Wolfenstein II: The New Colossus (PC)

O Wolfenstein: The New Order foi uma das melhores surpresas de videojogos que tive nos últimos anos. Depois do algo desapontante Wolfenstein de 2009 a série entrou num hiato indefinido até que a Bethesda/id Software decidem confiar nos suecos da MachineGames para lançarem mais um reboot desta série e aquele que eu considero definitivo, pois para além de possuirem uma jogabilidade old school aliciante e bem implementada, toda a narrativa que a acompanhava era igualmente excelente. E em 2017 a Machinegames volta à carga com esta sequela que não fica nada atrás do seu antecessor! O meu exemplar foi comprado no ebay algures em Dezembro passado por cerca de 4 dólares. Já os portes e alfândega é que é outra história…

Jogo com caixa e mini manual

Tal como o seu predecessor, este é um jogo que decorre durante a década de 60, numa realidade alternativa onde os nazis tinham vencido a segunda guerra mundial devido aos seus avanços tecnológicos e subjugaram todo o mundo ao seu domínio tirano. E a história começa logo após os eventos do final do jogo anterior, dos quais eu não me vou alongar muito mas digamos que o BJ Blazkowicz volta a não ficar em muitas boas condições físicas, pelo que começamos o jogo com os nazis no nosso encalço e temos de nos defender estando ainda em cadeira de rodas! Eventualmente nos recompomos de alguma forma e é tempo de voltar à carga e passar ao ataque. Esta sequela foca-se então em libertar os Estados Unidos e iremos visitar algumas das suas localizações, incluindo uma Nova Iorque devastada por um ataque nuclear, mas também Roswell, Texas, Nova Orleães e outras surpresas.

Confesso que estava à espera de encontrar mais níveis deste género, com mais localidades icónicas norte-americanas sob o domínio nazi

Também tal como o seu predecessor este jogo mantém uma jogabilidade old school onde poderemos carregar todas as armas que encontramos, ficando assim com um arsenal considerável à nossa disposição e o uso de medkits ou armaduras é também algo a ter em conta. Também poderemos jogar tanto à Rambo como à Hitman de uma maneira mais furtiva e o jogo é igualmente super divertido em ambos os casos! Existem alturas em que o jogo nos encoraja a jogar de uma maneira mais furtiva e sabemos que isso acontece quando entramos numa nova área e recebemos a notificação de um (ou mais) sinais de rádio terem sido detectados. Estes são sinais dos radios dos oficiais da zona, que nos indicam também uma ideia da sua direcçãao e distância. O objectivo seria então de os tentar eliminar silenciosamente, passando despercebidos por todos os inimigos normais (ou neutralizando-os também de forma silenciosa pelo caminho). Caso sejamos descobertos, os comandantes são alertados e fazem soar o alarme, ordenando a todos os inimigos naquela zona que nos ataquem e inclusivamente poderão até chamar reforços. Claro que quando isto acontece é mesmo altura de jogar à Rambo pois seremos assolados por dezenas de inimigos em simultâneo e tal como no jogo anterior poderemos inclusivamente usar mais que uma arma em simultâneo, o que nos dá muito jeito para rapidamente matar os inimigos que surjam no nosso caminho. Já não me recordo bem, mas creio que no jogo anterior apenas poderiamos usar 2 armas semelhantes em simultâneo, por exemplo 2 pistolas, metralhadoras, shotguns, etc. Aqui podemos misturá-las livremente e ocasionalmente ainda teremos acesso a algumas armas mais pesadas que poderão ser roubadas a certos inimigos como metralhadoras pesadas ou outras mais high tech como armas laser ou lança chamas poderosos.

O balanço entre acção pura e furtividade continua muito bom!

De resto é também um jogo com algum foco na exploração pois teremos inúmeros coleccionáveis inteiramente opcionais para descobrir e apanhar. Desde vários tipos de documentos que enriquecem um pouco o contexto da história daquele mundo, passando por artwork desbloqueável, jóias e ouro tal como nos Wolfenstein clássicos, entre outros como vinis de artistas e músicas fictícias que foram criados propositadamente para estes Wolfenstein e que mimicam de certa forma os artistas e géneros musicais mais populares da década de 60, mas com motivos alusivos à alemanha nazi. Bandas como os The Bunkers, por exemplo! Mas sem dúvida que os coleccionáveis mais úteis são os upgrades que poderemos aplicar em todo o nosso arsenal, ou no caso dos oficiais, poderemos também recolher dos seus cadáveres códigos de encriptação para serem usados nas máquinas enigma. Tal como manda a lei na década de 60, são cartões perfurados! Esses cartões poderão ser utilizados para desbloquear missões de assassinamento a outros oficiais mais poderosos, onde teremos a hipótese de regressar a zonas que já teríamos visitamos no modo história e assim colectar mais alguns coleccionáveis, para além de assassinar os novos comandantes.

Claro que o Wolf3D tinha de marcar uma vez mais a sua presença, mas agora com os papéis trocados

Visualmente é um jogo bem competente e algo variado nos seus cenários. Começamos por explorar uma Nova Iorque e seus túneis do metro completamente em ruínas, posteriormente a pequena cidade de Roswel repleta de lojas típicas dos anos 60, mas claro agora sempre com um toque alemão. Já a Nova Orleães é também uma sombra, sendo agora relegada para um ghetto onde os indesejáveis do regime viviam em condições miseráveis. Naturalmente teremos também inúmeros bunkers e bases militares todas high tech para explorar e o espaço voltou a não ser esquecido, mas confesso que preferi as missões lunares do primeiro jogo. Ainda assim confesso que estava à espera de explorar mais cidades típicas americanas ou seja, estava a contar ver mais localizações como Roswell que apresentam todo um look anos 60 que misturam a estética norte-americana dessa época com a nazi. O voice acting e a narrativa como um todo são excelentes, e apesar de termos algumas cenas bem tensas com os vilões, temos também muitas mais cutscenes bem humoradas pelo meio. A banda sonora oscila entre o ambiental, especialmente tensa nos momentos de furtividade, com o rock e electrónica mais enérgicos próprios para os intensos combates que iremos eventualmente travar. Por outro lado temos também aquelas adaptações de músicas rock-pop típicas da década de 60, mas adaptadas à realidade alternativa do domínio nazi, tal como já referi algures acima.

A narrativa continua fantástica, mas há também um maior número de situações cómicas à nossa espera

Portanto este Wolfenstein II foi mais uma óptima experiência e a MachineGames ficou uma vez mais de parabéns pela execução do jogo ser tão boa a todos os níveis. Confesso que ainda assim prefiro o The New Order por uma magra margem, mas este jogo é também excelente. Infelizmente, ao contrário do Wolfenstein: The Old Blood que foi originalmente idealizado como um conjunto de DLCs mas acabou por ser lançado à parte como um lançamento independente, aqui temos algumas histórias paralelas travadas por outros protagonistas para explorar, mas essas estão mesmo apenas disponíveis como DLC. Talvez se um dia os apanhar ao desbarato os compre, pois fiquei bem curioso com isso. Por outro lado também, este jogo foi sucedido pelo Wolfenstein: The Youngblood que já é uma experiência completamente diferente (com muito foco no co-op) e já não foi tão bem recebida. A ver então como vão dar continuidade à série no futuro!

Sobre cyberquake

Nascido e criado na Maia, Porto, tenho um enorme gosto pela Sega e Nintendo old-school, tendo marcado fortemente o meu percurso pelos videojogos desde o início dos anos 90. Fã de música, desde Miles Davis, até Napalm Death, embora a vertente rock/metal seja bem mais acentuada.
Esta entrada foi publicada em PC com as etiquetas , , . ligação permanente.

Uma resposta a Wolfenstein II: The New Colossus (PC)

  1. Pingback: Wolfenstein: Youngblood (Sony Playstation 4) | GreenHillsZone

Deixe uma Resposta

Preencha os seus detalhes abaixo ou clique num ícone para iniciar sessão:

Logótipo da WordPress.com

Está a comentar usando a sua conta WordPress.com Terminar Sessão /  Alterar )

Facebook photo

Está a comentar usando a sua conta Facebook Terminar Sessão /  Alterar )

Connecting to %s

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.