Street Fighter EX 2 Plus (Sony Playstation)

Depois do relativo sucesso do primeiro Street Fighter EX (cuja revisão Plus Alpha eu trouxe cá no passado para a Playstation), a Capcom e a Arika não perderam muito tempo a preparar uma sequela, cuja chegou originalmente para as arcades na primeira metade de 1998 como Street Fighter EX 2. No ano seguinte, chega o seu primeiro update (EX 2 Plus) cuja versão PS1 é baseada e acaba por ser lançada no ano 1999/2000 dependendo do mercado. O meu exemplar foi comprado algures em 2020 numa Cash Converters por cerca de 15€ se bem me recordo.

Jogo com caixa, manuais e papelada

Portanto este é mais um jogo de luta da saga Street Fighter, embora a série EX seja considerada secundária e não canónica. Uma das razões que creio que para que isso seja, é o facto desta série ter um grande número de personagens jogáveis criadas pela Arika e que nunca mais apareceram em mais Street Fighters que não os EX. De resto, tal como o seu predecessor é um jogo que, apesar de ostentar gráficos em 3D poligonal (e agora bem mais detalhados), mantém na mesma uma jogabilidade completamente em 2D e com o sistema de controlo característico dos jogos Street Fighter. Também tal como o seu predecessor, durante os combates temos uma barra de energia que se vai enchendo em 3 níveis, cujos podem posteriormente serem utilizados para desencadear uma série de golpes especiais como os specials, super combos ou cancels. A grande novidade está na inclusão dos excel moves que nos permitem encadear uma série de golpes uns nos outros, entre golpes normais e especiais.

O elenco das 20 personagens iniciais está equilibrado entre clássicas e arika (em baixo). Mas com as personagens secretas/desbloqueáveis esse equilíbrio é totalmente perdido

No que diz respeito aos modos de jogo, contem com os habituais arcade e versus, sendo que este último permite-nos optar por entre combates simples de 1 contra 1, ou em equipas de vários lutadores que têm de ser derrotados consecutivamente. O Practice está também aqui representado, uma vez mais com duas opções distintas: a primeira é a training onde como o nome indica poderemos praticar livremente todos os golpes de cada personagem. A outra opção é o trial, que por sua vez nos dá acesso ao expert mode, semelhante ao introduzido no jogo anterior. Estas são “missões” que temos de desempenhar com cada personagem, que consistem maioritariamente em desencadear com sucesso uma série de combos e golpes especiais cada vez mais complexos. É nesse modo de jogo onde poderemos desbloquear legitimamente todo o conteúdo desbloqueável como personagens secretas, embora estas também possam ser desbloqueadas através de códigos. Aparentemente poderemos também desbloquear o Maniac Mode, que contém missões ainda mais complexas. Por fim temos também o Director e o Bonus Game. O primeiro, confesso que não experimentei, mas aparentemente permite-nos gravar combates e customizar vários detalhes como os cenários ou mesmo a câmara. O último é essencialmente uma compilação de vários mini jogos. Inicialmente temos apenas o Taru, um mini jogo onde teremos de partir uma série de barris de forma consecutiva, mas poderemos também desbloquear os outros mini jogos que são jogados no modo arcade (destruir o satélite e eliminar um inimigo com 3 excel moves). Portanto, uma vez mais, até que é um jogo de luta com bastante conteúdo para uma Playstation.

Graficamente é um jogo mais evoluído que o antecessor, embora os cenários sejam completamente desprovidos de vida.

Graficamente o jogo também segue os passos do seu antecessor, ao apresentar personagens em 3D poligonal assentes em arenas com backgrounds pré-renderizados. A diferença é que tudo em geral tem agora mais detalhe: os lutadores têm mais polígonos e melhores texturas e as imagens de fundo têm melhor resolução. Ainda assim achei as arenas bastante genéricas infelizmente. É verdade que são bem detalhadas, mas há coisas que o pixel art em 2D conseguiam fazer muito bem naquela época e os cenários de jogos de luta eram uma delas. Relativamente às personagens em si, estas estão mais detalhadas como já referi, mas infelizmente continua a haver um grande foco em personagens criadas pela Arika. Das 24 personagens jogáveis (incluindo as desbloqueáveis e/ou secretas), apenas 10 são personagens da Capcom. As restantes 14 são da Arika e há muitas que não têm lá grande carisma. Já no que diz respeito ao som, nada de especial a apontar aos efeitos sonoros e a banda sonora em si até que é bastante diversificada em diferentes estilos musicais (rock, jazz, electrónica, outras mais folclóricas, etc) e é no geral bastante agradável.

Os excel (custom combos) são a grande novidade de mecânicas de jogo

Portanto estamos perante mais um jogo de luta bem decente. Apesar de ser renderizado em 3D, a jogabilidade continua em 2D e de uma forma bastante fluída como a série Street Fighter bem nos habituou. Continuo a preferir no entanto os SF clássicos em 2D, não só pelo aspecto gráfico na minha opinião ter envelhecido melhor (apesar que este jogo já representou um bom salto qualitativo perante o seu antecessor), mas também por haver aqui muitas personagens criadas pela Arika e que nunca mais entraram em Street Fighters para além dos EX.

Golden Axe (PC-Engine CD)

De volta à PC-Engine vamos ficar com mais uma adaptação de um clássico arcade da Sega que acabou por sair neste sistema. Nenhum deles foi desenvolvido pela própria Sega, que apenas licenciou o uso da sua propriedade intelectual, pelo que o resultado final destas conversões é tipicamente algo díspar. O Space Harrier nem foi mau de todo, já este Golden Axe infelizmente foi uma oportunidade desperdiçada. Esta conversão ficou a cargo da Telenet Japan, uma empresa que até tem uns bons nomes no seu reportório (a série Valis, por exemplo), mas aqui não se esmeraram de todo, o que é pena. O meu exemplar foi comprado a um particular no passado mês de Janeiro, tendo-me custado uns 18€.

Jogo com caixa e manual embutido

Pouco há mais a falar do Golden Axe. É um excelente beat’ em up da Sega com uma temática de guerreiros bárbaros (certamente inspirada pelos filmes do Conan nos anos 80), lançado nas arcades e com conversões para inúmeros sistemas. Naturalmente a versão Mega Drive é sem dúvida a mais badalada das conversões caseiras e com razões para isso, pois manteve a excelente jogabilidade do lançamento original arcade, com apenas alguns sacrifícios na componente audiovisual. É um jogo onde 1 ou 2 amigos poderão jogar em conjunto, encarnando em 3 diferentes guerreiros: Ax Battler, o esteriótipo do guerreiro bárbaro todo musculado, Gillius Thunderhead, outro esteríótipo de um anão barbudo e munido de um machado gigante e claro, Tyris Flare, o esteriótipo final da guerreira amazonas que luta de bikini. Cada personagem possui os seus pontos fortes e fracos, com Ax Battler a ser o mais equilibrado, Gillius é mais forte físicamente mas mais fraco com as suas magias e Tyris é o seu reverso.

Apesar de manter as 3 personagens, esta versão inexplicavelmente não possui qualquer modo multiplayer

Ora infelizmente o campo onde esta conversão da PC Engine mais sofre é, a meu ver, precisamente na jogabilidade. A começar pelo facto deste não possuir qualquer multiplayer, o que num sistema onde o uso de multitaps sempre foi encorajado, é uma grande falha. A jogabilidade em si também deixa muito a desejar, com o jogo a ser mais travado, com imensos problemas de detecção de colisão (por vezes é difícil acertar nos inimigos, obrigando-nos a alinhar quase perfeitamente com os mesmos) e atacar mais que um inimigo em simultâneo, mesmo que tenhamos na nossa posse uma espada ou machados gigantes, nem sempre acontece, o que nos deixa muito mais vulneráveis a ataques. Para além disso, estão em falta várias animações de ataque, o que deixa os combates um pouco mais repetitivos.

Infelizmente a jogabilidade deixa muito a desejar e graficamente também não é a versão mais apelativa

Graficamente é outro ponto que o jogo deixa muito a desejar. As sprites são muito pequenas para um sistema como a PC-Engine e as animações também não estão lá grande coisa, com algumas inclusivamente a faltar, como já referi anteriormente. Os cenários também não têm tanto detalhe como a versão da Mega Drive, o que é pena. Por outro lado, o que esta versão tem de bom do ponto de vista gráfico são as várias cutscenes anime e narradas em japonês que estão bem feitas. Cada personagem tem o seu próprio conjunto de cutscenes, completamente diferentes entre si! Já no som, estamos perante mais uma faca de dois gumes pois por um lado a banda sonora foi toda refeita, agora com qualidade CD Audio e está muito boa. Por outro lado, os efeitos sonoros são maus e faltam muitas dos clipes de voz, como os inimigos quando morrem. Uma vez mais, tendo em conta que este é um jogo lançado num formato de CD, é mais uma oportunidade desperdiçada.

Ao menos temos cutscenes anime bem detalhadas e com uma aparente boa narração. Digo aparente porque é em Japonês

Portanto este Golden Axe da PC-Engine CD acaba por ser um jogo que desilude imenso. As suas óptimas cutscenes anime e banda sonora de qualidade CD audio, em virtude de ser um jogo no formato CD são os seus pontos fortes, mas estão longe de compensar a má jogabilidade, o facto de não ter multiplayer e os gráficos e efeitos sonoros medianos. É uma pena, esta versão poderia ter sido bem mais especial.

Where in the World is Carmen Sandiego? (Sega Master System)

O artigo de hoje é mais uma rapidinha pois já cá trouxe no passado a versão Mega Drive deste mesmo jogo. No entanto, esta versão Master System possui algumas diferenças que valem a pena abordar. O meu exemplar foi comprado no passado mês de Março a um amigo meu por 5€. Este título é dos poucos lançamentos da Master System que se mantiveram como exclusivos norte-americanos, embora até apareça algumas vezes no Reino Unido, sendo que até foi de lá que este acabou por vir.

Jogo com caixa, manual e pequeno almanaque com curiosidades do mundo. Basicamente contém todas as pistas que necessitamos para ter sucesso no jogo!

Este é então uma espécie de jogo de aventura educativa, onde teremos de por em prática os nossos conhecimentos de geografia (que por sua vez já não estão actualizados para os dias de hoje). Nós somos um agente da interpol e o objectivo é o de prender todos os bandidos da VILE, liderados pela charmosa Carmen Sandiego e que vão roubando uma série de tesouros ao longo do globo.

A ideia do jogo é, em cada caso, recolher pistas do ladrão, persegui-lo pelo mundo e finalmente capturá-lo. Começamos pela cidade onde o tesouro foi roubado e poderemos visitar alguns edifícios locais como museus, embaixadas, bancos e afins, onde dialogamos com testemunhas que nos poderão dar algumas pistas como “o ladrão tem uma tatuagem”, “o ladrão gosta de jogar ténis”, “o ladrão meteu-se num avião com uma bandeira com cores azuis, brancas e vermelha” ou “o ladrão cambiou o seu dinheiro por dracmas”. O primeiro tipo de pistas indica-nos traços do bandido que poderão ser pesquisados na base de dados da interpol e, quando recolhemos pistas suficientes, poderemos emitir um mandado de captura internacional. O outro tipo de pistas indicam-nos qual o seu próximo destino, pelo que teremos de nos meter num avião, voar para o país seguinte e repetir este processo em busca de novas pistas. Eventualmente chegamos ao país onde o bandido está e, caso tenhamos emitido um mandado de captura, a polícia irá apanhá-lo. E é isto que teremos de fazer ao longo de todo o jogo.

Esta versão Master System é diferente na medida em que exploramos as cidades como um sidescroller

Mas há um problema, pois temos um prazo limite para apanhar cada bandido e cada acção que façamos gasta algumas horas, incluindo o dormir, que nos leva sempre 9h de cada dia. Para chegar ao final e conseguir capturar a própria Carmen Sandiego temos de jogar a aventura no nível de dificuldade mais avançado, que por si só já nos deixa com tempos muito mais apertados. Outra diferença quando comparada à versão Mega Drive é o facto de bandidos surgirem nas cidades e nos poderem atacar, algo que teremos de evitar ao máximo usando o d-pad (infelizmente não conseguimos atacar de volta). Se algum bandido nos atingir, são mais algumas horas que são perdidas.

Ao explorar os edifícios vamos obtendo pistas de testemunhas que nos permitem identificar e/ou localizar os suspeitos

Graficamente é também uma versão mais modesta, com cada cidade a ter uma série de edifícios genéricos comuns a todos, mas imagens algo diferentes em plano de fundo, como a torre Eiffel caso visitemos Paris, por exemplo. Os retratos das personagens que interagimos não são tão bons quanto as versões 16-bit e tenho pena que não hajam retratos dos bandidos em questão nas bases de dados da interpol! A nível de som, infelizmente é um jogo muito simples, com música a sério a existir apenas no ecrã título. Ao longo da aventura em si iremos apenas ouvir alguns sons genéricos e pequenas melodias muito simples.

Portanto o Where in the World is Carmen Sandiego é um jogo repetitivo, mas uma óptima ideia para um videojogo educativo. No entanto, entre esta versão para a Master System e versões mais musculadas como a que temos na Mega Drive acabam por ser bem mais apelativas visualmente. E as sequências de acção são um pouco irritantes, fazendo-nos perder ainda mais tempo precioso!

Metro: Last Light (PC)

O Metro 2033 é um first person shooter pós-apocalíptico com vários conceitos que achei muito interessantes na altura em que o joguei. No entanto, como a versão que joguei foi a inicial e não a Redux, a quantidade de bugs deixaram-me um pouco receoso de começar a sua sequela. Então há pouco tempo lembrei-me tinha algures na minha conta GOG a versão Redux à espera de ser jogada e lá me aventurei uma vez mais no metropolitano moscovita após uma catástrofe natural. A versão Redux terá sida oferecida pelo próprio GOG já não me lembro quando. A versão normal, cujo exemplar físico tenho na colecção, tinha sido comprada algures em Julho de 2015 na Mediamarkt por menos de 5€. Bons tempos onde se conseguiam comprar muitos jogos de PC em formato físico a preços muito convidativos!

Jogo com caixa e papelada

Este Metro Last Light é uma sequela do seu primeiro jogo, Metro 2033, que por sua vez foi inspirado num livro do mesmo nome. Este conta a história dos sobreviventes a um apocalipse nuclear que atingiu fortemente a região de Moscovo, obrigando à população a viver nos túneis do seu sistema de metro. O mundo à superfície continuava altamente contaminado e radioactivo, obrigando as pessoas a usarem máscaras de gás cada vez que se quisessem aventurar nas ruínas. Ruínas essas que eram também habitadas por criaturas mutantes, pelo que a civilização foi sobrevivendo como pode na relativa segurança dos túneis e estações do metropolitano. Para além de criaturas mutantes, haviam também diversas facções para-militares que rivalizavam entre si, bem como o surgimento dos Dark Ones, criaturas estranhas, misteriosas e inteligentes e que foram também um dos temas centrais do primeiro jogo. Uma coisa que não fazia ideia enquanto joguei o Metro 2033 era que o mesmo tinha dois finais alternativos, que poderiam ser alcançados mediante algumas das nossas escolhas morais. Este Metro Last Light decorre então em 2034, um ano após os acontecimentos do final “mau” do seu antecessor, onde controlamos uma vez mais o jovem Artyom, agora membro dos Rangers. A sua primeira missão é a de localizar o único sobrevivente dos tais “Dark Ones” que sobreviveram ao final do último jogo e eliminá-lo. Mas as coisas não correm bem e Artyom é apanhado e feito prisioneiro por uma facção neo-nazi. Dos neo-nazis vamos para os comunistas, coisas vão acontecendo, uma conspiração maior vai-se revelando e uma vez mais teremos algumas escolhas a fazer que poderão ditar qual dos dois finais iremos alcançar.

O que não faltam são criaturas fofinhas para combatermos

A nível de mecânicas de jogo este Metro Last Light segue muitas das pisadas que foram introduzidas no seu predecessor: a munição é escassa, tanto que a unidade monetária são balas de calibre militar. Esse “dinheiro” poderá ser usado em algumas lojas onde poderemos comprar munições, armas ou até modificá-las (com silenciadores, diferentes miras, extensões da capacidade de munição, entre outras). A escassez de munições obrigam-nos a ter uma abordagem mais furtiva, até porque os medkits também não abundam e por vezes teremos mesmo de enfrentar dezenas de inimigos humanos caso sejamos descobertos. Para passar despercebidos, a escuridão é nossa amiga, pelo que teremos de desligar luzes, usar armas silenciosas ou aproximarmo-nos despercebidos dos inimigos e atacá-los corpo-a-corpo, onde temos a escolha de usar força letal ou apenas incapacitá-los. Para obter o melhor final, o jogo encoraja-nos a não matar humanos, o que não é nada fácil de fazer. Mas não são só humanos que temos de ter cuidado nos túneis, mas também outras criaturas mutantes como aranhas ou escorpiões gigantes cuja melhor arma para os enfrentar é uma lanterna. Lanterna essa cuja bateria se gasta, mas podemos recarregá-la manualmente ao usar uma espécie de dínamo.

Um detalhe gráfico interessante é o visor da nossa máscara ficando sujo com água, sangue ou outros líquidos. E temos inclusivamente um botão para o limpar!

Quando visitamos a superfície a principal preocupação é o ar contaminado pelo que temos de usar uma constantemente uma máscara de gás. Os filtros de ar possuem uma duração limitada pelo que, para além de procurarmos munições e medktis, filtros de ar ou mesmo máscaras suplentes terão de ser procuradas todo o tempo, pois estas também se podem partir. Para além de alguns eventuais confrontos contra outros soldados humanos, iremos também encontrar diversas outras criaturas mutantes que nos vão atacando em números, pelo que por vezes também teremos de ter uma abordagem algo furtiva quando vamos à superfície.

Há um grande foco na furtividade porque rapidamente somos assolados em número caso sejamos descobertos. E as munições são escassas!

Graficamente é um jogo interessante, pelo menos para os padrões de 2013. Como acabei por jogar a versão Redux, não tive problemas de performance ou bugs estranhos o que foi bom. As personagens estão bem detalhadas dentro dos possíveis e o jogo, mesmo estando inserido num mundo pós-apocalíptico, consegue oferecer-nos alguma diversidade audiovisual. Como por exemplo, numa das estações de Metro controladas pelas forças comunistas poderemos assistir a uma pequena peça de teatro (que na verdade mais parecem números de circo), enquanto noutra estação mais à frente na narrativa teremos acesso a outro tipo de divertimentos como um bordel e mesmo aí há sempre alguns detalhes engraçados como um velhote do lado de fora a espreitar para dentro de uma janela onde uma stripper faz uma lap dance a um cliente. Uma das coisas que me desapontou um pouco no Metro 2033 está também aqui presente, infelizmente. É que este sendo um jogo que se passa numa cidade de Moscovo pós apocalíptica, é uma pena que os seus habitantes não falem russo, mas sim inglês com sotaque russo. Tal como no Metro 2033, apenas algumas profanidades foram mantidas em russo, tudo o resto é falado em inglês, o que na minha opinião estraga um pouco da atmosfera.

Portanto devo dizer que gostei bastante deste Metro Last Light. É um first person shooter com um grande foco na furtividade e na gestão de recursos, com uma história interessante e com alguns bons momentos de criatividade. A versão Redux, para além de melhorias gráficas e de performance, traz também incluídos todos os seus DLCs, alguns que acrescentam um pouco à história do jogo. Fiquei curioso para ver como termina a trilogia com o Metro Exodus. Pelo menos pelo título do jogo parece dar a entender que os sobreviventes vão tentar regressar à superfície e estou curioso em ver no que isso vai dar.

Aero Blasters (Turbografx-16)

Desenvolvido originalmente pela Kaneko nas arcades como Air Buster, este é um shmup fantástico, se bem que duríssimo e que acabou posteriormente por receber conversões tanto para a Mega Drive, como para a PC-Engine/Turbografx-16, embora tenha sido renomeado para Aero Blasters neste caso. A versão Mega Drive infelizmente não chegou à Europa e é um jogo caríssimo para importar. O mesmo pode ser dito da versão TG-16 mas no passado mês de Março lá consegui comprar um exemplar a um particular em França. Não foi barato, mas comparando com os que se vêm no ebay até que foi uma pechincha.

Jogo com caixa e manual embutido na capa

A história é o cliché habitual: no futuro, o planeta Terra está a ser invadido por uma poderosa civilização alienígena e nós pilotamos aquela nave que é a última esperança da Humanidade, onde iremos ter de enfrentar um exército sozinho. A jogabilidade é aparentemente simples. um botão dispara (felizmente o auto-fire está activo por defeito) enquanto o outro pode ser usado para carregar e disparar uma arma especial capaz de causar dano em todos os inimigos no ecrã em simultâneo. À medida que vamos jogando vamos também poder apanhar diversos tipos de power ups assinalados com letras, que nos dão diferentes armas, escudos ou mesmo upgrades (no caso do P).

Este ecrã introdutório mostra-nos os diferentes tipos de power ups e armas que poderemos vir a usar.

Até aqui tudo bem, temos 3 vidas, 5 continues e sempre que perdemos uma vida (ou mesmo um continue) recomeçamos a acção do mesmo ponto onde perdemos, embora sem nenhum power up. Isto até pode parecer algo generoso mas acreditem que vai saber a pouco, pois este é um jogo incrivelmente desafiante também. Logo no segundo nível vamos ter de atravessar uma série de túneis estreitos a alta velocidade, pelo que apanhar o power up do tipo B, que nos dão uma espécie de escudo / pára-choques. Mas mais à frente vamos ter inimigos que rapidamente enchem o ecrã de balas, então o power up recomendado já seria o “6” de six way shooter, de forma a que consigamos destruir todos esses inimigos antes que o ecrã fique inavegável. E isto é só o segundo nível! Durante os restantes vamos ter imensos momentos super sádicos com mais passagens estreitas para nos esgueirarmos, inimigos que são autênticas esponjas de balas e/ou que nos dificultam a vida ao máximo, ou os níveis em pleno espaço com gravidade zero, onde a nave se torna mais difícil de controlar devido à inércia.

Graficamente é um jogo bem detalhado, mas depois de ter visto a versão Mega Drive, fica a ideia que esta versão poderia ir ainda mais longe.

Graficamente é um jogo muito interessante, com alguns efeitos de parallax scrolling que não são nada comuns em jogos de PC-Engine/Turbografx-16. Tendo em conta que é um jogo que sai em formato Hu-Card, sem tirar partido das expansões que os sistemas de CD oferecem, acho-o um feito técnico notável. No entanto, no mesmo ano a versão da Mega Drive é também lançada e essa possui gráficos muito mais detalhados, assim como as naves inimigas e bosses são ainda maiores. A banda sonora é excelente, oscilando entre temas mais jazz ou rock e o segundo nível possui uma música exclusiva nesta versão. Comparando com a Mega Drive, que também tem uma banda sonora excelente, pessoalmente eu prefiro o FM synth mais duro da Mega Drive nas músicas mais rock, mas não deixa de ser uma excelente banda sonora.

O jogo está repleto de momentos desafiantes onde não ter o power up certo é uma grande desvantagem

Portanto este Aero Blasters é um excelente shmup, embora esta versão PC-Engine/Turbografx-16 seja ainda mais difícil, repleta de momentos de puro sadismo, do que a versão Mega Drive. Essa, por sua vez, é também superior na fidelidade gráfica e é uma pena que não tenha chegado até nós meros europeus. Infelizmente tanto uma versão quanto a outra são caríssimas, pelo que me vou contentar com este meu exemplar da TG16.