Já há uns aninhos que tinha este jogo aqui em fila de espera, mas lá me decidi a pegar nele. Uma das razões pela qual sempre me deu a preguiça foi pelo facto que a sua adaptação para PC sempre deixou muito a desejar, com o jogo a ser bastante pesado, mesmo em máquinas mais recentes e minimamente competentes para o conseguir correr sem problemas. Por isso lá tive de o correr com o Directx 9 e reduzir bastante vários dos efeitos gráficos avançados e mesmo assim ainda haviam várias quebras de framerate… Mas adiante! Este meu exemplar deverá ter sido comprado ainda em 2012, tendo-me custado 5€. Foi na Worten do Maiashopping e é uma edição que traz também um CD com o Red Faction Guerilla.
Metro 2033 passa-se num futuro próximo, após uma guerra em 2013 que dizimou Moscovo por completo, forçando a que os seus sobreviventes se tenham estabelecido nos túneis e estações do metropolitano moscovita. À superfície, o ar é tóxico, obrigando-nos a usar constantemente uma máscara de gás e a água é radiactiva, pelo que não a convém pisar. Nos túneis o nível de vida também não é muito melhor, pois como não poderia deixar de ser em qualquer jogo pós apocalíptico, o que mais há são criaturas mutantes e também grupos de bandidos que aterrorizam todos os outros. E também como não poderia deixar de ser, a munição é uma coisa escassa, tão escassa que tudo o que for munição de calibre militar pré-guerra é usado como unidade monetária. Mas para que não andemos aí a disparar dinheiro, podemos usar outras munições fabricadas pelos habitantes de Metro, embora sejam mais fracas. Munições essas que podem também ser usadas para comprar armas e outros equipamentos como medkits ou filtros para as máscaras de gás. Muitas das armas que vemos são apenas upgrades de armas que eventualmente já tenhamos, como versões com silenciadores e/ou miras telescópicas.

É nestas alturas em que cada tiro certeiro é bastante precioso. Até porque os tempos de reload desta shotgun são elevados.
De resto, ao longo da nossa missão que consiste essencialmente em procurar ajuda para evitar que a nossa estação natal de Exhibition seja invadida pelas forças misteriosas dos Dark Ones, teremos pela nossa frente uma jornada algo dura, onde teremos de procurar por munições e itens adicionais em todos os cantos, incluindo nos cadáveres dos nossos oponentes, ou de outros desgraçados que perderam a vida em várias circunstâncias. Para isso tanto visitamos outras estações de Metro populadas por pessoas com as mesmas dificuldades que nós, bandidos ou facções nazis ou comunistas que naturalmente se detestam de morte. Pelo meio claro que temos de ir atravessando os túneis, repletos de perigos e hostilidades. Ocasionalmente lá teremos de ir para o exterior, onde as coisas não melhoram muito. Até pioram para ser sincero, pois caso a nossa máscara de gás se parta, temos apenas alguns segundos até conseguirmos encontrar uma substituta, caso contrário morremos intoxicados. Esses detalhes, bem como os de ver quantas munições nos restam da magazine pelo seu aspecto, ou medir o tempo que temos disponível no filtro de ar da máscara de oxigénio directamente no cronómetro de pulso acrescentam algum realismo interessante à aventura. Claro que as munições apenas é necessário controlá-las dessa forma quando jogamos no nível de dificuldade mais elevado, onde não temos nenhum HUD com essas informações no ecrã, nem a vida é regenerativa. Sim, porque apesar de termos medkits que naturalmente aceleram bastante a recuperação de vida, nos níveis de dificuldade normal a mesma também se vai regenerando com o tempo.

Em Metro, cada passo rumo ao desconhecido é um risco. As jornadas no exterior são especialmente perigosas pelo risco da nossa máscara de gás se partir
Graficamente é um jogo interessante. O mundo que nos apresenta é bastante credível, repleto de pequenos detalhes como as coisas mais analógicas que foram referidas no parágrafo acima. Outras coisas como armadilhas ou simples avisos sonoros como latas penduradas por fios que nos podem arruinar por completo uma abordagem mais furtiva foram bem implementados. Ao longo do jogo tudo tem uma atmosfera bastante austera e hostil e em ruínas, quer estejamos no subsolo, quer à superfície. O problema é mesmo a má optimização da versão PC que faz com que mesmo algumas máquinas bem competentes sacrifiquem bastante a performance do jogo. Creio que isto poderia ser remediado se tivesse antes comprado/jogado a versão Redux (que também muda algumas coisas nos níveis do jogo para além destas melhorias técnicas) mas esta versão lá teve de servir. De resto, a atmosfera do jogo é muito boa, tal como referi. O voice acting também me parece ser competente, embora sinceramente eu acho que teriam muito mais a ganhar se o mesmo fosse completamente falado em russo com as legendas em inglês a acompanhar. Pois desta forma de russo temos apenas o sotaque e uma ou outra expressão (calculo que sejam palavrões) que os produtores não quiseram traduzir.

Para os padrões de 2010, este jogo no PC com os gráficos no máximo era uma beleza. Pena que a performance no geral seja fraca
Em suma, tirando os problemas técnicos que se calhar me fazem mesmo recomendar que joguem mesmo a versão Redux, este Metro 2033 até se revelou uma boa surpresa. Para quem gostar de jogar FPS onde o foco está na história e atmosfera envolvente, mas não em duelos multiplayer que não acrescentam nada de novo, este é um jogo que vale a pena conferir. E como a versão steam do mesmo chegou inclusivamente a ser oferecida temporariamente, é bem possível que já a tenham associada à vossa conta. Testem-no então!
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