Ano novo, novas rapidinhas. Há uns tempos atrás já cá trouxe o Super Kick Off para a Master System e esta versão para a Game Gear é exactamente o mesmo jogo, se bem que usa uma resolução menor devido ao ecrã da portátil. O meu exemplar foi-me oferecido por um particular algures em Dezembro do ano passado.
Jogo completo com caixa e manual
Sendo este um jogo idêntico ao da Master System podem contar com os mesmos modos de jogo e uma perspectiva vista de cima. Infelizmente tem também os mesmos defeitos: existe algum slowdown sempre que há mais que 3 jogadores no ecrã em simultâneo e os clubes que podemos escolher estão dependentes da linguagem que seleccionamos. Ou seja, se quisermos jogar com clubes alemães, teremos de escolher o Alemão como língua do jogo, o que é uma estupidez. De resto, a nível audiovisual é um jogo bastante simples também.
Voltando agora às rapidinhas para a Gameboy Color, voltamos também a analisar muito brevemente um jogo de desporto. Desta vez o visado é o FIFA 2000, que teve também este lançamento para a Gameboy Color. Sendo um cartucho preto, indica que também é retrocompatível com a Gameboy clássica a preto e branco. O meu exemplar foi comprado algures no final do ano passado numa feira de velharias, veio num bundle com vários jogos de Gameboy, tendo-me ficado cada cartucho a cerca de 2€.
Apenas cartucho
Esta versão Gameboy Color foi desenvolvida pelo pequeno studio britânico Tiertex, que já tinha muita experiência no desenvolvimento para plataformas 8bit, pois lançaram vários jogos durante a primeira metade da década de 90 para as consolas 8bit da Sega, se bem que muitos deles não possuiam lá muita qualidade. Assim sendo, a jogabilidade deste FIFA 2000 para a Gameboy deixa muito a desejar, pois não é nada fluída, a bola parece que anda a flutuar pelo ecrã, e os jogadores parece que se estão a arrastar por um lamaçal. No entanto, possui uma série de diferentes modos de jogo , como partidas amigáveis, e várias competições como torneios, playoffs e ligas. Para além disso possui também a hipótese de jogar em recintos fechados, vulgo futebol de salão.
A nivel gráfico, o jogo mantém a mesma perspectiva isométrica dos clássicos, mas as cores poderiam ser mais vivas e as animações mais fluídas
A nível audiovisual este jogo também deixa algo a desejar, mas temos de nos mentalizar que está a correr num hardware bastante limitado. A música existe apenas nos menus e nos intervalos de jogo, já no decorrer das partidas apenas ouvimos alguns barulhos da bola a ser chutada de um lado para o outro e um ruído branco que simula o barulho do público. O problema é que esse ruído branco acaba por ficar bastante incomodativo. A nível gráfico nada de especial a apontar. Apesar deste já ser um jogo a cores, acho que as mesmas poderiam ser menos deslavadas e os estádios com mais detalhe. Mas se assim a performance não é grande coisa, quanto mais se os gráficos fossem mais detalhados…
No geral, jogos de futebol na Gameboy até agora ainda não apanhei nenhum que me enchesse as medidas e este FIFA 2000 acaba por não ser excepção, infelizmente.
Já que estou numa de rapidinhas a jogos desportivos, vamos lá continuar então por essa onda, desta vez para o Super Kick Off. Quem viveu o final da década de 80 e a primeira metade dos 90, alguns nomes de jogos de futebol europeus foram ficando na memória, como Striker, Sensible Soccer, ou Kick Off, de Dino Dini. Eventualmente as consolas da Sega lá teriam de receber uma versão de algum jogo da série Kick Off, o que acabou por acontecer com este Super Kick Off, que também viu uma versão para a Master System. Versão essa que é um bocado estranha, tal como irei referir em seguida. O meu exemplar custou-me 5€ na Feira da Ladra em Lisboa, tendo sido comprado algures no verão de 2016.
Jogo com caixa e manual
Bom, depois do ecrã de título, temos o ecrã de selecção da linguagem. E aqui reside uma das características mais estúpidas deste jogo. Temos 8 linguagens à escolha, mas mediante a linguagem escolhida, teremos depois apenas 8 clubes daquele país para poder jogar. Ou seja, se por algum motivo quisermos jogar com o “Milano”, “Muenchen” ou “Paris”, teremos de jogar o jogo em italiano, alemão ou francês, respectivamente. Mas como é que isto cabe na cabeça de alguém, limitar um jogo desta forma? Depois ainda vem algo mais estúpido. Ao seleccionar a língua espanhola, poderíamos jogar com clubes como Madrid, Barcelona ou Valencia, certo? Pois, mas não no Super Kick Off da Master System. Por algum motivo ao seleccionar o idioma espanhol deixa-nos jogar com os mesmos clubes da língua inglesa, como o United, City, Rovers ou Rangers. Outro dos idiomas disponíveis é o português, mas com a bandeira do Brasil, portanto com equipas brasileiras, nada de Porto ou benfica. Bom, se por um lado, a possibilidade de ter um jogo inteiramente em português numa consola como a Master System é excelente, o facto de ser um jogo produzido por europeus, e incluirem o Brasil no meio de outras nações europeias é um bocadinho triste. Mas neste caso até se compreende pois dessa forma a selecção Brasileira também pode ser jogável.
O campo está bastante ampliado, mas para compensar temos um pequeno radar que mostra as posições dos jogadores
Tirando estes falhanços, o jogo possui vários modos de jogo, como seria de esperar. Desde um modo de treino para practicar, ou partidas amistosas, pode-se também jogar em torneios por eliminatórias, ou campeonatos. Todas esta opções podem ser jogadas com os clubes do país do idioma escolhido, ou nas suas vertentes “internacionais”, onde podemos escolher 1 de 8 selecções. A jogabilidade é simples, até porque a Master System dispõe apenas de 2 botões de acção, mas esperava que fosse um jogo mais rápido. Quando há mais que 3 jogadores no ecrã, notam-se alguns slowdowns. De resto há também várias opções a ter em conta, como as condições atmosféricas, nível de dificuldade, ou o árbitro a escolher, sendo que cada um possui critérios mais ou menos rigorosos. No que diz respeito ao multiplayer, para além de podermos jogar contra um amigo, podemos jogar também de forma cooperativa contra o CPU na equipa adversária.
É possível activar uma opção que permita dar efeito na bola depois de ser rematada
Tecnicamente não é uma das melhores conversões. O jogo é visto numa perspectiva aérea como o Italia 90, com pouco detalhe nas sprites, como seria de esperar num jogo para a Master System. Os menus também não são nada apelativos, mas cumprem o seu papel. Tal como muitos outros jogos de futebol do seu tempo, também apenas temos música nos menus e afins, com as partidas de futebol a serem practicamente silenciosas, com alguns barulhos de fundo.
Super Kick Off para a Master System deixou-me desiludido, estava à espera de mais. Felizmente a versão Mega Drive, pelo pouco que vi, não tem muitas destas limitações e ainda bem. Por um algo algumas limitações seriam de esperar numa consola como a Master System, mas apenas se poder escolher 8 clubes por linguagem não faz sentido nenhum.
Continuando com as rapidinhas, hoje trago cá um artigo muito breve sobre o MIG-29 Fighter Pilot, um simulador de voo lançado para a Mega Drive através da Domark, onde nos pomos atrás dos controlos do famoso caça soviético. O meu exemplar veio de um bundle que comprei há uns meses atrás na feira da Vandoma, no Porto, veio em conjunto de mais uns 5 jogos e 2 Mega Drives que me ficaram por 45€ no total.
Jogo com caixa e manual
Como sempre somos levados a um teatro de guerra, aqui num qualquer país do médio oriente, onde um poderoso general invadiu um outro estado bastante conhecido pelas suas reservas de petróleo. Nós supostamente somos um piloto de elite dos Mig-29 que terá pela frente várias missões críticas para o desenrolar deste conflito. E como em qualquer simulador de voo, temos uma catrafada de coisas para fazer. Os botões B e C abrem menus que nos permitem escolher as armas que queremos activar, ou outras funcionalidades como largar flares ou chaff para despistar mísseis inimigos ou mesmo activar ou recolher o trem de aterragem. Se usarmos um comando de 6 botões, a tarefa fica mais simples pois alguns dos botões ficam já mapeados com algumas destas funções regulares. Antes de cada missão temos um briefing onde nos são mostrados os objectivos a cumprir, depois lá somos levados para um ecrã onde teremos de escolher que armas queremos equipar o nosso caça e em que quantidade. Por fim começa a missão e a primeira tarefa é levantar voo. Felizmente que o manual lá nos dá algumas dicas em como prosseguir, e a missão de treino também.
Os gráficos são poligonais e bastante simples. Ainda bem que o jogo é passado em desertos, senão ia ser complicado a Mega Drive dar conta do recado
No que diz respeito aos audiovisuais, é um jogo graficamente competente, pois é completamente em 3D poligonal, sem recurso a qualquer hardware extra, como muitos cartuchos da Super Nintendo possuíam chips adicionais para permitir coisas destas. No entanto não há milagres e o frame rate é bastante baixo, bem como o número de polígonos em simultâneo no ecrã ser bastante reduzido. Músicas só em menus e afins, pois durante a acção apenas ouvimos os vários barulhos do avião, e avisos de mísseis a serem disparados.
No fim de contas, este MIG-29 Fighter Pilot não é um jogo para todas as pessoas pois é um simulador. Surpreendentemente, existem uns quantos na Mega Drive, mas como não sou fã do género, também não vos consigo garantir se é melhor ou pior que a concorrência. Eu é mais After Burner!!
Não, este não é o excelente e difícil Strider 2 da Capcom que acabou por sair para a Playstation. Algures na primeira metade da década de 90 a U.S. Gold detinha os direitos da série no ocidente, pelo que decidiram tomar a liberdade de desenvolver eles mesmos uma sequela não oficial. E sendo a U.S. Gold um estúdio britânico, então acabaram por ser lançadas versões para todas as consolas da Sega no mercado, bem como os computadores mais populares por estas bandas, desde os velhinhos C64 e ZX Spectrum até ao Amiga e PC. Joguei bastante isto na minha infância, a versão de Master System, que tinha sido emprestada por um colega de turma lá na escola. Eventualmente chegou o cartucho da Game Gear às minhas mãos que é essencialmente o mesmo jogo e depois lá o encontrei completo na Cash Converters de São Sebastião em Lisboa por 12€ e acabei por trazer.
Jogo completo com caixa, manuais e papelada
E este Strider Returns é também um jogo difícil como os restantes da série, mas infelizmente não pelas melhores razões. O original da arcade e a sua sequela verdadeira são jogos difíceis como lixo, mas a sua jogabilidade é óptima e é apenas a nossa perícia que é posta à prova. Aqui infelizmente já não é tanto assim, já que a jogabilidade deixa um pouco a desejar (não é um jogo tão fluído assim) e o design no geral também não é o melhor. Há inimigos que é impossível não receber dano (como umas máquinas que atiram com bombas em várias direcções de uma rajada só) ou outros que explodem vindos do nada. Felizmente temos uma barra de vida que nos permite levar com algum dano, bem como há vários power ups a apanhar, incluindo uns que nos regeneram vida. Mas também não podemos perder tanto tempo assim a explorar os níveis já que temos um tempo limite para os completar e não é lá muito longo. De resto, o herói (que não é o Hyriu mas sim um tal de Hinjo cuja missão é a de resgatar uma princesa do vilão do costume) possui na mesma as habilidades atléticas do seu predecessor, como os saltos mortais e os ataques de espada com um alcance considerável. É também possível escalar algumas superfícies e temos à nossa disposição um número ilimitado de shurikens.
O protagonista continua acrobático, pena que no geral o design deixe um pouco a desejar
No que diz respeito aos audiovisuais, a versão Mega Drive é naturalmente superior às versões Master System/Game Gear. Ainda assim não posso dizer que os gráficos sejam maus de todo a nível de detalhe em si, apenas acho que o design dos níveis e da maioria dos inimigos que são meramente máquinas genéricas é que poderiam ser melhores. Naturalmente também que a versão Game Gear sai um pouco prejudicada pela resolução de ecrã ser menor. As músicas, poucas, são também bastante repetitivas.
De vez em quando lá temos pequenas cutscenes destas
Mas ainda assim, com todos os seus defeitos, não consigo dizer que este Strider Returns seja um jogo péssimo. É uma desilusão simplesmente pelos originais da Capcom serem estupidamente bons.