Este The Legend of Galahad da Traveller’s Tales é um interessante jogo de acção em 2D sidescroller com algumas influências de action RPGs. Lançado originalmente através da saudosa Psygnosis para o Commodore Amiga sob o nome de Leander, acabou por receber mais tarde uma conversão para a Mega Drive sob um novo nome (e com algumas modificações nos gráficos e história no geral). O meu exemplar foi comprado a um particular no passado mês de Julho por cerca de 5€.
O jogo possui uma história simples onde temos de salvar uma princesa das garras de um poderoso feiticeiro. Na versão original para o Amiga, o protagonista chama-se Leander, já nesta conversão para a Mega Drive decidiram dar um tema mais “Arturiano” à história, pois Galahad era um dos seus cavaleiros. À medida que vamos avançando no jogo vamo-nos apercebendo das influências orientais tanto nalguns inimigos como os dragões ou alguns soldados. Mas na versão original do Amiga essas referências orientais eram ainda mais notórias nos protagonistas.
No que diz respeito à jogabilidade este é então um jogo de plataformas/acção que mistura alguns elementos de RPG também. O jogo está dividido em 3 mundos com 7 níveis cada, sendo que o último nível de cada mundo culmina sempre no confronto contra um boss. Os restantes níveis possuem todos a mesma mecânica de jogo: antes de começar cada nível é-nos indicado que devemos procurar um determinado objecto e depois o portal que nos levará para o nível seguinte. Nessa introdução são também-nos dadas algumas dicas das direcções que teremos de tomar para encontrar o tal objecto e a sua saída. Os controlos são simples, com um botão para saltar e outro para atacar com a espada. À medida que vamos defrontando inimigos e/ou abrir baús de tesouros espalhados pelos níveis, poderemos encontrar vários itens como dinheiro, bombas, vidas extra ou itens que nos regeneram a vida.
Também espalhados nalguns níveis apenas estarão lojas onde poderemos gastar o dinheiro amealhado e comprar novas armas, bombas e armaduras. As armas quanto mais poderosas forem menos golpes necessitamos para matar os inimigos, já as armaduras quanto mais poderosas forem mais pontos de vida podemos ter. As bombas que referi há pouco podem apenas ser usadas quando compramos a espada Lion Blade. Ao manter o botão de ataque pressionado durante alguns segundos, iremos carregar um ataque que usará uma destas bombas, capazes de causar dano considerável em todos os inimigos à nossa volta. De resto é um jogo repleto de obstáculos e armadilhas, pelo que devemos explorar os níveis com o devido cuidado. No final de cada mundo somos recompensados com uma password que nos facilitará a tarefa de recomeçar o jogo caso percamos todas as vidas.
A nível audiovisual acho um jogo interessante. De certa forma o design de alguns inimigos e dos próprios níveis me faz lembrar jogos como Shadow of the Beast, embora felizmente este Galahad não seja tão frustrante. Os níveis em si é que não têm muita variedade de cenários, com as mesmas montanhas, cavernas e fortalezas a serem exploradas. No entanto, quando comparado ao original do Amiga, esta versão Mega Drive graficamente até que é bastante interessante, ao incluir diversos efeitos de parallax scrolling nos seus cenários, algo que não existe no original. Nada a apontar aos efeitos sonoros que são bem competentes, já as músicas até devo dizer que gostei bastante das mesmas. São poucas músicas, para além da abertura e fecho do jogo, temos apenas 1 música por mundo. Mas apesar de poucas, são melodias agradáveis e o sound driver da Krisalis que é usado em muitos jogos britânicos na Mega Drive até que é bastante competente.
Portanto devo dizer que até gostei deste The Legend of Galahad. É um jogo de acção que nos obriga a explorar os níveis intensamente e com algumas mecânicas de RPG de acção. É uma pena que todos os níveis sejam fetch quests, isto se fosse um jogo mais aberto, mais metroidvania, seria certamente um clássico. Ainda assim parece-me bem competente e um óptimo jogo de estreia da Traveller’s Tales.
Achei a movimentação um pouco dura, típica de computadores antigos mesmo. Joguei um pouco faz muito tempo no Mega Drive. O visual geral do game me parece muito “amadeirado e escuro”. 🙂