Power Rangers (Sega Mega CD)

Voltando às rapidinhas é tempo agora de revisitar a Mega CD para mais um dos muitos jogos baseados em full motion video do seu catálogo. Depois de um jogo mais ou menos para a Mega Drive e outro para a Game Gear, foi a vez da Mega CD receber também um título da super popular série televisiva. Havia dois caminhos fáceis a tomar e um outro mais interessante que seria a de produzir um bom videojogo de acção que tirasse o melhor partido do hardware da Mega CD como o seu CPU adicional e as suas capacidades de sprite scaling e rotation, em conjunto com bom audio e cutscenes em FMV entre níveis. Infelizmente a maioria dos jogos de Mega CD ocidentais seguiram os caminhos mais fáceis: adaptar um jogo já existente na Mega Drive e chapar-lhe um ou outro nível extra, músicas em CD audio e ocasionalmente uma outra cutscene se tivermos sorte, ou então aproveitar a febre dos jogos todos em full motion video e claro, este Power Rangers teve de seguir esse caminho. O meu exemplar foi comprado algures em Fevereiro numa CeX, tendo-me custado pouco mais de 40€ após ter deixado lá algumas coisas para troca.

Jogo com caixa

Mas então em que consiste este videojogo dos Power Rangers? Basicamente é um quick time event gigante, onde ao longo de excertos de uma série de episódios da primeira temporada, vão-nos contando uma história ao longo de 9 episódios e teremos de pressionar uma série de botões assim que tal nos seja indicado no ecrã. Ao contrário de, por exemplo, Dragon’s Lair, onde apenas temos algumas pequenas pistas visuais sobre que botão teríamos de carregar e em que altura, aqui é tal coisa é explícitamente identificada no ecrã. E caso falhemos o pressionar do botão certo, ou levemos tempo demais para o fazer, nada é afectado na cena que estamos a assistir nem sequer perdemos uma vida, mas sofremos um pouco de dano, visível numa barra de vida presente no canto inferior do ecrã. Caso essa se esvazie é game over, embora vamos podendo ganhar uma série de continues mediante a nossa pontuação/performance no jogo em si. Para além disso, se quisermos jogar até ao fim temos mesmo de seleccionar o nível de dificuldade mais elevado, onde teremos mais QTEs, com um tempo de reacção bem mais curto e que também nos penaliza se pressionarmos os botões certos antes do tempo, pelo que decorar as sequências não é suficiente.

Este jogo é uma sequência de QTEs gigante e dividida ao longo de 9 capítulos. Ao menos aparece no ecrã a indicação dos botões a pressionar

No que diz respeito aos audiovisuais… bom, nada a dizer quanto ao som, pelo que o jogo utiliza as vozes dos actores norte-americanos da série (que eu não conhecia até ter jogado este jogo) e as suas músicas que são bem mais pesadas daquilo que eu me lembrava da série. Já em relação ao vídeo o jogo até utiliza todo o ecrã da Mega CD ao contrário de outros títulos que usam apenas uma pequena janela, mas a qualidade do vídeo em si é bastante fraca como é habitual na plataforma e é apenas fruto das limitações técnicas do sistema e da Mega Drive em si também. Nada de mais a apontar…

Ao menos confesso que ainda me deu uma certa dose de nostalgia ao ver estas cenas novamente ao fim de quase 30 anos

Portanto este é mais um daqueles jogos exclusivamente baseados em full motion video que, apesar de na sua época até terem tido um factor de impacto e novidade bem relevantes (eu ficava de boca aberta de cada vez que via publicidades à Mega CD na televisão), no entanto tal tipo de jogo acaba por envelhecer muito mal porque realmente não acrescentam nada de muito interessante à jogabilidade. Este em particular é uma sequência de quick time events gigante. É verdade que não é tão frustrante quanto o Dragon’s Lair, mas esse jogo tem muito, muito mais charme e carisma do que este Power Rangers alguma vez terá.

Sobre cyberquake

Nascido e criado na Maia, Porto, tenho um enorme gosto pela Sega e Nintendo old-school, tendo marcado fortemente o meu percurso pelos videojogos desde o início dos anos 90. Fã de música, desde Miles Davis, até Napalm Death, embora a vertente rock/metal seja bem mais acentuada.
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