls e Lara tinha à sua disposição toda uma série de movimentos que tornavam os controlos bastante complexos e a exploração dos níveis obrigavam-nos a uma série de saltos extremamente precisos para que Lara se conseguisse muitas vezes segurar na ponta dos dedos perto de algum abismo. E se isso já era complicado num comando normal (o jogo ainda não suportava qualquer controlo analógico) agora imaginem numa consola portátil como a N-Gage onde para além de um d-pad que sinceramente não acho que seja grande coisa, tínhamos também um teclado numérico para todas as restantes acções do jogo. Vamos então abordar os controlos nesta versão: o direccional controla a Lara com tank controls habituais da época, enquanto que os botões 5 e 7, os mais salientes do teclado numérico do N-Gage permitem-nos saltar e caminhar lentamente. Os botões 1 e 3 servem para dar passos laterais, enquanto o botão 2 lança o inventário. O botão 4 é o botão de acção principal, o 6 serve para dar cambalhotas no chão e virar 180º, enquanto que o botão 8 serve para sacar/guardar as armas e o 9 para controlar a câmara. Com os botões tão próximos uns dos outros, dominar os controlos nesta versão do Tomb Raider é então um desafio acrescido.

Visualmente é um jogo impressionante para o sistema, apesar da sua resolução predominantemente vertical

Visualmente é um jogo com um 3D impressionante para um sistema portátil de 2003 e tal como referi acima, o jogo contém integralmente todos os níveis com um nível de detalhe muito próximo aos originais, embora naturalmente corra numa resolução consideravelmente menor. Tudo isto num cartucho de pouca capacidade, pelo que alguns sacrifícios tiveram de ser feitos. As cut-scenes em FMV foram todas substituídas por paredes de texto ou pequenos clipes com o próprio motor do jogo, a música não existe, assim como practicamente todos os clipes de voz. Muitos dos efeitos sonoros originais estão presentes no entanto, como o som dos passos de Lara, os rugidos dos animais e claro, o ruído das armas que disparamos.

Muita exploração subaquática à nossa frente!

Portanto apesar de ser uma versão do jogo não muito agradável de se controlar devido à arquitectura do próprio N-Gage, esta versão do Tomb Raider não deixa de ser um lançamento imponente para um sistema portátil. É que ainda demoraram alguns anos até a Playstation Portable chegar ao mercado e apresentar algo com uma qualidade similar ou superior! Esta versão contém algum conteúdo extra que não cheguei a explorar como uma vertente online que é uma espécie de speedrun nalguns níveis específicos e onde a comunidade do extinto N-Gage Arena competia pelos melhores tempos possíveis.

Panzer Dragoon Orta (Microsoft X-Box)

Já há algum tempo que não dava nenhuma atenção à primeira Xbox. Até agora, a única referência a esse sistema que trouxe cá foi uma breve menção quando joguei o Shenmue II, pois apesar de ter jogado a versão remastered na Playstation 4, possuo também na colecção o lançamento original da Dreamcast e a versão Xbox. Apesar de nunca ter passado muito tempo com este primeiro sistema da Microsoft, na verdade a consola possui alguns exclusivos que muito me interessam, como é o caso deste Panzer Dragoon Orta, lançado exclusivamente nesse sistema algures nos anos de 2002/2003 dependendo da região. O meu exemplar sinceramente já não me recordo muito bem onde terá sido comprado nem por quanto, mas fico muito contente por o ter.

Jogo com caixa, manual e papelada

A história leva-nos vários anos após os acontecimentos do Panzer Dragoon Saga da Sega Saturn, onde encarnamos na jovem Orta, que viveu como prisioneira durante grande parte da sua vida. A certa altura o império ataca a povoação dos Seekers que a mantinham em cativeiro, mas no último minuto Orta é salva por um dragão e o resto do jogo será passado não só a combater as forças imperiais que a querem assassinar, mas também em busca da verdade sobre o seu passado.

O jogo coloca-nos no papel de Orta, uma jovem adolescente que viveu como prisioneira toda a sua vida, até que o império decide atacar e destruir a população que a deteve

No que diz respeito aos controlos, este é mais um on-rails shooter onde voamos nas costas de um dragão e o jogo herda várias mecânicas não só dos primeiros 2 Panzer Dragoon, como do próprio Saga. Ao longo do jogo iremos viajar por uma série de níveis muito bem detalhados e com o objectivo de destruir tudo o que nos apareça à frente, desde bizarras máquinas voadoras do império, como várias outras estranhas criaturas que habitam aquele mundo. Os controlos são simples, com os botões faciais a servirem para disparar (botão A) que por sua vez se o mantivermos pressionado em conjunto com o direccional permite-nos trancar vários alvos que serão atingidos por lasers teleguiados disparados pelo dragão assim que largarmos o botão. Por outro lado, se apontarmos a mira e pressionarmos várias vezes esse mesmo botão, Orta dispara a sua arma. Existem alguns alvos, como os projécteis disparados pelos inimigos que não podem ser atingidos pelos lasers teleguiados do dragão, pelo que teremos de alternar de forma inteligente entre ambas as formas de fogo ao longo de todo o jogo. Os triggers L e R servem para rodar a câmara 45º na direcção pretendida, o que nos ajudará a combater todos os perigos que vão surgindo em várias direcções.

Neste jogo podemos alternar entre 3 distintas formas para o nosso dragão. O Heavy Wing é a forma que causa mais dano, embora seja a menos ágil e a que nos permite fazer lock-on a menos alvos

No canto inferior esquerdo, para além da nossa barra de vida temos também de ter em conta duas outras barras distintas. A amarela é uma barra que nos permite usar a habilidade de acelerar ou travar o nosso movimento (X e B), que pode ser usado, entre outros, para evadir de alguns ataques inimigos. Uma outra barra de cor verde quando cheia permite-nos desencadear os ataques berserk, capazes de causar dano em todos os inimigos presentes no ecrã. Tanto uma barra como a outra vão sendo regeneradas ao longo do tempo. Um outro aspecto importante a ter em conta é a possibilidade de transformarmos o nosso dragão durante o jogo recorrendo ao botão Y. Digamos que a forma como começamos é a normal e com o botão Y podemos alternar entre essa forma, a pesada e a ligeira. A forma pesada do dragão possui lasers teleguiados bem mais poderosos, embora o número de alvos dos quais podemos fazer lock é bem mais reduzido e o dragão também não é muito ágil. A forma mais ligeira, com um dragão de asa curta é bem mais ágil e temos mais oportunidades de usar o glide attack quando aceleramos, mas perdemos a possibilidade de usar os lasers teleguiados do dragão, embora possamos usar de forma bem mais eficiente as armas de Orta. De resto, à medida que vamos jogando poderemos vir a apanhar alguns power ups que melhorarão a performance do nosso dragão, mediante a forma que estejamos a utilizar no momento.

Por outro lado o glide wing é o mais ágil e apesar de não podermos fazer lock-on nos inimigos, é a forma que nos permite ter uma espécie de autofire das armas de Orta

Panzer Dragoon Orta é uma óptima evolução do Panzer Dragoon e Panzer Dragoon II Zwei da Sega Saturn, mantendo a jogabilidade bastante directa de um shooter on rails, acompanhado por níveis bastante diversificados e com uma direcção artística fantástica como a série bem nos habituou. O jogo em si não é muito longo, mas mediante a nossa performance e tempo de jogo, poderemos vir a desbloquear muito conteúdo adicional numa categoria intitulada Pandora’s Box. Aqui desbloqueamos missões secundárias e toda uma segunda história sob os olhos de Iva, uma criança orfã que luta pelo império, assim como uma espécie de enciclopédia daquele mundo, galerias de arte e uma conversão do primeiríssimo Panzer Dragoon. Todo este conteúdo pode no entanto ser também desbloqueado ao fim de 20h de jogo.

O facto de ser um jogo de Xbox permite-nos atravessar cenários lindíssimos e muito bem detalhados

A nível audiovisual, este Panzer Dragoon Orta é um jogo excelente. Sempre que escrevo sobre um Panzer Dragoon é impossível não referir toda a visão artística envolvida para criar todo aquele mundo fantasioso, uma espécie de híbrido entre fantasia, ficção científica e um cenário pós apocalíptico, onde não só enfrentamos criaturas estranhas, mas também inúmeras máquinas de uma tecnologia algo surreal e quase alienígena, artefactos deixados por uma civilização antiga e extinta. O Panzer Dragoon Orta tem tudo isso, mas agora num sistema tecnologicamente bem mais capaz que a velhinha máquina 32bit da Sega. É por isso que acredito que um remake ou reboot desta série nas mãos dos seus criadores originais daria muitos bons frutos, algo que o Panzer Dragoon Remake não conseguiu alcançar. A banda sonora segue o mesmo registo dos títulos anteriores, com músicas algo ambientais e operáticas e que bem complementam toda a visão artística desta série.

Os bosses são combates longos e tal como no Panzer Dragoon Saga obrigam-nos a procurar os seus pontos fracos

Portanto este Panzer Dragoon Orta é mais um excelente jogo desta série, tendo pecado apenas por ter saído numa plataforma que, apesar de tecnologicamente bastante superior à sua concorrência, não conseguiu catapultar esta série para a ribalta, mantendo-a num estatuto de culto. É um óptimo jogo e apesar de curto, todos os extras que inclui acrescentam bastante à sua longevidade, no que se inclui uma conversão do primeiro Panzer Dragoon também.