Brothers in Arms: Road to Hill 30 (Sony Playstation 2)

brothers in arms road to hill 30Numa altura repleta de Call of Duty, Medal of Honor e outros FPS com a temática da 2ª Guerra Mundial, uma nova série para ter sucesso tem de se desmarcar das restantes. Foi o que aconteceu com Brothers In Arms, onde se dá muito mais enfase ao realismo, precisão histórica e acima de tudo, ao companheirismo de um grupo de soldados. A minha cópia foi comprada na loja portuense TVGames, tendo-me custado algo em torno dos 5€. Está em óptimo estado e o jogo vem com um mapa das missões que teremos de enfrentar.

Brothers in Arms Road to Hill 30 PS2
Jogo completo com caixa, manual e poster com mapa e tacticas no verso

Brothers in Arms é um jogo baseado em factos reais. Bem mais que qualquer outro FPS sobre a WW2 lançado até à data. Os locais foram recreados o melhor possível, as missões também. A gearbox empenhou-se bastante neste campo, e de acordo com os vários extras que vão sendo desloqueados podemos ver fotos, mapas da época, e documentos oficiais que relatam as várias missões que vamos poder jogar. Para além desta contextualização histórica, em Brothers in Arms (tal como a série de TV Band of Brothers) dá-se um grande destaque ao grupo de soldados que nos acompanham. A história deste Road to Hill 30 segue o dia-a-dia de um regimento de paraquedistas norte-americanos, desde o dia D, invasão de forças aliadas nas praias da Normandia, até à captura e segurança da Hill 30, perto da cidade de Carentan, 8 dias depois.

A jogabilidade de Brothers in Arms é o outro argumento forte desta série. Nós encarnamos directamente o sargento Matt Baker que, como sargento terá de dar ordens aos elementos do seu esquadrão. Geralmente Baker tem ao dispor 2 equipas diferentes, uma para dar fogo de apoio enquanto que a 2a equipa é geralmente utilizada para flanquear o inimigo e tirar vantagem dessa posição. Por vezes uma das equipas é substituída por um ou mais tanques. Baker pode dar várias ordens diferentes aos grupos de soldados. Obrigá-los a serem proactivos, recuar para procurar abrigo, obrigar a dar tiro de apoio ou a atacar “à Rambo” um grupo de soldados inimigos. Mesmo num nível de dificuldade baixa, atacar à rambo sem ter alguma vantagem posicional nunca é boa ideia e 2 ou 3 tiros são o suficiente para matar qualquer um dos elementos do esquadrão ou o próprio jogador, dando mais algum realismo à experiência. O realismo não se fica por aí, a própria hit detection das balas é propositadamente errática, e mesmo a acção de mirar pela arma não é nada estável, o que até pode acabar por frustrar um pouco (principalmente nas sniper rifles). As próprias armas estão muito bem caracterizadas, conseguindo-se de facto diferenciar a performance das diferentes armas, quer americanas quer alemãs. De resto, enquanto todas as ideias de planeamento estratégico foram boas, a própria IA dos elementos do esquadrão não é a melhor. Muitas vezes eles não perceberam as minhas ordens de se deslocarem para um certo sítio e acabaram mortos. Outras vezes ficavam presos contra uma rocha e não sabiam dar a volta, etc. O facto de os elementos do esquadrão morrerem não serve de muito, no final da missão eles voltam à vida (excepto os que de acordo com a história do jogo morrem mesmo).

screenshot
Ironsight. Boa sorte a tentar acertar nesse aí.

Graficamente o jogo até que é bonitinho para a PS2. Datado de 2005 já possuia um efeito “gloom” sobre a iluminação (coisa que foi usada até à exaustão nos primeiros jogos de X360 e PS3), e os próprios modelos das armas, soldados, e meio ambiente em geral são agradáveis. Mas se formos comparar este jogo com a versão PC ou Xbox então digo-vos que não tem nada a ver. Para além do jogo ser bem mais bonito, os próprios mapas estão mais completos e detalhados, acabando por ser uma experiência melhor. Passando para o som, bem aqui é algo muito bem conseguido na minha opinião, preciamente por o jogo passar um espírito bem maior de camaradagem do que qualquer outro até então. Enquanto as cut-scenes de introdução ao nível em questão são bastante introspectivas, no decorrer do próprio jogo sentimos que realmente temos o apoio dos “colegas”. Eles avisam quando descobrem alemães, respondem às ordens, quando nos armamos em Rambo é habitual ouvir “Baker! Go back!”, entre várias outras falas. Neste ponto acho que o jogo é realmente imersivo. Num total, apesar de ser um jogo com um passo mais moderado comparando a outros jogos do género como Medal of Honor ou Call of Duty, toda esta imersão do jogador no contexto, bem como uma jogabilidade mais realista, acabam por tornar a experiência mais gratificante. A última missão foi aterradora.

Passando para o multiplayer, confesso que não lhe prestei muita atenção, mas é algo mais “mission based“. Seja destruir uma ponte, levar um objecto do ponto x ao ponto y, o jogo passa por ser entre 2 ou 4 jogadores. Cada jogador tem um pequeno esquadrão para comandar como no jogo single player, pelo que acaba por ser algo mais original que um simples deathmatch. O multiplayer local está limitado a 2 jogadores em splitscreen (o que acaba por estragar um pouco o efeito surpresa), mas o modo online suportaria os tais 2 ou 4 jogadores mais respectivos esquadrões. Não sei como será no PC ou Xbox, mas os servidores da PS2 estão encerrados, portanto não tenho muito a dizer.

screenshot
Esta missão teve a sua graça.

Apesar de ter tido várias frustrações com a mecânica de jogo inicialmente, posso dizer que fiquei agradado com este jogo. Ainda continuo a preferir o gameplay mais directo dos jogos da concorrência, mas esta interacção com o “grupo” é de facto uma mais-valia. Eu estou aqui a falar bem da versão PS2, mas os vídeos que vi da versão PC não tem comparação, o jogo é bem mais bonito e detalhado. Pelo que li numa ou noutra review, parece-me que a dificuldade e os problemas de AI desta versão PS2 são menores no PC e Xbox, pelo que na minha opinião são as versões definitivas deste jogo. Este Road to Hill 30 e o Earned in Blood sairam em conjunto na Wii, alguns anos mais tarde, mas esqueçam esse port. Para além de não ter o multiplayer, fizeram conversão da versão PS2, o resultado foi pior. Agora com licença que vou dar uns tiros no Earned in Blood.

Unreal Tournament Game of the Year (PC CD)

UT GOTYQuake II contém um modo multiplayer que foi um sucesso estrondoso.  Os estúdios não deixaram de reparar nisso e em 1999 sairam para o mercado jogos como Quake III Arena ou Unreal Tournament, FPS inteiramente desenvolvidos com o multiplayer em vista. A versão que traterei aqui é a “Game of The Year” que contém um cd bónus repleto de extras tais como vários mapas novos e 2 mods (Chaos UT e Rocket Arena) que não serão foco deste artigo. A minha cópia foi comprada na loja portuense TVGames, tendo-me custado algo em torno dos 2-4€. Está completa e em bom estado, embora como sendo uma budget release não contém um manual físico em papel.

Unreal Tournament GOTY PC
Jogo completo com caixa, papelada e CD bónus

Unreal Tournament é como disse acima um jogo focado inteiramente na vertente multiplayer, embora possa ser jogado num modo single-player. Este modo single-player não tem qualquer história, tal como o nome do jogo indica, isto é meramente um torneio. O objectivo de jogar sozinho é simplesmente vencer todas as arenas nos vários modos de jogo disponíveis, tornando-se campeão. Inicialmente apenas podemos competir no já tradicional Deathmatch, mas à medida que o jogo vai progrendindo poderemos jogar “Domination” – onde equipas lutam pela posse de vários pontos de controlo nas arenas, “Capture the Flag”, “Assault” onde 2 equipas têm de atacar e defender um objectivo e finalmente o “Challenge” que é uma variante do Deathmatch em locais e situações extremas. Existe também um modo de jogo “Practice”, onde para além de treinar é uma boa maneira de jogar uma partida rápida sem compromisso. Para além dos modos de jogo supracitados também se pode praticar em “Team Deathmatch” e “Last Man Standing” – também uma variante de Deathmatch mas onde cada jogador tem um número limitado de vidas, vence quem for o sobrevivente final. À excepção de “Challenge”, todos estes modos de jogo são transpostos para o multiplayer.

screenshot
Existe sempre um tutorial para explicar como funciona um modo de jogo (aqui é o Domination)

Unreal Tournament é bastante customizável. No practice mode podemos definir bastantes variáveis, desde os bots a utilizar, qual o seu nível de inteligência, as suas características, etc. Podemos também criar condições especiais como low gravity, stealth (torna os jogadores invisíveis), fatboy (jogadores com muitos frags ficam cada vez mais gordos, enquanto os que morrem mais vezes ficam cada vez mais magros), entre muitos outros. No que diz respeito ao multiplayer, é possível jogar este jogo em LAN, via internet através de servidores oficiais, ou então por servidores privados (joguei muito assim entre amigos). Quem inicia a sessão desta forma pode também customizar a partida da mesma forma que um “practice” se tratasse (com uma ou outra excepção). Passando para a jogabilidade em si, o ritmo de jogo é frenético. Existem um total de 12 armas, desde motoserras e martelos pneumáticos, vários tipos de pistolas e rifles, lança lâminas, rockets, metralhadoras pesadas, sniper rifles e até bombas atómicas. Todas as armas possuem modos de tiro secundários, muitas vezes inteiramente diferentes entre si, o que se traduz numa maior variedade estratégica para a matança. Existem também vários items que podem ser utilizados, desde armaduras, os habituais “re-stocks” de saúde e armadura, passando também por amplificadores de dano, botas antigravidade, invisibilidade e equipamento de mergulho.

screenshot
Decapitar outros jogadores com razor blades nunca foi tão divertido.

A nível gráfico o jogo é agradável. As comparações deste jogo com Quake III são inevitáveis a todos os níveis, e neste campo acho que Quake 3 leva a melhor. Mas isto falando apenas do aspecto técnico da coisa, qualidade de texturas, detalhe das personagens, etc. Nesse campo UT é um jogo agradável, mas não era o supra-sumo na altura em que saiu. Ainda hoje é um jogo visualmente agradável de ser jogado (até porque não há muito tempo para apreciar o que quer que seja). Agora a nível de design, bom aqui acho que é um ponto forte. As arenas estão muito bem concebidas e a variedade gráfica é imensa, desde cenários medievais até estações espaciais. Sonoramente confesso que nunca prestei muita atenção à música, mas é adaptada ao ritmo caótico do jogo. Já os efeitos sonoros na minha opinião estão muito bem conseguidos, principalmente o voice-acting. É empolgante ouvir as bocas que os bots mandam uns aos outros (e a nós próprios também) após uma ou outra kill.

Finalizando, Unreal Tournament é um jogo fantástico. Foi o jogo responsável por ter feito muito poucas cadeiras nos primeiros anos de faculdade (não falemos disso) e ainda hoje é um jogo bastante divertido de se jogar. Unreal Tournament tem vindo a receber uma série de sequelas (eu possuo algumas) e nenhuma delas chegou a ser tão revolucionária quanto este jogo. Na altura em que este jogo saiu eu era un fanboy confesso da id Software, e apesar de Quake 3 Arena também ser um jogo bastante bom, este Unreal Tournament é uma experiência bem mais completa, devido à variedade de modos de jogo, customização e estratégia no uso de armas e items. Apesar de existirem versões deste UT para PS2 e Dreamcast (esta com jogo online) a versão PC é obviamente superior. Sem mencionar a enorme comunidade que se formou sobre este jogo (tal como Quake 3 ou Half-Life) para o desenvolvimento de mods, mapas e modelos.

Devil May Cry 3: Dante’s Awakening – Special Edition (Sony Playstation 2)

Devil May Cry 3Devil May Cry 3 foi tudo o que os fãs pediram após terem ficado desapontados com o DMC2. O jogo deixou de ser puramente de acção como em DMC2 e passou a integrar novamente elementos de puzzle e exploração, bem como o próprio sistema de batalha está parecido com o do primeiro jogo, mas bem mais avançado. Um ano e qualquer coisa após o DMC3 ter chegado ao mercado, a Capcom decide relançá-lo com mais conteúdo e a metade do preço, de modo a capitalizar no sucesso da série. A minha cópia foi comprada há poucas semanas no ebay UK por cerca de uns 1,5€ mais portes de envio. Uma pechincha, tendo em conta que o jogo está em óptimo estado.

DMC 3 Special Edition PS2
Jogo completo com caixa e manual

Devil May Cry 3 é na verdade uma prequela do primeiro jogo da série. Aqui as raízes de Dante são um pouco mais exploradas, mais concretamente o seu passado de rivalidade com o irmão gémeo Vergil. Para além de Dante e Vergil existe outra dupla de rivais humanos, Arkham e Lady. Vergil é o evil twin de Dante e neste jogo junta-se a Arkham (que se quer tornar num demónio) para roubar o colar oferecido a Dante pela sua mãe. Este colar, conforme já foi visto em Devil May Cry, juntamente ao colar do Vergil permite abrir as portas do Inferno que tinham sido seladas pelo pai de Dante e Vergil, o poderoso demónio Sparda. Sem querer revelar mais pormenores, Lady é também uma caçadora de demónios, que embora não se junte a Dante por ele ser meio-demónio, também tenta impedir o plano de Arkham e Vergil.

As grandes novidades deste jogo estão no gameplay. Começando pelas armas “devil arms“, estas são adquiridas após se defrontar um determinado boss, ao invés de serem simplesmente encontradas como nos 2 jogos anteriores. Para além de armas melee, Dante poderá utilizar vários tipos de pistolas, que estas são encontradas ao longo do jogo. Os níveis estão novamente separados por missões, desta vez com mais foco na exploração e resolução de alguns puzzles. O combate foi o que recebeu mais alterações. Existem 4 estilos base de luta (podendo depois serem desbloqueados mais alguns), cada estilo tem algumas técnicas mais exclusivas. Trickster (o inicial) é um estilo balanceado, onde o esquivar de golpes é focado. Swordmaster e Gunslinger, com especialização em melee weapons ou armas de fogo respectivamente e Royal Guard, que aposta num gameplay mais defensivo. Estes estilos de luta podem ser alterados quer no início de cada missão, quer quando se visita uma “Statue of Time”. Ao lutar vamos ganhando experiência no estilo de luta, podendo depois aprender novas técnicas. Outra novidade reside no facto de Dante apenas poder transportar consigo um par de armas melee e outro de armas de fogo, podendo ser alternadas usando os botões L2 e R2.A escolha das armas a utilizar também é feita antes das missões ou na Statue of Time. Também de volta está o mecanismo das “orbs”, com orbs de várias cores e funções diferentes. Amarela/dourado representam novas vidas ou continues, azul para aumentar a barra de vida, vermelho para comprar items ou fazer upgrades às armas, etc. Mais uma vez, à semelhança do primeiro jogo, cada “devil arm” tem as suas habilidades próprias (como o double jump por exemplo) e isso transpõe-se para o Devil Trigger – a forma demoníaca e poderosa de Dante que pode ser utilizada temporáriamente – que também terá diferentes habilidades consoante a arma equipada.

screenshot
Ecrã título

A grande novidade desta Special Edition está no facto de se poder jogar com Vergil. Vergil tem menos armas que dante e apenas um estilo de luta, mas também tem habilidades próprias que podem ser desbloqueadas. Para além disso, nesta Special Edition fez-se uma revisão na dificuldade do jogo (existem mais níveis de dificuldade), e melhorou-se o sistema de continues, permitindo o jogador recomeçar o nível ou ressuscitar instantaneamente no local onde morreu. Para além disso existe um “Turbo” mode que deixa o jogo 20% mais rápido, bem como o regresso do “Survival Mode” de Devil May Cry 2, o “Bloody Palace”. Existem também vários extras como imagens de artwork ou trailers que podem ser desbloqueados, bem como novas roupas para Dante e Vergil. Para isso tem de se ir completanto o jogo em todas as dificuldades, bem como obter o melhor rank possível em cada missão. É possível a qualquer altura rejogar uma missão anterior para melhorar o resultado.

screenshot
Vergil a dar cartas!

Graficamente, não acho que o jogo esteja muito mais bonito que o Devil May Cry 2. Mais variado sem dúvida, os cenários estão muito mais bem trabalhados, há novamente uma preocupação pela arquitectura “gótica” sempre presente, quer em cenários abertos de exteriores, quer em corredores apertados de castelos e afins. Já os modelos (principalmente das personagens principais) não estão assim tão bons, na minha opinião. Nota-se que tiveram um bom trabalho com as cut-scenes, agora bem mais “cinematográficas” e com bastante diálogo, algo que deixou a desejar no jogo anterior. A história deixou de ser uma coisa contada à pressa e aqui as coisas fazem todo o sentido. É um jogo agradável visualmente, mas já vi melhor na PS2 e o próprio DMC2 deixou-me mais agradado neste aspecto. A nível de som é o habitual, música ambiente (ou música nenhuma) em fases de exploração, quando começa o combate há uma explosão sonora e começa logo a dar música bastante mexida numa onda mais rock/electrónica, que acaba por agradar. O voice acting não está nada mau, bem como os efeitos sonoros, aqui apresentados em Dolby Pro Logic II (coisa que não tenho, mas pronto).

screenshot
Belos polígonos! (Screenshot de PC)

Apesar de ter gostado do caminho mais “simples” que o Devil May Cry 2 seguiu, não posso negar que prefiro este jogo dentro dos 3 existentes para a PS2. Os cenários são bastante variados como já referi, a história é mais empolgante e o próprio carisma do Dante está bem mais acentuado neste jogo. O sistema de batalha é um pouco mais complexo e requer bastante treino para se chegar ao fim. Obviamente que esta Special Edition é a versão a comprar (também existe no PC), tornando a versão original completamente obsoleta. A diferença de preço é practicamente nula (falando de ebay e amazon), portanto esta escolha acaba por ser a mais natural.

Geist (Nintendo GameCube)

geistNa geração anterior, com o enorme sucesso que franchises como Halo fizeram na Xbox, surgiu a necessidade de as concorrentes apresentarem o seu “Halo killer”. A Sony veio com o Killzone, a Nintendo já tinha o excelente Metroid Prime, embora não seja verdadeiramente um simples First Person Shooter. A nova tentativa da Nintendo surge inicialmente no ano de 2003, na E3, quando anunciam um FPS paranormal desenvolvido pela n-Space. Embora o jogo tenha ficado muito longe de ser um Halo killer quando saiu finalmente em 2005, ainda apresenta algumas novidades interessantes que nunca tinham sido muito exploradas até então. A minha cópia do jogo foi comprada por volta de 2007-2008 no miau.pt, tendo-me custado algo em torno dos 20€. Está completa e em bom estado.

Geist
Jogo completo com papelada caixa e manual (tudo em alemão)

Algo na história de Geist faz-me lembrar Half-Life. O protagonista principal é um cientista de nome John Raimi que se vê numa missão de forças especiais para invadir um castelo algures em França, onde se suspeita que a Volks Corporation esteja a fazer algo de muito mau. Como sempre, as suspeitas são confirmadas, a equipa começa a combater com criaturas estranhas, acabando por ser quase todos dizimados. Raimi teve um destino diferente e acabou por ser cobaia da tecnologia da Volks Corporation, onde através de uma máquina conseguem extrair o espírito de Raimi do seu próprio corpo. A meio do processo de extracção e “lavagem cerebral”, um fantasma “a sério” de nome Gigi sabota o equipamento, permitindo a Raimi poder vaguear pelo mundo como um fantasma livre. É também Gigi que ensina Raimi as habilidades de fantasma, como a arte da possessão que terá um papel muito importante ao longo do jogo. Assim sendo, Raimi vai explorando a base da Volks Corporation, tentar derrubar os planos de Volks e pelo meio tentar recuperar o seu corpo original.

screenshot
Estes bichinhos precisavam de mais uns poligonozitos

O conceito na minha opinião é muito interessante. Existem 2 tipos de movimento, o movimento “normal” de seres humanos ou outros animais, e o movimento de fantasma, onde tudo é visto por câmara lenta e temos um certo tempo limite em que podemos vaguar livremente sem encontrar um outro hospedeiro. A mecânica da possessão é o que realmente diferencia este FPS dos restantes. De modo a possuir um outro ser vivo é necessário primeiro assustá-los. Aqui reside mais uma coisa original neste jogo. A táctica que temos de utilizar em cada situação é sempre diferente, mas passa sempre por possuir primeiro um objecto qualquer e interagir com esse objecto, chamando à atenção de quem estiver por perto e assustá-los. Ao possuir outro ser vivo ganhamos as suas habilidades. Nos seres humanos ficamos com o seu armamento, nos animais vemos o mundo de maneira diferente. Podemos também possuir “gun turrets” e ir limpando o sebo a vários “grunts” da Volks que por lá andarem, mas nem sempre será um passeio no parque. Mais lá para a frente os soldados conseguem distinguir quem está possuído de quem não está, e conseguem combater mais directamente contra o “fantasma”.

screenshot
Vista de "Fantasma"

Infelizmente o que há de realmente bom para se falar fica por aqui. Os controlos do jogo não são fluídos nem precisos o suficiente para proporcionar uma boa experiência. Algo do género de Metroid Prime, com lock-on e tudo provavelmente seria pedir de mais para um FPS, mas se virmos exemplos como o Timesplitters, neste campo o jogo poderia ser melhor. O framerate também é algo inconstante, notando-se várias quebras em batalhas mais “quentes”. Passando para a parte gráfica, a Gamecube é capaz de muito melhor, basta ver o próprio Metroid Prime que saiu em 2002 e este Geist que saiu em 2005. Os modelos não têm muito detalhe, principalmente as criaturas que mereciam outro tipo de tratamento. Mas o próprio artwork também não é grande coisa, na minha opinião. É uma pena, tendo em conta que o jogo ainda teve bastante tempo em produção. Ao menos é dos poucos jogos para GC com suporte nativo a 16×9 e a Progressive Scan. A nível de som não tenho muito a dizer pois não foi um jogo que me cativou nesse aspecto, digamos que é algo genérico desde a música, aos efeitos sonoros e até ao voice acting.

No multiplayer, apesar de a Nintendo ser teimosa ao não ter apoiado a jogatina online na GameCube (lançaram um modem e adaptador de banda larga para quê?), Geist ainda tem alguns modos de jogo em splitscreen que são bastante originais. Existem 3 modos de jogo principais: “Possession Deathmatch”, “Capture the Host” e “Hunt”. O primeiro é uma variante de Deathmatch onde podemos saltar de host em host e até para objectos para matar os adversários. “Capture the Host” como o nome indica é uma variante do CTF, só que em vez de bandeiras temos de possuir um host e trazê-lo para a base. “Hunt” é uma espécie de Team Deathmatch onde humanos lutam contra fantasmas. Os humanos vêm equipados com armas apropriadas e os fantasmas tentam possuí-los e causar algum acidente, como saltar de um precipício ou afins, para matar o hospedeiro. Os jogos podem ser jogados com até 4 pessoas em split screen, ou até 8 com bots. Ao longo do jogo normal vão sendo encontrados vários items secretos que desbloqueiam novas arenas e personagens para se jogar no multiplayer, um pouco como é feito no Timesplitters.

screenshot
Graficamente o jogo não é mesmo nada de especial

Finalizando, Geist é um jogo que tinha um potencial enorme para ser um jogo de sucesso. Infelizmente não ficou nas melhores mãos, e se calhar o tempo em que a Nintendo e a n-Space estiveram a divagar sobre o conceito do jogo, poderia ter sido melhor aproveitado para melhorar também a parte técnica. É daqueles jogos que merecia um remake feito por um estúdio bastante competente, mas como não foi um sucesso de vendas é algo que provavelmente nunca veremos.

International Victory Goal (Sega Saturn)

International Victory GoalMais uma análise rápida que a minha vida académica impede-me de escrever aqui com frequência. International Victory Goal foi o primeiro jogo de futebol a chegar à Sega Saturn no ocidente e nota-se que as software houses ainda não estavam minimamente confortáveis em programar para a Saturn, o jogo é fraquinho. Eventualmente esta série acabou por se transformar na série “Sega Worldwide Soccer” que em 1997 se tornou numa história completamente diferente. A minha cópia foi comprada na loja Virtualantas, custou-me uns 3, 4€ e está em óptimo estado.

International Victory Goal Saturn
Jogo completo com manuais e caixa

International Victory Goal é um jogo simples. Apenas 12 selecções estão disponíveis (não contem com Portugal) e os nomes dos jogadores são fictícios. Os modos de jogo disponíveis são os seguintes: Exhibition, conforme o nome indica é meramente uma partida normal, podendo ser jogada contra o CPU ou com um máximo de 4 jogadores. O modo World League que conforme o nome indica simula um campeonato que pode ter 22 ou 44 jogos. O S-League é semelhante ao campeonato, mas apenas com 11 jogos (e suponho que o nível de dificuldade seja superior). Existe também o modo “Cup” que consiste em torneios de 4, 8 ou 12 equipas, podendo ser jogado contra o CPU ou jogadores humanos. Finalmente existe também o “Penalty Shoot Out”, um modo de jogo para treinar pontapés de penálti.

victgoal03
International Victory Goal

A nível de jogabilidade, bom eu não sou nenhum especialista em jogos de desporto, pelo que não farei grandes comentários à mesma. Apenas não contem com uma jogabilidade “realista” como vemos em vários jogos de futebol actualmente. Naquele tempo os jogos de futebol sempre tiveram uma jogabilidade mais “arcade” e fluída, embora não possa dizer que a jogabilidade neste jogo esteja algo de especial. Graficamente isso sim, aqui posso reclamar à vontade pois tenho olhos na cara. IVG é um jogo de primeira geração da Sega Saturn, consola que adoro, mas teve uma série de problemas de design que já mencionei várias vezes neste espaço. Os gráficos de IVG são bastante simples, os modelos são bastante “quadradões” e com pouco detalhe. Os jogadores ainda são sprites a moverem-se pelo ecrã, não há muito mais a dizer. Passando para o som, agora sim, finalmente algo de genuinamente bom a falar. Os efeitos sonoros não são nada de especial, mas em contrapartida a banda sonora é o “rock clássico SEGA” dos anos 90 que eu tanto gostava e está presente aqui. Várias músicas mais roqueiras com guitarradas, megusta.

Bom, este post é realmente mais pequeno, mas não há muito mais a escrever sobre este jogo. É um jogo da primeira geração da Saturn, bastante feio, com pouco conteúdo e uma jogabilidade algo questionável. A banda sonora é boa, mas isso vai do gosto pessoal de cada um. A Sega redimiu-se com o Sega Worldwide Soccer 97 que veio no seguimento deste jogo, mas isso já é conversa para outra altura.