Pirates of Dark Water (Sega Mega Drive)

O jogo que cá trago hoje é um daqueles que não se costuma encontrar muito facilmente (pelo menos a um bom preço) para a Mega Drive. É certo que jogos com o selo da Sunsoft nesta era dos 8 e 16bit tipicamente era sinónimo de qualidade, e talvez por isso os jogos da Sunsoft na Mega Drive (que não são assim tantos quanto isso) tenham uma procura acima do normal. O meu exemplar foi comprado algures em Janeiro de 2016, na feira da Vandoma. É apenas o cartucho, para já, e na altura custou-me 8€.

Apenas cartucho

Mas afinal o que é este Pirates of the Dark Water? Basicamente é um jogo de acção/plataformas desenvolvido pela Iguana Entertainment (estúdio que viria mais tarde a ficar famoso pela série NBA Jam) que é baseado numa série de animação da Hannah-Barbera do mesmo nome. Sinceramente não me recordo se esta série alguma vez passou na TV portuguesa durante os anos 90, mas basicamente conta a história do príncipe Ren e seus companheiros, habitantes do mundo fantasioso de Mer, que estava a ser consumido por uma substância maligna apelidada de Dark Water. Para salvar o planeta, teríamos de ir encontrar 13 tesouros mágicos e a série anda toda à volta disto, tal como o jogo.

O mapa diferentes níveis que vamos explorar. No centro temos a tal Dark Water que está a consumir o mundo e que é naturalmente o nosso destino final.

A Sunsoft publicou duas versões inteiramente diferentes para a SNES e Mega Drive. A versão SNES é um beat ‘em up como o Golden Axe, já esta versão Mega Drive é um jogo de acção/plataformas mais tradicional. Antes de cada nível temos a possibilidade de escolher qual a personagem com a qual queremos jogar, sendo que cada personagem possui diferentes habilidades. Basicamente todas elas possuem uma arma branca para o combate próximo, embora o tamanho das lâminas (e consequentemente o seu alcance) varie de personagem para personagem, e têm também um ataque especial de longo alcance que exige munições (que podem ser encontradas ao longo dos níveis) para serem usados. O príncipe atira facas, a rapariga “ecomancer” usa ataques mágicos e o brutamontes atira lanças.

Graficamente os níveis possuem muito detalhe e são bem coloridos.

Para além disso podemos apanhar outros itens ou power ups como comida que nos restabelece a barra de energia, corações que extendem a nossa barra de vida até um nível máximo, moedas que podem ser usadas para obter informações de NPCs, chaves para abrir portas, frutas ou várias poções mágicas que vão sendo armazenadas no nosso inventário. As frutas podem ser usadas com o Niddler, o pássaro-macaco que nos auxilia na aventura, por um lado para nos dar informação acerca do nível em que estamos, ou levar a personagem escolhida num nível de volta para o barco, de forma a que possamos trocar de personagens on the fly. As poções que apanhamos podem ser usadas para nos dar invencibilidade temporária, saltar mais alto, deixar os inimigos temporariamente paralisados, entre outros.

Infelizmente temos aqui alguns problemas na jogabilidade que tornam o jogo algo irritante em certas alturas. Por um lado os inimigos fazem respawn, basta movermo-nos um pouco no ecrã que se voltarmos onde estávamos antes eles voltam a aparecer. Depois por vezes o jogo coloca-nos em situações ingratas, onde teremos algum platforming sensível para fazer e a colocação de certos inimigos pode-nos atrapalhar bastante! Até porque, como é habitual em muitos jogos do género, sempre que somos atingidos saltamos um pouco para trás, o que nos pode trazer problemas se estamos a saltar entre plataformas frágeis ou escalar escadas e afins.

Sim, para além de usar as armas brancas, também podemos dar pontapés.

A nível de audiovisuais, este é um jogo que me deixa com alguns sentimentos mistos. Por um lado graficamente está muito bom, se bem que as personagens poderiam ter um pouco mais de detalhe, no entanto os níveis em si estão muito bem detalhados, são bastante coloridos e ocasionalmente lá têm uns efeitos gráficos interessantes, como a trovoada unm dos níveis nocturnos, ou as transparências deixadas pelos holofotes de uma cidade. Por outro lado acho um pouco desnecessária a forma como implementaram os diálogos. Basicamente sempre que alguém tem alguma coisa para nos dizer aparece um ecrã com uma grande parede de texto para ler, muitas vezes com mais que uma página. Poderiam ter feito as coisas de uma forma mais dinâmica, com balões de diálogo, por exemplo, sempre dava um outro aspecto mais agradável ao jogo. Já as músicas sinceramente não achei lá grande coisa. É certo que este foi um jogo apenas publicado pela Sunsoft, não desenvolvido por eles, mas o rótulo da Sunsoft costumava ser sinónimo de boas músicas.

Pena que os diálogos não sejam todos mostrados desta forma, como na introdução.

Portanto este Pirates of Dark Water é um jogo que até tem algumas boas ideias, mas a jogabilidade precisava de ser um pouco mais aprimorada. Fiquei no entanto com mais curiosidade com o beat ‘em up para a SNES, pois esse já foi desenvolvido pela própria Sunsoft. A ver se chega cá um dia destes!

Grand Theft Auto: London 1969 (Sony Playstation)

Grand Theft Auto é uma série que dispensa apresentações. Desde o primeiro jogo que nos apresenta um mundo aberto à exploração onde, para além de cumprir uma série de missões relacionadas com o mundo do crime organizado, podemos simplesmente vaguear pelo mapa e causar todo o caos que bem entendermos. O primeirinho jogo, desenvolvido pela DMA Design, que mais tarde se veio a tornar na Rockstar, foi um sucesso de vendas e não tardou muito para que, antes da sequela Grand Theft Auto 2, ainda houvesse tempo para um expansion pack. O meu exemplar veio de uma CeX do Reino Unido, por alturas em que um colega de trabalho lá passou. Custou-me 5 libras, estando completo e em bom estado.

Jogo com caixa e manual

Esta expansão, tal como o nome sugere, é toda passada na cidade de Londres (desta vez não usaram nomes fictícios como Liberty City ou San Andreas) no ano de 1969. A jogabilidade é idêntica à do GTA original, ou seja, temos um mapa inteiro por nossa conta onde podemos importunar todos os transeuntes que nos apetecer, se bem que também depois temos a polícia à perna. Nesse caso, o jogo até parece-me ser mais permissivo, a polícia não é tão agressiva quanto noutros GTAs. Se por outro lado quisermos seguir o modo “história”, então lá teremos de nos deslocar a cabines telefónicas, ouvir o que nos têm a dizer e agir em conformidade. As missões geralmente são do género: entrar no carro A, falar com a pessoa B, intimidá-la, conduzir até ao ponto C e limpar o sebo a alguém, explodir um carro armadilhado, ou outras coisas agradáveis como raptar pessoas, colectar dinheiro sujo entre outros trabalhos de business as usual no seio do crime organizado britânico da década de 60. Ocasionalmente lá teremos uma missão mais fora do baralho, como aquela onde tomamos o papel de um agente secreto à lá James Bond onde teremos de interceptar camiões com mísseis intercontinentais e evitar que os mesmos sejam usados na capital britânica.

A nível de jogabilidade, as coisas não diferem muito do original. Ou nada mesmo.

No que diz respeito aos audiovisuais, este não é um jogo propriamente bonito. Tal como o original e a sua sequela, o jogo é apresentado numa perspectiva aérea que não dá margem para muito detalhe, mas não deixam de ser funcionais. Ainda assim não deixaram de incluir alguns pontos chave da capital britânica, como a Tower of London ou a zona de Westminster com o Big Ben e restantes monumentos. Ocasionalmente lá teremos algumas cutscenes, mas tal como no jogo original, são bastante simples e poderiam ser melhor animadas. A melhor parte é mesmo a banda sonora que simula diferentes estações de rádio que podemos ouvir sempre que entramos num carro, desde comentários hilariantes dos radialistas, passando pelas músicas que vão sendo algo variadas, mas todas elas com aquela groove muito característico da década de 60. G-roovy, as my granddad would say!

Portanto, este mission pack, que aliás nesta edição até requer o jogo original para ser jogado, acaba por ser isso mesmo, um mission pack que não adiciona nada de propriamente novo à jogabilidade do original, oferecendo no entanto um setting completamente diferente, o de Londres nos anos 60. Seria bom que isto fosse revisitado no futuro! Existe também a Special Edition deste jogo, que, ao contrário desta, não necessita do GTA original para ser jogado.

Sherlock Holmes: Nemesis (PC)

Voltando às rapidinhas no PC, hoje trago-vos um breve artigo sobre mais um jogo de aventura da saga Sherlock Holmes, produzida pela Frogwares. Nemesis, também conhecido como Sherlock Holmes vs Arsene Lupin, é um jogo que protagoniza o famoso detective britânico contra uma outra famosa personagem da  literatura, o “nobre” ladrão francês Arsene Lupin. O meu exemplar digital entrou na minha conta do steam há uns anos atrás, através de um bundle que me ficou barato certamente.

A narrativa decorre algum tempo após a aventura anterior, onde os feitos de Arsene Lupin no seu país de origem começam a ganhar alguma notoriedade na imprensa internacional. A certa altura Sherlock Holmes recebe uma carta do próprio Lupin, cujo ameaça roubar 5 dos tesouros mais valiosos do Reino Unido, só mesmo para deixar a reputação do país na lama. Ao longo do jogo vamos então andar sempre atrás de Lupin e analisar as pistas que nos vai deixando. Em primeiro lugar temos de adivinhar qual será o seu próximo alvo, depois teremos de ir para o local em questão e fazer os possíveis para evitar que Lupin tenha sucesso nos seus assaltos, o que claro, só acontece no final. Infelizmente não gostei muito do progresso do jogo desta vez, isto porque vamos mesmo ter de fazer imenso backtracking e explorar áreas bastante grandes, muitas vezes à procura de uma agulha num palheiro… Por exemplo, teremos de explorar a fundo locais como a Galeria Nacional, a Torre de Londres ou o Museu Britânico, onde teremos imensos puzzles para resolver de forma a progredir no jogo. Ao menos sempre dá para aumentar a nossa cultura geral, pois iremos interagir com dezenas de pinturas, artefactos da antiguidade e armas medievais. O segmento do jogo que mais gostei foi o do palácio de Buckingham, não só por alguns momentos de bom humor, mas também pelos puzzles serem mais interessantes e não tão maçudos.

Algumas das tarefas que temos de fazer para progredir são bastante aborrecidas, mas ao menos podemos apreciar uma série de museus virtuais.

Na sua essência, este jogo possui umas mecânicas de jogo muito semelhantes ao seu antecessor e, tendo em conta que esta é a versão remastered, aqui também temos a hipótese de alternar entre a perspectiva na primeira pessoa, totalmente livre de movimentos, ou a perspectiva na terceira pessoa, com uma jogabilidade mais próxima dos point and click clássicos. Teremos também de fazer trabalho de detective ao questionar pessoas e alguma análise forense, como investigar pegadas ou outros rastos deixados por Lupin, como já tem vindo a ser habitual nesta série. Como referi acima, os cenários são grandes e têm de ser examinados ao pormenor, o que nos vai tomar muito do nosso tempo. Felizmente, tal como no jogo anterior, vamos tendo a opção de “fast travel” para viajar rapidamente entre diferentes zonas de Londres e, caso já tenhamos explorado os locais como os museus ou torre de londres, também poderemos usar o mapa dessas localizações específicas para viajar instantaneamente entre algumas posições chave.

Temos de pensar muito bem nos enigmas que Arsene Lupin nos deixa, pois vão ajudar nalguns puzzles não muito intuitivos

No que diz respeito aos audiovisuais, o jogo parece utilizar o mesmo motor gráfico do seu predecessor, ou seja, temos gráficos renderizados em 3D e um controlo de câmara e movimento totais, se jogado na perspectiva da primeira pessoa. Os gráficos em si parecem-me mais detalhados, já não temos tantas texturas demasiado simples como no Awakened. Aqui também regressou uma banda sonora que assenta em música clássica, ao contrário do jogo anterior que possuia um ambiente muito mais “atmosférico”. O voice acting é igual aos antecessores, são as mesmas pessoas a dar as vozes de Sherlock e Watson que por sua vez são muito melhores que as dos restantes NPCs.

Portanto, apesar deste “Nemesis” ser um jogo um pouco mais “chato” devido aos seus puzzles ambíguos e que nos obrigam a fazer muito backtracking numa àrea de jogo já por si extensa, não deixa de ser mais uma aventura interessante e que desta vez introduzem um conceito novo, pois não andamos aqui a investigar nenhum homicício, mas sim atrás de um ladrão que está a jogar um jogo de gato e rato connosco. Creio que vou gostar mais do próximo jogo, onde defrontaremos o Jack the Ripper.

Konami Collector’s Series: Castlevania and Contra (PC)

Continuando pelas rapidinhas, hoje trago-vos cá mais uma compilação para PC muito interessante trazida pela Konami, que contém os três Castlevanias lançados originalmente para a NES, mais os dois Contras que sairam também para essa plataforma. O meu exemplar foi comprado algures no verão de 2017 a um coleccionador particular, se bem me recordo custou-me 10€.

Compilação com caixa e folheto com instruções rápidas

Este artigo não se vai focar muito nos jogos que compõem esta compilação, até porque são exactamente as mesmas versões da NES e que eu pretendo ter na minha colecção mais cedo ou mais tarde. Daqui, para já apenas tenho o primeiro Castlevania e o Contra, na sua versão europeia Probotector, pelo que recomendo a leitura desses artigos se quiserem ler uma análise mais detalhada.

O menu inicial não é lá muito bonito mas funcional

Então em que consiste esta compilação ao certo? Temos o Castlevania, Castlevania II: Simon’s Quest, Castlevania III: Dracula’s Curse, Contra e Super C, todos eles versões norte-americanas emuladas da NES. O emulador possui algumas funcionalidades básicas adicionais como save states ou customizar os controlos, mas mais nada. Fora isso temos os manuais em PDF e há quem diga que o jogo Jackal também possa ser desbloqueado, mas não encontrei provas disso.

Ou seja, esta é uma compilação que por um lado já é muito forte pelos jogos que contém, mas poderia ser um item de luxo para coleccionadores se incluíssem mais extras, como entrevistas aos criadores dos jogos, artwork, anúncios publicitários, qualquer coisa! É um CD cheio de espaço desperdiçado com 5 roms de NES e pouco mais. No entanto, por outro lado também era uma maneira bem mais barata de possuir estes 5 jogos de forma legítima (daí eu a ter comprado), se bem que hoje em dia esta compilação também não seja muito barata no ebay…

Gradius Advance (Nintendo Gameboy Advance)

Continuando pela série Gradius, a rapidinha que cá trago hoje é o Gradius Advance, também conhecido por Gradius Galaxies ou Generation, nos mercados norte-americano e japonês respectivamente. Ao contrário do que pensei inicialmente, esta não é nenhuma conversão de algum jogo da série, mas sim mais um spin off numa série já por si repleta de títulos secundários. O meu exemplar foi comprado como new old stock numa loja algures em Março/Abril deste ano, tendo-me custado 10€.

Jogo com caixa, manual e papelada diversa.

A história segue os clichés do costume, mas já que no artigo do Gradius Collection não a abordei, vamos lá: a série Gradius anda à volta do conflito entre os habitantes do planeta Gradius com o malvado império de Bacterion. Este jogo em particular parece decorrer entre os eventos de Gradius III e Gaiden, onde uma das mega-armas desenvolvidas pelo império de Bacterion foi destruida e caiu num outro planeta. Pelos vistos isso fez com que o planeta se fosse transformando numa mega fortaleza e lá recai outra vez no piloto da nave Vic Viper para fazer a limpeza habitual.

Como habitual, temos bosses gigantes para defrontar

No que diz respeito às mecânicas de jogo, aqui temos as mesmas de Gradius II, onde antes de começar a nossa aventura podemos escolher uma de várias diferentes barras de powerups, cada qual com diferentes  possibilidades de itens a equipar. De resto contem com a jogabilidade de sempre num shmup Gradius, com os seus níveis cheios de inimigos para defrontar, projécteis e outros obstáculos para esquivar.

A nível audiovisual, este jogo acaba por desapontar um pouco, pelos seus visuais não tão detalhados quanto eu estaria à espera. Até que possui alguns efeitos gráficos interessantes como a rotação de sprites, mas estava à espera que as naves e inimigos tivessem um pouco mais de detalhe, tal como os níveis que parecem estar todos numa resolução muito baixa. Mas se os gráficos não tão bons até se pode perdoar visto que isto é um Gameboy e este jogo tenta mesmo manter muita coisa a acontecer ao mesmo tempo no ecrã, por outro lado a música acaba por ser mesmo muito desapontante. Isto porque a GBA tem capacidades sonoras muito melhor que estas, mas as músicas soam-me a NES. Eu gosto do chiptune de NES, mas sejamos sinceros, a GBA consegue muito melhor.

As mecânicas de jogo não mudam muito, quem conhecer a série Gradius sente-se em casa com este jogo!

Não obstante as expectativas técnicas, este não deixa de ser um shmup bem competente e o único da série Gradius para esta portátil da Nintendo. Para além da sua jogabilidade característica, os diferentes níveis que teremos aqui pela frente correspondem a todas as expectativas dos fãs da série, desde o nível com as estátuas da ilha da Páscoa, aos segmentos a alta velocidade onde teremos de nos esquivar das paredes a todos o custo. Se são fãs da série, está aqui um bom motivo para o explorarem.