É altura de voltar às rapidinhas para a sequela do Family Circuit, um jogo simples mas até algo ambicioso para os padrões de 1991. No entanto era também um jogo bastante frustrante devido ao mínimo toque nalgum muro o nosso carro explodia e ficávamos logo fora da corrida. E tendo em conta que colocavam sempre desses obstáculos na parte de dentro de uma curva, era muito habitual haverem acidentes que nos deixavam logo de fora da competição. Em 1991 a Namco lançou uma sequela e veremos já daqui a nada quais são as suas principais diferenças perante o seu predecessor. O meu exemplar veio do mesmo lote da loja Mr. Zombie algures em Janeiro deste ano por 8€.
Jogo com caixa, manual e bastante papelada
Os controlos são idênticos ao original com o direccional a servir para controlar o carro e os botões faciais para acelerar e para travar. Logo no menu inicial vemos umas quantas opções que definem, entre outros, os diferentes modos de jogo onde temos o Free Practice, que como o nome indica nos permite treinar em alguns circuitos, temos também os modos sprint e endurance do primeiro jogo, bem como um modo de time attack que sinceramente não cheguei a experimentar, mas presumo que seja para fazer o melhor tempo possível em cada circuito. A primeira opção no entanto é o setting onde podemos customizar várias dos parâmetros do carro (assim como a sua cor) ou escolher algum dos presets já prédefinidos. Mas vamos ao que interessa: a jogabilidade. A boa notícia é que já não temos aqueles obstáculos chatos por dentro das curvas e embora seja possível batermos com força nalguma parede e sermos obrigados a retirar-nos da corrida, se for uma pancada mais leve perde-se muito tempo como é óbvio, mas ao menos dá para recuperar e continuar em competição. O jogo em si é também muito mais rápido o que é bom, mas também é mais fácil despistarmo-nos, pelo que nos obrigará a practicar bastante cada circuito. Por outro lado não existe qualquer detecção de colisões entre carros e podemos continuar a passar por cima deles como se nada fosse. É um pouco estúpido, mas é melhor nem me queixar.
Pode não parecer, mas o detalhe gráfico desta sequela é bem melhor
Já no que diz respeito aos audiovisuais, o jogo é também uma boa evolução do seu antecessor. Apesar de manter a mesma perspectiva vista de cima, o detalhe em cada circuito é agora bem melhor, embora não esperem por nada do outro mundo, até porque não deixa de ser um jogo de Famicom/NES. As indicações úteis como tempos, voltas e a nossa posição apenas surgem num mostrador logo a seguir à linha de partida, tal como no seu predecessor também. Já quanto ao som, continuamos a ter apenas simples melodias apenas no ecrã título, menus e afins, já durante as corridas apenas ouvimos o suposto ruído dos motores. Continua algo irritante, mas menos que no jogo anterior.
O sistema de gestão do carro numa pit stop é bem interessante, permitindo-nos avaliar e reparar o estado geral do carro ou até modificar algumas das customizações
Portanto este Family Circuit 91 é na mesma um jogo algo simples de corridas de F1, embora ainda acrescente muitos detalhes de simulação como toda a customização que o nosso carro pode receber e inclusivamente até dá para gravar parâmetros distintos para cada circuito, o que é um detalhe interessante. É também um jogo menos frustrante e injusto que o seu predecessor embora ainda nos obrigue a treinar bastante cada circuito, principalmente nos modos de dificuldade mais avançados. Um outro detalhe interessante a referir é que os menus estão practicamente todos em inglês já de origem, o que dá a entender que a Namco até considerou um eventual lançamento no ocidente, algo que nunca chegou a acontecer.
Voltando às rapidinhas é tempo agora de revisitar a Mega CD para mais um dos muitos jogos baseados em full motion video do seu catálogo. Depois de um jogo mais ou menos para a Mega Drive e outro para a Game Gear, foi a vez da Mega CD receber também um título da super popular série televisiva. Havia dois caminhos fáceis a tomar e um outro mais interessante que seria a de produzir um bom videojogo de acção que tirasse o melhor partido do hardware da Mega CD como o seu CPU adicional e as suas capacidades de sprite scaling e rotation, em conjunto com bom audio e cutscenes em FMV entre níveis. Infelizmente a maioria dos jogos de Mega CD ocidentais seguiram os caminhos mais fáceis: adaptar um jogo já existente na Mega Drive e chapar-lhe um ou outro nível extra, músicas em CD audio e ocasionalmente uma outra cutscene se tivermos sorte, ou então aproveitar a febre dos jogos todos em full motion video e claro, este Power Rangers teve de seguir esse caminho. O meu exemplar foi comprado algures em Fevereiro numa CeX, tendo-me custado pouco mais de 40€ após ter deixado lá algumas coisas para troca.
Jogo com caixa
Mas então em que consiste este videojogo dos Power Rangers? Basicamente é um quick time event gigante, onde ao longo de excertos de uma série de episódios da primeira temporada, vão-nos contando uma história ao longo de 9 episódios e teremos de pressionar uma série de botões assim que tal nos seja indicado no ecrã. Ao contrário de, por exemplo, Dragon’s Lair, onde apenas temos algumas pequenas pistas visuais sobre que botão teríamos de carregar e em que altura, aqui é tal coisa é explícitamente identificada no ecrã. E caso falhemos o pressionar do botão certo, ou levemos tempo demais para o fazer, nada é afectado na cena que estamos a assistir nem sequer perdemos uma vida, mas sofremos um pouco de dano, visível numa barra de vida presente no canto inferior do ecrã. Caso essa se esvazie é game over, embora vamos podendo ganhar uma série de continues mediante a nossa pontuação/performance no jogo em si. Para além disso, se quisermos jogar até ao fim temos mesmo de seleccionar o nível de dificuldade mais elevado, onde teremos mais QTEs, com um tempo de reacção bem mais curto e que também nos penaliza se pressionarmos os botões certos antes do tempo, pelo que decorar as sequências não é suficiente.
Este jogo é uma sequência de QTEs gigante e dividida ao longo de 9 capítulos. Ao menos aparece no ecrã a indicação dos botões a pressionar
No que diz respeito aos audiovisuais… bom, nada a dizer quanto ao som, pelo que o jogo utiliza as vozes dos actores norte-americanos da série (que eu não conhecia até ter jogado este jogo) e as suas músicas que são bem mais pesadas daquilo que eu me lembrava da série. Já em relação ao vídeo o jogo até utiliza todo o ecrã da Mega CD ao contrário de outros títulos que usam apenas uma pequena janela, mas a qualidade do vídeo em si é bastante fraca como é habitual na plataforma e é apenas fruto das limitações técnicas do sistema e da Mega Drive em si também. Nada de mais a apontar…
Ao menos confesso que ainda me deu uma certa dose de nostalgia ao ver estas cenas novamente ao fim de quase 30 anos
Portanto este é mais um daqueles jogos exclusivamente baseados em full motion video que, apesar de na sua época até terem tido um factor de impacto e novidade bem relevantes (eu ficava de boca aberta de cada vez que via publicidades à Mega CD na televisão), no entanto tal tipo de jogo acaba por envelhecer muito mal porque realmente não acrescentam nada de muito interessante à jogabilidade. Este em particular é uma sequência de quick time events gigante. É verdade que não é tão frustrante quanto o Dragon’s Lair, mas esse jogo tem muito, muito mais charme e carisma do que este Power Rangers alguma vez terá.
Depois de ter jogado o Wolfenstein II: The New Colossus no PC chegou finalmente a vez de jogar aquele que, até à data é o último jogo da série. Isto claro, sem contar com o Wolfenstein: Cyberpilot que saiu na mesma altura que este mas como é um spin-off que requer um capacete VR para ser jogado, devo deixá-lo de parte. Mas enquanto os Wolfenstein anteriores que foram também produzidos pela MachineGames eram first person shooters com uma jogabilidade brutal, mecânicas de jogo da velha guarda e uma narrativa excelente, este Youngblood acaba por ser uma desilusão ao apresentar-se como um jogo Co-Op e com algumas mecânicas de MMORPG que acabam por prejudicar bastante a sua jogabilidade, pelo menos no início. O meu exemplar sinceramente já não me recordo quando o comprei. Creio que foi numas campanhas da Worten, talvez numa black friday com o jogo a custar-me menos de 10€.
Jogo com caixa e papelada. Esta edição traz um código que supostamente nos permite convidar um amigo para jogar todo o jogo connosco.
Vamos começar como sempre pela história: a série Wolfenstein, particularmente desde o reboot introduzido com o Wolfenstein The New Order segue uma realidade alternativa: como seria o mundo se a Alemanha nazi tivesse ganho a segunda-guerra mundial? Particularmente com uma Alemanha extremamente poderosa a nível militar e tecnológico. Ambos os predecessores decorrem então maioritariamente nos anos 60, onde B.J. Blazkowicz se junta a vários grupos de resistência, tanto na Europa como nos Estados Unidos, e limpa o sebo a centenas de nazis. São jogos que possuem alguns vilões notáveis e várias cutscenes tensas e sádicas que só nos dão ainda mais vontade de os derrotar! Este Youngblood já se passa na década de 80 onde controlamos as filhas do Terror Billy, Jessie ou Sophia Blazkowicz que viajam dos Estados Unidos para Paris em busca do seu pai. Lá iremos nos juntar a um grupo de resistentes que vivem nos imensos subterrâneos das catacumbas da cidade e invariavelmente teremos também mais um ou outro vilão para derrotar, mas a narrativa está longe do brilhantismo dos seus predecessores.
A primeira missão passa-se a bordo de um Zeppelin gigante e serve como uma espécie de tutorial das mecânicas básicas de jogo que teremos pela frente. Para além disso é a única área do jogo que não poderemos visitar posteriormente.
Já no que diz respeito à jogabilidade, as mecânicas base dos seus antecessores estão todas lá: podemos equipar todo um arsenal de diferentes armas, o jogo oferece-nos a possibilidade de adoptar uma abordagem mais furtiva ou entrar mesmo a matar à Rambo, inúmeros coleccionáveis e claro, medkits e armaduras são também necessários para irmos sobrevivendo. O facto de este ser um jogo cooperativo, existem também uma série de mecânicas pensadas para esse efeito: cada uma das irmãs poderá ter equipada uma pep action, ou seja, gestos motivacionais que dão algumas vantagens a ambas, como causar muito mais dano durante alguns segundos, regenerar parcialmente (ou totalmente) as barras de vida, armadura, entre outros. Naturalmente que estas acções têm um período de cooldown para não serem abusadas. Há também pequenos puzzles que nos obrigam a colaborar, mas tendo em conta que joguei sozinho (com a outra irmã a ser controlada pelo CPU) estes foram apenas simples tarefas de abrir portas ou pressionar botões em simultâneo.
As pep actions são uma das novidades aqui introduzidas e prendem-se às mecânicas de cooperação. Cada uma das irmãs possui uma diferente habilidade que poderá ser usada ocasionalmente para ajudar ambas em momentos de maior aperto
Até aqui tudo bem, mas entram depois as mecânicas de RPG. Ao matar inimigos vamos ganhando pontos de experiência e dinheiro. Os primeiros fazem com que subamos de nível e fiquemos fisicamente mais fortes, já o dinheiro pode ser gasto em diversos upgrades para cada uma das armas que vamos coleccionando, assim como diferentes habilidades. E que habilidades são essas? Para além de coisas como extender permanentemente o nosso limite de vida ou armadura, podemos também desbloquear coisas como: usar duas armas em simultâneo ou usar armas pesadas como as Laserhammer ou Dieselhammer que muito jeito dão. E isto eram habilidades que nos jogos anteriores poderíamos fazer normalmente!! As armas pesadas dão um grande jeito para combater bosses ou inimigos mais poderosos e aqui estamos muito fracos inicialmente, pelo menos até conseguirmos fazer o grind suficiente para comprar uma série de habilidades necessárias. Mesmo para quem quiser optar por uma jogabilidade mais furtiva, existem certas habilidades que terão de ser compradas para tornar a nossa tarefa mais fácil.
Sendo este um jogo cooperativo e algo open world, introduziram também várias mecânicas de RPG. Pena que os inimigos também façam level scaling no entanto.
Ao menos para além das 5 missões que compõem a história principal, vamos tendo toda uma imensidão da cidade de Paris para explorar e muitas missões secundárias para cumprir. Estas são a melhor forma que temos para ir ganhando a experiência e dinheiro necessários para conseguir ir desbloqueando as habilidades (e melhorar as armas) para nos aproximarmos mais à experiência de jogo dos seus predecessores. Mas mesmo existindo um sistema de experiência que vá evoluindo a nossa personagem, não quer dizer que áreas de Paris que exploremos inicialmente no jogo passem a ser um passeio no parque, pois todos os inimigos têm também um sistema de level scaling que vai acompanhando o nível da nossa personagem. Para além disso, tendo em conta que joguei sozinho, a própria inteligência artificial da irmã não é grande coisa e muitas vezes atrapalha mais do que ajuda, ao tapar-me o ângulo de tiro ou revelar-se para uma série de inimigos quando eu estava a tentar ser mais sneaky. Para além disso, a possibilidade de um head shot não ser suficiente para matar um inimigo sem qualquer capacete, ou mesmo a necessidade de despejar quase um clip inteiro de uma metralhadora para qualquer inimigo básico obrigou-me mesmo a diminuir um nível na dificuldade standard do jogo.
Os combates continuam brutais e a acção intensa como sempre, pena é que muitas das habilidades básicas de outros jogos tenham aqui de serem desbloqueadas!
Já no que diz respeito aos audiovisuais este é mais um jogo muito bem competente. Os inimigos vêm em todos os tamanhos e feitios e a cidade de Paris está bem representada, misturando os seus edifícios típicos com toda aquela arquitectura opressora da máquina de guerra nazi. Aliás, mundo que aqui exploramos não é um mundo inteiramente aberto, mas sim um conjunto de diferentes áreas acessíveis através de túneis de metro que estão interligados entre si. Dá mesmo a ideia de ser uma visão próxima daquilo que a Raven pretenderia fazer com o Wolfenstein de 2009 e falharam miseravelmente. De resto, e sendo este um jogo dos anos 80, até a sua banda sonora captura perfeitamente muita da música mais synth pop/rock que se fazia na época. No entanto tal como referi acima, acho que a narrativa deste jogo ficou muito aquém das expectativas e a personalidade das irmãs Jess e Soph são mesmo as de adolescentes histéricas que muito me irritou. Faltaram mesmo aquelas cutscenes mais tensas ou até os momentos mais bizarros dos outros jogos, o que de certa forma até se entende dada a natureza mais open world deste jogo.
A cidade de Paris até que está bem representada, com toda a sua arquitectura clássica misturada com a imagem nazi e muitos vibes dos anos 80 também.
Portanto e para concluir, apesar de todas as minhas críticas devo dizer que até gostei deste jogo. Mas começou a acontecer apenas a partir da sua segunda metade, pois já tinha evoluído minimamente a minha personagem com habilidades básicas que já faziam parte dos jogos anteriores e assim consegui melhor desfrutar da experiência. Mas tal não deveria ser necessário em primeiro lugar! E jogando com um amigo de maneira cooperativa deve ser bem mais interessante, de facto. Mas ainda assim, com os outros jogos com uma jogabilidade excelente logo de início e acima de tudo uma narrativa bem mais empolgante, este Youngblood fica uns bons furos abaixo dos seus predecessores.
Na busca de um bom jogo de futebol para a PC Engine foi agora altura de experimentar este primeiro Formation Soccer, produzido pela Human Entertainment e lançado exclusivamente no Japão algures durante o ano de 1990. Já se joga melhor que os outros que experimentei até agora, mas ainda está longe de ser um FIFA ou ISS. Ainda assim é uma série que vou dar alguma atenção pois a Human ainda lançou vários jogos desta série com regularidade até 1998 (já na PS1) e um último em 2002 para a Game Boy Advance. Por exemplo, a primeira sequela deste Formation Soccer é nada mais nada menos que o Super Formation Soccer de 1991 para a Super Famicom, que chega ao Ocidente no ano seguinte sob o nome de Super Soccer. O meu exemplar foi comprado algures em Fevereiro passado a um particular por 8€.
Jogo com caixa e manual embutido com a capa
No que diz respeito aos modos de jogo, este é ainda um título bastante simples, permitindo-nos escolher entre partidas amigáveis (para um ou vários jogadores) e um modo torneio que poderá ser também jogado com vários jogadores, embora não o tenha experimentado dessa forma. Aqui apenas temos 16 selecções nacionais à nossa disposição e depois de o fazermos resta-nos escolher qual das formações em campo queremos optar, assim como o controlo automático ou manual do guarda-redes. Neste último o GR ainda se posiciona na baliza de forma automática, mas o atirar-se para defender uma bola é feito por nós com o pressionar de um botão. De resto os controlos são relativamente simples. Quando estamos na posse de bola temos um botão para rematar e o outro para passar, com a linha de passe a ser definida com uma seta sobre a cabeça de um dos nossos colegas de equipa. Se quisermos alterar a linha de passe poderemos fazê-lo ao pressionar em run, enquanto que se quisermos pausar o jogo usamos o select. Pena no entanto que na maior parte das vezes não temos uma linha de passe em condições, particularmente se somos o jogador mais avançado, o resto da equipa nem sempre acompanha da melhor forma. Já quando estamos sem a posse de bola temos um dos botões faciais para fazer uma rasteira e tentar roubar a bola ao adversário, enquanto o botão run serve também para alternar entre o jogador seleccionado. De resto é ainda uma interpretação algo simples do desporto, enquanto joguei nunca houve nenhuma falta por muitas rasteiras que fizesse e não temos as opções de jogos mais avançados que sairam posteriormente, como fazer substituições, gerir a fadiga dos atletas, etc.
Antes de cada partida temos este ecrã para escolher a táctica e o controlo do guarda-redes
A nível audiovisual é também um jogo ainda algo simples. No que diz respeito aos gráficos, para um título de 1990 não está mau de todo, com um campo colorido e bem detalhado. Os jogadores possuem sprites minimamente bem detalhadas apesar de serem todos iguais entre si excepto o equipamento. Ainda assim nem todas as selecções têm o equipamento com as suas cores correctas, como é o caso do Uruguai jogar com uma camisola amarela e riscas vermelhas ou a Polónia de cor-de-rosa. Já passando para o som, aqui sim, é uma desilusão considerável. Existem músicas durante o jogo bem como aquele ruído branco que simula o barulho do público, mas as músicas são bastante irritantes. Ocasionalmente temos também direito a algumas vozes digitalizadas, mas são as vozes mais monocórdicas de sempre, particularmente a voz que grita “golo”, é tão aborrecida que parece sempre algum adepto da equipa adversária quando sofre um golo.
O 1 é o jogador que controlamos no momento, enquanto que o jogador que tem a seta sobre a sua cabeça é a linha de passe seleccionada no momento
Portanto este é ainda um jogo de futebol bastante simples e que também não envelheceu lá muito bem. No entanto, sendo o primeiro jogo deste desporto no sistema (saiu em 1990) tem a desculpa que outros títulos como o J. League Greatest Eleven ou J.League Tremendous Soccer ’94 não têm por serem lançamentos mais tardios. Mas também como já referi acima, esta série Formation Soccer da Human ainda teve um sucesso considerável no Japão, pelo que estou também curioso em ver a sua evolução com o tempo.
O primeiro Vectorman, produzido pela Blue Sky Software foi lançado em 1995 como uma espécie de resposta da Sega ao Donkey Kong Country da Super Nintendo visto que este também utilizava sprites pré-renderizadas. E embora tendo sido um jogo bem menos colorido que o da Super Nintendo, não deixava de ser também graficamente impressionante por todos os efeitos gráficos lá implementados. E já quase no final de 1996 é lançada uma sequela para a mesma consola, no entanto, devido a ter sido já um lançamento tardio na Mega Drive, infelizmente o jogo acabou por nunca ter sido lançado fora das Américas. O meu exemplar foi comprado no eBay algures em Janeiro deste ano por cerca de 45€.
Jogo com a sua caixa de cartão, manual e registration card.
A história leva-nos pouco tempo após o final do primeiro jogo, onde Vectorman viaja numa nave espacial que é atingida por mísseis e se despenha na Terra. Aqui descobrimos uma nova ameaça, mas em vez de termos de lutar contra um outro exército de robots, são agora insectos mutantes que nos ameaçam.
O primeiro conjunto de níveis decorrem à noite, pelo que a única fonte de luz são mesmo os nossos disparos
No que diz respeito à jogabilidade a mesma é muito similar à do primeiro jogo, com o Vectorman a poder-se transformar em diversas formas distintas, cada qual com diferentes habilidades que serão necessárias para atravessar alguns níveis. A diferença é que cada transformação está agora associada a um nível distinto e no que diz respeito aos controlos, o esquema mantém-se idêntico, com um botão para saltar e outro para disparar. Um helicóptero, tornado ou a simples mudança dos seus “pés” para patins em linha são algumas das transformações associadas a níveis que poderemos encontrar. Ao destruir inimigos poderemos no entanto adquirir alguns power ups que nos deixam também absorver algumas das suas habilidades como desbloquear um escudo protector, transformar num escorpião que também ataca com uma cauda, ou num escaravelho com um corno como um rinoceronte, capaz de também causar bastante dano a outros inimigos e destruir algumas paredes.
Pena que nem todos os bosses sejam tão imponentes quanto o primeiro!
Existem no entanto vários outros power ups a ter em conta como multiplicadores de pontos, itens que nos regenerem e/ou extendem a barra de vida, checkpoints, relógios que adicionam alguns segundos ao tempo limite para terminar o nível, vidas extra e várias outras armas de fogo, que por sua vez possuem também munições limitadas. Algumas destas armas são extremamente úteis como os poderosos raios laser que fazem ricochete em inimigos ou superfícies, mas infelizmente a única forma de sabermos que as munições se estão a esgotar é se o seu ícone começar a piscar no canto inferior esquerdo do ecrã. De resto temos também as esferas de energia que são meramente coleccionáveis. No entanto, ao coleccionar um mínimo de 80% destas esferas desbloqueia um nível de bónus. Temos 3 níveis de bónus distintos e todos eles com mecânicas de shmup. Um é um shmup horizontal, outro algo parecido com o Asteroids e ainda outro parecido com um Space Invaders, onde apenas nos podemos deslocar da esquerda para a direita e disparar para cima.
Alguns níveis até que têm alguns conceitos interessantes, como este onde jogamos perto de um tornado que constantemente nos puxa numa direcção
No que diz respeito aos audiovisuais, o primeiro jogo era de facto bastante impressionante com todos os truques gráficos que nos apresentava. E este começa da mesma forma: o primeiro conjunto de níveis são bastante escuros, com a pouca luz disponível ser a dos nossos próprios disparos, cuja luz atravessa os cenários e inclusivamente se reflecte na própria sprite do Vectorman. O primeiro boss é também impressionante pelo seu tamanho e detalhe, mas a partir daí, e tirando uma ou outra excepção, o jogo já não tem tanto truque gráfico como o seu predecessor. Nada de especial a apontar aos efeitos sonoros que cumprem bem o seu papel. O jogo possui também várias vozes digitalizadas especialmente sempre que apanhemos algum power up e a banda sonora também não é nada má de todo, sendo muito influenciada por música electrónica, o que se adequa perfeitamente ao estilo de jogo.
Existem 3 tipos de níveis de bónus distintos, todos eles baseados em diferentes shmups
Portanto este Vectorman 2, apesar de não ser tão impressionante tecnicamente ou até variado como o seu predecessor, não deixa de ser um jogo de acção bem competente na biblioteca da Mega Drive. Mesmo tendo sido lançado já perto do final de 1996 nas Américas, é uma pena que não tenha recebido um lançamento europeu em 1997. A Mega Drive já não venderia tanto como em anos anteriores, mas creio que tinha ainda uma fatia de mercado considerável, pelo que um lançamento europeu, mesmo que em menor número como foi o caso do The Lost World, poderia ter perfeitamente acontecido.