Monkey Island 2: LeChuck’s Revenge Special Edition (PC)

Depois de ter terminado o primeiro Monkey Island e o ter achado um jogo excelente, foi tempo de pegar na sua primeira sequela. Tal como a versão do primeiro Monkey Island que cá trouxe, esta é também a Special Edition que veio incluído na colectânea Monkey Island: Special Edition Collection, cujo meu exemplar foi comprado no ebay algures no passado Dezembro por menos de 30€. Ao contrário do primeiro remake, este acaba no entanto por ser bem melhor conseguido, como irei detalhar mais à frente.

Jogo com caixa e manual

O segundo videojogo desta saga decorre uns anos após os acontecimentos do primeiro Monkey Island, onde Guybrush Threepwood derrota o espectro do capitão LeChuck e torna-se finalmente um pirata de sucesso. Ou então não. A sua nova aventura é a de procurar o tesouro escondido de um outro pirata, mas como Guybrush continua algo fanfarrão e trapalhão, acaba por ficar preso na ilha de Scabb. Ilha essa que é controlada por um lacaio de LeChuck (Largo LaGrande) e que aterroriza a população daquela ilha, ao impor um embargo de quaisquer embarcações que lá possam chegar ou partir. A nossa primeira tarefa será mesmo a de lidar com Largo LaGrande e posteriormente poderemos explorar duas outras ilhas adicionais em busca de 4 pedaços do mapa que nos guiarão ao tal afamado tesouro. Pelo meio e de forma inadvertida, acabamos também por possibilitar que o pirata LeChuck ressuscite, agora como um zombie.

Tal como no remake do primeiro jogo poderemos transitar de forma rápida e limpa para a versão clássica, desta vez levando também o voice acting se assim o desejarmos

Tal como no seu antecessor o jogo está dividido em vários actos, onde o segundo (o tal onde teremos de encontrar as quatro peças do mapa do tesouro) é sem dúvida o mais longo, que nos obriga a resolver inúmeros puzzles que por sua vez irão abranger deslocações constantes às 3 ilhas. E este é uma aventura gráfica do estilo point and click onde se jogado no modo clássico possui uma interface semelhante à do primeiro jogo, com as acções disponíveis e o inventário sempre visíveis num menu na parte inferior do ecrã. Jogando no modo moderno, ao clicar com o botão esquerdo do rato irá fazer sempre com que nos desloquemos para o local clicado, enquanto que clicando com o botão direito do rato surge uma espécie de um menu radial que nos permite seleccionar qual a acção pretendida, acções essas que são dinamicamente diferentes consoante o contexto do objecto/personagem/local clicado. É um sistema que acaba por resultar bem melhor do que o introduzido no remake do primeiro jogo.

Uma vez mais, a atenção da Lucasarts ao detalhe é impressionante. Leiam a descrição deste póster várias vezes ao longo do jogo para terem uma ideia.

A narrativa continua excelente e bem trabalhada, com várias personagens novas a serem introduzidas, mas também o regresso de outras caras conhecidas que continuam com um charme único, como é o caso do chato do Stan, agora vendedor de caixões usados (e o seu puzzle associado é hilariante!), o eterno naufragado Herman Toothrot, ou a governadora Elaine. E apesar de o jogo ter os seus bons momentos e os habituais puzzles bizarros, sinceramente continuo a preferir o primeiro Monkey Island, que acho que conseguiu ser ainda mais original (todo o processo para aprender a lutar com a espada é simplesmente brilhante). No entanto tenho de dar o braço a torcer para a fase final. O puzzle que brinca com a música Dem Bones (que curiosamente só vim a conhecer no ano passado devido à brilhante versão dos Macabre) está muito bem implementado e a sequência final como um todo foi bastante surpreendente. Agora consigo entender a dor dos fãs que tiveram de esperar uns 7 anos por um novo Monkey Island!

Algumas personagens regressam como é o caso do chato do Stan. Mas aqui vamo-nos poder vingar de uma forma hilariante!

No que diz respeito aos audiovisuais, esta Special Edition permite-nos, tal como no remake do primeiro jogo, alternar livremente e em tempo real entre a nova versão e a clássica, com tanto os visuais como a música a mudar entre de uma forma bastante limpa. O lançamento original possui um grafismo muito bom para quem gosta de pixel art, como é o meu caso, com cenários muito bem detalhados, assim como as personagens e suas animações. Os visuais no remake estão melhores do que os introduzidos no primeiro jogo, com cenários lindíssimos e pintados à mão e a arte das personagens está agora muito superior ao que fizeram com o primeiro jogo. As músicas foram também regravadas com instrumentos reais, soando ainda melhor e introduziram também voice acting que se mantém muito competente. Desta vez, no entanto a Lucasarts fez magia e poderemos inclusivamente ouvir o voice acting quando transitamos para o modo clássico.

Um dos conteúdos extra aqui incluídos é um modo de comentário por parte dos criadores originais

Portanto estamos aqui perante mais uma excelente aventura gráfica, apesar de eu ter gostado um pouco mais do primeiro jogo. No entanto, o bom humor e uma narrativa animada continuam a reinar. No que diz respeito ao remake a Lucasarts fez um trabalho muito melhor do que no primeiro jogo, ao usar melhor arte para as personagens e cenários e introduzir o voice acting no modo clássico também. Para além disso, os fãs poderão desbloquear uma galeria de arte repleta de material da produção do jogo, assim como um modo “comentário” com os seus criadores. A maneira como esta aventura termina deixa-me no entanto bastante curioso para o The Curse of Monkey Island, que deverei jogar em breve.

Sobre cyberquake

Nascido e criado na Maia, Porto, tenho um enorme gosto pela Sega e Nintendo old-school, tendo marcado fortemente o meu percurso pelos videojogos desde o início dos anos 90. Fã de música, desde Miles Davis, até Napalm Death, embora a vertente rock/metal seja bem mais acentuada.
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3 respostas a Monkey Island 2: LeChuck’s Revenge Special Edition (PC)

  1. Eu adorei o jogo, mas achei o final decepcionante na época…

  2. Pingback: The Curse of Monkey Island (PC) | GreenHillsZone

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