007 The World is not Enough (Sony Playstation)

The World is not Enough é mais um filme da longa saga de James Bond, mais um protagonizado por Pierce Brosnan. E já cá trouxe a versão Nintendo 64 do jogo, que as únicas coisas em comum que tem com a versão Playstation é ser também um first person shooter e baseado no mesmo filme. A versão Playstation ficou a cargo da Black Ops Entertainment, o mesmo estúdio que nos tinha trazido no ano passado a adaptação, também para a Playstation, do Tomorrow Never Dies. O meu exemplar foi comprado na Mr. Zombies há uns meses atrás, tendo-me custado 4€.

Jogo com caixa e manual

Tal como referi, o jogo segue a trama do filme Tomorrow Never Dies, que coloca o Agente James Bond no encalço de uma organização terrorista, que não só ataca a própria base do MI6 em Londres, raptando a líder M, como também rouba uma ogiva nuclear, planeando-a detonar em plenas águas turcas.

Antes de cada missão temos sempre direito a um briefing da mesma

Os controlos por defeito são um bocado arcaicos como seria de esperar, com o D-Pad a servir para movimentar James Bond, os botões faciais para disparar, recarregar a arma, interagir com o cenário ou rodar as armas  gadgets que tenhamos equipadas. Os botões de cabeceira já recaem no strafing, agacharmos e poder mover a mira em 360º. Ah, tão bom que hoje em dia os controlos dos FPS em consolas sejam mais ou menos standard! Ao menos podemos customizá-los um pouco. Uma mecânica de jogo interessante que esta versão também partilha com a Nintendo 64 é o facto de não termos quaisquer medkits para James Bond. Não temos como restabelecer a sua barra de vida, podendo porém vestir alguns coletes à prova de bala para lhe dar alguma armadura extra.

Sendo uma adaptação de um filme, esperem por vários clipes em FMV com excertos do mesmo. Talvez demasiados.

Iremos então ter um vasto arsenal de armas à nossa escolha, desde vários tipos de metralhadoras, revólveres silenciados e outros explosivos. Para além disso, ao longo das missões iremos receber de R vários dos seus gadgets, que teremos de usar para cumprir certos objectivos. Coisas como canetas explosivas, cartões de crédito que servem para fazer lockpicking, ou câmaras secretas para fotografar documentos e outras provas incriminatórias. Antes de cada missão vamos ter na mesma um briefing inicial, onde tal como na versão Nintendo 64 teremos os comentários de M que nos vai indicando os objectivos de cada missão, R que vai apresentando os seus gadgets (que relembro que neste filme foi retratado por nada mais nada menos que o fantástico John Cleese) e Moneypenny, que apenas faz alguns comentários algo cómicos envolvendo James Bond e o seu papel de mulherengo.

Ao longo das missões vamos poder usar vários gadgets com diferentes objectivos

Na verdade, a nível de jogabilidade devo dizer que gostei mais da versão Nintendo 64. Para além dos controlos serem um pouco melhores, os níveis estavam melhor desenhados e na versão Nintendo 64 tinhamos sempre um maior número de objectivos principais e secundários para cumprir em cada nível. Em relação à versão Nintendo 64, embora sinceramente não seja algo que para mim seja um deal breaker, esta versão também perde pelo facto de não possuir qualquer modo multiplayer.

A obrigação de jogar blackjack no casino foi uma surpresa. Por um lado agradável, por outro temos de ganhar muito dinheiro, pelo que se pode tornar algo ingrato.

A nível audiovisual, bom a versão Nintendo 64 tinha-me impressionado pela positiva, pois é dos jogos 3D onde vemos gráficos mais bem detalhados, repletos de texturas e no caso do som, com bastantes clipes de voz, o que não era nada habitual na plataforma em virtude da limitada capacidade de armazenamento dos seus cartuchos. A versão Playstation possui também níveis e personagens bem detalhados, embora esta seja naturalmente mais rica em texturas, resultando nalguns níveis visualmente mais apelativos e com mais detalhe. Sendo uma consola em CD, teremos muitas (se calhar até em demasia) cutscenes em FMV retiradas do próprio filme, bem como imensos clipes de voz que usam os actores reais. As músicas andam practicamente todas à volta do tema habitual de James Bond, com algumas nuances aqui e ali.

Portanto temos aqui mais um FPS sólido, provavelmente um dos melhores na Playstation, embora sinceramente tenha acabado por preferir a versão Nintendo 64, por possuir melhor level design, missões mais interessantes, e uma jogabilidade também ligeiramente superior.

Spot: Goes to Hollywood (Sega Mega Drive)

Continuando pela Mega Drive e para mais uma rapidinha, o jogo que vos trago hoje é nada mais nada menos que a sequela de Cool Spot. Enquanto este era u mjogo de plataformas em 2D, cuja versão Europeia teve todas as menções da 7Up removidas, provavelmente pela mascote da bebida por cá ser o Fido Dido, este jogo aborda muitas das mecânicas desse Cool Spot, mas agora com uma perspectiva isométrica. Já cá trouxe a versão Sega Saturn, que apesar de ter algumas diferenças nas mecânicas de jogo e no design dos níveis, acaba por ser também muito semelhante na sua base. O meu exemplar foi comprado algures em Setembro a um amigo meu. Custou-me 10€ se bem me recordo.

Jogo com caixa e manuais

Neste jogo vamos levar o Spot ao longo de vários níveis que são inspirados em várias temáticas habituais do cinema, como os piratas, uma casa/castelo assombrados, um templo antigo e por fim alguns níveis mais sci-fi, desde um futuro pós-apocalíptico, passando mesmo pelo espaço. Todos os níveis são apresentados numa perspectiva isométrica e, tirando algumas excepções como o nível em que conduzimos um vagão das minas ou o da corrida futurista, onde teremos acima de tudo de evitar alguns obstáculos, todos os outros são mais de platforming e exploração. Aqui, em cada um dos níveis teremos de coleccionar uma percentagem mínima de spots, as pintas vermelhas, de forma a desbloquear a saída do nível. Desta vez existem muito menos spots, muitas delas estão espalhadas ao lnogo dos níveis pelo que teremos de os explorar bem, outras já são aparecem se destruirmos alguns inimigos. Spot pode saltar e atacar, lançando aqueles projécteis mágicos que já tinhamos visto no Cool Spot. A diferença é que agora, fruto da perspectiva isométrica, o platforming acaba por ser um pouco mais exigente.

Os inimigos são autênticas esponjas!

A nível audiovisual, o jogo até que é bem competente. As músicas sinceramente não as acho nada de especial, mas também já ouvi pior, pelo que acabam por cumprir o seu papel. São temas que se vão adaptando de certa forma à temática de cada nível, mas não são propriamente memoráveis. Graficamente, o jogo conta com níveis muito bem detalhados e mesmo dentro da mesma temática, os níveis acabam por ser distintos entre si, algo que para mim foi muito bem explorado nos níveis temáticos do terror, onde começamos por explorar uma casa assombrada, passando pela sua cave e posteriormente um castelo medieval repletos de obstáculos e inimigos. Todos estão muito bem detalhados, mas tal como quaisquer jogos em perspectiva isométrica, o platforming acaba por se tornar algo confuso pois nem sempre é fácil identificar ao certo onde as plataformas estão.

Podemos jogar os níveis de cada mundo pela ordem que mais nos apetecer

Portanto este Spot Goes to Hollywood é um jogo interessante, se bem que acabo por preferir as versões 32bit. Para além destas terem melhor aspecto, não temos a restrição de procurar um certo número de Spots para desbloquear a saída do nível, tornando os níveis mais lineares e que requerem menos exploração. Se preferem um jogo que possui uma vertente maior na exploração e platforming, então esta versão 16bit acaba por oferecer um maior desafio.

Super Skidmarks (Sega Mega Drive)

Continuando pelas rapidinhas e visitando uma vez mais a Mega Drive, hoje trago-vos cá mais um clássico publicado pela Codemasters, se bem com as suas origens nos sistemas Commodore Amiga. Super Skidmarks é mais um jogo de corridas um pouco similar ao Micromachines, desta vez com uma perspectiva isométrica e os circuitos off-road, repletos de curvas apertadas, rampas e cruzamentos letais. O meu exemplar foi comprado no passado mês de Outubro, na loja PlaynPlay de Almada, creio que por 15€.

Jogo com caixas e manual

Inicialmente podemos optar por entre o modo campeonato e o match race, onde neste último podemos jogar corridas amigáveis seja contra o CPU, ou contra mais amigos, até um total de 4 graças ao J-Cart. Aqui o jogo permite-nos jogar em split screen dividido até 4 ecrãs, o que numa Mega Drive é bastante impressionante. Mas voltando ao single player, aqui teremos vários conjuntos de circuitos para concorrer, onde cada conjunto passa-se em diferentes climas e com veículos próprios. Temos 6 veículos em cada pista, sendo que nas primeiras 3 corridas temos de obrigatoriamente ficar nos primeiros 4 lugares, enquanto que nas restantes somos obrigados a terminar sempre em primeiro lugar. No fim de contas, ganha quem tiver mais pontos! Após vencer o modo campeonato nas 3 localidades (floresta, praia, neve, deserto), desbloqueamos o modo Pro, onde os oponentes são mais ferozes. Completando o modo campeonato na dificuldade Pro, acabamos também por desbloquear outros modos de jogo, como o Acid Grand Prix, ou o Bovine Warriors, que consistem numa série de pistas remixed onde conduzimos carros de Fórmula 1 ou vacas com rodas. Sim, as tais que aparecem na capa do jogo!

Super Skidmarks apresenta uma série de circuitos todo-o-terreno com várias rampas, inclinações e saltos

A nível de jogabilidade sinceramente não gosto tanto deste jogo quando os Micro Machines, as coisas ficam frenéticas muito rapidamente com 6 carros no ecrã e é fácil perdermos o fio à meada do que está a acontecer no ecrã e depois será muito difícil de recuperar. Alguns circuitos também acabam por se tornar bastante confusos, com vários 8 e curvas apertadas, nem sempre é fácil, no meio de toda a confusão, saber qual o caminho certo a tomar. Mas deve ser tudo uma questão de práctica, creio. Os Micro Machines joguei bastante nos anos 90, tanto sozinho como com amigos, este Super Skidmarks não teve a mesma sorte. Tem tudo para ser um jogo multiplayer de luxo, até porque no início todos estarão tão confusos quanto nós!

A dificuldade é imperdoável, não é nada incomum terminar em último lugar

A nível audiovisual, o jogo possui músicas rock apenas nos menus e entre corridas, sendo que durante as mesmas, apenas ouvimos o rugido dos motores e buzinas, algo que numa consola como a Mega Drive deixa um pouco a desejar, mas não tem mal. Os níveis em si são divididos entre temáticas como a floresta, praia, neve e deserto, sendo que os mesmos estão repletos de vários relevos como lombas, rampas e curvas inclinadas, algo que não é tão notório na versão Mega Drive como no original de Amiga. As skidmarks, marcas deixadas pelos pneus nos circuitos, eram algo também presente no original, mas ausentes nesta conversão. Ainda assim, não deixa de ser tecnicamente um jogo impressionante, quanto mais não seja pela possibilidade do multiplayer em splitscreen dividido em 4 ecrãs, algo que nunca tinha visto numa Mega Drive.

Shockwave Assault (Sega Saturn)

Grande parte dos jogos que a Electronic Arts começou por lançar para a Sega Saturn e Playstation eram na verdade conversões de títulos que já haviam lançado antes para a 3DO, um sistema de 32bit algo primitivo que acabou por não ter muito sucesso por cá. Foi o que aconteceu com Road Rash, Need for Speeed e também esta versão do Shockwave Assault que, no entanto, traz não só o jogo original, como também a sua expansão Operation Jumpgate. O meu exemplar foi comprado no mês de Julho, tendo vindo de um grande bundle de jogos e consolas que foi comprado a meias com um amigo.

Jogo com caixa e manuais

Este é então mais um shooter que segue o cliché de uma invasão alienígena ao nosso planeta, algures num futuro próximo. Nós encarnamos num piloto de elite, porém novato, de um esquadrão localizado numa avançada base norte-americana que orbita o planeta. Iremos atravessar vários continentes e combater a ameaça terrestre ao longo de 10 missões onde teremos objectivos distintos, mas que consistem sempre em destruir uma série de objectivos alienígenas.

Começamos por defender o nosso planeta ao atravessar o Egipto e os seus grandes monumentos.

Em cada missão teremos um caminho para seguir (visível na janela do mapa na parte inferior do ecrã) e destruir practicamente todos os inimigos que nos surgem à frente. Também na parte inferior do ecrã conseguimos ver os nossos níveis de combustíveis, raios laser, combustível e mísseis, que podem todos serem regenerados ao sobrevoar estações de reabastecimento que irão estar espalhadas ao longo dos níveis, se bem que teremos de ter cuidado para não as destruir acidentalmente. Os controlos são também simples, com o D-Pad a servir para mover a nave, e os botões faciais a servir para acelerar, disparar lasers ou mísseis. Os inimigos no entanto serão cada vez mais letais e aparecerão em maior número, pelo que também devemos nos habituar a jogar de forma mais cautelosa e usar os poucos mísseis de forma mais inteligente. Se bem que à medida que vamos avançando, vamos ganhando mísseis mais poderosos como os hellfire ou mesmo tactical nukes.

Ao atravessar áreas populacionais, os edifícios são apenas texturas na superfície

A nível audiovisual, bom é um jogo algo competente tendo em conta que foi desenvolvido originalmente em 1994 para a 3DO. Tanto a Saturn como a Playstation são capazes de melhor, mas sendo esta uma mera conversão, não poderíamos esperar muito mais que isto. Os inimigos são polígonos algo primitivos, mas todos devidamente texturizados. A superfície tanto vai tendo alguns edifícios simples e completamente poligonais, como as pirâmides do egipto ou alguns prédios. Mas sobrevoando zonas densamente populacionais, os polígonos à superfície são texturizados com casas, ruas e afins, dando-lhes um aspecto muito mode 7 dos 16bit. As músicas não são nada de especial, porém o jogo está também repleto de cutscenes entre os níveis que vão avançando na história. Estas são gravadas com actores reais e apesar de não serem do mais impressionante que já se tenha visto, não são más de todo, com actores a representarem os seus papéis de forma minimamente convincente. As cutscenes em si também possuem uma boa qualidade de vídeo.

Entre cada nível vamos tendo algumas cutscenes de vídeo que nos avançam na história

De resto, e para além do Assault, esta conversão traz também a expansão Operation Jumpgate, que nos leva a percorrer vários planetas e luas ao longo do sistema solar, onde esta presença extra-terrestre se mantém. São mais 5 missões que pouco de novo acrescentam à jogabilidade, mas não deixa de ser de louvar a EA as ter incluido também. A série continuou na 3DO com o Shock Wave 2: Beyond the Gate, mas creio que esta sequela já acabou por não ser relançada em mais sistema nenhum.

Daffy Duck in Hollywood (Sega Mega Drive)

Já cá trouxe uma das versões 8bit do Daffy Duck in Hollywood, nomeadamente a versão Game Gear, mas essa versão não lhe faz justiça, pois é uma conversão modesta desta versão Mega Drive. Aqui temos um jogo de plataformas visualmente muito mais agradável e com melhor jogabilidade, apesar de os conceitos serem idênticos aos que já referi no artigo anterior. Por isso esta será mais uma rapidinha! O meu exemplar foi comprado algures em Julho/Agosto, através de um grande bundle de jogos e consolas que comprei a meias com um amigo.

Jogo com caixa

a história é simples: Yosemite Sam (o pistoleiro dos Looney Tunes) pede ao Daffy Duck que resgate os seus prémios cinematográficos, que foram roubados por um vilão qualquer e estão em Hollywood, espalhados ao longo dos estúdios dos filmes em que Daffy Duck participou. Será então uma espécie de Mickey Mania, onde fazem uma homenagem à personagem da Warner Bros e reviver alguns dos seus cartoons clássicos.

A pistola de bolhãs de sabão, essa arma letal

A jogabilidade é interessante. Em cada nível Daffy Duck terá de explorar os mesmos até à exaustão, não só para descobrir passagens secretas que nos podem levar a power ups interessantes, como às tais estátuas de ouro e bombas de dinamite que temos de procurar e desarmar. Na verdade cada nível está dividido em vários segmentos temporizados de 99 segundos cada, onde só conseguimos avançar para a zona seguinte após termos encontrado todas as barras de dinamite. Daffy está também munido de uma arma de bolas de sabão ou de outra gosma letal e ao longo do jogo vamos poder encontrar vários itens que não só nos podem fortalecer a arma, como contribuir para vidas extra, regeneradores da barra de energia ou mesmo garantir invencibilidade temporária. Por vezes a maneira como Daffy se movimenta e ataca pode ser diferente. Por exemplo, há um conjunto de níveis passado no oriente onde Daffy já salta como um ninja e a sua arma é substituída por shurikens.

Ocasionalmente lá temos alguns bosses para defrontar também. E estes também têm estátuas de outo escondidas!

A nível audiovisual, bom, por curiosidade fui ver o que as revistas clássicas acharam do jogo e uma das coisas que eles referem é precisamente os gráficos aborrecidos desta versão Mega Drive. Sinceramente não poderia estar mais em desacordo. Os gráficos são muito bem detalhados, com sprites grandinhas, bem animadas e cheias de detalhe. É certo que não tem o nível de atenção ao detalhe de um Earthworm Jim, mas está longe de ser um jogo aborrecido visualmente. As músicas também as achei bastante agradáveis, muitas delas começam calmamente, de forma lenta e algo silenciosa, para depois evoluirem para temas bem catchy.

Portanto, para mim este é mais um bom jogo de plataformas na Mega Drive e que aparentemente é um exclusivo europeu, por algum motivo. Tal como já referi, existem outras versões 8bit que são uma conversão directa desta versão, mantendo a mesma estrutura de mecânicas de jogo e níveis similares, mas com resultados muito mais modestos.