Wonder Momo (PC Engine)

Tempo de voltar à PC Engine para mais uma das várias conversões de jogos arcade que a Namco trouxe para este sistema. Lançado originalmente em 1987 nas arcades este Wonder Momo é um beat ‘em up simples (porém bastante difícil) e também uma sátira aos programas televisivos super sentai, como era o caso do Ultraman. Mas com uma protagonista feminina, onde a Namco aproveitou também para incluir imenso fan service. Felizmente foi também um jogo que recebeu um patch de tradução feito por fãs há poucos anos atrás, pelo que foi essa versão traduzida que joguei em emulação. O meu exemplar foi comprado num lote a um particular no mês de Julho do ano passado, creio que me terá custado algo em volta dos 25€.

Jogo com caixa e manual embutido com a capa

O jogo tem um conceito original. Apesar de nós controlarmos uma jovem rapariga que parte para dar pancada em todos os inimigos mascarados que nos atravessam pelo caminho, na verdade todos os cenários são apresentados como se uma peça de teatro se tratasse, com uma cortina a levantar-se entre níveis, bem como o público e palco sempre visíveis. No entanto, a variedade de cenários e inimigos não é a melhor.

Apesar de ser um exclusivo japonês, existe um patch de tradução feito por fãs.

Na teoria os controlos são simples, com um botão para saltar e outro para dar pontapés. No entanto há algumas particularidades a ter em conta: Ao pressionarmos o direccional para cima em conjunto com o botão de salto podemos saltar mais alto e mediante uma série de diferentes contextos, os pontapés de Momo são também diferentes e com diferentes alcances. Por exemplo se saltarmos sem pressionar nenhuma direcção e atacarmos em pleno ar, o pontapé é bem diferente do que o que executamos quando saltamos numa direcção específica. A postura de Momo também é importante pois para além das posturas laterais, ao pressionar levemente o d-pad na direcção contrária Momo vira-se para o público. Se nos agacharmos e atacarmos, Momo dá um pontapé duplo com uma espargata. Se o fizermos em conjunto com um salto acaba também por ser uma óptima maneira de atacar inimigos aéreos de ambos os lados. Mas dominar todas essas posturas e movimentos é uma tarefa muito ingrata, pois os inimigos começam a ser cada vez mais numerosos e agressivos à medida que o jogo vai avançando.

O botão de ataque pode ser usado para diferentes pontapés mediante o contexto. Isto é o mais difícil de dominar!

Mas o foco do jogo é mesmo a possibilidade de Momo se transformar numa super heroína e assim ganhar mais poderes. Temos duas maneiras de fazer isto. Na postura frontal, ou seja, voltada para o público poderemos pressionar o botão de ataque repetidamente de forma a que Momo rodopie e se transforme, ou poderemos eventualmente apanhar um power up para o efeito (um mini-furacão que ocasionalmente surge no ecrã). Esta última maneira é a mais segura pois o jogo pausa durante a sua transformação, enquanto que a transformação manual pode ser interrompida caso sejamos atacados por algum inimigo. Nesta forma de super herói Momo consegue saltar muito mais alto e teoricamente os seus golpes são também mais fortes. Para além disso ganha também um hula hoop que pode ser atirado aos inimigos, embora tenhamos de esperar que o mesmo volte até nós para o usar novamente. Algo que convém também referir são as duas barras de energia no topo esquerdo do ecrã: vital e wonder. A primeira é auto explanatória, sendo a nossa barra de vida, cuja é apenas minimamente regenerada entre níveis. A segunda vai-se enchendo com os golpes que vamos aplicando aos inimigos e, a partir do momento que nos transformamos, esta vai sendo consumida lentamente pelo que teremos de ser o mais eficazes possível.

Fotógrafos marotos que tentam espreitar para as partes íntimas de uma miúda da secundária são um perigo constante

Mas era impossível falar deste Wonder Momo sem também referir o seu fan service. Um dos inimigos que temos de ter especial atenção é uma pessoa com uma máquina fotográfica que se vai deslocando à frente do palco. Assim que este estiver mesmo debaixo da Momo saca-lhe uma fotografia às suas partes íntimas, o que a deixa momentaneamente embaraçada e susceptível a sofrer dano adicional. Para além der possível de ver parte das suas cuecas quando salta, na sua versão arcade as cortinas de transição de níveis vão tendo diferentes imagens de Momo, sendo uma delas a miúda deitada vestida apenas com uma toalha de banho. A versão PCE não tem isso, mas para compensar vamos tendo direito a algumas pequenas cutscenes entre alguns níveis, onde Momo surge cada vez com menos roupa e em poses provocantes.

A segunda metade de cada nível coloca-nos sempre a enfrentar um ou mais bosses em simultâneo

De resto a nível técnico é um jogo com um certo charme mas que também acaba por deixar algo a desejar. Não há uma grande variedade de cenários e inimigos e o facto de o jogo se passar num palco, os níveis são também bastante pequenos. A versão arcade é um pouco melhor nesse aspecto ao ter um pouco mais de variedade e os cenários serem também mais bem detalhados do que nesta versão. Para além disso, a versão arcade possuía vários clipes de voz digitalizada que infelizmente foram cortados nesta versão. As músicas apesar de não serem propriamente desagradáveis também não variam muito entre si e os efeitos sonoros são bastante básicos, na minha opinião.

As cutscenes que nos vão mostrando com o progresso do jogo vão ficando cada vez mais impróprias também

Portanto este é um jogo que apesar de ter um certo charme, é também bastante desafiante, com golpes distintos que podemos executar e inimigos que fazem respawn constante nas alturas mais inconvenientes. Foi daqueles que mesmo jogando em emulação e com ajuda dos save states me deu ainda bastante trabalho! Para além disso, acho que seria um jogo que beneficiaria também de ter sido lançado num HuCard de maior capacidade, pois acho que os gráficos do original arcade não estão nada longe das capacidades que a PC Engine consegue apresentar.

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Area 51 (Sony Playstation 2)

Tempo de voltar à Playstation 2 para mais um first person shooter que tinha aqui em backlog. Produzido pela Midway (não confundir com o jogo arcade de 1995 publicado pelos mesmos nas consolas da época), este é um jogo cujo maior factor publicitário era mesmo o de possuir voice acting do David Duchovny, Marylin Manson e mais alguns actores não tão famosos. Sinceramente não me recordo nem onde, nem quando o comprei, muito menos quanto terá custado. Mas foi seguramente barato, abaixo dos 5€.

Jogo com caixa, manual e papelada

Apesar do talento de voz de vários nomes conhecidos, sinceramente não achei a história nada de especial. O jogo coloca-nos no papel de Ethan Cole, membro de uma unidade de reacção rápida de elite, que havia sido chamada para conter uma contaminação nos laboratórios secretos da Area 51. Um poderoso vírus capaz de transformar os humanos que contamina, tornando-os em criaturas grotescas, porém poderosas, está rapidamente a contaminar todas as instalações secretas. À medida que o jogo vai progredindo há toda uma teoria de conspiração que também se vai desenrolando, envolvendo os Illuminati e claro, os aliens cinzentos que figuram na capa do jogo.

Ocasionalmente teremos algumas cutscenes em CGI que avançam a história

No que diz respeito às mecânicas de jogo, estas são ainda as de um FPS da velha guarda, na medida que vamos poder apanhar várias armas distintas e mantê-las todas no nosso arsenal. Pistolas, metralhadoras, shotguns, sniper rifles e claro, armas alienígenas são alguns dos exemplos. Podemos ainda usar alguns pares de armas em simultâneo, como a metralhadora e shotgun, embora de forma apenas temporária. Para além de um scanner que eventualmente teremos de utilizar para desbloquear o progresso no jogo (e descobrir também vários documentos secretos), o grande factor diferencial na jogabilidade é o facto de nós eventualmente ficarmos também infectados (desculpem lá o pequeno, porém necessário spoiler) e quando isso acontece iremos também ter a possibilidade de alternar entre a forma humana e mutante. Na forma mutante ficamos mais poderosos, embora não possamos usar armas de fogo. Temos no entanto dois poderes, um que nos regenera a vida, outro que pode contaminar os inimigos. Cada vez que usemos estas habilidades temos também uma barra de energia que se vai gastando, sendo que essa pode ser regenerada ao atacar inimigos na forma mutante, interagir com certos cadáveres com uma grande carga viral ou, tal como a barra de vida, também poderemos encontrar alguns itens para o efeito. Outra utilidade da forma mutante é o o facto de termos uma visão melhorada que salienta a posição dos inimigos, incluindo os soldados que usam camuflagem invisível.

O jogo começa de forma algo tranquila, incluindo um tutorial disfarçado

Para além do modo história, o jogo teria também uma forte componente multiplayer. Para além de multiplayer local em split screen, este jogo oferecia também partidas online, mesmo na versão da Playstation 2. Mas não cheguei a experimentar nem um nem outro e duvido que os servidores oficiais ainda estivessem sequer activos. De resto para além dos segredos que poderemos descobrir ao longo do jogo e alimentam ainda mais as teorias da conspiração lá introduzidas, vários outros extras como pequenos trailers ou making of podem também ser desbloqueados, o que é sempre interessante.

As criaturas que iremos enfrentar e eventualmente também nos transformar

A nível audiovisual é um jogo competente para uma PS2, mas longe do brilhantismo do Black. Tendo em conta que todo o jogo se passa na Area 51, não há uma grande variedade de níveis. A sua maioria decorre em laboratórios ou zonas mais industriais/militares muito parecidos entre si, embora ocasionalmente ainda encontremos algumas surpresas, como um cenário de estúdio da primeira viagem à Lua, só mesmo para meter sal na ferida. Os últimos níveis já são todos passados em bases com tecnologia extra-terrestre, o que lhes dá um aspecto bem distinto dos restantes. Kudos também para o Easter egg da máquina arcade do Area 51 da Atari de 1995, que como já referi acima, foi publicado para as consolas pela própria Midway também. O voice acting traz-nos várias vozes conhecidas como também já referi. Mas mesmo assim, não o achei nada de empolgante. A própria voz do David Duchovny é usada principalmente a narrar a introdução de cada capítulo e sinceramente não achei a narrativa nada de empolgante. A banda sonora também me passou um pouco ao lado, pois pouco ficou na memória.

Algumas armas podem ser usadas aos pares, embora apenas temporariamente.

Portanto este Area 51 é um FPS bem competente, embora sinceramente me arrependa de não ter antes comprado a versão PC, não só por ter melhores gráficos, mas também pelo suporte ao rato e teclado que acaba por fazer toda a diferença. Ainda tive de perder algum tempo nesta versão a ajustar os melhores valores de sensibilidade dos analógicos para o deixar o mais fluído possível. De resto é um jogo que apesar de algumas boas ideias (como a capacidade de nos transformarmos num mutante com poderes distintos), a sua narrativa é bastante aborrecida, particularmente tendo em conta que possui alguns actores profissionais a dar a sua voz.

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NFL Sports Talk Football ’93 Starring Joe Montana (Sega Mega Drive)

Vamos voltar à Mega Drive para mais uma rapidinha a um jogo de futebol americano, desta vez um publicado pela própria Sega. Já cá tinha trazido o primeiro Joe Montana Football no passado onde inclusivamente aprofundei um pouco as suas origens, desde o negócio em trazer o Joe Montana, uma super estrela do desporto na sua época para dar a sua cara e nome numa série de videojogos deste desporto, ou mesmo a tentativa da Sega em contratar a EA para produzir esse jogo, embora eles já estivessem a trabalhar nos Madden. O meu exemplar foi comprado algures em Janeiro por cerca de 10€ a um particular numa feira de velharias.

Jogo com caixa e manual

Depois desse primeiro Joe Montana Football e o seu ciclo de desenvolvimento atribulado, a Sega contratou o estúdio norte-americano Blue Sky Software para o desenvolvimento da sequela. Na verdade eles até já tinham desenvolvido a versão Master System do primeiro Joe Montana Football. E a primeira sequela do Joe Montana foi o Joe Montana II Sports Talk Football, lançado em 1991. No que diz respeito à jogabilidade em si, a perspectiva da câmara passou a ser horizontal, o que a meu ver até complicou um pouco mais as coisas, mas do ponto de vista técnico a grande novidade estava mesmo na introdução da tecnologia “Sports Talk”. Basicamente o jogo tinha imensas vozes digitalizadas com comentários que iam ao próprio nível da jogada em si, o que era bastante impressionante para a época. Nesse sentido este jogo, tendo sido também desenvolvido pela Blue Sky, é essencialmente uma melhoria do que havia sido introduzido no seu predecessor.

O ecrã inicial não é lá muito apelativo mas é aqui onde podemos escolher os modos de jogo, que equipas queremos representar e outras opções genéricas

A maior diferença está mesmo na licença da NFL, pelo que pelo menos todas as equipas aqui trazidas são equipas reais e, pelo que o manual indica, creio que os jogadores também o sejam. A nível de modos de jogo podemos optar por partidas individuais ou o modo temporada. O objectivo em cada partida é o mesmo de sempre: para quem está a jogar ao ataque a ideia é inicialmente seleccionar uma jogada do nosso playbook, passar a bola ao quarterback para que este consiga passar a bola a quem se estiver a desmarcar à frente e assim consiga conquistar o máximo de terreno possível até ao touch down. Para quem estiver a defender também teremos de escolher uma jogada do playbook e tentar ao máximo bloquear o progresso dos oponentes ou até interceptar-lhes alguma jogada. Até aqui tudo bem, mas sinceramente não gosto muito desta perspectiva horizontal, nem o sistema de zoom de câmara que a Blue Sky aqui implementou, para além de todas as diferentes combinações de botões que teremos de utilizar nos diferentes contextos.

A perspectiva lateral não é tão interessante quanto a horizontal apresentada nos Madden

A nível audiovisual é um jogo muito básico na sua apresentação, particularmente a dos menus. Durante as partidas até que gosto das animações dos jogadores, mas a série Madden é sobejamente superior no aspecto gráfico. Já no que diz respeito ao som, nada de especial a apontar às músicas que apenas são ouvidas nos menus e ecrã título e não são nada de particularmente interessante. O foco recai então precisamente na tecnologia Sports Talk. As vozes digitalizadas não são propriamente de uma qualidade fora de série, mas o facto de haverem comentários distintos para todas as jogadas e situações no geral é de facto algo impressionante para um jogo de 1992.

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Professor Layton and the Miracle Mask (Nintendo 3DS)

A série Professor Layton foi das que mais gostei de jogar na Nintendo DS. Apesar de ser direccionada para um público casual pois a sua jogabilidade está inteiramente assente na resolução dos mais variadíssimos puzzles que possam imaginar, a sua direcção artística e valores de produção no geral sempre foram fantásticos, especialmente considerando o hardware mais limitado onde corriam. Este Professor Layton and the Miracle Mask é o quinto jogo da saga, segundo da segunda trilogia e o primeiro a sair para a Nintendo 3DS, algures em 2012. O meu exemplar sinceramente já não me recordo nem quando, nem onde o comprei, mas lembro-me que não foi caro.

Jogo com caixa, papelada e um extenso manual. Algo raro na 3DS, muito menos um manual europeu a cores

A segunda trilogia de Layton é uma prequela à trilogia original, iniciando-se 3 anos antes dos eventos de Professor Layton and the Curious Village. Neste Miracle Mask encarnamos uma vez na equipa liderada pelo Layton, professor de arqueologia, Emmy, sua assistente e o jovem Luke, seu aprendiz. Após Layton receber um pedido de ajuda de Angela, sua amiga de infância, estes deslocam-se à metrópole de Monte D’Or, uma cidade erguida do nada no meio do deserto e que muito tem vindo a enriquecer ao longo dos anos. Mas esse progresso corre sérios riscos de ruir, com o aparecimento do “Masked Gentleman”, um vilão que aparentemente teria cometido vários “milagres” de maneira cada vez mais espalhafatosa, como transformar pessoas aleatórias em estátuas, tal como presenciamos assim que chegamos pela primeira vez à cidade. Muitos das mais ilustres figuras de Monte d’Or são também velhos conhecidos de Layton, pelo que invariavelmente a trama estará ligada a vários acontecimentos do seu passado. Para além de explorar essa cidade, teremos alguns capítulos específicos que já decorrem no passado e na pequena aldeia de Stansbury, onde controlamos um Professor Layton bem mais jovem.

A componente de aventura obriga-nos a explorar bem todos os cenários e falar com todas as personagens que nos aparecem

No que diz respeito à jogabilidade, a sua essência mantém-se muito semelhante à dos seus predecessores. Temos portanto aquela componente de aventura onde iremos explorar os mais variados cenários, falar com diversas personagens e clicar em vários locais aleatórios em busca de alguns segredos como as hint coins ou puzzles escondidos. Invariavelmente para progredir na história teremos de resolver toda uma série de puzzles que tanto podem ser mais baseados em lógica e a sua solução por processo de eliminação, outros mais interactivos onde teremos de manobrar diferentes objectos para chegar à solução, por exemplo. Já não jogava um Professor Layton desde o Spectre’s Call que o joguei algures em 2013 e devo dizer que ou eu estou completamente destreinado para estes puzzles, ou achei muitos deles bem mais desafiantes que os jogos anteriores. De qualquer das formas, mediante as hint coins que poderemos vir a descobrir poderemos também activar uma série de dicas que nos podem ajudar a resolver todos esses puzzles. E apesar de a esmagadora maioria dos puzzles serem opcionais, ou seja, apenas são activados quando falamos com alguém ou interagirmos com certos objectos nos cenários, existem vários checkpoints ao longo da história onde o nosso progresso no jogo é travado se não tivermos resolvido um número mínimo de puzzles.

Alguns dos puzzles obrigam-nos mesmo a pensar fora da caixa!

Para além de todos esses puzzles, existem também uma série de mini-jogos que iremos desbloquear e que são inteiramente opcionais. Um deles consiste em treinar um coelho de circo, ensiná-lo vários truques e usar essas acções que ele aprende em várias pequenas peças de teatro. Noutro temos de organizar objectos numa prateleira de loja, de forma a que quando um cliente compre um item, seja “encorajado” a comprar todos os outros. Outro ainda são os circuitos onde teremos de guiar, em segurança, um robot mecânico para a sua saída. E claro, mesmo depois de terminarmos o jogo, poderemos desbloquear toda uma série de puzzles adicionais, alguns que requerem que terminemos também os mini jogos mencionados acima, bem como os tais puzzles diários, que seriam 365 puzzles adicionais que seriam desbloqueados diariamente. Existe muito conteúdo neste jogo para quem o quiser completar ao 100%.

O que não falta é conteúdo adicional como diversos mini jogos diferentes

No que diz respeito aos gráficos, na sua essência este jogo mantém a excelência das suas animações que muito me fazem lembrar as animações clássicas de filmes europeus, embora se note um ou outro traço mais anime. Para além das várias cutscenes bem animadas e acima de tudo, diálogos narrados com um sotaque britânico exemplar, durante o jogo em si também poderemos ver algumas animações com as personagens modeladas em 3D. A Nintendo 3DS é um sistema mais capaz que o seu antecessor neste aspecto e, apesar de eu preferir de longe os visuais mais 2D (que mesmo assim resultam bem quando ligamos o efeito 3D do sistema), visto que os modelos 3D poligonais mantêm na mesma aquele aspecto de desenho animado, acabam por ser também satisfatórios. A música é uma vez mais também muito bem conseguida, com a banda sonora a ser bastante eclética e as músicas a manterem aquele feeling europeu dos anos 50/60.

As animações felizmente continuam excelentes!

Portanto este pareceu-me mais um óptimo jogo da série Professor Layton. A maneira como a série está montada é perfeita para pequenas sessões de jogo e irmos resolvendo um ou outro puzzle de cada vez. E para quem o jogar assim, apenas em sessões curtas, será mesmo um jogo bem duradouro pois teremos 150 puzzles ao todo, mais uma série de mini-jogos para explorar. A história é interessante com vários mistérios para desvendar e uma vez mais a narrativa e apresentação audiovisual estão excelentes. Fico contente por a Level-5 estar finalmente a trabalhar num novo jogo da série! Enquanto esse ainda não sai para o mercado, tenho ainda mais uns quantos para explorar na 3DS.

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Star Trek: Deep Space Nine – Crossroads of Time (Super Nintendo)

Nunca fui o maior fã de Star Trek mas este jogo, apesar de longe de ser perfeito, até que foi uma interessante supresa. Se são fãs de jogos de acção/plataforma mais cinemáticos, que no caso das plataformas 16bit teve o seu auge no Flashback, posso-vos dizer que este jogo tem algumas semelhanças e foi isso que mais me chamou à atenção. O meu exemplar foi comprado em Dezembro do ano passado, foi-me trazido por um amigo meu que mo comprou numa loja francesa por 40€. Infelizmente veio sem manual!

Jogo com caixa e papelada

Para além dos filmes clássicos da saga Star Trek, é a série Star Trek New Generation que mais me recordo, pois essa chegou a passar em sinal aberto na TV portuguesa durante uns bons anos e ocasionalmente lá ia acompanhando alguns episódios. Este jogo é no entanto baseado na série Star Trek Deep Space Nine, da qual nunca tinha ouvido falar se não fosse por este mesmo jogo! É uma série com diferentes protagonistas e cuja história decorre a bordo não de uma nave espacial toda pipi como a Enterprise, mas sim a bordo de uma gigante estação espacial, a tal Deep Space Nine. Aparentemente a história da série anda à volta do conflito entre duas civilizações distintas, os Cardassians e os Bajor e é isso que também acaba por se trazido cá à baila. Nós controlamos Sisko, o comandante lá do sítio que começa a investigar uma intrusão de rebeldes Bajor na estação espacial e que plantam uma série de bombas para as destruir. À medida que vamos avançando na história, no entanto, a trama vai-se também adensando.

Nas fases de aventura teremos vários NPCs para falar e progredir com a história

Ora e este é então um jogo dividido em duas fases: aventura e acção. Na primeira, iremos percorrer os diferentes corredores e salas da DS9, onde poderemos falar com vários NPCs e ir avançando na história. Eventualmente lá poderemos começar uma missão “a sério” e é aí que entra aquela jogabilidade mais próxima de um Flashback. O direccional serve para controlar Sisko, para além de nos permitir subir/descer escadas, entrar em portas ou elevadores. O botão B serve para saltar, o A para controlar o movimento de certos elevadores ou plataformas móveis em conjunto com o direccional, o botão X para falar e o Y para usar o item que tenhamos eventualmente equipado, incluindo as armas ou os punhos para atacar, caso não tenhamos nenhum objecto seleccionado. Para escolher que itens usar temos os botões de cabeceira L e R para o efeito. De resto, tal como em jogos mais realistas como o Flashback, para saltar mais alto/longe teremos de ganhar balanço e podemos também segurar-nos nas extremidades de superfícies, ou mesmo agarrar-nos a certos objectos que nos permitem deslocar pelo tecto.

Durante o combate temos de garantir que equipamos os Phasers para atacar os inimigos

Até aqui tudo bem. O meu problema com o jogo é o facto de por vezes termos alguns tempos limite que são bastante injustos, principalmente para quem esteja a começar e ainda não conhece bem as mecânicas de jogo e o layout dos níveis, que vão sendo cada vez mais labirínticos. Por exemplo, logo na primeira missão temos de procurar uma série de bombas espalhadas pelos cenários. Estas aparecem visíveis num radar no topo/centro do ecrã e quando nos aproximamos da sua localização estas estão também bem visíveis no ecrã de jogo. Quando as apanhamos vemos que temos um tempo limite de cerca de 20 segundos para nos vermos livres das mesmas em segurança. Para isso temos de procurar um “ejection tube” e depositá-las lá antes do tempo se esgotar. O que é um ejection tube? Bom, depois de morrer lá descobri que são umas colunas com um buraco oval atravessado por feixes de energia. Na fase seguinte do nível lá teremos mais umas quantas bombas para descobrir e desactivá-las da mesma forma. A diferença é que elas são agora mais difíceis de descobrir por vários motivos. Para além disso, somos informados que temos um tempo limite de 3 minutos para as descobrir e desarmar todas, caso contrário é game over. E o nível torna-se bem mais labiríntico e complexo também! Mesmo para quem conhecer bem o jogo, 3 minutos é um tempo que não nos dá lá muita margem de manobra. É que para além de andarmos perdidos, temos de ir continuamente alternando de item em item para ajudar ou na exploração, ou no combate, quando inimigos surgem, o que também por vezes atrapalha o fluxo da acção. E isto é só um exemplo, existem outros similares noutras alturas. Felizmente no fim de cada nível dão-nos uma password, pelo o que me parece é que a ideia é mesmo a de repetir cada nível até o termos bem memorizado. Tirando isso, o jogo até que me pareceu bem original e a Novotrade ainda tentou dar-lhe alguma variedade. Há um nível que é um shmup autêntico e ocasionalmente poderemos controlar outras personagens, incluindo uma criatura capaz de se transformar.

Estes tempos limite apertados foram de longe o que mais me chateou!

No que diz respeito aos audiovisuais, sinceramente até gostei do jogo. Como nunca vi a série, não sei o quão fiéis os gráficos estão, mas para quem gosta de ficção científica, irá certamente apreciar os gráficos de alguma forma, pois teremos várias naves espaciais ou pelo menos secções bem distintas entre si para explorar, todas com visuais high-tech, mas também alguns zonas de um planeta próximo. Não existe no entanto uma grande variedade de inimigos, são quase todos humanóides, máquinas e ocasionalmente um ou outro animal como morcegos gigantes. Ainda assim achei um jogo graficamente bem detalhado e a banda sonora é também bastante enérgica e agradável. Creio no entanto que a versão Mega Drive tenha sido a versão original pois para além de o jogo ter sido publicado pela Novotrade e esta ter sempre tido uma certa afinidade com a Sega (são os criadores de Ecco the Dolphin, por exemplo), a versão Mega Drive possui alguns bonitos efeitos e animações nas cutscenes que não estão aqui presentes na versão Super Nintendo. No entanto esta versão SNES possui gráficos mais coloridos e uma banda sonora mais limpa.

Pelo meio ainda se lembraram de fazer um nível tipo shmup!

Portanto este Star Trek até que foi uma interessante surpresa. Não estava de todo à espera de encontrar um jogo algo influenciado pelo Flashback no seu conceito, mas infelizmente é um jogo que teria potencial para ser muito melhor. Alguns níveis são bastante injustos no tempo limite que temos para os completar, mas o facto de ter um grande foco na narrativa e vários diálogos com NPCs foi algo que me agradou.

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