Puchi Carat (Sony Playstation)

Vamos voltar à Playstation com mais um interessante jogo puzzle produzido pela Taito (lançado originalmente nas arcades) e que acabou por receber conversões para vários outros sistemas, tal como é o caso desta versão Playstation. Curiosamente este é um dos casos em que um jogo nipónico acaba por ter um lançamento na Europa, mas não nos Estados Unidos. O meu exemplar veio-me parar às mãos algures no passado mês de Setembro, após me ter sido trazido do Reino Unido por um amigo.

Jogo com caixa e manual

Ora este é um jogo que mistura as mecânicas de um Bust-A-Move com as de um Arkanoid. Quer isto dizer que temos na mesma uma série de blocos coloridos a surgirem na parte superior do ecrã mas em vez de dispararmos bolas coloridas através de um canhão, temos uma plataforma que se move ao longo de um eixo onde vamos fazendo com que uma bola vá ricocheteando por todas as superfícies e destrua todas os blocos coloridos com os quais entre em contacto. Tal como nos Bust-A-Move, se conseguirmos destruir algum bloco que suporte os que estejam imediatamente abaixo de si, esses acabam por cair, o que resulta não só em mais pontos, mas também para mandarmos mais lixo para o ecrã do nosso oponente. Apesar de não termos o mesmo nível de controlo para onde queremos direccionar a bola como num Bust-A-Move, não deixa de ser um jogo bastante agradável de se jogar na mesma até porque se deixarmos a bola cair no fundo do ecrã não perdemos uma vida, mas sim teremos mais peças a surgir no topo do ecrã. E isso nem sempre é uma má notícia, pois pode ser usado com alguma estratégia. E sim, naturalmente teremos também alguns blocos especiais a ter em conta, como alguns indestrutíveis ou outros com a capacidade de destruir todos os blocos da mesma cor.

Tal como nos Puzzle Bobble / Bust-A-Move vencemos uma partida quando obrigamos o nosso oponente a ultrapassar a sua área de jogo.

E aqui temos também vários modos de jogo, quer para um jogador, quer em multiplayer. Começando pelos modos de um jogador, temos o Trial, Story, Time Attack e Rapid Mode. O primeiro obriga-nos a destruir um certo número de peças para avançar para o nível seguinte, enquanto que o modo história está dividido num modo de treino, um modo arcade e o original. O primeiro dispensa apresentações, enquanto o segundo é uma conversão fiel do modo história presente na versão arcade original, onde iremos defrontar uma série de oponentes. O modo original na verdade não é assim tão diferente do arcade, permitindo-nos no entanto decidir a ordem dos oponentes que queremos defrontar, assim como os seus “padrões de ataque” ou seja, a forma como mandamos lixo para o ecrã do adversário. O Time Attack é semelhante ao Trial, mas o objectivo é fazê-lo no mínimo de tempo possível. Por fim o Rapid Mode é uma espécie de modo endless. Não experimentei o multiplayer, mas pelo que entendi pelo manual, é apenas um modo versus para dois jogadores com algumas possibilidades de customização adicionais.

Visualmente o jogo tem o seu charme por todas as animações que as personagens vão fazendo em plano de fundo

Visualmente é um jogo 2D tal como os Puzzle Bobble/Bust-A-Move dessa época, repleto de personagens dos mais variadíssimos feitios. É no entanto um jogo com excelentes animações dessas mesmas personagens, pois estas ganham um papel de destaque na sua área de jogo, onde vão fazendo as mais variadas posturas e mandar bocas consoante a nossa performance. As músicas são agradáveis e o jogo vai tendo algum voice acting, embora esse se tenha mantido inteiramente em japonês.

Portanto este Puchi Carat é um joguinho de puzzle bem interessante e divertido, que mistura duas mecânicas de jogo inteiramente distintas. Acaba por ser uma boa maneira de nos entretermos e passar uma ou duas horas num ápice! Deixo também a curiosidade deste jogo ter recebido um lançamento especial por cá, que também incluía um comando customizado especialmente concebido para este jogo.

The Ninja Saviors: Return of the Warriors (Nintendo Switch)

O The Ninja Warriors é um clássico arcade da Taito lançado originalmente nesse sistema em 1987. Acabou por receber conversões para os mais diversos sistemas, incluindo a PC Engine cuja versão já cá trouxe no passado. Algures em 1994/1995, a Natsume lança um remake desse jogo para a Super Nintendo que sempre me pareceu excelente. Infelizmente no entanto essa versão encareceu bastante! Felizmente em 2019, a Natsume, que entretanto mudou o nome para Natsume Atari (nada a ver com a Atari que conhecemos) decidiu lançar um remake do remake para os sistemas modernos. E é fantástico! O meu exemplar veio da Amazon algures em Dezembro do ano passado, tendo-me custado pouco mais de 25€.

Jogo com caixa

A história é algo similar à do original: um ditador governava a maior super potência global com mãos de ferro e um grupo de rebeldes, incapazes de o remover do poder, decidem criar uma série de robots super poderosos para que façam esse trabalho sujo. O original arcade trazia apenas 2 robots, um com corpo de macho outro de fêmea, já o remake da Natsume de 1994 aumentou esse número para três e agora todos os robots possuem habilidades/golpes que os distinguem totalmente entre si. Ora este novo remake permite-nos inicialmente jogar com os mesmos 3 robots mas à medida que vamos completando o modo arcade iremos eventualmente desbloquear mais dois, sendo que, uma vez mais, todos eles com habilidades e estilo de combate completamente distintos entre si.

Inicialmente temos 3 robots para escolher, mas eventualmente conseguimos desbloquear mais dois.

A jogabilidade é mais ou menos simples: o direccional ou o joystick esquerdo servem para controlar a personagem que escolhemos, enquanto que os botões faciais servem para desferir golpes, saltar ou usar habilidades especiais. Para além da nossa barra de vida (que pode ser regenerada ao apanhar alguns itens para esse efeito, tendo para isso de destruir algumas objectos que os podem conter) temos imediatamente abaixo uma barra de energia das baterias que se vai enchendo com o tempo e é essa a tal barra que vamos gastando ao usar os specials de cada robot. Independentemente da personagem escolhida, quando essa barra se encontra completamente preenchida podemos também activar uma poderosa bomba que causa dano em todos os inimigos no ecrã. Algo também a ter em conta é que de cada vez que sofremos dano considerável, perdemos também toda essa energia que vamos acumulando.

Pancadaria da grossa, com visuais 2D muito bonitos

Mas também tal como referi acima cada robot possui mecânicas de jogo completamente distintas entre si. O Ninja, com um porte bem possante, é a personagem mais pesada (ou era, até terem introduzido o Raiden) e mal consegue saltar, porém os seus golpes são bem poderosos, tem uma habilidade de dash bastante útil e os seus specials incluem usar as suas nunchucks a média distância, causando dano mesmo a inimigos que estejam à defesa. Por outro lado a Kunoichi é mais balanceada, enquanto que o Kamaitachi é a personagem mais ágil mas também a mais fraca e os seus specials exigem alguma estratégia adicional. As personagens desbloqueáveis possuem também mecânicas de jogo inteiramente distintas entre si, o que é bom para a longevidade de um título que é bastante curto.

Os novos robots possuem alguns ataques invulgares que nos obrigam a uma maior estratégia

E sim, a nível de conteúdo temos aqui o modo single player, que inicialmente apenas se pode jogar na dificuldade normal, com o hard a ser desbloqueado assim que o terminamos pela primeira vez. À medida que vamos completando cada um dos níveis, estes vão ficando também disponíveis para um modo de time attack. De resto temos também um modo multiplayer que sinceramente não experimentei. Felizmente que o normal não é o jogo mais difícil do mundo! A versão PC Engine ainda me deu bastante trabalho mesmo com a facilidade dos save states em emulação e aqui o jogo tem apenas uma vida, mas continues infinitos, que nos fazem recomeçar a partir do último checkpoint, o que é justo. No entanto, se decidirmos interromper o jogo e não aproveitar o continue, então sim, teremos de o recomeçar do zero. Mas mesmo assim é um jogo curto, também não custa muito. E sempre que gastamos um continue temos a possibilidade de escolher um robot diferente, o que é sempre bom, quanto mais não seja para tentar estratégias diferentes.

Como tem sido habitual, no final de cada nível temos um boss para derrotar

Graficamente este é para mim um jogo soberbo, com visuais inteiramente 2D e com uma pixel art, detalhe, cor e animações excelentes. Já o da SNES era muito bom para um sistema de 16bit, este remake apresenta gráficos 2D mesmo como eu gosto! Os cenários estão todos muito bem detalhados, sendo na sua maioria cenários urbanos/industriais ou militares como seria de esperar tendo em conta o conceito do jogo. Nada a apontar aos efeitos sonoros que cumprem bem o seu papel, já as músicas são também excelentes, misturando o rock/electrónica com temas orientais/nipónicos o que a meu ver também resultou muito bem.

Portanto este remake de um remake é um excelente jogo, mesmo que não adicione tanto conteúdo novo assim. A jogabilidade é excelente e variada consoante o robot escolhido, os gráficos são fantásticos para quem gostar deste visuais mais retro, pecando apenas por ser um jogo curto e talvez um ou outro nível novo fosse benvindo. Ainda assim acho um excelente jogo e um excelente lançamento para todos os que gostam de jogos de acção em 2D, particularmente tendo em conta o elevado preço que as versões de SNES têm vindo a atingir no mercado.

Bust-A-Move 4 (Sega Dreamcast)

Vamos voltar às rapidinhas mas desta vez na Dreamcast para mais uma iteração de um dos jogos puzzle mais divertidos e viciantes de sempre, a série Bust-A-Move / Puzzle Bobble. Como é habitual este título acabou por sair inicialmente nas arcades, mas acabou posteriormente por ser convertido para toda uma série de diferentes sistemas, incluindo a Dreamcast, cuja versão cá trago hoje. E o meu exemplar veio de um lote de Dreamcast que comprei algures em Abril deste ano.

Jogo com caixa, manual e um catálogo da Acclaim

E este jogo usa as mesmas mecânicas base dos restantes Puzzle Bobble, na medida em que temos uma personagem fofinha a operar um canhão no fundo do ecrã que dispara esferas coloridas na direcção pretendida. Acima temos já um conjunto de esferas coloridas previamente colocadas e a ideia é juntar 3 (ou mais) esferas de cada cor para as fazer desaparecer. Com o tempo a passar as esferas vão descendo e temos de evitar que atravessem a linha de baixo, caso contrário é game over. A nova mecânica de jogo aqui introduzida é a de um sistema de roldanas. Ocasionalmente temos dois conjuntos de esferas presos por uma corda que vai balanceando conforme o peso de ambos os lados e temos também de ter em atenção a não deixar um dos lados demasiado pesado, caso contrário esse conjunto poderá descair demasiado e levar-nos a um game over. Para além disso temos também outras esferas especiais que já haviam sido introduzidas nas suas prequelas (e eu era capaz de jurar que já tinha o Bust-A-Move 3 na colecção) como as esferas de arco íris, que assumem a cor da sua esfera adjacente assim que esta desapareça, ou esferas com estrelas capazes de fazerem desaparecer todas as esferas de uma determinada cor.

Existem algumas esferas coloridas com funcionalidades diferentes do que me recordava, o que me fez lembrar que ainda não joguei (nem tenho na colecção) o Bust-A-Move 3

De resto temos imensos modos de jogo, que se dividem em três categorias: Puzzle, Player versus Computer e Player versus Player (modo multiplayer). O modo puzzle inclui o Arcade e o Story Mode (este último com muitos, muitos níveis para ultrapassar), já os restantes são modos de jogo onde temos sempre duas personagens a competir entre si. E aqui, caso joguemos sozinhos, temos também um modo história cuja é ligeiramente diferente consoante a personagem escolhida e um Win Contest que é uma espécie de torneio. Em ambos os modos de jogo poderemos vir a desbloquear algumas personagens adicionais também, pelo que conteúdo não falta.

O que não faltam são personagens fofinhas, mas sinceramente isso pouco importa

A nível audiovisual é um jogo bastante simples e sinceramente nem é preciso que seja muito melhor que isto. É um jogo inteiramente 2D, porém com personagens coloridas e bem animadas. As cutscenes nos modos história são bastante simples mas sinceramente também não lhes dei grande importância. As músicas são no entanto bastante agradáveis e ficam no ouvido, dando por nós a trautear algumas das suas melodias ao longo do dia.

Portanto este Bust-A-Move 4 é mais um jogo sólido desta já longa série. É verdade que nem sempre a Taito acrescenta algo incrível às mecânicas de jogo, mas quando as mecânicas base já são simples e viciantes o suficiente, também não há muito para inventar.

Rainbow Islands (Sega Master System)

Continuando pelas rapidinhas e pelos sistemas de 8bit vamos agora ficar com mais um clássico da Taito, este Rainbow Islands (The Story of Bubble Bobble 2) que como o seu nome indica é a sequela de um outro clássico arcade da Taito, Bubble Bobble. Curiosamente o Bubble Bobble é também um jogo que teve uma conversão para a Master System, mas essa teima em não me aparecer a um preço apetecível. Esta conversão é também algo curiosa pelo seu lançamento tardio: o original arcade é de 1997, enquanto que este lançamento da Master System sai apenas em 1993! Este meu exemplar do Rainbow Islands foi comprado a um amigo meu no passado mês de Março por 30€.

Jogo com caixa, manual e papelada

Os protagonistas são os mesmos de Bubble Bobble, embora estejam agora na sua forma humana, já a jogabilidade nada tem a ver com o original. Em vez de lançarem bolhas de ar com as quais poderiam derrotar os inimigos, Bubby e Bobby têm o poder de criar arco-íris, que tanto podem servir de plataformas temporárias, como para atacar os inimigos que populam cada nível. Saltando em cima de um arco íris faz também com que o mesmo caia e isso é também outra maneira de derrotar inimigos que estejam abaixo do caminho de queda do mesmo, mas também os que estejam acima do arco-íris, nas suas proximidades. De resto, tal como no Bubble Bobble, derrotar inimigos faz com que estes larguem alguns itens variados. A comida apenas nos dá pontos extra, embora outros nos possam dar alguns benefícios como nos tornarmos mais rápidos, podermos criar mais arco-íris em simultâneo, invencibilidade, vidas extra ou outros ataques mágicos temporários, como várias estrelas a serem disparadas em múltiplas direcções e causarem dano em todos os inimigos que toquem.

Em certos pontos de cada nível vemos um placard que nos indica quantos diamantes nos faltam para formar a palavra RAINBOW

Mas os itens mais importantes são mesmo os diamantes coloridos, pois permitem eventualmente desbloquear o último conjunto de níveis e o final verdadeiro. O jogo está repartido em sete mundos (mais o tal desbloqueável) com 4 níveis cada e um boss. O desafio é então, durante os 4 níveis desse mundo, coleccionarmos pelo menos um diamante de cada cor (são também sete no total), para que depois de derrotado o boss sermos recompensados com um diamante gigante. Sabemos que estamos ou não perto de coleccionar os diamantes de todas as cores pois cada uma corresponde a uma letra da palavra RAINBOW cuja vai surgindo em placards espalhados pelos níveis. Coleccionando 7 diamantes gigantes, que correspondem aos 7 mundos que temos para explorar, lá desbloqueamos o oitavo e último mundo. O jogo encoraja-nos então a perder algum tempo em tentar derrotar o máximo de inimigos possível e recolher as suas recompensas para assim conseguirmos eventualmente desbloquear o final verdadeiro, no entanto também não podemos demorar demasiado tempo, pois a partir de certo momento o nível começa a ser inundado de água para nos colocar pressão adicional para o completar mais rapidamente.

Os bosses apesar de serem sprites grandes poderiam ter um pouco mais de animação

No que diz respeito aos gráficos estamos perante um jogo simples, pois o próprio material original é de 1987, apesar de achar que esta versão Master System poderia ser um pouco mais colorida. As personagens têm todas um aspecto muito “fofinho” tal como acontecia no próprio Bubble Bobble. Os níveis vão sendo algo temáticos, existindo mundos com temas militares, sci-fi, terror, entre outros, cujos temas se vão reflectindo tanto nos inimigos que teremos de derrotar, como nos cenários, embora estes últimos sejam tipicamente muito simples. Os bosses já são sprites grandes embora não tenham grandes animações. Gostei no entanto da surpresa do boss do mundo 7 (retirado da saga Darius, também da Taito) e o último conjunto de níveis é também todo inspirado no Bubble Bobble original. Entre cada mundo vamos tendo também umas breves cut-scenes que apesar de bastantes simples, possuem também o seu charme. A banda sonora é simples mas com músicas agradáveis. Naturalmente, a música do oitavo mundo, o tal desbloqueável e inspirado no Puzzle Bobble é também desse jogo.

Entre cada nível somos presenteados com cut-scenes simples, mas charmosas

Portanto estamos aqui perante um jogo sólido da Taito e com um charme muito próprio, tal como o próprio Bubble Bobble o tinha. Aparentemente esta conversão para a Master System é uma das mais sólidas que foram lançadas noutros sistemas 8bit, também mau era, tendo em conta que o jogo saiu já em 1993. No que diz respeito aos sistemas da Sega, existe também uma conversão para a Mega Drive que me parece muito boa, mas essa infelizmente é um lançamento exclusivo japonês.

The Legend of Kage (Nintendo Entertainment System)

Vamos continuar pelas rapidinhas para uma adaptação de um jogo arcade da Taito que eu muito joguei em miúdo na minha famiclone. Apesar de na altura o achar muito divertido, nunca o tinha chegado a acabar pois é também um jogo bastante difícil. Entretanto, algures em Janeiro/Fevereiro aproveitei umas promoções da Mr. Zombie para comprar uns quantos videojogos com desconto e um exemplar deste jogo (na sua versão Japonesa para a Nintendo Famicom) acabou por vir também. Creio que me terá ficado algo próximo dos 10€.

Jogo com caixa e manual

Neste jogo nós controlamos um ninja (Kage) e a história segue o cliché do costume: a princesa Kiri foi raptada e nós teremos de atravessar uma floresta, escalar as muralhas de um castelo inimigo e infiltrá-lo para salvar a princesa. Só isso. Mas como muitos jogos arcade da época (tipo… Ghosts ‘n Goblins) teremos de repetir o processo pelo menos uma vez. No caso desta versão Famicom/NES teremos de a salvar três vezes ao todo, com os cenários a mudarem a sua paleta de cores de verão, outono e inverno em cada fase.

Apesar de ser algo inútil no primeiro nível, a verticalidade deste jogo com os seus longos saltos ou escalar árvores sempre me impressionou

No que diz respeito aos controlos, estes até que são bastante simples na sua essência. O direccional serve para movimentar o Kage pelos cenários, sendo que o botão de cima serve para saltar. Para além disso, depois de saltar não podemos mudar a nossa trajectória, pelo que temos de ser algo cuidadosos quanto o fizermos. Os botões faciais servem para atirar shurikens (cujas têm munições ilimitadas mas apenas podemos ter duas shurikens nossas a atravessar o ecrã de cada vez) e o outro para usar a nossa pequena espada. Apesar do seu curto alcance, a espada serve também para deflectir as shurikens inimigas, algo que nos dará muito jeito, pois como certamente se irão aperceber, os inimigos surgem no ecrã continuamente e de todas as direcções. Não conseguimos no entanto deflectir o ataque dos inimigos que cospem fogo, esses são ameaças que devem ser derrotadas o quanto antes!

O segundo nível é bastante curto, obrigando-nos apenas a derrotar um certo número de ninjas antes de escalar a muralha do castelo

De resto temos também vários power ups para coleccionar. Alguns dão-nos pontos ou vidas extra, outros podem mudar a cor das roupas de Kage, que por sua vez nos deixam atirar shurikens maiores ou permitem-nos saltar ainda mais alto. Outros podem ainda despoletar poderosos ataques, como Kage a atirar oito shurikens em simultâneo e em várias direcções, ou invocar um poderoso ataque mágico que mata todos os inimigos presentes no ecrã durante uns quantos segundos de uso ininterrupto. É um ataque sinistro, pois é acompanhado de uma melodia algo assustadora e vemos literalmente os inimigos a cairem que nem tordos. Mas na verdade é um ataque que nos serve mais para aumentar a pontuação do que qualquer outra coisa, pois estamos estáticos durante toda essa animação.

Estes monges que eu sempre achei que eram piratas devido aos seus chapéus são bastante perigosos por cuspirem fogo que não conseguimos bloquear.

A nível audiovisual é um jogo extremamente simples, com os inimigos a serem muito idênticos entre si, mudando apenas a cor das suas vestimentas. Os níveis, tal como já mencionei acima, variam entre florestas, as muralhas do castelo e o seu interior. De resto os efeitos sonoros são super simples e as músicas também não são muito variadas. Temos uma música principal que é usada em todos os níveis e esta tem bastantes contornos orientais, uma outra música de pouco mais de 20 segundos que ouvimos de cada vez que salvamos a princesa e as restantes são mesmo melodias (também orientais) que duram breves segundos.

Sempre achei este ataque mágico incrivelmente sinistro

Portanto este é um jogo que apesar de super simples na sua apresentação e com uma jogabilidade bastante exigente e desafiante, não deixa de me ter divertido imenso em miúdo. Sempre me fascinou a forma como poderíamos saltar distâncias ridículas e atacar ninjas em pleno voo. Muitos anos depois, lá deu origem a uma sequela algo inesperada para a Nintendo DS.