Bomberman (Sony Playstation)

Voltando às rapidinhas, o jogo que cá trago hoje é conhecido nos Estados Unidos como Bomberman Party Edition, acabando por me induzir em erro ao pensar que seria um party game como Mario Party. No entanto é um remake do clássico Bomberman para a Playstation, incluindo também a componente Battle Royale para o multiplayer frenético, como a franchise bem ficou conhecida. O meu exemplar foi comprado na Feira da Vandoma no Porto algures durante o mês de Abril, custando-me 2€.

Jogo com caixa

O principal modo de jogo single player é um remake do original de 1983 da NES/Famicom, onde o objectivo é limpar cada mapa/nível de inimigos, recorrendo a bombas que poderemos largar. Para além de inimigos existem vários blocos indestrutíveis e destrutíveis, cujos últmos podem ter vários tipos de powerups ou a porta que dá acesso ao nível seguinte, mas que só se abre assim que tivermos derrotado todos os inimigos presentes no ecrã. Os power ups podem ser a habilidade de largar mais que uma bomba em simultâneo ou aumentar progressivamente o seu alcance, para além de outros que nos permitem detonar as bombas de forma controlada, deixarem-nos passar por cima de outros blocos ou bombas ou mesmo invencibilidade temporária.

A vertente single player é nada mais nada menos que um remake do primeiro jogo

Como é habitual nos Bomberman, este é um jogo que requer alguma estratégia ao encurralar os inimigos de forma a que sejam destruidos por uma bomba e, acima de tudo, evitar que nós caímos nas nossas próprias armadilhas, principalmente quando podemos largar três ou quatro bombas em simultâneo e sermos apanhados pelo nosso próprio fogo. Este modo single player possui os 50 níveis da versão original, cujo grafismo pode ser perfeitamente fiel na sua versão retro, ou melhorado com alguns elementos 3D e várias “cutescenes” entre cada conjunto de 10 níveis.

Se preferirmos os visuais retro também se arranja!

Mas um Bomberman não seria o mesmo sem um modo multiplayer, pelo que para além do remake do jogo original, temos aqui 2 vertentes do Battle Royale que nos permitem confrontos multiplayer com até 5 pessoas em simultâneo, recorrendo para isso a um multitap. Aqui podemos explorar várias arenas para batalhas intensas e já podemos usar várias habilidades introduzidas por jogos mais recentes, como a possibilidade de atirar ou pontapear bombas para os adversários, ou mesmo montar um Louie (uma espécie de canguru). Isto, claro, torna as batalhas ainda mais caóticas, até porque os jogadores derrotados podem continuar a atirar bombas de fora da arena (se tivermos a opção Bomber Cart activada). Para além do Battle Royale temos ainda o Custom Battle que nos permite customizar ainda mais as batalhas, desde o tipo de power ups que podem na arena, até ao handicap que podemos definir para cada jogador.

Mas como sempre é no modo Battle Royale que o caos se instala!

Graficamente é um jogo simples pois é o remake de um jogo de NES. Os mapas mantêm-se idênticos aos originais, com o mesmo tipo de inimigos, mas com gráficos apenas ligeiramente melhorados. As músicas, no entanto, são bastante agradáveis e possuem qualidade CD-Audio.

Portanto este Bomberman, apesar de ser um remake não muito rico do primeiro jogo da saga, não deixa de ser divertido, especialmente se jogado com amigos no Battle Royale! Ainda assim, na parte do single player, creio que poderiam ter ido mais longe no remake do velhinho jogo.

Ninja Cop (Nintendo Gameboy Advance)

O artigo de hoje leva-nos a uma excelente surpresa da Gameboy Advance, o Ninja Cop (também conhecido como Ninja Five-O em território americano). Apenas o conheci quando um amigo meu me comentou, todo contente, que o encontrou como uma pechincha numa loja nacional. É daqueles jogos que são caríssimos no eBay e para piorar as coisas, também é um jogo super divertido. Suponho que tenha saído em números muito reduzidos, o que é uma pena pois é um bom jogo. O meu exemplar foi comprado há uns meses atrás por 10€, esteve muitos anos atrás de uma vitrine num hipermercado no interior do país.

Jogo completo com caixa, manuais e papelada

Tal como Shinobi, o nosso ninja é um justiceiro que combate grupos terroristas compostos por outros ninjas. E aqui temos uns quantos para combater! O jogo está dividido em vários grupos de níveis em localizações diferentes, cada qual composto por diversos subníveis e um boss. Aqui visitamos diversos cenários como o assalto a um banco ou a um aeroporto, culminando depois na própria base inimiga onde acabaremos por defrontar o seu líder.

A libertação de reféns é uma constante, mas é algo que também tem de ser feito com cuidado

A jogabilidade é excelente. O nosso ninja como seria de esperar é bastante hábil. Podemos atacar com a espada, ou com shurikens que por sua vez podem ser upgraded para causar mais dano. Para além disso, estamos munidos de um gancho à lá Bionic Commando, que nos permite agarrar aos tectos e paredes, podendo assim balancear-nos melhor entre plataformas, ou fazer algum wall jumping. Começando a jogar ,vemos que o nosso ninja dispõe de duas barras de energia, uma começa cheia, a outra vazia. A que começa cheia naturalmente que é a barra de vida, já a outra é a barra do special que vai enchendo à medida que combatemos os inimigos e que pode ser usada a qualquer momento para os nossos golpes mágicos. Se activarmos o special antes da barra encher, ficamos invencíveis durante o tempo em que a barra vai esvaziando. Se o activarmos com a barra cheia, então destruímos todos os inimigos presentes no ecrã. Para além disto, em cada nível vamos tendo alguns reféns para salvar, algo que temos de ter algum cuidado em fazer pois geralmente os bandidos apontam-lhes alguma arma à cabeça e só os devemos atacar no momento certo, quando eles se preparam para nos atacar a nós.

Como não poderia deixar de ser, também temos alguns bosses para defrontar

A nível audiovisual este jogo foi também uma óptima surpresa. Os níveis e sprites são ricos em cor e detalhe, e o mesmo pode ser dito das animações, que se mostram bastante fluídas. Existe alguma variedade nos níveis e as músicas, apesar de agradáveis, é que já não lá muito variadas infelizmente.

Volto a reforçar que este Ninja Cop foi uma excelente surpresa para a Gameboy Advance. É mesmo uma pena que seja um jogo tão caro, pelo que se virem nem que seja um cartucho solto perdido nalgum negócio não hesitem, é um jogo que vale bem a pena se forem fãs do género.

Mega Bomberman (Sega Mega Drive)

Na primeira metade dos anos 90, se quiséssemos jogar Bomberman, teriamos de recorrer a consolas da Nintendo, ou à PC-Engine/Turbografx, mas felizmente a Mega Drive teve sucesso suficiente para a Hudson se interessar pela plataforma e lançar este Mega Bomberman, que é na verdade uma conversão do Bomberman ’94 lançado originalmente para a PC-Engine. Mas não tem problema, pois não deixa de ser uma sólida entrada na velha e divertida franchise. O meu exemplar veio da Cash Converters de Alfragide algures no ano passado, tendo-me custado uns 12€ se bem me recordo.

Jogo com caixa

Na verdade, este Mega-Bomberman esteve para ser bastante diferente. Inicialmente a Hudson abordou a Factor 5 (estúdio de origens europeias que sempre foi conhecido por bastante competente a nível técnico) para desenvolver um Bomberman para a Mega Drive e a empresa alemã desenvolveu uma demo técnica que incluía o suporte para um multiplayer com até 8 jogadores em simultâneo, recorrendo a dois multi-taps conectados à Mega Drive. Mas a Hudson acabou antes por se virar para a Westone, os mesmos criadores da série Wonderboy e pediram antes uma conversão directa do Bomberman ’94, lançado originalmente para a PC-Engine no Japão. Esse é um jogo que possui uma história simples, com o planeta dos Bomberman a ser atacado e dividido em 5 partes. Cabe-nos a nós reunir o planeta, defrontando uma série de inimigos e bosses pelo meio, para depois enfrentar quem esteve por detrás do ataque.

O objectivo principal em cada nível é destruir os pequenos cristais que por sua vez incapacitam a máquina no centro do ecrã. Nem que para isso tenha de haver barbecue de coelhos inocentes!

Com isto, o modo história e single player leva-nos ao longo de 5 áreas distintas com 3 ou 4 níveis cada, para além da área final, onde podereremos percorrer múltiplos ecrãs de jogabilidade de Megaman clássica, onde a ideie é plantar bombas, de forma a destruir alguns blocos e/ou inimigos, apanhando pelo caminho vários power-ups que nos podem ajudar. E claro, o mais importante de tudo é não sermos presos nos nosso próprio fogo, seja por termos barrado o caminho com bombas ou algum inimigo que apareceu onde não devia. As arenas “quadriculadas” que permitem sempre que o fogo se expanda em forma de cruz, em 4 direcções distintas, o que nos deixa geralmente com margem de manobra para nos esquivarmos do fogo inimigo. Existem porém vários power ups, que nos podem deixar temporariamente invencíveis, deixar mais que uma bomba em simultâneo, aumentar o poder de fogo das explosões, poder atravessar barreiras ou bombas, pontapear bombas, entre outros, como a primeira vez que os Rooey, criaturas similares a cangurus, que marcam a sua presença. Cada Rooey possui diferentes cores e habilidades, que se assemelham a vários dos power ups que podemos encontrar. Para além disso, os animais servem também de escudo, permitindo-nos sofrer dano uma vez, sem perdermos qualquer vida.

No Battle Mode podemos customizar a nossa personagem de várias formas!

As áreas de jogo vão sendo variadas, desde florestas, vulcões ou mesmo o fundo dos oceanos. Os inimigos também vão tendo diferentes habilidades, alguns são capazes de voar ou atravessar barreiras, outros simplesmente mais fortes e que podem aguentar com mais que uma bomba antes de serem destruídos. Os bosses naturalmente são muito mais fortes, com diferentes padrões de ataque e que obrigam-nos a usar diferentes estratégias para os derrotar. Como um todo, a jogabilidade de Bomberman, especialmente pelo uso dos seus power-ups, sempre brilhou no multiplayer, e este Mega Bomberman não é excepção à regra, com o seu Battle Mode. Aqui podemos jogar com até 4 jogadores, em partidas que podem ir até às 5 tentativas. É certo que podemos também jogar com bots, mas contra amigos é outra coisa!

Graficamente é mum jogo bem colorido e detalhado, com sprites bem animadas. As músicas são também bastante agradáveis, mas acaba por desiludir na sua performance. O jogo possui slowdowns bem notórios, especialmente em áreas bastante populadas de inimigos e coisas a acontecer. Não é habitual isto acontecer numa Mega Drive, consola que sempre nos habituou ao seu slogan do blast processing.

Os bosses possuem diferentes habilidades. Este pode agarrar as bombas com as suas garras e absorver a explosão.

No cfim de contas, este Mega Bomberman não deixa de ser um jogo competente e divertido, apesar de ser uma conversão de um jogo já lanado antes num sistema concorrente, e pelos seus problemas de performance. Não deixa no entanto de ser curioso ver como o protótipo da Factor 5 poderia evoluir para um jogo final. Seria épico!

Bomberman Fantasy Race (Sony Playstation)

bomberman-fantasy-raceMais uma vez uma rapidinha pois o tempo não tem sido muito favorável. Creio que todos nós conhecemos os jogos da série Bomberman e como o seu multiplayer é tradicionalmente tão divertido, principalmente se for jogado na mesma sala. Também todos conhecemos Mario Kart e a sua influência que teve no seio dos jogos de corrida mais divertidos do que propriamente realistas. Este Bomberman Fantasy Race tenta juntar o melhor dos dois mundos ou seja, é um clone de Mario Kart, no universo Bomberman. O meu exemplar veio da Cash de Alfragide, algures no ano passado. Foi barato.

Jogo com manual e papelada, numa edição budget.
Jogo com manual e papelada, numa edição budget.

A grande diferença deste jogo para o Mario Kart está no facto que aqui não conduzimos Karts, mas sim animais. Fora isso as influências estão todas lá, com os vários power ups  que podemos apanhar, o combate em corrida e a possibilidade de jogar em multiplayer. No que diz respeito aos animais, podemos montar em Louies ou Tirras. Os primeiros parecem cangurus, os outros rinocerontes, onde cada animal possui diferentes características como velocidade, resistência ou salto. No modo principal de jogo, o objectivo é ir amealhando dinheiro suficiente para desbloquear o circuito seguinte e progredir. Somos recompensados sempre que cheguemos pelo menos em terceiro lugar, e caso cheguemos em primeiro lugar, poderemos jogar uma partida de bónus onde podemos coleccionar ainda mais moedas dentro de um tempo limite. Ir amealhando dinheiro também nos permite ir comprando outros Louies e ou Tirras, bem como power ups que poderemos levar antes da corrida. Eventualmente lá desbloqueamos também os mesmos circuitos mas no modo espelhado. Fora este modo principal de jogo temos também o time attack e o multiplayer em split screen para 2 jogadores, que sinceramente não cheguei a testar.

Inicialmente começamos por escolher qual a dupla de bomberman + animal queremos jogar. Posteriormente poderemos comprar outros animais
Inicialmente começamos por escolher qual a dupla de bomberman + animal queremos jogar. Posteriormente poderemos comprar outros animais

A jogabilidade é surpreendentemente variada. Ao longo dos circuitos teremos vários obstáculos pela frente, desde abismos sem fundo, palmeiras por todo o lado, ou mesmo um jardim de minas que nos abrandam se as pisarmos. Para isso temos de “conduzir” com cuidado, mas também o mais rápido possível, pois a concorrência também por vezes é feroz. Cada animal tem uma barra de stamina que pode ser aproveitada para sprintar. Em circuitos com curvas apertadas, também devemos aproveitar o “triangle jumping“, que consiste em saltar nas paredes e ganhar balanço para melhor mudar de direcção. Depois, como qualquer jogo “inspirado” em Mario Kart, não lhe faltam os power ups que podemos apanhar ao longo das corridas, só para infernizar a vida aos nossos oponentes. Como é um jogo do universo Bomberman, dá para adivinhar que a maioria são diferentes tipos de bombas que podem ser atiradas aos nossos oponentes. Mas o que se calhar não estariam à espera é que podemos (e devemos!) usar também as bombas em nós mesmos, para ter o mesmo efeito do rocket jumping de Quake.

Como não poderia deixar de ser, o que não faltam aqui são power ups com bombas!
Como não poderia deixar de ser, o que não faltam aqui são power ups com bombas!

A nível gráfico é um jogo minimamente competente, com os cenários a serem variados, bem detalhados e bastante coloridos. Iremos percorrer praias, florestas, cidades, montanhas e cavernas, ou mesmo o interior de uma zona toda high tech com a temática do espaço. A draw distance não é muito grande mas não é algo que me preocupe tanto. As músicas também vão sendo diversas, abrangendo diferentes géneros musicais, mas sinceramente não me ficaram lá muito na memória.

Dual Heroes (Nintendo 64)

Dual Heroes - Nintendo 64A segunda rapidinha de hoje é sobre um outro género de videojogos que eu jogo de uma forma mais casual. Mas ao contrário dos jogos desportivos onde apenas os da era 8 e 16bit me despertam mais interesse, os jogos de luta agradam-me muito mais. A casualidade está no facto de serem jogos tradicionalmente com mecânicas de jogo muito aprimoradas que exigem horas a fio para serem dominadas, algo que para mim é precioso. Ou então são button mashers. A Nintendo 64 não é uma consola conhecida pelos seus jogos de luta, mas quando exploramos o seu catálogo mais a fundo ainda encontramos uns quantos, mas infelizmente poucos são os que realmente se aproveitam. Este Dual Heroes não é um bom jogo. O meu exemplar veio de uma loja do Porto por cerca de 5€.

Jogo com caixa, manual e papelada
Jogo com caixa, manual e papelada

Geralmente estes jogos possuem uma história genérica, sendo muito mais conhecidos pela sua jogabilidade e personagens carismáticas. Pois bem, o Dual Heroes tem uma história genérica (uma espécie de conflito intergaláctico entre Power Rangers do bem e do mal), jogabilidade muito má e personagens nada carismáticas. A coisa não parece muito promissora.

Power rangers do bem contra o mal!
Power rangers do bem contra o mal!

Os controlos são muito maus e nada intuitivos, onde para saltar e agachar temos de pressionar uma combinação de botões. O analógico serve para movimentar as personagens, mas obriga-nos a pressionar também no Z se quisermos mover-nos ao longo de um outro eixo. Então porque não usar simplesmente o analógico para cima ou para baixo para saltar ou agachar? Os golpes em si não são nada de mais e a inteligência artificial também não é lá muito inteligente. É possível chegar ao fim do jogo desencadeando apenas golpes básicos e por vezes o CPU até nos faz o favor de se mandar fora do ringue como se nada fosse.

Graficamente é um jogo bastante genérico, com cenários bem simples e personagens nada carismáticas e com pouco detalhe gráfico. Mesmo no simples ecrã onde escolhemos o nosso lutador dá logo para perceber algum amadorismo no design. As músicas também não ficaram no ouvido. Mas no meio de toda esta mediocridade o Dual Heroes ainda tem uns conceitos interessantes nos modos Versus e Robot. No primeiro, se escolhermos jogar contra o computador, o jogo emula um ambiente arcade, onde escolhemos o nosso oponente como um jogador virtual, com diferentes estilos de jogo. O Robot, serve para treinar um robot que vai aprendendo com o nosso estilo de jogo. E sim, também temos um practice mode, que nos permite treinar os movimentos das personagens.

Os jogadores virtuais do versus CPU parecem-me ser mais carismáticos que as personagens do jogo em si.
Os jogadores virtuais do versus CPU parecem-me ser mais carismáticos que as personagens do jogo em si.

Dual Heroes é daqueles jogos da Nintendo 64 que apenas recomendo aos mais ávidos fãs de jogos de luta ou a coleccionadores de Nintendo 64 que estejam interessados em coleccionar o maior número de jogos possível para o sistema. O meu dificilmente volta a sair da caixa.