Marvel Super Heroes vs Street Fighter (Sony Playstation)

E a saga dos crossovers continuava! Após o lançamento do X-Men vs Street Fighter, que colocavam os X-Men da Marvel à porrada com as personagens do Street Fighter, a Capcom decidiu lançar uma sequela com mais personagens, principalmente do lado da Marvel, não se limitando aos X-Men apenas. O jogo saiu originalmente nas arcades em 1997, com uma versão para a Sega Saturn (que infelizmente se ficou apenas pelo Japão) a sair no ano seguinte e em 1999 a Playstation acabou também por receber uma conversão. O meu exemplar veio junto de um Marvel vs Capcom 2 que comprei numa das minhas idas à feira da Ladra em Lisboa, algures por volta de 2014/2015? O MvsC2 custou-me 2€, este disco vinha lá dentro também. Naturalmente que gostaria de arranjar um exemplar mais completo, mas não me posso mesmo queixar tendo em conta os preços a que o jogo anda actualmente.

Apenas disco

Infelizmente esta conversão para a Playstation levou com o mesmo tipo de cortes que o seu predecessor. É que para além deste ser um fighter frenético com grande enfâse num sistema de combos e golpes especiais, é também um jogo com tag-team, onde seleccionamos duas personagens e podemos alternar entre as mesmas durante os combates. Isto na versão original e para a Sega Saturn também, claro. Na Playstation, apesar de termos de seleccionar dois lutadores na mesma, não há cá tag team nenhum, o segundo lutador assiste-nos apenas na execução de alguns ataques especiais, tal como aconteceu na versão PS1 do X-Men vs Street Fighter.

Não se deixem enganar pelo painel de lutadores, pois existem imensas personagens secretas e desbloqueáveis

Para compensar, a Capcom decidiu, uma vez mais, colocar alguns modos de jogo adicionais exclusivos para esta versão. Para além dos modos arcade (battle), versus e treino, temos também o hero battle e crossover. O primeiro é uma espécie de endurance, onde seleccionamos se queremos representar o lado Street Fighter ou Marvel e em seguida quais as duas personagens a controlar. Depois lá teremos de enfrentar todos os oponentes do lado contrário! Já o modo Crossover é o único que permite realmente haver mecânicas de tag team, mas com a limitação de apenas defrontarmos versões espelhadas das personagens que escolhemos. Por exemplo, se escolhermos o Ryu e Wolverine, iremos enfrentar o Wolverine e Ryu com as suas sprite swaps. É uma maneira de apenas carregar 2 personagens e todas as suas animações para a RAM em vez de 4…

Os golpes especiais vistosos sempre foram muito apelativos para mim

De resto é um jogo de luta bastante sólido como já mencionei. O ritmo de jogo é bastante frenético como é habitual e todos aqueles combos e golpes especiais são um mimo de se ver! O leque de personagens é consideravelmente maior em relação aos jogos anteriores, apresentando-nos um total de 18 personagens do universo Marvel e Street Fighter, com mais umas 8 personagens desbloqueáveis, se bem que algumas são variantes de personagens existentes como é o caso do U.S. Agent, Armored Spider-Man ou Evil Sakura. Algo que também convém referir é que esta versão PS1 inclui também um Gallery Mode, onde poderemos ir desbloquear artwork e as cutscenes finais de cada personagem. É um extra interessante!

Esta versão até pode ter as suas limitações técnicas, mas não deixa de ser um fighter divertido, bonito e competente

No que diz respeito aos audiovisuais esperem pela habitual qualidade da Capcom desta era: cenários e personagens totalmente em 2D mas muito bem detalhados, se bem que a versão PS1 tem os habituais cortes nas animações em relação às outras versões. Mas ainda assim o resultado não é nada mau, pecando apenas pelo original (e versão Saturn) serem algo superiores na sua performance! A nível de som também nada a apontar, os efeitos sonoros são bem convincentes e as músicas agradáveis, se bem que eu prefiro aqueles temas mais rock.

Super CD-ROM² Taiken Soft-shuu (PC-Engine CD)

Hoje deixo-vos com uma super rapidinha. Também conhecido como Super CD-ROM² RPG Sampler este produto é na verdade uma compilação de duas demos de dois dos mais famosos RPGs da PC-Engine: Dragon Slayer: The Legend of Heroes e o segundo Tengai Makyou, também conhecidos como Far East of Eden. O meu exemplar veio de um bundle de uns 7 jogos que importei directamente do Japão algures em Dezembro.

Esta compilação de demos tem um código de barras, portanto aparentemente chegou mesmo a ser comercializada no Japão, embora ache que fizesse mais sentido que fosse incluída juntamente com os add-ons Super CD-ROM² ou as consolas da família PC-Engine Duo que já vinham com suporte nativo ao formato Super CD-ROM². E que formato é este perguntam vocês? Bom, é uma evolução do CD-ROM², a expansão de leitor CD original para a PC-Engine/Turbografx, em que os sistemas possuíam uns 192Kb de RAM adicionais, o que permitia uma melhor qualidade audiovisual nos jogos em CD. A NEC eventualmente lançou as consolas PC-Engine Duo e TurboDuo nos mercados Japonês e Norte-Americanos, que suportavam tanto jogos em formato Hu Card, CD-ROM² e Super CD-ROM². Para quem tivesse um dos sistemas anteriores, a NEC lançou também o cartão Super System Card, que inclui a bios e expansão de memória necessárias para ler jogos neste formato. Se achavam que a SEGA fez muitos malabarismos com revisões de hardware e add-ons nos anos 80 e 90 para as suas consolas, acreditem que a NEC fez muito pior…

O ecrã de selecção de jogo

Mas vamos ao que interessa, os jogos! A série Dragon Slayer, da Falcom, é uma das mais antigas séries de RPGs no Japão e também uma das mais difíceis de catalogar e categorizar. Isto porque, principalmente nos anos 80, cada novo título Dragon Slayer deu origem a uma nova sub-série, o que aconteceu com séries como Xanadu, Sorcerian ou Lord Monarch, que todas carregavam o nome Dragon Slayer algures. Este jogo em específico é o primeiro do universo The Legend of Heroes, que nos trouxe mais tarde titulos como Trails in the Sky ou Trails of Cold Steel. Felizmente foi um jogo que chegou a ser traduzido e lançado nos Estados Unidos e planeio jogá-lo em breve até porque o meu exemplar (versão Japonesa) chegou há uns dias. Já o Tengai Makyo 2, bom é uma série de RPGs que teve a sua génese precisamente nos sistemas PC-Engine. Aparentemente teve muito sucesso no Japão, mas infelizmente ainda não há qualquer tradução para inglês. É pena pois é um jogo que tem bom aspecto e parece ser muito bem humorado! Também está nos planos um dia comprar os 3 Tengai Makyo que existem nesta consola pois são baratíssimos e tenho esperança que eventualmente alguém os vá traduzir.

Os Tengai Makioyu, também conhecidos como Far East of Eden, têm mesmo bom aspecto!

No fim de contas, e pelo que o tradutor do google me indica, pelo que está escrito na capa temos direito a jogar cerca de 1 hora do início do Tengai Makyo 2, e cerca de 2 horas do Dragon Slayer. Parecem-me ser dois RPGs bastante sólidos e que ilustram bem as capacidades dos sistemas Super CD-ROM² da NEC, mas sinceramente terem lançado estas demos no mercado a retalho não me parece grande ideia, mesmo que apenas tenham cobrado 1000Y por isto. Pelo menos eu como consumidor sentia-me insultado e ao menos por cá as demos vinham com revistas! Já sobre os jogos em si, pelo menos o Dragon Slayer planeio jogar em breve pelo que depois escreverei uma opinião mais detalhada.

Prize Fighter (Sega Mega CD)

Mais um jogo em full motion video por parte da Digital Pictures, se bem que este até saiu com o branding Sega Sports pelo menos na sua versão norte-americana. Estamos aqui portanto perante um jogo de boxe na primeira pessoa, na qual todos os combates são sequências de full motion video e apesar da ideia não ser má de todo, acaba por ser um jogo algo frustrante. O meu exemplar veio através de um amigo meu que o comprou na loja Mr. Zombie algures durante o mês de Janeiro.

Jogo com 2 discos, caixa e manual

Portanto, como referi acima, este é um jogo de boxe na primeira pessoa, com a particularidade de todos os combates decorrerem como filmes em full motion video e os nossos braços a aparecerem em frente do ecrã. Com o botão B podemos bloquear, o botão A e C serve para desferir golpes com o punho esquerdo e direito respectivamente. O d-pad serve para nos desviarmos dos golpes inimigos e, quando pressionados em conjunto com os botões A ou C, serve também para efectuar golpes altos, baixos ou uppercuts. Uma das opções muito úteis que podemos activar é a opção de training que, na primeira ronda de cada combate irá apresentar no ecrã algumas setas que vão indicando as aberturas do nosso oponente e onde poderemos atacar. Mas não nos devemos guiar a 100% por essas indicações, pois não temos tempo de reacção suficiente para pressionar as respectivas combinações de botões quando estas surgem no ecrã! Devemos sim é ir memorizando as movimentações do inimigo, desviar/bloquear os seus golpes e eventualmente iremos conseguir desferir alguns golpes.

Mesmo quando mandamos alguém ao chão, por vezes eles levantam-se novamente e a sua barra de vida é parcialmente regenerada

Cada lutador tem a sua barra de vida e o combate ou acaba num knock out quando desferimos dano suficiente e o nosso oponente já não consegue recuperar, ou então no final de 3 rounds, que por sua vez duram 3 minutos cada. Outra das mecânicas de jogo importantes é o facto de, antes de cada combate, podermos distribuir uma série de skill points na força do punho esquerdo, direito ou stamina. Sempre que ganhamos um combate vamos ganhando novos pontos para distribuir e é importante ir treinando vários com os oponentes mais fracos antes de avançar para o oponente seguinte, que é sempre mais resistente e forte.

Antes de defrontar novos oponentes convém ir treinar mais combates com os anteriores para ganhar mais força

A nível audiovisual sinceramente até acho que este Prize Fighter se safa bem. As filmagens são todas a preto-e-branco, simulando um ambiente algures na década de 50 o que neste caso resulta bem devido à palete de cores limitada da Mega Drive / Mega CD. Com os filmes a preto e branco, para além das cutscenes entre combates serem em maior resolução, a própria imagem está bem mais nítida. Já nos combates a imagem é mais reduzida, mas não acho que tenha ficado mal. A prestação dos actores também não é nada má (e temos aqui o anunciador do “let’s get ready to ruumbleeeeeee!” ).

Portanto este Prize Fighter é um jogo que até tem boas ideias, mas vai-nos obrigar a muita práctica para aprender as tácticas de cada lutador e ripostar com sucesso. Mas uma vez terminado o jogo, não há grande motivo para o jogar novamente.

NHLPA Hockey 93 (Sega Mega Drive)

Voltando às rapidinhas a jogos desportivos, agora para a Mega Drive, vamos cá ficar com este NHLPA Hockey 93 que é o segundo jogo de hóquei no gelo, com o selo da EA Sports, que foi produzido para a Mega Drive. Mas ao contrário de todos os outros que possuem a licença oficial da NHL, este possui apenas a licença da NHLPA, ou seja, apesar de possuir nomes de jogadores reais, as equipas em si são algo fictícias, com os seus nomes a serem substituídos pelas cidades que representam. O meu exemplar veio de uma troca que fiz com um amigo meu no passado mês de Janeiro.

Jogo com caixa e manual

No que diz respeito aos modos de jogo, temos a possibilidade de participar em partidas amigáveis, ou modos de jogo mais longos como diferentes tipos de competições em playoff. Já a jogabilidade em si é bastante rápida e fluída como tem sido habitual nos NHL que tenho experimentado.

Tal como outros jogos EA Sports desta época, a apresentação das partidas simulava um programa televisivo

Já no que diz respeito aos gráficos, este NHL ainda tem aquela apresentação como se fosse um programa desportivo, com um comentador televisivo a mandar uns bitaites antes de cada partida. Já nas partidas em si, a arena de jogo é apresentada numa perspectica aérea com o campo a ser apresentado verticalmente. É um jogo bem detalhado sim, mas comparando com os NHL que foram saindo no futuro, como por exemplo o NHL 95, este acaba por ter visuais mais modestos. No que diz respeito ao som, durante as partidas apenas ouvimos os ruídos do público e do jogo em si, bem como aquelas icónicas melodias de orgão que vão tocando ocasionalmente. Já músicas propriamente ditas, apenas no ecrã título e menus entre partidas.

Tal como os restantes NHL que joguei, a jogabilidade é simples e fluída!

Portanto este NHLPA Hockey 93 até não é um mau jogo de todo. Possui uma jogabilidade fluída e visuais competentes, mas acaba por ser ultrapassado tanto em funcionalidades, modos de jogo, bem como nos grafismos ao longo das suas sequelas, pelo menos até ao NHL 95, onde a Mega Drive era ainda a principal plataforma de desenvolvimento.