New Super Mario Bros. Wii (Nintendo Wii)

New Super Mario Bros WiiVoltando para as aventuras do canalizador bigodudo mais famoso de sempre, o jogo que trarei cá hoje é mais um da série “New” Super Mario Bros. Com o merecido sucesso do primeiro jogo da Nintendo DS, Miyamoto lá agora seria a vez da Nintendo Wii de receber mais um jogo de plataformas revivalista 2D, após o excelente Super Mario Galaxy continuarem a fórmula que começou a ser introduzida no Super Mario 64. Ora eu possuo duas diferentes versões deste mesmo jogo, uma normalíssima de retail na foto abaixo, e ainda outra em cardbox sleeve e com os manuais à parte que veio em conjunto com a minha Wii. Esta versão aqui ilustrada encontrei-a numa das minhas idas à feira da Vandoma no Porto, onde a comprei por 2 ou 2.5€, já não me recordo ao certo, um óptimo achado!

New Super Mario Bros Wii - Nintendo Wii
Jogo completo com caixa, manual e muita papelada

Sim, mais uma vez a princesa Peach foi raptada, naquele que deve bem ser o guião mais repetido na história dos videojogos. No entanto isto vai buscar muita coisa ao Super Mario Bros. 3, nomeadamente o reaparecimento dos Koopalings como bosses em cada mundo. Bowser e Bowser Junior claro que também vão dando uma perninha. De resto a jogabilidade básica é semelhante aos jogos 2D clássicos do Mario, e embora seja possível jogar com o setup Wiimote mais Nunchuck, é também possível jogá-lo apenas com o Wiimote de lado, quase como um comando de NES se tratasse. Ainda bem! No entanto ainda assim é exigido por vezes que movimentemos o Wiimote, seja para fazer uns rodopios no ar, ou controlar algumas plataformas especiais, mas nada de muito cansativo. De resto os movimentos vistos antes como o triplo salto, ground pound, saltar entre paredes, entre outros continuam a ser possíveis de se executarem aqui e parece-me que vieram de facto para ficar.

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Desta vez foram Bowser Junior e os Koopalings a levarem Peach consigo

Tal como no seu predecessor para a Nintendo DS, os níveis vão sendo desbloqueados num mapa em overworld, onde poderemos também descobrir saídas alternativas de cada nível para desbloquear outros níveis ou atalhos, bem como temos na mesma as 3 moedas especiais para coleccionar, que depois nos poderão dar acesso a novos níveis no world 9 a desbloquear no final do jogo normal. Como é habitual, em cada mundo temos vários tipos de níveis, bem como 1 ou mais bosses intermediários, uma casa assombrada com mais foco nos puzzles e várias Toad Houses onde podemos jogar alguns minijogos para ganhar vidas ou power ups que podem ser utilizados no mapa. Dos power ups temos os clássicos do costume como o cogumelo vermelho, flor de fogo ou a estrela que nos dá invencibilidade temporária. Da DS voltou o mini cogumelo que nos deixa minúsculos, podendo assim passar em áreas ou tubos pequeno. Power ups novos temos uma flor de gelo, que nos deixa num estado semelhante ao de “Fire Mario”, mas deitamos bolas de gelo ao invés de fogo. Isto serve para congelar inimigos num bloco de gelo, o que poderá ser bastante útil. Temos também um fato de pinguim que para além de ter poderes semelhantes, dão-nos mais manobrabilidade em nos movimentarmos no gelo ou água. Por fim há um com uma ventoinha na cabeça de Mario. Este permite-nos sair disparados pelo ar, e descer mais suavemente, ou rodopiar velozmente para baixo como ataque. É um bom power up a se ter para aqueles segmentos de platforming mais desafiantes.

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Inimigos também podem andar a vaguear pelo mapa, se nos encontrarmos entramos num mini-boss que nos premeia com itens extra se derrotado.

Ainda mais haveria para dizer nesta categoria, como o regresso do Yoshi em alguns níveis que são um piscar de olho bem notório ao Super Mario World, mas o que deu realmente cartas neste jogo é a sua vertente multiplayer. É possível jogar todo o modo história com até 4 jogadores, sendo que o primeiro jogador controla sempre o Mario. De resto temos Luigi e dois Toads também para usar. Apesar deste modo de jogo ser visto supostamente como cooperativo, muitas vezes acaba por se tornar algo mais caótico e com os “amigos” a fazerem muitas trapaceiras uns aos outros. Mas acho que está bem implementado, embora sinceramente o tenha jogado muito pouco. Temos também o Free-For-All que é notoriamente competitivo pois avalia a performance de cada jogador no final e o Coin Battle onde cada jogador compete unicamente por ter mais moedas, com o detalhe de ter níveis próprios para este último modo de jogo.

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Nunca gostei muito dos Boos, quanto mais dos grandes.

Ainda convém referir o Super Guide. Visto a Wii ter sido uma consola desenvolvida para captar a audiência de não-jogadores ou jogadores casuais, pelos vistos este jogo poder-se-ia tornar demasiado difícil para essas pessoas, pensou a Nintendo. Então se perdermos 8 vidas num determinado nível, aparece-nos um bloco com um ponto de exclamação e podemos ver um Luigi a atravessar o nível normalmente (sem revelar nenhum segredo no entanto). Depois de Luigi nos mostrar como atravessamos esse nível temos a hipótese de voltar a jogar o nível e tentar uma vez mais por nós próprios como o fazer, ou então avançar logo para o seguinte. De certa forma até se compreende a implementação deste Super Guide, pois o jogo tem alguns momentos mais desafiantes e tendo em conta que inicialmente apenas podemos gravar o nosso progresso em cada castelo, esta poderá ser eventualmente uma boa ajuda.

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Apesar de serem jogos diferentes, muitos conceitos foram reciclados do jogo anterior

De resto, e passando para os audiovisuais, os mesmos são bem limpinhos, como seria de esperar. Apesar de o jogo ser jogado numa perspectiva totalmente em 2D, tanto Mario e companhia como o próprio background dos níveis são todos modelados em 3D. Para quem jogou o primeiro New Super Mario Bros da DS acaba por ver alguns cenários bem familiares, como os desertos, ou o mundo glaciar. A banda sonora é boa, consistindo primariamente por várias reimaginações dos clássicos de NES e SNES, mas também não só. Das músicas novas, gostei bastante da do World 2, do deserto. As antigas repito o mesmo que escrevi no New Super Mario Bros da DS: prefiro de longe o chiptune de NES, certamente por questões mais nostálgicas. Mas como um todo nos audiovisuais este é um jogo que cumpre bem o seu papel embora não brilhe particularmente em qualquer um destes campos.

Recomendar ou não este New Super Mario Bros Wii é uma tarefa simples. Recomendo sim senhor! Só tenho pena que o jogo não tenha suporte ao comando de GC ou ao Classic/Pro controller, bem como algumas coisas mais “casuais” que a Nintendo acabou por lá meter. Mas se são fãs de jogos de plataformas este é decididamente um jogo que vale a pena ter na Wii.

Fantastic Dizzy and Cosmic Spacehead Double Pack (Sega Mega Drive)

Fantastic Dizzy Cosmic SpaceheadO artigo que trago hoje é uma compilação de 2 rapidinhas. Isto porque o próprio “jogo” em si é uma compilação da Codemasters para a Mega Drive. Nela podemos ter o Fantastic Dizzy, um dos últimos jogos dessa mascote da Codemasters e também o Cosmic Spacehead, que é uma estranha mistura entre jogo de aventura point and click e plataformas. Esta compilação foi comprada no mês passado a um amigo meu de infância, tendo-me custado uns 5€ e falta-lhe o manual. Edit: Recentemente comprei um exemplar em estado completamente novo na Cex. Custava 25€, com um voucher ficou bem mais em conta.

Jogo completo com caixa, manuais, posters e papelada

Começando pelo Fantastic Dizzy, este é uma mistura entre jogo de plataformas e de puzzle game, onde apenas com 3 slots de inventário, temos de percorrer meio mundo e apanhar items para usar noutros objectos ou pessoas. Dizzy é um ovo, e aparentemente um feiticeiro chamado Zaks raptou a sua namorada/pretendente/whatever chamada Daisy e lançou feitiços sobre os restantes habitantes lá do sítio. A nossa tarefa acaba por ser ultimamente resgatar a Daisy e derrotar o feiticeiro, sendo que para isso teremos também de safar os restantes habitantes dos seus problemas. Ora isto envolve muitas caminhadas, muito backtracking para usar o item certo no NPC/local certo. As coisas tanto podem ser mais óbvias como chaves para abrir portas de casas ou activar elevadores, como menos óbvias como todos os outros items e o grande desafio acaba mesmo por ser essa gestão do inventário reduzido para tanto item que encontramos e devemos utilizar a dada altura. Felizmente podemos deixá-los em qualquer local do jogo, mas depois também nos poderemos esquecer onde raio deixamos aquela coisinha que agora nos dá jeito.

O Fantastic Dizzy era o jogo que eu mais curiosidade tinha em jogar pelo seu legado
O Fantastic Dizzy era o jogo que eu mais curiosidade tinha em jogar pelo seu legado

E mesmo que desbloqueemos todo o caminho até chegar ao castelo de Zaks, para o enfrentarmos precisamos ainda de apanhar umas 250 estrelas que estão espalhadas ao longo de todo o jogo, obrigando ainda a uma maior componente de exploração. O platforming é que podia ser melhor. Os saltos de Dizzy não são dos melhores para controlar e estamos completamente indefesos perante os inimigos que nos vão aparecendo à frente, aumentando a barra de dano sempre que nos tocam. Quando a barra chega ao máximo perde-se uma vida. Felizmente espalhado pelo jogo existem uns mini-jogos onde podemos ganhar vidas extra, baseados nos puzzles de arrastar peças para formar uma imagem. Outros minijogos também podem ser jogados, como uma descida atribulada num mine cart, uma galeria de tiro ao arco, entre outros. Estes mini jogos são necessários serem passados pelo menos uma vez, mas se deixarmos algumas das estrelas por apanhar nos mesmos, lá teremos invariavelmente de os repetir.

Na parte dos audiovisuais, esta versão da Mega Drive do Fantastic Dizzy é de facto um jogo muito bonito e colorido, com bons detalhes nos vários backgrounds, especialmente nas florestas. O pormenor de anoitecer/amanhecer e começar chover é muito bom. No que diz respeito às músicas, muito sinceramente pareceram-me do melhor que a Mega Drive apresentou. Não sei que magia negra a Codemasters usou, mas para além de as melodias serem agradáveis e memoráveis, a própria qualidade do som é bastante límpida e cristalina, o que sinceramente não é muito habitual na Mega Drive.

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Usar os items certos nos NPCs certos pode ser uma tarefa ingrata. Nunca sabemos muito bem o que levar connosco.

Passando para o Cosmic Spacehead, esse é um jogo completamente diferente, mas também não deixa de ser estranho. Isto porque é na sua essência um jogo de aventura point and click, mas também mistura elementos de plataforma. Mas uma coisa de cada vez. O jogo conta a história do pequeno Cosmic Spacehead do planeta Linoleum. Nos seus passeios espaciais encontra o nosso planeta, a Terra e decide regressar a Linoleum e contar a toda a gente, mas infelizmente ninguém se acredita nele. E para piorar as coisas a nossa nave espacial avariou! Então o objectivo é comprar uma máquina fotográfica e arranjar um meio qualquer de voltar à Terra de forma a provar que a mesma existe.

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A interface é familiar para qualquer fã de point and clicks. Pode é ser chata de ser jogada com um comando.

Como deu para perceber, é um jogo com uma história muito ligeira. Aliás, pelo seu grafismo dá para entender facilmente que é muito influenciado pelos desenhos animados da Nickelodeon da altura. A jogabilidade é a tradicional dos point and clicks. Temos um cenário com vários objectos e pessoas e os comandos LOOK, PICK UP, GIVE, USE, e TALK e a partir daí é business as usual. Mas quando transitamos de ecrã pela primeira vez, temos de atravessar uns segmentos de plataforma onde mais uma vez temos de evitar os inimigos que nos aparecem à frente. A diferença é que agora são 1-hit kill. Felizmente podemos apanhar uns power-ups que a cada 10 coleccionados ganhamos uma nova vida e há bastantes espalhados nos níveis. E esses níveis apenas os fazemos na primeira transição de ecrãs, a próxima já é automática. Muito estranho, mas como a Mega Drive (ou mesmo as versões para NES/Master System) não eram propriamente consolas adequadas a point and clicks deste género até se compreende que queiram introduzir coisas destas para variar um pouco a monotonia. Há ainda um modo multiplayer chamado Pie Slap que sinceramente não experimentei, mas é mais um extra completamente aleatório que não se percebe como foi lá parar!

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O modo para 2 jogadores… qual a relação com o Cosmic Spacehead? Who knows!

Nos audiovisuais do Cosmic Spacehead, a versão Mega Drive naturalmente nada tem a ver com as suas versões de consolas 8bit, sendo muito mais detalhada e colorida. E naturalmente as versões Amiga serão ainda melhores. Não tenho a certeza se este jogo suportaria o rato da Mega Drive, mas nas secções de point and click daria jeito certamente. Nas fases de plataformas o jogo já se torna bem mais simples e no geral as músicas são razoáveis. Embora mais uma vez a Codemasters conseguiu apresentar um som bastante limpinho que me agradou.

No fim de contas, achei esta compilação bastante interessante, tendo sido 2 jogos que eu já há muito estava curioso em jogar, mas geraram-me diferentes impressões. O Fantastic Dizzy é um bom jogo de aventura e plataformas, mas é bastante desafiante e a ausência de um sistema de saves torna-o quase impossível de terminar de uma assentada, a menos que sigamos um guia, tal é a quantidade de items que temos de levar de um lado para o outro. Mas tecnicamente é excelente! Já o Cosmic Spacehead não me agradou tanto, mas talvez seja por eu estar mal habituado aos point and clicks de PC. Mas mesmo pondo de lado as dificuldades técnicas de se fazer um bom point and click para uma consola como a Mega Drive, o facto de terem inventado tanto com aqueles segmentos de plataforma é o que me irrita um pouco mais. Mas não deixem de o experimentar por minha causa!

Duck Tales (NES) / Duck Tales Remastered (PC)

Na passada PUSHSTART escrevi um artigo que se enquadra na rubrica “Old vs New”, onde se comparam diferentes versões do mesmo jogo, ou o original com uma sequela mais recente e se ilustram as diferenças e as evoluções que os mesmos sofreram ao longo dos anos. Eu resolvi escolher os Duck Tales, o original de NES, e o seu remake lançado em 2013 salvo erro, na versão PC.

Duck Tales - Nintendo Entertainment System
Jogo original da NES, apenas cartucho e sleeve protectora

O jogo da NES eu possuo apenas o cartucho, tendo sido mais um dos jogos que comprei recentemente num bundle de NES/SNES a um utilizador do fórum Collectors Corner. O remake para PC foi comprado há uns meses atrás na Mediamarkt de Alfragide por 10€.

Duck Tales Remastered - PC
Remake em HD do primeiro jogo, versão PC, completa com caixa e papelada

Sobre os jogos? São excelentes jogos de plataforma, mas poderão ler a minha opinião completa aqui.

XIII (Sony Playstation 2)

XIII - PS2O XIII é um jogo que infelizmente acabou por passar ao lado de muito boa gente. Veio numa das melhores fase criativas da Ubisoft, quando os mesmos apostaram em novas IPs de qualidade como o Splinter Cell, Beyond Good & Evil e o reboot de Prince of Persia com o fantástico Sands of Time. Talvez por isso, e claro, outros jogos de qualidade de outras empresas, tenham obscurecido esta pequena pérola esquecida. Já o tinha jogado mais ou menos na altura em que o mesmo saiu, para o PC, mas entretanto vi-o várias semanas seguidas sozinho e abandonado na Cash Converters de Alfragide por 2.5€ e como mais ninguém o levou, acabei por fazer o “sacrifício”.

XIII - Sony Playstation 2
Jogo com caixa e manual

XIII é baseado na banda desenhada belga de mesmo nome, que conta histórias com a temática de conspirações e espionagem e este videojogo não poderia fugir à regra. Encarnamos no agente de nome de código XIII, que acorda com amnésia numa praia algures na costa norte-americana. Desde cedo se vê a ser perseguido por uma série de bandidos que o querem ver morto por alguma razão e acaba também por ser feito prisioneiro pelo FBI que lhe mostra supostas provas em como ele assassinou o presidente norte-americano. Eventualmente lá conseguimos escapar e depois o jogo acaba por ser uma espécie de “Bourne Conspiracy” onde iremos tentar desvendar o mistério por detrás desse assassinato e descobrir muitas conspirações à mistura.

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Logo a primeira coisa que chama à atenção são os visuais em cel-shading deste jogo

Não queria falar já nos audiovisuais, mas não há como escapar. Todo o jogo é apresentado com gráficos em cel-shading, ficando mesmo com o aspecto que estamos a jogar numa banda desenhada. Mas essa sensação não se dá apenas pelos gráficos em cel shading, aliás até porque os mesmos são utilizados noutros videojogos que nada tenham a ver com isso. É nos pequenos detalhes de os diálogos se darem por vezes em balões de banda desenhada, ou quando algumas pequenas cutscenes são apresentadas o ecrã divide-se em vários quadradinhos que mostram diferentes pormenores ao mesmo tempo, ou mesmo pelos efeitos sonoros como ARRGH, ou BAM! ou TAP TAP TAP nas missões mais stealth quando ouvimos os passos dos nossos oponentes. Quando mandamos um bom head shot ou atiramos com umas facas em cheio na cabeça de alguém também são mostrados alguns quadradinhos com esses detalhes. Tudo isto conjugado sim, faz com que XIII seja um jogo especial.

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Podemos usar os nossos inimigos como escudos humanos, o que até pode dar algum jeito em certos momentos

No que diz respeito à jogabilidade, este jogo tanto engloba os elementos clássicos de um first person shooter com acção rápida e frenética onde disparamos para tudo o que mexa, bem como outros elementos de stealth, ou alturas em que não podemos matar os nossos adversários (nomeadamente agentes inocentes do FBI), sendo então forçados a neutralizá-los quer com os punhos, ou com outros objectos que possamos encontrar, como cadeiras ou garrafas. Também podemos agarrar outros humanos e usá-los como reféns ou mesmo como escudos humanos, podendo depois lhes dizer as “boas noites” e eventualmente arrastar os corpos para um sítio que nos dê mais jeito. Naturalmente isto é mais útil nas missões com uma forte componente de infiltração. De resto vamos tendo um grande arsenal de armas e outros objectos que podemos utilizar e os pontos de saúde são restabelecidos com uso dos medkits, como manda a lei.

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Todos estes pequenos detalhes de banda desenhada são o que dão realmente um toque especial a XIII

Existem ainda várias vertentes multiplayer, que na versão PS2 tanto podem ser jogadas localmente como online, que naturalmente não cheguei a tempo de experimentar. Mas também como não poderia deixar de ser, os modos de jogo disponíveis consistem no Capture the Flag e em várias variantes do Deathmatch, incluindo os originais “The Hunt“, onde o objectivo é disparar o máximo de vezes possível para um esqueleto que vagueia pelo mapa, bem como o Power-Up, onde espalhados pelos mapas teremos várias caixas que têm powerups que tanto poderão ser benéficos como mais saúde ou armadura, ou outros que nos irão dificultar mais a vida.

Passando para o som, a banda sonora faz-me lembrar os filmes de espionagem da década de 70, o que sinceramente até acaba por se adequar muito bem ao clima do jogo. O voice acting não é mau, e o elenco de actores contém dois nomes bem conhecidos, como Adam West, o mítico Batman a encarnar na personagem do General Carrington, e David Duchovny’s, mais conhecido como Agent Mulder numa certa série televisiva de culto a assumir o papel da personagem principal. Infelizmente a interpretação de Duchovny acaba por sair um pouco furada, visto XIII ter muito poucas falas ao longo de todo o jogo.

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Para além de split screen, a versão PS2 também permitia partidas multiplayer online

Apesar deste XIII não ser perfeito, nomeadamente os tiroteios poderiam estar um nadinha mais polidos, não deixa de ser a meu ver um jogo muito bom e que infelizmente passou ao lado de muita gente. Convém referir que o jogo termina num cliffhanger que promete uma sequela, mas infelizmente a mesma nunca mais se viu. Pode ser que agora com uma sequela ao Beyond Good and Evil alguém na Ubisoft se lembre deste jogo. Entretanto se virem este baratinho, seja para que plataforma for, recomendo vivamente a sua compra.

Grand Theft Auto (Sony Playstation)

screenshotÉ inegável o impacto que Grand Theft Auto teve nos videojogos. Por um lado por toda a polémica do seu conteúdo não só violento, como pelas missões criminosas que eramos “obrigados” a desempenhar se quiséssemos chegar ao fim. Mas por outro, e para mim bem mais importante, pelo mundo em sandbox e a enorme liberdade que nos oferecia. Mesmo estando muito longe das altas produções que vemos no mais recente jogo da série, o original é sem dúvida um jogo de peso, que eu joguei bastante no PC, back in the day. Entretanto, numa das minhas idas à Cash Converters de Alfragide encontrei-o completo a 2.5€, e mesmo não estando nas melhores condições, acabei por o trazer.

Grand Theft Auto - Sony Playstation
Jogo completo com caixa, manual e mapas

As minhas recordações maiores deste jogo serão naturalmente da versão PC, mas para além de não ser possível escolher as personagens femininas na versão PS1 e os gráficos um pouco mais pixelizados, não estou a ver que outras diferenças fundamentais possa haver entre ambas as versões pelo que vou usar as minhas recordações da versão para PC como base para este artigo. E aqui entramos numa aventura ao longo de 3 cidades norte-americanas baseadas em cidades reais, trabalhando como capanga para várias organizações criminosas e fazer muitos dos seus trabalhos sujos. Ou então não! Podemo-nos limitar a andar pela cidade e javardar que nem um perdido até que nos fartemos do jogo. A primeira cidade a visitar é a Liberty City, uma referência a Nova Iorque. Aqui o objectivo é fazer pelo menos um determinado número de pontos em cada nível. Podemos fazê-lo ao cumprir as missões que nos vão sendo atribuídas, ou ao semear o caos e a destruição, ou então porque não ao fazer ambos? Tendo atingido esse número de pontos, podemos seguir a setinha vermelha que nos leva ao local para terminar o nível, entrando depois no seguinte, sem ser necessário cumprir o resto a 100%. Existem 2 níveis por cidade, cada um com um patrão novo e novas missões a cumprir. Ah, as outras cidades são San Andreas, inspirada em San Francisco e Vice City, inspirada na solarenga Miami.

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Por vezes a polícia pode tornar a nossa vida bem mais difícil, é bom que encontremos alguma body armor espalhada pelos níveis

As missões acabam por ser muito semelhantes entre si, mas todas elas começam com um telefonema. Depois lá teremos de roubar alguns carros, “silenciar” algumas pessoas pelos mais variados motivos, enfrentar gangs rivais ou conduzir carros bomba, por exemplo. Ao fazê-lo muitas vezes vamos tendo a polícia à perna, aliás, isso é algo que pode acontecer mesmo que não estejamos a fazer nenhuma missão. Atropelar pessoas aleatórias, disparar em alguém ou bater em carros da polícia é motivo para os ter todos às costas, com um alerta que pode ir de 1 a 4, e nesse alerta máximo a polícia vai ser cada vez mais agressiva. Claro que nos podemos safar da situação ao levar um carro para uma oficina que lhe troca a matrícula e a cor do carro, mas chega por vezes a ser ridículo termos toda a polícia da cidade à nossa pega e mal entremos na oficina e saímos logo a seguir, tudo fica esquecido e perdoado. Oh well. Temos de ter cuidado em não sermos presos, o que nos reduz a pontuação para metade, ou ser mortos, quer pela polícia, quer por outros bandidos, quer pela nossa própria estupidez, pois temos um número de vidas limitado em cada nível.

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Existem várias missões secretas em cada nível, mas tal como as principais apenas a pontuação interessa para passar de nível

De resto graficamente é um jogo bastante simples, sendo visto com uma vista aérea, mas bastante funcional. As cidades são grandinhas e convém mesmo darmos uso aos mapas que vieram com o jogo, pois apesar de termos (quase) sempre uma seta a indicar a direcção a seguir, nem sempre nos podemos fiar nisso e somos obrigados a dar uma volta maior para circundar alguns obstáculos. Mas se por um lado temos gráficos ainda simplistas, por outro temos uma banda sonora de luxo. Toda ela composta principalmente por 3 artistas, engloba toda uma série de bandas fictícias que atravessam muitos géneros musicais. Temos rap, funk, pop, country, techno e até hard rock, mas a qualidade das músicas é inegável e certamente muitas delas até passaram por ser de bandas reais. Essas músicas podem ser ouvidas na forma de várias estações de rádio, que geralmente tocam por defeito em vários modelos dos carros que vamos conduzindo. Também havia a possibilidade de meter um cd de música na drive e o jogo ia tocando as músicas de forma aleatória, algo que penso que ainda exista nos GTAs actuais. Já no que diz respeito aos diálogos, o voice acting apenas existe nas cutscenes de final de nível, que sinceramente deixam algo a desejar. Ao longo do jogo todos os diálogos são escritos, acompanhados de alguns efeitos especiais.

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Tenho pena que as cutscenes não tenham sido mais caprichadas

No fim de contas, o primeiro Grand Theft Auto é um jogo bastante importante, quanto mais não seja para cimentar a DMA, depois Rockstar North como uma software house a ter em conta. A sua jogabilidade sandbox que nos dava grandes liberdades é para mim o aspecto mais importante deste jogo, independentemente da sua violência e outras questões polémicas. Passei muito mais tempo a javardar (e com os cheat codes lendários) a semear o caos e a destruição nas 3 cidades, do que propriamente a tentar seguir tudo direitinho, e isso para mim quer dizer muita coisa.