Diablo (Sony Playstation)

Continuando pelas rapidinhas, o jogo que cá trago hoje é uma conversão para a Playstation de um dos grandes clássicos do PC, o Diablo. Apesar de ser um jogo de peso, eu já dei a minha opinião sobre o mesmo, que pode ser lida aqui. Este artigo vai-se focar mais nas diferenças entre versões, pelo que para uma retrospectiva com mais conteúdo, recomendo a leitura do primeiro artigo. O meu exemplar foi comprado a um particular há uns meses atrás no OLX. Foi um lote de jogos PS1 em que me ficaram a 7.5€ cada.

Jogo com caixa e manual

As maiores diferenças estão em dois campos: os controlos e o multiplayer. Apesar de haver um rato para a Playstation, este Diablo não tira partido desse acessório, usando apenas o gamepad original (sem analógico). Ora isto causa alguns problemas, principalmente no acesso a menus e seleccionar rapidamente alguns itens ou magias. Mas pensaram nisso, pelo que podemos alocar uma série de slots de acesso rápido, ideais para poções ou scrolls. Há também um botão só para usar magias/skills, e um outro para ir alternando por entre as skills que vamos aprendendo. Tudo o resto obriga-nos a ir a um menu. No combate em si, implementaram algum auto-aiming no caso de ataques de médio/longo alcance, para facilitar um pouco as coisas. Mas ainda assim, rato e teclado all the way, até porque a acção aqui parece-me um pouco lenta.

Para um jogo que não suporta rato e teclado, há muita coisa que pode ser customizada

No que diz respeito ao multiplayer, enquanto no PC as opções eram mais variadas, com vários modos de jogo online. Aqui apenas temos direito a multiplayer local, com um máximo de 2 jogadores em simultâneo. A boa notícia é que não é em split screen, a má notícia é que ambos os jogadores não se podem afastar muito um do outro e sempre que alguém precise de abrir um menu, ou colocar o jogo em pausa, o outro jogador também não pode fazer nada.

Os cenários são bastante sinistros, como é habitual na série

De resto a nível audiovisual é practicamente a mesma coisa da versão PC, embora no PC os gráficos sejam em maior resolução e com um pouco mais de detalhe. Mas tanto uma versão como a outra infelizmente não envelheceram muito bem. A música de Tristram, no entanto, essa é intemporal.

Este Diablo para a Playstation não deixa de ser um bom jogo, mas de longe a versão PC é superior. Ainda assim, é uma versão minimamente competente, onde fica a faltar o suporte ao rato, ou a possibilidade de usar 2 Playstations conectadas entre si, para um multiplayer mais bem conseguido.

Ghouls ‘n Ghosts (Sega Mega Drive)

Ghouls ‘n Ghosts é o segundo capítulo da saga Ghosts ‘n Goblins, a mesma que coloca o pobre Sir Arthur a lutar contra uma enorme horde de criaturas demoníacas até descer até ao inferno e resgatar das mãos do diabo, a sua princesa Prin Prin. Sim, aqui a mesma formula é repetida novamente, com a jogabilidade a ter algumas novidades e melhorias. Este meu exemplar foi comprado por 1.5€ numa feira de velharias algures em Julho e sendo apenas o cartucho, é um daqueles jogos que farei questão em ter um dia completíssimo. Edit: arranjei recentemente um exemplar completo e, tendo em conta que me vi livre do cartucho, acabou por ficar por pouco mais de 5€.

Jogo com caixa e manual

Tal como muitos jogos nas consolas da Sega nos anos 80, início dos 90, as suas conversões ficavam a cargo da própria Sega, que aproveitou para lançar duas versões distintas, esta da Mega Drive, e uma 8bit para a Sega Master System que possui algumas diferenças mais acentuadas face à versão original de arcade, mas isso ficaria para um eventual futuro artigo, assim que arranjar essa versão. Aqui, o que este jogo tem de mais diferente em relação ao primeiro é mesmo a possibilidade de disparar as nossas armas directamente para cima e também para baixo, durante os saltos. Todas as armas que estavam presentes no primeiro jogo também marcam aqui a sua presença, incluindo duas novas como uma espada que não serve para atirar aos inimigos, servindo apenas para ataques de curto alcance. Um dos powerups que podemos também encontrar é a Magic Armor, uma armadura dourada que nos confere ataques mágicos, característicos de cada arma que tenhamos equipado. Esses ataques devem ser carregados através de uma barra de energia, para que sejam os mais devastadores possível.

Os bosses estão maiores que nunca!

Depois como seria expectável, este é um jogo bastante difícil, com inimigos a surgirem de todos os lados, e apenas temos direito a um golpe de misericórdia, pois se estivermos com a armadura equipada e sofrermos dano, o pobre Arthur tem de sobreviver de boxers, já se sofrer mais dano assim lá se vai uma vida. E tal como o seu antecessor, perto do final do jogo é-nos dito que temos de jogar tudo de novo, pois para defrontar o boss final (Loki nesta versão, Lucifer na original), teremos de encontrar uma arma especial que nos permite posteriormente derrotá-lo. Mas esta versão Mega Drive possui algumas vantagens face à arcade, pois é ligeiramente mais fácil, com mais checkpoints, graus de dificuldade e a possibilidade de termos continues infinitos.

Agora temos também ataques mágicos, mas para isso precisamos de apanhar também uma armadura dourada

A nível audiovisual, naturalmente que há um pequeno downgrade gráfico perante a versão arcade, que para os padrões de 1988, era um jogo bastante bem detalhado nas arcadas. Ainda assim, esta versão Mega Drive mantém todo o espírito do original, com vários cenários e bosses bastante sinistros. Sinceramente sempre gostei da arte desta série! As músicas também são bastante agradáveis.

Para enfrentarmos o último boss, teremos também de rejogar tudo de novo!

Portanto, este Ghouls ‘n Ghosts acaba por ser um clássico. E mesmo não sendo uma conversão perfeita da versão arcade (essas honras foram pela primeira vez para o obscuro computador X68000), ainda assim possui algumas peculiaridades que podem agradar a quem não gostar da dificuldade extrema do original. A Sega produziu também a conversão para a Master System que acaba por ser bastante diferente, mas isso fica para um outro artigo.

The Chessmaster (Nintendo Gameboy)

Bom, este artigo vai ser mesmo uma super rapidinha, pois é um jogo sobre xadrês e eu nunca aprendi a jogar o mais famoso jogo de tabuleiro do mundo. E visto este jogo não ter qualquer modo de tutorial, também não foi desta que quis aprender. O meu exemplar só entrou na colecção pois veio num bundle de muitos outros cartuchos que comprei há uns meses atrás na feira da Vandoma no Porto por 20€.

Apenas cartucho

A primeira impressão que retiramos deste jogo, é a de um jogo algo inacabado, ou feito muito à pressa. Isto porque mal saímos do ecrã de título, começamos logo a jogar uma partida com os settings por defeito, sendo no entanto possível entrar no ecrã de opções a qualquer altura e seleccionar várias alternativas, como definir o número de jogadores humanos, que pode variar de zero a 2. Sem jogadores humanos vemos apenas a IA a decidir as jogadas entre si, o que não tem muita piada. Jogando com pelo menos um jogador, ao menos o jogo vai-nos avisando se as nossas jogadas são permitidas ou não e no ecrã de opções podemos ver algumas dicas de jogadas possíveis, bem como podemos anular/refazer as nossas jogadas anteriores. Existem vários níveis de dificuldade para o CPU e para além disso, e sendo este um jogo portátil, é possível gravar o nosso progresso nas partidas a qualquer momento, com recurso a uma password.

Infelizmente a interface dos menus nem sempre me parece ser a mais adequada

De resto o Chessmaster é isto, um jogo de xadrez bastante simples, mas suponho que eficaz, pelo menos para quem saiba jogar. A nível audiovisual é também bastante simples, com alguns efeitos sonoros e pouco mais.

Stargate (Super Nintendo)

Voltando às rapidinhas, o jogo que cá trago hoje é uma adaptação de Stargate, o filme para os videojogos. Sinceramente sempre pensei que fosse uma adaptação da série televisiva, pois nunca tinha visto o filme e nem sabia da sua existência. E ao contrário da adaptação para a Gameboy e Game Gear que acaba por ser um clone de Tetris, esta aqui para a SNES e Mega Drive já é o esperado jogo de acção e plataformas que habitualmente se via em ambas as consolas. O meu exemplar veio de uma troca que fiz com um particular há uns meses atrás.

Apenas cartucho

O filme Stargate antecipa a série, onde algures no Egipto, é descoberto um portal que dá acesso a um mundo alienígena chamado Abydos, onde viviam os deuses da mitologia egípcia e que realmente influenciaram a nossa civilização. Claro que tínhamos de enviar uma patrulha de reconhecimento militar, bem como uma bomba atómica portátil, para detonar o portal de Abydos caso aquela civilização apresentasse uma ameaça para a raça humana. Claro que as coisas não correm bem e lá teremos de enfrentar as forçças de Ra, Anubis e companhia, bem como procurar os restantes membros da nossa expedição, salvar a população local e recuperar todas as partes da nossa bomba atómica.

Ocasionalmente lá vamos tendo algumas cutscenes que nos avançam na história, mas estas não são lá muito apelativas

Este é um jogo de acção/plataformas, onde em practicamente todos os níveis teremos de procurar alguns objectos ou pessoas,  de forma a poder avançar para os níveis seguintes. Nesses níveis as mecânicas de jogo são simples, com um botão para correr, outro para saltar, um outro para disparar a nossa metralhadora e por fim outro para disparar granadas. A metralhadora possui munição infinita, mas no entanto pode receber alguns power-ups temporários como o rapid fire ou balas mais potentes. A nossa vida é dada como uma barra de energia, que por sua vez também pode ser regenerada ao encontrar alguns itens próprios para o efeito. Para além dos níveis de platforming, onde temos também alguns combates contra bosses, existem também alguns segmentos aéreos, onde conduzimos uma nave alien e o jogo aí já assum contornos de um shooter 3D.

Infelizmente não se pode dizer que este jogo é um grande feito tecnológico

No que diz respeito aos audiovisuais, sinceramente acho que é um jogo aborrecido nesse departamento. É certo que é um jogo influenciado num filme, pelo que não dá para fugir muito do material original, mas fiquei desapontado por todos os cenários por onder passarmos terem influências egípcias. Pensei que fosse haver uma maior variedade de mundos e civilizações a explorar tal como na série, mas isso foram falsas expectativas criadas por mim, ao não me ter apercebido inicialmente que o jogo é baseado no filme, não na série que o sucedeu. Mas para além disso, tecnicamente o jogo é bastante medíocre, desde as sprites pequenas e pouco detalhadas, passando pelas músicas algo aborrecidas.

Para desenjoar das plataformas, ocasionalmente lá teremos de pilotar uma nave alien

Portanto, este Stargate, apesar de não o considerar propriamente um mau jogo, pelo menos nesta versão SNES, também não sai da mediocridade, algo que infelizmente era algo comum a nomes como a Acclaim e a Probe.

Wonder Boy in Monster World (Sega Master System)

Voltando às rapidinhas e à Sega Master System, o jogo que cá trago hoje é mais um dos capítulos da saga Wonder Boy, saga essa que deu azo a muitas confusões ao longo dos anos, como o caso da série Adventure Island, jogos com nomes similares, ou as palete swaps que foram posteriormente lançadas na PC-Engine / TurbographX. Este jogo em particular é a sequela directa do excelente Wonderboy III: The Dragon’s Trap, aquele que é um dos melhores jogos de plataforma da era 8bit, na minha opinião. Este meu exemplar foi comprado a um particular no final de 2015. Creio que me custou 14€. Edit: Recentemente arranjei a versão normal, completa, por cerca de 20€.

Wonder Boy in Monster World - Sega Master System
Jogo com caixa e manual

Wonderboy in Monster World - Sega Master System
Jogo em caixa, versão Classics.

O jogo foi desenvolvido inicialmente para a Mega Drive, mas a Westone teve em boa consideração os fãs da Master System, visto que a consola ainda tinha um bom mercado pelo menos em solo europeu, e acabaram por converter essa versão 16bit para a Master System. No entanto, a versão Mega Drive é bastante superior, mas já lá vamos. Este jogo inicia um novo capítulo na saga, com um novo herói de cabelo azul chamado Shion, que tal como os seus predecessores, irá salvar o mundo de uma série de monstros!

Tal como os seus predecessores directos, este é um metroidvania onde podemos amealhar dinheiro e comprar melhor equipamento, itens, encontrar heart containers, entre outros!

Tal como nos Wonderboys passados no Monster World/Land, este é um metroidvania muito interessante, misturando elementos de platforming com muita exploração, backtracking e RPG. É no entanto muito mais inspirado no Wonderboy in Monster Land do que propriamente pelo seu antecessor directo, o Dragon’s Trap. Isto porque desta vez o herói não se pode transformar noutros animais e com isso ganhar diferentes. Pelo menos nesta versão da Master System, pois no original, um dos equipamentos que podemos encontrar deixa-nos precisamente transformar em pigmeus e assim conseguir esgueirar por passagens muito estreitas.

O maior problema deste jogo está mesmo nos controlos que não são tão bons como nos anteriores

Essa é a maior perda da conversão Mega Drive para a Master System, pois o mundo está muito mais simplificado e houve muito conteúdo cortado de uma versão para a outra. A jogabilidade em si mantêm-se muito semelhante na sua essência, mas a verdade é que também aqui a versão Master System sai a perder visto que a original está preparada para o comando de 6 botões da Mega Drive. Na versão 16bit, o botão A é usado para usar itens ou magias que tenhamos no inventário. Aqui temos de carregar para cima no D-Pad e no botão de salto em simultâneo, o que não é a mesma coisa. Um dos itens é uma Ocarina e ocasionalmente teremos de tocar umas melodias para progredir no jogo, que consistem em combinações de botões (muito antes de um certo Ocarina of Time aparecer…), e neste esquema de controlo também dificulta um pouco. Para além disso a versão 8bit não possui nenhuma pilha para save, o progresso no jogo é antes registado através de passwords bem longas com 40 caracteres.

Já a nível gráfico esta versão está excelente e não muito longe da original da Mega Drive

Por outro lado, no que diz respeito aos gráficos, esta versão para a Master System está também muito bem conseguida, sendo facilmente dos jogos mais bonitos na consola e talvez em qualquer máquina 8bit. No entanto, uma vez mais, a versão Mega Drive também é superior, como seria de esperar. O mesmo é válido para as músicas e efeitos sonoros.

Portanto, apesar deste jogo não ser tão bom quanto o Dragon’s Trap, não deixa de ser um excelente jogo de plataformas. O seu maior problema é mesmo existir uma versão para a Mega Drive (e para a PC-Engine sob o nome de The Dynastic Hero, se quisermos ser exigentes), com melhores audiovisuais, melhor jogabilidade, um mundo expandido com maiores possibilidades de exploração. Porque os pequenos defeitos que esta versão tem, não são tão maus assim.