James Bond 007: Agent Under Fire (Sony Playstation 2)

Agent Under Fire marca a primeira aventura de James Bond numa nova geração de consolas, tendo sido lançado para a Playstation 2, mas também Xbox e Nintendo Gamecube. Produzido uma vez mais pela Electronic Arts, que ainda detinha a licença da série, este Agent Under Fire é mais um first person shooter sem qualquer relação com outros filmes ou livros da saga. O meu exemplar foi comprado numa das CeX da região do Porto, algures em Dezembro do ano passado por 2.5€.

Jogo com caixa e manual

A história coloca um James Bond (sem parecenças com Pierce Brosnan, que até à data era ainda o último actor a representar esse papel), numa série de missões que o irá opor a um grupo terrorista que, com a capacidade de clonar seres humanos, planeava substituir todos os grandes líderes mundiais com clones seus, de forma a controlar os maiores governos mundiais e realizar as suas ambições.

Antes de cada missão vamos tendo um briefing da mesma, como tem sido habitual

E este é um jogo inteiramente jogado na primeira pessoa, onde vamos atravessando várias missões, uma com uma componente bastante furtiva, onde teremos de evitar a todo o custo sermos detectados e/ou alarmes serem activados, missões mais de acção e inclusivamente teremos alguns segmentos onde poderemos conduzir alguns veículos. Ao longo do jogo teremos a hipótese de usar uma grande variedade de diferentes armas como pistolas, armas automáticas, shotguns, ou explosivos como granadas e lança-rockets. E claro, sendo este um jogo do James Bond, teremos também inúmeros gadgets para utilizar. O telemóvel de James Bond possui mais funcionalidades do que um canivete suiço, permitindo-lhe disparar raios laser para destruir cadeados, desencriptar fechaduras electrónicas, disparar um gancho que lhe permite alcançar plataformas de outra forma inatingíveis, entre outros gadgets, como um jetpack, ou uns óculos capazes de detectar passagens secretas e outras áreas escondidas.

Ocasionalmente o jogo vai-nos relembrando dos nossos objectivos ou dar algumas dicas de como prosseguir

Tal como referi acima, ocasionalmente também vamos ter missões baseadas em veículos. Nalgumas teremos alguém a conduzir por nós e teremos apenas de disparar para os inimigos que vão surgindo no ecrã, tornando-se num shooter on rails, enquanto que noutras missões estaremos nós ao volante de carros como o BMW Z8, um Aston Martin ou mesmo um tanque de guerra! Nessas missões tipicamente poderemos nos deslocar algo livremente pelas ruas das cidades em que nos encontramos, sendo que iremos encontrar não só alguns oponentes pela frente, onde poderemos usar livremente as armas que cada carro possui, como metralhadoras, rockets, ou outros dispositivos como deixar poças de óleo na estrada para despistar quem nos persegue. Apesar de podermos navegar livremente pelas ruas, teremos na mesma de cumprir alguns objectivos, estando estes devidamente sinalizados no mapa que surge no ecrã.

Ocasionalmente temos algumas missões onrails, onde alguém conduz um veículo por nós. Aí é só disparar em tudo o que mexa!

O jogo possui também um grande foco nos “Momentos Bond”, seja ao usar os gadgets que temos à nossa disposição de maneira inteligente, seja ao matar uma série de inimigos ao disparar sobre objectos explosivos, ou mesmo interagir com algumas mulheres atraentes que ocasionalmente surgem nas missões. Por exemplo, logo no primeiro nível temos de infiltrar uma base inimiga. E podemos fazê-lo por duas vias: a primeira é desencriptar o código da porta de entrada e assim conseguir entrar. A segunda opção é a de usar o gancho para nos projectar-mos para o telhado e infiltrar na base através das condutas de ar. Noutra missão, onde temos de nos infiltrar numa embaixada britânica algures na Europa de Leste, a certa altura deparamo-nos com uma série de raios laser que devemos evitar para que toque o alarme. Podemos saltar sobre eles, mas se usarmos os óculos especiais, conseguimos encontrar na parede os painéis de controlo dos lasers, que poderemos usar depois os gadgets do telemóvel de Bond para os desactivar. O jogo vai tendo ocasionalmente diferentes possibilidades de alcançar o mesmo objectivo o que é algo interessante, mas não é usado ao mesmo nível que jogos como Deus Ex, por exemplo.

Ocasionalmente também teremos missões onde conduzimos veículos livremente

O jogo possui alguma longevidade devido à quantidade de segredos e desbloqueáveis que poderemos obter em cada missão. Isto porque no final das mesmas, a nossa performance é avaliada numa série de factores: o número de “momentos Bond”, inimigos derrotados, tempo que levamos a completar a missão, dano sofrido, pontaria, ou o grau de dificuldade escolhido são tudo factores que serão tidos em conta na nossa avaliação. Fazendo pontos suficientes poderemos desbloquear novas armas como o caso da icónica pistola dourada, novas skins para o multiplayer, ou mesmo algumas batotas como munições ilimitadas para algumas armas e afins. E sim, o jogo suporta multiplayer com até 4 jogadores em simultâneo, mas confesso que nem o cheguei a experimentar. Aparentemente possui variantes do deathmatch, capture the flag e mesmo um modo de desarmar bombas certamente inspirado no Counter Strike.

Temos inúmeros gadgets à nossa disposição para usar

Já no que diz respeito aos controlos, confesso que estes podiam ser um bocadinho melhores. No que diz respeito a movimentar o Bond, o esquema de controlo já está algo dentro dos parâmetros habituais hoje em dia com o analógico esquerdo a controlar o movimento e o direito a controlar a câmara. Tal como no GoldenEye, no entanto, podemos também estar estáticos no ecrã e deslocar a mira para onde quisermos, ao pressionar o botão R2 em conjunto com o analógico esquerdo. Para disparar não usamos nenhum botão de cabeceira, mas sim o botão X. Para além disso, alternar entre as diferentes armas e gadgets deve ser feito através do d-pad, sente-se a falta de um botão específico para as granadas. É que no meio de uma situação mais bicuda, ter de percorrer as diferentes armas até escolhermos uma granada faz muita diferença. Vá lá que o jogo até é algo generoso no dano que sofremos, bem como na quantidade de medkits (armaduras) que podemos encontrar ao longo dos níveis.

A aventura pode nem ser muito longa, mas possui imensos extras que nos levarão tempo a desbloquear

Graficamente é um jogo competente, usando uma versão modificada do motor gráfico id Tech 3, o mesmo que nos trouxe o Quake III Arena. Ao longo do jogo iremos explorar diversos cenários distintos como cidades, uma plataforma petrolífera, bases subaquáticas, navios de guerra, entre outros. Os níveis em si possuem um nível de detalhe quanto baste, pois as superfícies acabam por ter texturas muito simples. No entanto o jogo possui alguns efeitos de luz interessantes, e boas expressões faciais, visíveis particularmente nas cutscenes. No que diz respeito ao som, nada a apontar ao voice acting, nem aos efeitos sonoros e música que são bastante competentes. Irão ouvir melodias temáticas do James Bond imensas vezes, no entanto.

Portanto devo dizer que até gostei deste James Bond 007 Agent Under Fire. É um FPS sólido, embora não seja muito longo, com missões variadas e imensos gadgets para usar. Para além disso, o facto de terem alternado missões FPS com outras de condução foi também uma jogada inteligente para uma maior variedade na jogabilidade. Apesar de ser um jogo relativamente curto, o mesmo possui uma boa longevidade para quem quiser desbloquear todo o conteúdo adicional. A Electronic Arts não perdeu tempo e no ano seguinte lançou o Nightfire, uma sequela directa deste jogo e uma vez mais no formato de FPS. Planeio jogá-lo em breve!

Super 3-D Noah’s Ark (PC)

Quando comecei a explorar a biblioteca de consolas como a NES, SNES e Mega Drive através da emulação, eventualmente deparei-me com uma série de jogos com temáticas cristãs, produzidos por um estúdio chamado The Wisdom Tree. Ao investigar na internet, apercebi-me que eram todos produtos não licenciados pela Nintendo ou Sega, o que fazia todo o sentido principalmente no caso da Nintendo, que no ocidente tinha políticas severas que censuravam toda a violência excessiva, sangue, nudez, referências religiosas ou drogas e álcool. A maior parte dos jogos que na altura experimentei por curiosidade eram básicos e aborrecidos, mas este Super 3-D Noah’s Ark ficou-me sempre na memória por ser um FPS. Para além da SNES o jogo tinha saído também para MS-DOS, cuja versão acabou por sendo relançada no steam há alguns anos atrás. O meu exemplar foi comprado juntamente nalgum bundle, sinceramente não me recordo quando.

Então em que consiste este Super 3-D Noah’s Ark? É um FPS onde controlamos Noé com a missão de acalmar os animais que estão espalhados pela sua arca. E este é um jogo desenvolvido originalmente com o motor gráfico do velhinho Wolfenstein 3D, pelo que possui as mesmas funcionalidades e limitações técnicas que este. Ou seja, não há desníveis, todas as paredes fazem ângulos de 90º entre si e ocasionalmente poderemos encontrar algumas passagens secretas, ao interagir com as paredes dos níveis, que vão-se tornando cada vez mais labirínticos à medida que vamos progredindo no jogo.

Não sei porque esta super fisga parece um pentagrama invertido, mas quem sou eu para questionar estas coisas

Iremos enfrentar diversos animais como cabras, ovelhas, avestruzes, antílopes entre outros que nos conseguem atacar até à distância, embora não saiba com o quê. Será que cospem? Ou Noé sente os seus grunhidos como insultos e vai perdendo pontos de vida? Sinceramente não sei, mas para os enfrentar vamos tendo diversas fisgas que disparam sementes, cocos, ou até catapultas para disparar melancias, ideais para enfrentar grandes concentrações de animais ou bosses. Uma das fisgas é uma autêntica metralhadora de sementes e foi a arma que usei mais ao longo do jogo. Outros itens como medkits, vidas extra e peças de fruta que nos aumentam a pontuação, poderão também serem encontrados. Para além de toda esta exploração e combate, sendo este um jogo bíblico, por vezes encontramos pergaminhos que são na verdade perguntas bíblicas, principalmente focadas ao longo da história de Noé. Se acertarmos as perguntas, a nossa pontuação aumenta, mas não sei se haverá mais alguma recompensa se acertarmos as 99 perguntas existentes.

Graficamente é um jogo colorido mas muito simples e com pouca variedade

A nível gráfico, é um jogo colorido, embora não tenha grande variedade de cenários, pois é suposto decorrer inteiramente dentro da própria arca de noé, que se fosse construída da forma que vimos aqui, certamente todos os seus ocupantes teriam morrido no dilúvio, mas isso agora não interessa. Não há assim tantos inimigos distintos entre si e as músicas sinceramente não são nada de especial, mas confesso que depois de várias horas a jogar isto fiquei com algumas melodias na cabeça. Mas lá por serem músicas algo memoráveis, não quer dizer necessariamente que sejam boas. É como se de repente ouvissem na rádio Vengaboys e, raios, agora fiquei com esta na cabeça. Acho que deu para passar a mensagem, no entanto.

Portanto este Super 3-D Noah’s Ark acaba por ser uma mera curiosidade em ver como um estúdio dedicado a videojogos cristãos e não violentos, adaptou um motor gráfico de um jogo extremamente violento para a época para narrar uma história bíblica de uma forma completamente inofensiva.

Final Fantasy Origins (Sony Playstation)

Continuando pelas rapidinhas, mas agora na primeira Playstation, o artigo de hoje até merecia um texto bem mais longo, pois trata-se de uma compilação que traz os primeiros 2 Final Fantasy para a Playstation, logo a primeira vez que poderíamos jogar ambos os títulos na Europa. Mas, na verdade já cá trouxe artigos que falaram de ambos os jogos, seja na mesma compilação que saiu posteriormente para a Gameboy Advance, sejam nas conversões musculadas, e com muito mais conteúdo do Final Fantasy e Final Fantasy II para a Playstation Portable. O meu exemplar foi comprado algures no início do mês de Maio, numa loja na zona do porto, custou-me 30€ e estava selado.

Jogo completo com caixa, manual e cartões com arte

A Squaresoft, ao longo dos anos, foi lançando várias versões e conversões dos seus primeiros 2 Final Fantasy. Algures no ano de 2000 lançaram um remake com gráficos melhorado, já com uma qualidade 16bit para a extinta portátil da Bandai, a Wonderswan Color, uma excelente portátil que teve sucesso limitado, e nunca acabou por chegar ao ocidente. Essas versões foram usadas nesta compilação para a Playstation, que lhe adicionaram algumas cutscenes em FMV e música com mais qualidade. Posteriormente foram relançados na Gameboy Advance, embora sem estes extras, mas com outros incluindo um bestiário e novas dungeons. Anos depois a Square desenvolveu versões com ainda mais conteúdo para a PSP, como já referi acima.

Pode não parecer, mas este já era um belo upgrade visual considerando os originais da NES/Famicom.

Portanto esta versão acaba por ser algo desactualizada, visto que podemos jogar ambos os jogos, com bem mais conteúdo, incluindo estas cutscenes em FMV nas suas versões PSP. Ainda assim, por motivos de coleccionismo, não quis desperdiçar esta oportunidade de o ter comprado, até porque o jogo possui uma série de pequenos cartões com artwork do jogo que acho muito bons.

 

Sakura MMO (PC)

Voltando às rapidinhas de Visual Novels da Winged Cloud, mais precisamente estas da série Sakura, hoje ficamos com mais um título que foi comprado num bundle a um preço bem em conta. Mas sinceramente este já foi uma agradável surpresa, pois achei a história um pouco mais interessante. Uma vez mais teremos uma protagonista feminina que se irá ver envolvida em triângulos amorosos com outras raparigas e tal, mas desta vez a narrativa decorre num cenário totalmente fantasioso, até porque a protagonista acorda um dia no mundo do seu MMORPG preferido.

Não que a história ou as personagens sejam lá muito profundas, mas simplesmente gostei mais da escrita e do enquadramento que deram a este jogo. Ou então temo que estou a baixar bastante os meus standards… Mas adiante… a nível de mecânicas de jogo já sabem o que a casa gasta, ler texto e ocasionalmente fazer algumas escolhas que nos levam a diferentes finais.

Gosto dos desenhos e alguns backgrounds, mas deveriam caracterizar mais personagens.

Tal como os outros Sakuras que tenho trazido cá ultimamente, este também não tem voice acting, mas possui todas as outras funcionalidades como a opção do texto avançar automaticamente, o skipping de texto já lido e reler texto passado. As músicas têm todas uma aura mais fantasiosa, que se adequa bem ao ambiente do jogo. E na falta do voice acting, temos o motor de voz que pode ler o texto por nós, numa voz super robótica. Pelos vistos o pessoal deve ter gostado do jogo já que fizeram mais 2 sequelas que deverei jogar em breve.

Galaxy Fight (Sega Saturn)

Com o sucesso de Street Fighter II, foram inúmeras as empresas que tentaram repetir a aquela fórmula de sucesso. A Sunsoft acabou por ser uma delas, tendo lançado em 1995 este Galaxy Fight, originalmente nas arcades, com o hardware da SNK, NeoGeo MVS. Inevitavelmente acabaram posteriormente por surgir algumas conversões para consolas, a começar precisamente pelas plataformas da SNK, mas a Saturn e Playstation também não ficaram esquecidas. O meu exemplar foi comprado algures em Março passado, tendo-me ficado barato, pois foi comprado num bundle com vários outros jogos da Saturn.

Jogo com caixa e manual

Tal como o nome indica, este é um jogo futurista, com protagonistas de diversos planetas. Qual a razão de andarem à pancada uns com os outros? Bom, há uma profecia qualquer que a cada 1000 anos um deus assume a sua forma física e surge na galáxia. Mas este não é um deus benigno, bem pelo contrário. O objectivo será então o de derrotar esta divindade, sendo que pelo meio iremos também andar à pancada com uma série de outros guerreiros também.

As arenas são bastante variadas entre si, e possuem sempre excelentes detalhes

No que diz respeito às mecânicas de jogo, este é até relativamente simples, com os botões A, B e C a servirem para ataques fracos, médios e fortes respectivamente. O botão Z serve para provocar o adversário, os botões X e Y não possuem qualquer utilidade a menos que activemos o “Special Command Mode”, onde poderemos assignar golpes especiais a estes botões. De resto é um jogo simples, sem grandes mecânicas de combos ou barras especiais que nos desbloqueem outros ataques. Mas nem por isso é um jogo fácil, os oponentes dão boa luta. Quanto aos modos de jogo, também não esperem por grandes surpresas, pois temos aqui o arcade e um versus para 2 jogadores.

O elenco de lutadores é bastante variado, incluindo ninjas, robots e aliens

A nível audiovisual gostei bastante do jogo. As personagens estão distribuídas por diferentes planetas, o que resulta sempre em arenas com temáticas variadas. Temos umas mais futuristas, outras no meio da natureza, outras em grandes templos, e por aí fora. O design das personagens está muito bem conseguido e tudo é apresentado com um 2D de muito boa qualidade como seria de esperar. Gosto do design das personagens e as arenas também estão repletas de bonitos detalhes como alguns efeitos de parallax scrolling, sendo que aqui as arenas não possuem limites, vão fazendo scrolling infinitamente. As músicas são também bastante agradáveis, sendo na sua maioria grandes malhas de rock como manda a lei.

Portanto este Galaxy Fight, apesar de não ter trazido nada de propriamente novo aos jogos de luta, não deixa de ter sido um título bem sólido e com excelentes visuais. A Sunsoft não se ficou por aqui e lançou posteriormente o Waku Waku 7, um jogo que cheguei a jogar nas arcades há uns anos valentes e que teve também um lançamento para a Saturn, mas infelizmente esse já se ficou pelo Japão.