Voltando às rapidinhas na Gameboy Color, o jogo que cá trago hoje é a adaptação para esta portátil da Nintendo do V-Rally, um jogo de corridas desenvolvido pela Infogrames com a tarefa de competir com o famoso Colin McRae Rally da Codemasters. Na verdade, existem 2 versões para as portáteis da Nintendo. Uma lançada originalmente em 1998 para a Gameboy Clássica e uma outra, a que cá trago, lançada no ano seguinte para a Gameboy Color. Apesar desta vir num cartucho do formato da Gameboy clássica mas de cor negra, o que indica ser um jogo de GBC mas com retrocompatibilidade com a Gameboy normal, supostamente na caixa indica que é exclusive para a Gameboy Color. Sinceramente não cheguei a testá-lo numa Gameboy classica para tirar a dúvida se é ou não retrocompatível, mas o que é certo é que esta versão é idêntica à anterior, com a adição de cores, e poucas mais alterações. O meu exemplar veio de um bundle comprado algures nos últimos meses de 2017, tendo-me custado algo entre os 2, 3€ por cartucho.
Apenas cartucho
Aqui dispomos de dois modos de jogo, o arcade e o championship. O primeiro acaba por ser uma espécie de Sega Rally, onde vamos correndo em vários circuitos com o objectivo de chegar em primeiro e garantir que atravessemos todos os checkpoints dentro do tempo disponível. No modo Championship, como esperado, vamos ganhando pontos mediante a posição em que acabemos cada circuito e o objectivo é chegar em primeiro no fim. A jogabilidade é simples com um botão para acelerar e outro para travar, e dispomos de 4 carros distintos para escolher, cada qual com as suas características: Um Peugeot 206, um Ford Escort, Subaru Impreza e por fim um Mitsubishi Lancer.
O menu de selecção de carros até apresenta uns bonitos efeitos 3D
Tal como já referido acima, esta versão Gameboy color é essencialmente a versão clássica, com menus mais fancy, gráficos coloridos, e o trilho de Córsega a ser substituído pelo do Yosemite Park, nos Estados Unidos. Mas pelo que vi da versão clássica, na verdade, apenas alteram o nome do circuito, tudo o resto parece-me igual. De resto, os gráficos são coloridos e os carros parecem ser sprites digitalizadas dos originais. A equipa tentou também esmerar-se ao ponto de incluir detalhes como chuva ou neve, e tal como jogos como Out Run, os circuitos também possuem relevo. De resto, as músicas não são nada de especial, existindo apenas nos menus e nas transições entre corridas.
Os gráficos até que são bem coloridos e relativamente bem detalhados
Portanto, este V-Rally acaba por ser um jogo de corridas minimamente competente para quem gosta do género, sendo que a Gameboy Color também não pode fazer muito melhor. Mas se porventura já tiverem a versão lançada no ano anterior para a Gameboy clássica, a única coisa nova que vão ter aqui é mesmo os gráficos coloridos.
Portrait of Ruin é o segundo Castlevania para a Nintendo DS, que herda as mecânicas de jogo base introduzidas no Symphony of the Night, ou seja, misturando conceitos de action RPG com os de exploração e backtracking típicos de um Metroid. Mas ao contrário dos últimos dois lançamentos da série (Aria of Sorrow e Dawn of Sorrow), o soul system foi descartado, dando origem a novas mecânicas de jogo. Mas já lá vamos. O meu exemplar foi adquirido algures no verão de 2017, através de uma troca feita com um coleccionador privado.
Jogo completo com caixa e manual
Este jogo decorre algures na Europa no ano de 1944, ou seja, em plena Segunda Guerra Mundial. Acaba também por ser uma sequela directa do Castlevania The New Generation para a Mega Drive, pois um dos protagonistas é Jonathan Morris, filho de John Morris, um dos heróis desse jogo. A acompanhar Jonathan está a jovem Charlotte Aulin, especialista em magia. Ambos decidem explorar o castelo de Dracula, agora controlado pelo vampiro Brauner e suas filhas Stella e Loretta, que curiosamente não tentam ressuscitar o Drácula, mas sim herdar o seu poder.
Tal como no Dawn of Sorrow também temos uma ou outra cutscene em full motion video para ver
Ao contrário do Castlevania da Mega Drive, onde poderíamos controlar John Morris ou Eric Lecarde, aqui acabamos mesmo por controlar ambas as personagens em simultâneo, podendo alternar entre ambas livremente. Tal como referido acima, Charlotte é quem possui mais afinidade com magias, pelo que Jonathan acaba por ser a personagem mais forte em ataques físicos. Ao explorar o mapa poderemos encontrar itens que nos conferem habilidades para cada uma das personagens e que podem ser equipados livremente. Coisas como o duplo salto, ou a capacidade de nos transformarmos num animal como um sapo que se consegue esgueirar por espaços apertados, ou uma coruja que consegue voar livremente pelo mapa. Podemos também controlar cada personagem individualmente, algo que por vezes é necessário para resolver alguns puzzles. Para além disso, existem também habilidades como poderosos ataques conjuntos – as Dual Crush, ideais para “limpar” uma sala de inimigos, ou para causar dano considerável nalgum boss.
Os Dual Crushs são golpes poderosos, que usam uma grande parte da barra de magia, mas dão resultados
Outra novidade aqui implementada é o sistema de side quests que podemos cumprir, aumentando assim a longevidade do jogo. Para além disso, depois de terminar o jogo, e por terminar leia-se obter o final verdadeiro, teremos também modos de jogo adicionais para explorar. Um deles é o Sisters Mode, onde controlamos Stella e Loretta, servindo de prólogo à aventura principal. Aqui os controlos são diferentes, usando as capacidades de touch screen da DS para causar dano aos inimigos. Outros modos de jogo podem também ser desbloqueados como o Ritcher mode, onde controlamos a dupla Ritcher Belmont e Maria Renard, uma vez mais com as suas habilidades a serem diferentes. Por fim, ou quase, podemos desbloquear também o Old Axe Armor mode, onde jogamos com o inimigo de mesmo nome.
Ainda na vertente single player podemos também experimentar o Boss Rush que, conforme o nome indica é uma prova de fogo, colocando-nos a enfrentar todos os bosses do jogo sequencialmente, sendo recompensados quanto mais rápido formos. No multiplayer, que sinceramente não testei, tínhamos o Shop Mode que nos permitia comprar/vender itens e um Co-Op mode. Este sim, muito mais interessante e era uma versão cooperativa para 2 jogadores do Boss Rush.
Como habitual, os bosses estão muito bons!
A nível de audiovisuais, esta é também uma entrada sólida na série Castlevania. O motor gráfico é o mesmo, pelo que esperem na mesma por cenários bem detalhados, assim como os inimigos embora as sprites sejam relativamente pequenas, o que é normal tendo em conta o hardware. Nota-se aqui e ali alguns gráficos poligonais, mas sinceramente prefiro que se mantenham pelas sprites em 2D. Para além do óptimo detalhe, há também uma maior variedade de cenários, pois uma das mecânicas chave do jogo é a de atravessar portais na forma de pinturas que nos levam para cenários inteiramente diferentes, como pirâmides egípcias ou cidades vitorianas. Por outro lado, embora ache os visuais muito bons, a escolha de arte acaba por mais uma vez recair numa vertente mais anime vulgar, ao contrário da arte mais sombria típica da série, entre o Symphony of the Night até ao Aria of Sorrow. No que diz respeito aos efeitos sonoros e música no geral, estes continuam excelentes, não tenho nada a apontar!
Devido ao sistema de portais, iremos explorar cenários inéditos na série, como pirâmides egípcias
No fim de contas este Castlevania é mais uma sólida entrada na franchise, que, pelo menos no seu modo de jogo principal, abandona alguns gimmicks que recorriam ao touch screen, tornando-se numa experiência mais tradicional. Introduz no entanto as mecânicas de alternar entre 2 personagens, bem como a de explorar cenários variados, pelo que acaba por se tornar também numa entrada refrescante na série.
Desde que descobri esta franchise da Atlus, que por norma são RPGs que abordam temas controversos como religião, deuses e demónios, fantasia e/ou ficção científica que sempre fiquei bastante curioso com a mesma. Mas teimoso como sou, e apesar de já ter comprado uma série de outros jogos deste universo como Personas, Shin Megami Tensei, Digital Devil Saga e outros, não descansei enquanto não comecei pelas suas origens, nomeadamente os primeiros dois Megami Tensei, lançados originalmente apenas no Japão para a Famicom/NES e que por sua vez receberam um remake para a Super Famicom / SNES já em 1995, com uns audiovisuais muito superiores aos originais. Eventualmente lá comprei o meu exemplar algures durante o ano passado, num vendedor do eBay. Não me ficou muito mais caro que 10€ já com portes, se bem me recordo.
Jogo com caixa e manual, versão japonesa.
Este primeiro Megami Tensei é baseado no primeiro volume de uma trilogia de livros (Digital Devil Story de Aya Nishitani) lançados originalmente em meados dos anos 80 e que fizeram um sucesso considerável por terras nipónicas. No entanto, tendo estes jogos sido lançados originalmente num sistema 8bit, não esperem por uma narrativa tão rica quanto a de um livro, naturalmente. Aqui neste primeiro título a personagem principal é um jovem génio chamado de Akemi Nakaijima, que desenvolve um programa informático que lhe permite invocar demónios, tendo sido só esta ideia o que me deixou imediatamente intrigado com esta série. O Nakaijima por acidente acaba por invocar o próprio Lúcifer que por sua vez invade o mundo real, acompanhado por outros deuses como Loki e Set. Nakaijima, acompanhado da sua amiga Yumiko, acabam por ter de combater todas essas forças demoníacas e somos assim lançados para a aventura. Neste primeiro capítulo a história ainda é muito simples e o objectivo acaba mesmo por ser o de explorar as cavernas e defrontar os bosses que vamos encontrando, mas as coisas vão ficando mais interessantes com o tempo.
As batalhas são aleatórias, por turnos e temos muito grinding pela frente. Mas felizmente temos a opção auto que nos facilita algumas coisas
Na sua essência, este jogo vai buscar muitas influências a alguns RPGs ocidentais como os Wizardry, muito devido à sua jogabilidade na primeira pessoa. É então um dungeon crawler não muito amistoso, onde teremos de passar muito tempo a combater de forma cuidada, ir evoluindo as nossas personagens e comprar equipamento para nos tornar mais fortes. Mas o que realmente demarca este jogo dos seus demais competidores contemporâneos é o facto de podermos recrutar demónios para a nossa party para que nos auxiliem nos combates. A forma como os recrutamos também é algo variada pois temos várias diferentes abordagens para os convencer, seja através de persuasão pelo diálogo ou pagamentos em dinheiro, itens ou outros. No entanto os demónios não evoluem e a única forma de os tornar mais fortes é fundi-los entre si, por forma a dar origem a possivelmente um demónio mais forte. Como existem dezenas de demónios e muitas mais combinações, usar um guia acaba por ser uma mais valia de forma a obter os melhores resultados possíveis.
Felizmente existe um automap, mas infelizmente o mapa roda consoante a nossa direcção, tornando-se um pouco confuso
Depois o jogo está repleto de detalhes interessantes: A agressividade dos monstros depende da fase da Lua, demarcada convenientemente no ecrã. Sendo este um dungeon crawler na primeira pessoa onde o grinding é obrigatório, convenientemente temos a opção de batalhas automáticas, onde as personagens atacam com ataques físicos, acelerando bastante algumas batalhas. Claro que há demónios que exigem abordagens diferentes que a força bruta, sendo mais susceptíveis a alguns ataques mágicos, ou obrigando-nos a alternar de espadas para pistolas e vice-versa. Também temos de ter especial atenção aos estados adversos que alguns ataques nos podem causar, para mim o que me causa mais urticária é quando perdemos um nível, que geralmente foi ganho muito a custo.
No segundo jogo, para além das dungeons temos um overworld e outras cidades para explorar, numa perspectiva de terceira pessoa
O segundo capítulo já é uma interessante evolução do primeiro jogo e supostamente já não tem a ver com os livros. Este decorre num futuro apocalíptico, onde após um desastre nuclear, a Terra vê-se uma vez mais invadida por demónios, forçando os sobreviventes humanos a viver em bunkers subterrâneos. Começamos a sequela num momento inception ao jogar um outro jogo dentro do jogo (Devil Busters), que é precisamente uma reinterpretação do início do primeiro jogo, embora jogado agora numa perspectiva mais over-the-top, tal como muitos outros RPGs da época. Ao derrotar o primeiro boss de Devil Busters, libertamos o demónio Pazuzu, que nos revela sermos um messias escolhido para salvar a humanidade de uma grande ameaça que aí vem. Dá-nos poderes de controlar e falar com demónios e a missão de destruir uns demónios poderosos que controlam Tokyo. A narrativa nesta sequela já possui mais diálogos e conteúdo propriamente dito, e aqui começamos a notar algumas opiniões anti-religião (mais precisamente anti-cristianismo) no decorrer do jogo. Não admira que o mesmo nunca tenha saído fora do Japão, numa altura em que a Nintendo of America certamente o iria censurar. Mas deixo esses devaneios para quem jogar a aventura.
Especialmente no segundo jogo, a história começa a ter contornos (anti)religiosos muito interessantes
A nível de mecânicas de jogo, o mesmo herda todas as mecânicas da sua prequela. Mais uma vez controlamos um herói e uma heroina com capacidade de invocar magias, teremos muitos mais demónios para descobrir, fundir e tentar recrutar para a nossa party. De novidades é que agora temos um overworld para explorar, com várias cidades para descobrir, tanto no Japão, como no próprio Inferno. Aqui o jogo leva-nos para uma perspectiva aérea típica de outros RPGs da época, com a exploração das dungeons a dar-se uma vez mais na primeira pessoa. Temos na mesma as fases da Lua a ter em conta, o grinding, e o mesmo sistema de combate do seu predecessor. De resto, tal como o primeiro, este possui também uma funcionalidade de automapping, mas o que eu não referi atrás foi que esta funcionalidade, apesar de muito benvinda, é também um pouco confusa visto que o mapa roda consoante o ponto cardeal para o qual nós estamos virados (edit: fui recentemente avisado por um leitor que podemos fixar a orientação do mapa com uma opção própria). Também existem partes no jogo com “nevoeiro” onde navegamos um pouco às cegas, ou outras onde equipamentos electrónicos não funcionam. Isto porque consultamos o mapa numa espécie de computador portátil, que por sua vez também dá jeito para obter detalhes dos inimigos que combatemos.
O número de demónios que podemos recrutar/fundir é muito considerável. Cada um possui características e habilidades específicas
No que diz respeito aos audiovisuais, esta compilação/remake é extremamente bem-vinda. Os gráficos das versões originais da Famicom, especialmente do primeiro jogo, não envelheceram nada bem. Aqui as dungeons e inimigos já são muito mais detalhados e coloridos, embora aparentemente não tanto quanto os Shin Megami Tensei que foram desenvolvidos de raiz para a SNES. Ainda assim, os gráficos são bastante agradáveis. O que é mais do que agradável é mesmo a banda sonora. Sendo este um jogo que se passa nos tempos modernos e/ou futuristas, a banda sonora também acompanha a tendência, com muitas músicas a terem uma forte toada rock e/ou electrónica, que a meu ver resultam mesmo bem no jogo.
O nosso “computador de bordo” permite-nos usar uma série de opções, incluindo organizar os demónios que pertencem à nossa party e obter detalhes dos mesmos nas batalhas
Portanto, e em jeito de conclusão, custou-me bastante pegar na série, mas valeu a pena. Estes primeiros 2 jogos acabaram por me surpreender bastante, não só pela sua temática que era bastante arrojada para a sua altura, bem como pela quantidade de detalhes e novas mecânicas que incluíram logo nestes primeiros jogos. A possibilidade de fundir demónios, os seus alinhamentos Chaos, Law e Neutral que aqui já começavam a dar o ar de sua graça no segundo jogo, indicando alguma não-linearidade no progresso, o sistema de batalhas bastante completo, já haviam tornado estes primeiros jogos de uma longa série bastante interessantes. E agora que existe uma tradução completa para inglês, desenvolvida por fãs, tornam este jogo num clássico a visitar obrigatoriamente.
Antes de Gunpei Yokoi ter desenvolvido a Gameboy e com isso revolucionar todo o mercado de videojogos portáteis, já a Nintendo tinha explorado esse mercado, com aquelas típicas consolas de LCD como empresas como a Tiger viriam a fazer ao longo dos anos 80 e 90. A Nintendo apostou então na série Game & Watch, algumas das máquinas possuiam até 2 ecrãs, algo que veio a influenciar, muitos anos mais tarde, o desenvolvimento da Nintendo DS. Estes Game & Watch Gallery são portanto conversões de vários destes mini-jogos clássicos, sempre com algum extra adicional. O meu exemplar foi comprado algures no ano passado num bundle de vários cartuchos de GBC que me ficaram a cerca de 2/3€ cada um.
Apenas cartucho
Nesta compilação poderemos jogar versões similares às originais, bem como remakes que melhoram bastante o seu grafismo, dos seguintes jogos: Parachute, onde temos de salvar o os paraquedistas que se vão atirando para um rio infestado de tubarões, já na versão remasterizada temos o Mario como protagonista e os paraquedistas vão sendo toads ou koopas. Em Chef temos um gato a atirar comida pela cozinha, e a nossa personagem vai tendo de os apanhar com a sua frigideira, fazendo com que os alimentos ressaltem de novo. A ideia é mantê-los pelo ar, num jogo de malabarismo. Na sua versão remake, é a princea Peach que anda atrás da comida, com o Yoshi sempre as suas traseiras e comendo a comida que lhe atiramos. No Helmet, temos umas personagens a atirarnos com martelos e nós temos de sair da porta da esquerda até à da direita, evitando os martelos e outras ferramentas que nos vão sendo atirados. No remake jogamos com Mario e são os Hammer Bros a atirar com coisas. Em Vermin, controlamos um jardineiro equipado com um martelo que tem de acertar em doninhas que lhe planeiam invadir o jardim. Na versão moderna, jogamos com Yoshi, enquanto protege os seus ovos de insectos. Por fim, o último jogo disponível de início é uma adaptação do Donkey Kong, uma máquina de 2 ecrãs, pelo que aqui é jogado numa transição de 2 ecrãs, sem scrolling.
Os jogos destas colectâneas são um revisitar ao passado das portáteis da Nintendo
A jogabilidade, mesmo nas versões modernas destes minijogos, é muito rudimentar pois estamos a emular jogos de LCD onde a liberdade de movimentos era muito reduzida. As versões modernas apresentam no entanto gráficos muito melhores, com backgrounds bem definidos e músicas agradáveis. O objectivo acaba por fazer o máximo de pontos possível, sendo que sempre que consigamos fazer 1000 pontos ou mais em qualquer modo de jogo e respectiva dificuldade, acabamos por desbloquear um extra. E esses extras consistem na opção sound test, onde poderemos ouvir as músicas desta compilação, galerias informativas de várias máquinas Game & Watch lançadas ao longo da década de 80 e um outro mini jogo, o Ball. Este é o primeiro jogo Game & Watch alguma vez lançado e é nada mais nada menos que uma espécie de malabarismo.
Apesar de podermos jogar os minijogos com audiovisuais bem superiores, a jogabilidade continua semelhante
Portanto, estas compilações Game & Watch Gallery acabam por ser lançamentos interessantes principalmente para quem quiser conhecer um lado da história da Nintendo, podendo jogar versões emuladas de alguns dos seus clássicos e outras mais remasterizadas. No entanto, a nível de gameplay não se iludam, a jogabilidade permanece idêntica aos originais.
A Sega e a Namco sempre foram dois grandes colossos japoneses nas arcades. Tanto uma empresa como a outra iam desenvolvendo hardware cada vez mais poderoso e videojogos que tiravam o melhor partido possível do hardware, bem como também inovavam na jogabilidade. Quando uma das empresas tinha um sucesso em mãos, não demorava muito até a outra responder na mesma moeda. E este Burning Force, desenvolvido originalmente para o sistema arcade Namco System 2 este Burning Force usa como base a mesma formula do Space Harrier da Sega, embora com algumas diferenças. Eventualmente a Namco lançou uma conversão para a Mega Drive e o meu exemplar foi comprado no final do ano passado a um particular. Infelizmente não está em bom estado, pelo que será substituído assim que surgir uma boa oportunidade.
Jogo em caixa
Neste jogo tomamos o papel da jovem Hiromi Tengenji, uma recruta para a polícia especial que irá enfrentar o seu último desafio antes de se graduar: defrontar um exército de robots ao longo de várias provas diárias! O jogo está assim dividido em diversos níveis, sendo que cada nível está dividido em 4 etapas. Nas primeiras duas etapas apenas conduzimos a nossa moto futurista, pelo que a maior parte do combate sera feita à superfície. Na terceira etapa a nossa moto é alterada para uma nave espacial, onde poderemos combater livremente pelo ar e acabamos por defrontar um boss no final dessa etapa. Na última etapa após derrotar o boss, acaba por ser um nível bónus onde teremos de seguir um trilho de esferas que nos conferem pontos adicionais.
A perspectiva é a mesma de Space Harrier, mas aqui temos mais poder de fogo
A jogabilidade base faz lembrar bastante o Space Harrier, pois este é um shooter pseudo-3D, onde a câmara nos coloca na retaguarda da personagem principal. Ao contrário do Space Harrier onde podemos combater livremente pelo chão e ar, aqui nas primeiras 2 etapas de cada nível conduzimos uma moto que nos permite combater apenas à superfície, se bem que de vez em quando lá encontramos algumas plataformas que nos permitem saltar e assim apanhar alguns power ups que possam estar espalhados pelo ar. A segunda diferença está precisamente no esquema de power ups e combate. Aqui dispomos de 2 modos de tiro, um modo de tiro principal que pode ser alterado conforme o power up que apanhemos, e um outro que nos permite disparar mísseis mais poderosos, se bem estes só apareçam em números limitados.
Antes de defrontar o boss, temos sempre uma dica sobre os seus pontos fracos
A nível audiovisual, este jogo era excelente nas arcades, com gráficos muito bem detalhados, desde os inimigos (que não se repetem de nível para nível), passando pelos backgrounds. A arte faz-me lembrar aqueles animes futuristas típicos do final da década de 80, o que eu aprecio bastante. A conversão para a Mega Drive naturalmente que levou com alguns sacrifícios, mas ainda assim possui gráficos algo detalhados, se bem que na minha opinião os backgrounds poderiam ser um pouco melhores. Por outro lado as músicas são excelentes, com boas linhas de baixo e os efeitos sonoros cumprem bem o seu papel.
Para quem gostar de shooters, está aqui um bom jogo para a Mega Drive, com o desafio a aumentar à medida em que vamos avançando no jogo. Para além disso, possui um estilo gráfico que me agrada bastante e a formula do Space Harrier foi melhorada.