Taz-Mania (Sega Mega Drive)

Voltando às rapidinhas, o jogo que cá vos trago hoje é mais um derivado dos Looney Tunes da Warner Bros. Uma das personagens mais características dessa série era sem dúvida o Taz, o demónio da Tasmania que algures nos anos 90 teve direito a uma série de animação televisiva só para as suas aventuras tresloucadas. Isso teve repercursão nos videojogos, com a Sega a adquirir a licença para produzir videojogos da série nas suas consolas, e por outro lado a Sunsoft fez o mesmo para as consolas da Nintendo. Este exemplar que vos trago hoje foi naturalmente produzido pela Sega e comprei-o algures em Agosto/Setembro deste ano numa das minhas idas à feira da Vandoma no Porto. Creio que me custou à volta de 7€.

Jogo com caixa e manuais

Tal como nos desenhos animados, a história é parva. Então, o pai do Taz (sim, na série de animação havia toda uma família) conta a lenda que antigamente uma raça de pássaros gigantes que, naturalmente, punham ovos também tamanho família. Aparentemente, perdido algures no meio da ilha da Tasmania haveria ainda um vale perdido onde esses pássaros existem. O faminto Taz ficou logo todo entusiasmado com a perspectiva de comer os ovos gigantes e sai disparado da sua casa.

Ocasionalmente lá temos alguns bosses para defrontar

Este é um jogo de plataformas com mecânicas de jogo relativamente simples. Os três botões faciais da Mega Drive servem para saltar, transformar o Taz num furacão, ou comer objectos. Quando estamos na forma furacão conseguimos destruir a maioria dos inimigos, bem como andar muito mais rápido e saltar bem mais longe, mas também podemos destruir objectos, o que pode ser bom ou mau. Isto porque os objectos que encontramos podem ser alguns power-ups que nos regeneram a vida, outros que nos dão vidas extra, invencibilidade temporária ou malaguetas que, quando as comemos,  deixam o Taz a temporariamente deitar fogo pela boca, o que lhe permite derrotar alguns inimigos mais fortes. Outros objectos como bombas, não convém ser comidos caso contrário perdemos um pouco da nossa barra de vida. Ah, o Taz também pode simplesmente comer alguns dos inimigos menores em vez de os atacar directamente. Ou saltar em cima deles, Mario style, embora uma vez mais não resulte para todos.

Podemos rodopiar para atacar mas também para conseguir saltar mais longe

No que diz respeito ao jogo em si, este é um platformer, como muitos os que foram desenvolvidos ao longo da década de 90, onde simplesmente teremos de encontrar a saída do nível, encontrando pelo meio vários obstáculos e inimigos. Os níveis vão sendo variados entre si, com o primeiro conjunto a decorrer numa espécie de deserto cheio de montanhas e desfiladeiros tipo o Grand Canyon, enquanto que o segundo conjunto já tem uma temática mais industrial com várias máquinas a servirem de obstáculos e são introduzidos alguns elementos de puzzle, pois teremos de procurar alavancas e abrir portas. Temos também níveis a decorrerem nas montanhas geladas com piso escorregadio, outros em selvas, cavernas ou ruínas antigas. Claro que ocasionalmente temos também alguns bosses para defrontar. Pessoalmente acho o design dos primeiros níveis aborrecido, mas depois as coisas acabam por melhorar um pouco, se bem que há ali alguns níveis (minecart!) que nos testam a paciência!

No que diz respeito ao grafismo, mais uma vez digo que achei os primeiros níveis desinspirados. Mas depois as coisas melhoram, temos níveis muito bem detalhados e no geral as animações do Taz estão boas. Mas o que achei mais interessante foi mesmo a banda sonora. Não por me agradar por aí além, mas achei-a curiosa. Isto porque a mesma é muito, muito jazzy, o que não estava nada à espera num jogo do Taz. Depois para cada salto que o Taz dê, ouvimos uma nota musical diferente, o que é um detalhe interessante, apesa de nem sempre soar de acordo com a música.

Este nível foi só um bocadinho frustrante!

Portanto este é mais um jogo de plataformas. Se forem fãs do Taz, recomendo que lhe dêm uma oportunidade, mas para mim, apesar de não ser um jogo mau de todo, estava à espera que fosse um pouco melhor. Também temos versões deste jogo para a Master System e Game Gear e, pelo que vi, são completamente diferentes entre si e sinceramente parecem-me bem piores, mas sinceramente ainda não as joguei. As versões SNES e Gameboy, produzidas pelo braço americano da Sunsoft são também jogos completamente diferentes, o que para um coleccionador acaba por ser muito interessante. Pode ser que no futuro  traga cá uma dessas versões. Para a Mega Drive tivemos depois o Taz in Escape From Mars (sim, eu sei que há versões 8bit disponíveis também), e pelo que me lembro de quando era mais novo, foi um jogo que me agradou mais.

Super Star Wars (Super Nintendo)

Star Wars é uma das maiores franchises de entertenimento do planeta, não há dúvidas disso. Seja nos filmes, livros, ou videojogos o que não falta são lançamentos de qualidade. Nos videojogos foram inúmeras as adaptações para os mais variadíssimos sistemas e a Super Nintendo não passou ao lado. Aqui temos uma série de 3 jogos de acção, todos publicados pela JVC, que abordam a primeira trilogia passada nos cinemas, referentes aos episódios IV, V e VI. O meu exemplar foi comprado a um particular algures no mês passado, tendo-me custado 17€ se a memória não me falha.

Apenas cartucho

Este é um jogo de acção/plataformas, que nos faz lembrar títulos como Contra (se bem que menos intensos), com algumas secções onde conduzimos alguns veículos como um Landspeeder ou uma X-Wing no famoso assalto à Death Star. Inicialmente podemos jogar apenas com o Luke Skywalker, mas mais para a frente poderemos jogar também com Chewbacca ou Han Solo. Não há grande mudança na jogabilidade entre as personagens, uns são mais ágeis que outros, ou possuem mais resistência físíca e todos possuem mais ou menos o mesmo tipo de habilidades. A grande excepção está no Luke Skywalker, que pode alternar entre a sua pistola e sabre de luz, após o seu encontro com Obi-Wan Kenobi. Todos possuem uma arma de fogo, se bem que ao longo do jogo poderemos apanhar vários power ups que nos aumentam o poder de fogo. O melhor é que esses power-ups transitam de nível para nível, mas perdem-se se perdermos alguma vida entretanto. Mas temos muitos outros itens que podemos apanhar, desde extensões do tempo limite para terminar o nível, multiplicadores de pontos, invencibilidade temporária ou sabres de luz que servem para extender a nossa barra de energia.

Ao longo do jogo poderemos ganhar diferentes upgrades para a nossa pistola, alguns com habilidades diferentes

Depois temos também os níveis onde controlamos veículos, níveis esses que usam e abusam do famoso efeito gráfico mode 7. Confesso que inicialmente achei estes níveis algo confusos mas depois de perceber a manha até se tornaram mais agradáveis. Nos primeiros níveis deste género controlamos um Landspeeder, onde teremos de ter em atenção não só aos inimigos que vamos apanhando, bem como ao nível de combustível. Inicialmente uma pessoa anda ali a vaguear pelo mapa sem saber muito bem o que fazer nem para onde ir, mas o objectivo é mesmo o de destruir um certo número de inimigos ou obstáculos e depois lá “desbloqueamos” o final do nível, que consiste em chegar a algum lado. Nessa altura o horizonte muda um pouco e acabamos por conseguir ver a meta. O segundo veículo que pilotamos é um X-Wing na luta final para destruir a Death Star. Inicialmente sobrevoamos sobre a superfície da Death Star, onde teremos de destruir um número mínimo de TIE Fighters e de torres, sendo que depois passamos para aquela mítica cena na “trincheira”, onde defrontamos outros TIEs, inclusivamente aquele pilotado pelo próprio Darth Vader.

Sim, eventualmente temos alguns bosses para defrontar

De resto deixem-me referir que foi um jogo que me surpreendeu bastante pela positiva. Naquela época era perfeitamente natural os videojogos se desviarem das obras originais, até pelas limitações de hardware dos sistemas em si. No entanto fico contente que este videojogo se relacione muito bem com o filme. Naturalmente que há algumas coisas muito diferentes de forma a adaptarem-se num jogo de plataformas/acção em 2D, como é o caso do resgate de R2D2, onde no filme foi comprado aos Jawas, comerciantes de sucata, aqui tivemos mesmo de lutar pelo robot. Mas tirando isso todos os cenários são locais do filme: o planeta Tatooine e o encontro com os Jawas e Sand People, Mos Esley e a cena de pancadaria no bar onde encontramos Han Solo e claro, o resgate de Leia na Death Star e seguinte assalto final. Só tenho pena de não controlarmos Obi-Wan na sua luta contra Darth Vader mas lá está, também seria uma luta que teríamos de perder se quisermos ser fieis ao filme.

Tendo em conta as limitações inerentes às consolas da época, este jogo até que segue muito bem os acontecimentos do filme.

Entre cada nível lá vamos tendo algumas cutscenes que uma vez mais são também fieis ao filme e no geral fiquei satisfeito com o grafismo do jogo, pois achei os níveis bem detalhados, inclusivamente aqueles em mode 7. Se bem que em alturas de maior aperto com a presença de mais inimigos no ecrã são bem notórios alguns abrandamentos. Por outro lado a música está excelente, quase orchestral mesmo! A Super Nintendo tinha de facto um chip de som muito bom para a época e as músicas estão aqui muito bem representadas. Basicamente, quem viu o filme, irá reconhecer instantaneamente as músicas do jogo.

O assalto à Death Star é um bom exemplo de uso do mode 7

Depois deste Super Star Wars tivemos também o Empire Strikes Back e Return of the Jedi, ambos produzidos pela mesma equipa. Fiquei curioso em jogá-los, mas como ainda não tenho o Empire Strikes Back, terá de ficar para outra altura.

Astérix (Nintendo Entertainment System)

Astérix é sem dúvida uma das franchises de banda desenhada europeia mais bem conhecidas em todo o mundo. E naturalmente que não foi preciso esperar muito tempo até que começassem a surgir as primeiras adaptações para os videojogos. Durante os anos 80 foram várias as empresas a produzir videojogos sobre os irredutíveis heróis Gauleses, com resultados bem variados. Na primeira metade da década de 90 no entanto, as coisas começaram a mudar para o melhor. Nas consolas da Sega era a própria empresa nipónica que detinha os direitos, tendo produzido alguns óptimos jogos na Master System e outros não tão bons por intermédio da Core Design para a Mega Drive. Nas arcades a Konami lançou um excelente beat ‘em up e nas consolas da Nintendo foi a Infogrames que detinha a licença, algo que creio que retém até hoje. Em 1993 a Infogrames produz o seu primeiro videojogo do Astérix, cujo é lançado em simultâneo para a NES, Gameboy e SNES. A versão SNES inclusivamente já a trouxe cá, pelo que aconselho a sua leitura. O meu exemplar da NES foi-me oferecido por um particular algures em Setembro deste ano.

Apenas cartucho

A história é a mesma da versão SNES: os Romanos raptaram Obélix e cabe ao seu melhor amigo Astérix salvá-lo. Vamos então atravessar parte do continente Europeu até chegar a Roma, num jogo com muito platforming! O primeiro conjunto de níveis é passado na própria Gália, onde atravessamos paisagens como florestas (repletas de antas e outros megalíticos) ou mesmo bases romanas. O segundo conjunto de níveis é passado nas montanhas Helvéticas, vulgo Suíça, pelo que são níveis onde a neve e gelo são predominantes e logo depois em Espanha, algures na costa mediterrânica. O terceiro conjunto de níveis é dedicado ao Egipto com os seus desertos e pirâmides (sim, que grande volta para chegar a Roma!). O quarto conjunto de níveis sim, já é passado em Roma, onde temos inclusivamente aquele nível numa montanha russa, mas que não é tão chato quanto na versão SNES. É aqui que culminamos o jogo com um confronto contra um boss de forma a libertar Obelix. Todos os outros mundos têm um boss que muito nos remete para o clássico Donkey Kong, mas curiosamente são bosses opcionais.

Este jogo foi lançado para NES, SNES e Gameboy e ao que sei, a história é similar em todas as versões.

Os controlos são simples com dois botões faciais disponíveis. Um botão para saltar, o outro para dar socos, resultando nos PAF! que tão bem conhecemos das banda desenhadas. Como muitos jogos de plataformas temos vários itens para apanhar. As estrelas são o análogo das moedas nos jogos do Mario, ganhamos uma vida a cada 100, sendo que as ânforas valem por 10 estrelas. Temos também vários blocos que podemos destruir, presenteando-nos com estrelas ou outros power ups como vidas extra, invencibilidade temporária ou “asas” (como as do capacete do Asterix) que servem para restaurar a nossa barra de vida. Ao destruir um determinado número de blocos podemos encontrar chaves que nos transportam para cavernas secretas onde podemos apanhar uma série de itens. Entre cada nível temos também um nível de bónus que consiste em estarmos a saltar entre uma série de barris em alto mar, enquanto vão caindo do céu vários itens. Naturalmente que não temos muito tempo disponível e também não podemos tocar na água.

Para uma NES, é um jogo tecnicamente muito bem conseguido

No que diz respeito aos audiovisuais acho este um jogo muito bem conseguido para uma plataforma como a NES. Os níveis são todos muito bem coloridos e apresentam um óptimo nível de detalhe. As músicas são fantásticas e se acham que têm uma sonoridade muito próxima dos jogos de microcomputadores europeus da década de 80, inícios de 90, então acertaram em cheio! É que a versão NES não foi produzida pela Infogrames mas sim por um estúdio mais pequeno, curiosamente espanhol, chamado BitManagers/New Frontier, que começaram precisamente a programar videojogos para sistemas como ZX Spectrum, Amstrad e MSX.

Entre cada “mundo” temos um boss opcional que nos remete para o Donkey Kong.

Portanto temos aqui um jogo de plataformas bem sólido, especialmente se forem fãs do Astérix, o que é o meu caso. Relembro que este jogo não tem nada a ver com o Astérix da Master System (também um excelente jogo de plataformas) que foi desenvolvido pela Sega. A versão SNES é superior graficamente, mas acho que esta versão acaba por ser mais coesa na jogabilidade.

The Lost World: Jurassic Park (Sega Saturn)

O Jurassic Park foi para mim um filme muito especial, pois foi o primeiro filme que alguma vez vi no cinema e ainda mal sabia ler. Sendo um filme de grande sucesso, naturalmente surgiram imensas adaptações para os videojogos, muitas das quais eu inclusivamente já referenciei aqui. Quando veio a sequela, não tivemos de esperar muito tempo por uma adaptação para os videojogos. Para as consolas da “nova” geração, o desenvolvimento do jogo ficou a cargo da Dreamworks Interactive, que se focou apenas na versão Playstation. A versão Sega Saturn acabou por ser comissionada para a Appaloosa Interactive, estúdio norte americano que não é estranho aos fãs da Sega, pois desenvolveram os Ecco the Dolphin e outros jogos para a Mega Drive como Exo-Squad ou Cyborg Justice. No entanto a Appaloosa não tinha grande liberdade criativa, pelo que o jogo foi sendo desenvolvido de forma paralela à sua versão Playstation. O meu exemplar foi comprado algures em Setembro/Outubro de 2016, numa das minhas idas à Feira da Vandoma no Porto. Creio que me custou uns 4€. Edit: recentemente comprei por 2.5€ um outro exemplar completo.

Jogo com caixa, manuais e um pequeno catálogo.

O filme leva-nos a uma outra ilha que não a do Parque Jurássico, mas lá próxima. Apelidada de “Site B”, era onde a InGen inicialmente criava os seus dinossauros, antes de os mover para a ilha principal. Naturalmente que, com os animais ao abandono, as coisas também não poderiam dar muito certo e o jogo decorre nessa mesma ilha, mas não segue propriamente a história do filme. Por outro lado, o jogo vai-nos colocar na perspectiva de várias diferentes personagens, desde humanos a diferentes espécies de dinossauros durante toda aquela confusão. Tudo isto num jogo 3D, mas que se comporta como um sidecsroller 2D, embora hajam pontos onde podemos divergir no caminho e optar por caminhos diferentes.

Mais uma vez podemos controlar dinossauros, desta vez com uma variedade maior.

A primeira personagem com que jogamos é um pequeno Compsognathus, um daqueles dinossauros pequeninos que atacavam em bando, nos filmes. Somos um bicho frágil, porém rápido a atacar, que se formos ágeis o suficiente, conseguimo-nos safar relativamente bem ao combater outros dinossauros ou mesmo humanos. Claro que convém mesmo fugir de Raptors. A personagem seguinte é um caçador humano, equipado com armas de fogo e outros adereços que nos ajudam no platforming, como um gancho que se prende no tecto e nos permite balancear entre plataformas. Infelizmente os controlos é que não são mesmo grande coisa e este gancho em particular é muito temperamental, pois muitas das vezes falha o alvo. Mais no final do jogo podemos controlar nada mais nada menos que Sarah Harding, uma das protagonistas do filme e que possui controlos similares ao do caçador, incluindo os mesmos problemas. Jogando com humanos esperem encontrar itens como munições ou medkits que nos regeneram a vida, já se jogarmos com dinossauros, a única maneira de recuperar vida é mesmo devorando as nossas vítimas, sejam humanos ou outros dinossauros.

Apesar do jogo possuir ambientes em 3D, a jogabilidade é quase inteiramente em 2D

Para além do Compsognathus, jogamos também com um Velociraptor e um T-Rex, naturalmente cada dinossauro possui ataques diferentes. É engraçado ver o T-Rex a devorar humanos como nos filmes, mas já não é tão engraçado controlá-lo, até porque muitas vezes estamos a levar com rockets sem ter grandes hipóteses de nos desviarmos, o que não é muito bom. Portanto, o problema com os controlos acaba por ser algo transversal ao jogo, infelizmente, e o design dos níveis também não ajuda em certas alturas. De resto, independentemente da personagem que controlamos, temos também alguns símbolos de ADN que podemos apanhar, sendo que para isso teremos de explorar os níveis a fundo e no caso de personagens humanas, muitas vezes temos de usar o gancho para saltar para cima das plataformas onde nos agarramos, o que é mais fácil dito, do que feito. O único propósito desses itens é que nos vão desbloqueando algumas galerias de arte, apresentadas quando terminamos todos os níveis com uma determinada personagem.

A nível gráfico é um jogo com um 3D algo primitivo. Naturalmente a versão Saturn está um pouco inferior à versão Playstation nos efeitos de transparências, mas fora isso pareceram-me duas versões muito equiparáveis. De resto temos alguma variedade de cenários, que são compostos por florestas, cavernas e algumas instalações da InGen, mas não estão lá muito bem detalhados. Gosto das animações dos dinossauros, acho que estão muito bem conseguidas, no entanto os humanos ficaram um pouco a desejar. Passando para o som, bom aqui de facto as coisas invertem-se pois acho o som do jogo muito bom, principalmente pela banda sonora orquestral e épica, que resulta muito bem em alguns momentos.

Entre cada conjunto de níveis temos umas pequenas cutscenes, que possuem qualidade superior na versão Playstation

Portanto, no fim de contas tenho a dizer que a minha sensação de nostalgia traiu-me, pois lembro-me de ver vídeos deste jogo no saudoso Templo dos Jogos e ficar cheio de vontade de o jogar. Passados todos estes anos quando finalmente lhe deitei as mãos em cima, descubro que os controlos não são nada intuitivos e por vezes funcionam mal, e que na verdade este é um sidescroller sem grande inspiração nem objectivos. A ideia de jogar com várias personagens e dinossauros diferentes é interessante, mas seria mais interessante se as diferentes campanhas se interligassem entre si. Acho que mesmo que o tivesse jogado logo em 1997/1998 iria ficar um pouco desapontado. A ver se encontro a versão da Mega Drive um dia destes, pois é um jogo inteiramente diferente e talvez seja mais interessante.

Castlevania II: Simon’s Quest (Nintendo Entertainment System)

Muitas das séries mais sonantes da biblioteca da NES tinham como o segundo título um lançamento apelidado de “ovelha negra” por ter divergido da fórmula do jogo original. Super Mario Bros 2 (versões americana e europeia), Zelda 2, Metal Gear 2, e este Castlevania II: Simon’s Quest são alguns dos exemplos. Mas o que fez a Konami de errado neste caso? Na verdade, sinceramente não acho que este jogo seja mau e acabou por dar um “cheirinho” do que a série se viria a tornar a partir do Symphony of the Night. Mas já lá vamos. O meu exemplar foi comprado este mês a um particular, tendo-me custado 18€.

Apenas cartucho

O jogo coloca-nos uma vez mais no papel do caçador de vampiros Simon Belmont, algum tempo após termos derrotado o próprio Drácula no primeiro Castlevania, que aparentemente lançou uma maldição antes da sua morte. Para quebrar essa maldição, Simon tem de procurar os restos mortais de Drácula, localizados em cinco mansões distintas, trazê-los para o seu castelo, ressuscitar Drácula para que finalmente o possa derrotar uma vez mais. Ah, e temos 15 dias para fazer isso, caso contrário o Simon vai de vela.

Podemos interagir com NPCs e inclusivamente comprar coisas a alguns

A nível de jogabilidade este é um jogo que possui muitas diferenças face ao original. Vai buscar influências a Metroid, no sentido em que teremos de explorar o mapa e procurar itens que nos deixem desbloquear outras áreas, resultando numa jogabilidade não-linear. Para além disso vai buscando alguns elementos de RPG, na medida em que ganhamos pontos de experiência e ficamos mais fortes com os combates que passamos, bem como introduz um sistema de inventário, onde poderemos equipar diferentes itens e armas. Para isso, os corações largados pelos inimigos servem de unidade monetária, cujos podemos usar como moeda de troca ao interagir com alguns NPCs que vivem nas diferentes cidades que visitamos.

O jogo possui também um sistema de dia/noite, onde à noite os inimigos tornam-se mais fortes e difíceis de matar, porém dão-nos recompensas maiores. À noite as cidades não possuem quaisquer NPCs, sendo estes subsituídos por zombies. É verdade que estes sinais de metroidvania ainda são algo primitivos, principalmente nos diálogos que vamos tendo, que são bastante curtos e nem sempre tão esclarecedores quanto ao que temos de fazer para prosseguir no jogo.

What an horrible way to learn english

No entanto gostei do sistema de inventário. Ao longo do jogo poderemos comprar upgrades para o chicote bem como algumas armas secundárias, como é o caso do regresso da água benta com splash damage, ou armas inteiramente novas como diamantes que fazem ricochete nas superfícies até atingirem um inimigo. As partes do corpo de Drácula que vamos encontrando também podem ser “equipadas”, conferindo-nos algumas habilidades. Por exemplo, ao equipar a costela de Drácula activamos um escudo que nos protege de projécteis frontais, mas se antes equiparmos as unhas de Drácula ganhamos a habilidade de destruir alguns blocos que antes não conseguiríamos destruir. Outros itens têm usos menos interessantes e podem servir apenas para nos desbloquear acessos a certas partes do jogo.

Falando um pouco dos gráficos e som, bom os primeiros são minimamente bem detalhados, dentro dos possíveis que a NES permite. Mas pareceu-me ser um jogo com secções bem mais inistras, repletas de esqueletos e cadáveres por tudo quanto é sítio, até admira como a Nintendo of America deixou passar isto. Por outro lado acho que poderia haver uma maior variedade dos cenários, pois as cidades, outdoors e dungeons são muito semelhantes entre si. No que diz respeito ao som, e principalmente às músicas, bom aí o jogo não desaponta nada. É verdade que prefiro as músicas do primeiro Castlevania, mas estas também são bastante catchy e agradáveis.

Apesar de ser um jogo que não varia muito nos cenários, gostei que os mesmos fossem mais sinistros ainda.

Portanto este Castlevania II, apesar de ser bastante diferente do primeiro e terceiro jogos da NES, não deixa de ser uma peça importante. Foi uma das primeiras vezes que a Konami explorou uma vertente mais não linear e incluiu alguns elementos de RPG, algo que viria a ser refinado anos mais tarde. Mas é também um jogo que nos dá alguma longevidade, pois temos 3 finais diferentes para atingir, mediante o número de dias que levamos a chegar ao fim.