Por muito que eu goste da Master System, é inegável que a sua rival NES foi de longe a plataforma superior pelo seu excelente catálogo. Foi o berço de muitas séries de ouro da Nintendo que jogamos até aos dias de hoje, mas também popularizou outras de outras empresas como Castlevania ou até Metal Gear Solid. Conhecido no Japão como Akumajou Dracula, existem 2 versões com o mesmo nome, sendo jogos distintos. A versão NES que cá trago hoje é sem dúvida a mais popular, sendo a outra versão para o computador MSX2, conhecida cá na Europa como Vampire Killer e apresenta mecânicas de jogo distintas. Mas continuando com esta versão NES, a mesma foi comprada no mês passado por 7.5€ na cash converters de Alfragide, um excelente negócio na minha opinião, mesmo não tendo o manual a acompanhar.
Creio que o jogo dispensa apresentações de maior, mas para quem não o conhece, o nosso herói desta vez é nada mais nada menos que Simon Belmont, do clã Belmont, que tem tido o papel de prevenir e/ou derrotar Dracula sempre que o mesmo tenha sido ressuscitado ao longo dos anos. Ora 100 anos se passaram desde a última vez que o dentinhos nos visitou, pelo que mais uma vez o seu castelo emerge na transilvânia e cabe a Simon travar a ressurreição completa do rei das trevas.
Como certamente saberão, até ao surgimento do Castlevania Symphony of the Night (e não contando nem com Vampire Killer nem Simon’s Quest), os jogos clássicos desta saga são simples jogos de plataforma/sidescrolling lineares, divididos por níveis e sempre com um boss no final de cada nível. Ao longo do jogo teremos imensos bichinhos para matar, sejam morcegos, zombies, esqueletos entre vários outros, como as irritantes Medusa Heads. Uma das coisas que sempre achei estranho nos Castlevanias e certamente sabem o que me estou a referir, são os coraçõezinhos que apanhamos quando damos umas chicotadas nas imensas velas espalhadas pelos níveis. Enquanto em practicamente todos os outros jogos que conheço, corações servem para nos restaurar alguma vida, em Castlevania são “munições” para as armas secundárias que podemos apanhar. Essas armas tanto podem ser machados que os atiramos descrevendo uma parábola no ar, cruzes que quase que servem de bumerangues atirados horizontalmente, água benta com “splash damage”, ou um relógio que pára o tempo temporariamente, deixando os inimigos congelados onde quer que estejam. Castlevania é um jogo bem difícil, pois por cada dano que recebamos, Belmont dá sempre um salto para trás, o que muitas vezes resulta em cairmos num penhasco e lá se vai uma vida. Assim sendo, usar estas armas secundárias de maneira inteligente acaba por ser a chave do sucesso deste jogo.
Este primeiro Castlevania é também uma homenagem a tudo o que seja filme de terror, pois muitos dos bosses intermediários são retirados de várias outras culturas, como a Medusa, Frankenstein ou mesmo a própria Morte. Para além disso, o próprio ecrã título é parte de um slide de fita cinematográfica, coisas que se foram repetindo em vários outros destes Castlevanias mais clássicos. Apesar de ser um jogo de 1987 e a NES ter jogos mais bonitos, adoro todo o aspecto audiovisual que lhe deram. O castelo em ruínas, mas ao mesmo tempo cheio de vida, as salas mais macabras, o design de vários inimigos, tudo está bom! E a música? Bom, as músicas deste jogo são das mais memoráveis de toda a indústria dos videojogos, sendo muitas vezes reimaginadas nos Castlevania que lhe sucederam.
Este é sem sombra de dúvidas um dos grandes clássicos de sempre dos videojogos. Apesar de a fórmula ainda não estar aperfeiçoada, Castlevania é um nome incontornável na história da NES, pelo que se um dia o virem à venda a um preço razoável, mesmo que seja apenas o cartucho, não hesitem!
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