Voltando às rapidinhas, desta vez na Famicom, vamos ficar agora com aquela que foi a adaptação que a Namco decidiu criar para o sistema 8bit da Nintendo de um dos seus jogos arcade, o Dragon Spirit. Já cá trouxe no passado a versão PC Engine mas esta, apesar de herdar muitas das mesmas mecânicas de jogo, é fundamentalmente um jogo diferente. Pela história até me parece ser uma sequela! O meu exemplar é a versão japonesa da Famicom, comprada na loja Mr. Zombie algures em Janeiro deste ano por cerca de 40€ se bem me recordo. O jogo foi também lançado nos Estados Unidos, pelo que foi essa a versão que acabei por jogar em emulação.
E este é então um shmup vertical com uma temática de fantasia medieval, onde controlamos um dragão e teremos de defrontar várias criaturas, culminando com o confronto contra um poderoso feiticeiro. O jogo começa precisamente connosco a lutar contra Zawel, o tal poderoso feiticeiro. Se o derrotarmos, o jogo transita para uma cutscene onde, anos depois desses acontecimentos, um novo vilão surge e teremos agora de encarnar no filho do herói original. A parte mesmo original desta versão é, caso percamos contra esse primeiro boss, não é um game over, mas sim o jogo activa uma espécie de easy mode intitulada de Gold Dragon (pois o herói se transforma num dragão dourado ao invés de azul como na dificuldade normal). Esse modo de jogo tem menos níveis e com uma dificuldade mais reduzida, assim como um final inteiramente diferente. É uma ideia interessante!

No que diz respeito às mecânicas de jogo as coisas não fogem muito do original. Um botão serve para o dragão disparar bolas de fogo contra alvos aéreos, outro botão para disparar projécteis para alvos no solo. O sistema de power ups é também algo similar ao original. À medida que vamos explorando os níveis vemos alguns ovos coloridos no chão que, se os destruírmos libertam power ups distintos. Os ovos vermelhos melhoram o poder de fogo, enquanto os azuis aumentam o número de cabeças do dragão (aumentando assim também o número de projécteis que disparamos). Por outro lado, quantas mais cabeças tiver o dragão (um máximo de três), maior também será o seu tamanho e mais dificil será nos desviarmos dos projécteis inimigos. Inimigos esses que também podem largar outro tipo de powerups ao serem destruídos: uns apenas nos dão mais pontuação, outros podem melhorar a nossa agilidade, invencibilidade temporária, reduzir o tamanho do dragão entre outros, incluindo mudar a cor do dragão e consequentemente as suas “armas”. Alguns destes power ups podem também ser nocivos, fazendo-nos perder todos os power ups conquistados até ao momento.

A nível audiovisual é um jogo bem mais simples que o original arcade ou a conversão da PC Engine. Os níveis seguem os mesmos padrões visuais, tanto nos cenários como nos inimigos mais fantasiosos, embora com um nível de detalhe bem mais reduzido. Ainda assim, a nível de performance o jogo até se porta bastante bem, sem grandes slowdowns que tipicamente acontecem em jogos deste género. No que diz respeito aos cenários, estes vão sendo diferentes paisagens naturais como florestas, desertos, cavernas ou oceanos, culminando numa grande fortaleza onde iremos enfrentar os bosses finais. Pelo meio teremos no entanto diversas cutscenes que, mesmo sendo bastante simples, até que são benvindas para enriquecerem um pouco mais o jogo. As músicas são agradáveis na sua maioria e nada de especial a apontar aos efeitos sonoros que cumprem bem o seu papel.

Portanto este Dragon Spirit, apesar de ser uma adaptação tecnicamente bem mais modesta do que a que a Namco lançou para a PC Engine, não deixa de ser um jogo diferente, embora use as mesmas mecânicas de jogo. É um shmup vertical bem competente no catálogo da NES e a maneira como Namco aqui implementou o modo fácil está bem original!






















