A Sega e a Namco sempre foram dois grandes colossos japoneses nas arcades. Tanto uma empresa como a outra iam desenvolvendo hardware cada vez mais poderoso e videojogos que tiravam o melhor partido possível do hardware, bem como também inovavam na jogabilidade. Quando uma das empresas tinha um sucesso em mãos, não demorava muito até a outra responder na mesma moeda. E este Burning Force, desenvolvido originalmente para o sistema arcade Namco System 2 este Burning Force usa como base a mesma formula do Space Harrier da Sega, embora com algumas diferenças. Eventualmente a Namco lançou uma conversão para a Mega Drive e o meu exemplar foi comprado no final do ano passado a um particular. Infelizmente não está em bom estado, pelo que será substituído assim que surgir uma boa oportunidade.
Neste jogo tomamos o papel da jovem Hiromi Tengenji, uma recruta para a polícia especial que irá enfrentar o seu último desafio antes de se graduar: defrontar um exército de robots ao longo de várias provas diárias! O jogo está assim dividido em diversos níveis, sendo que cada nível está dividido em 4 etapas. Nas primeiras duas etapas apenas conduzimos a nossa moto futurista, pelo que a maior parte do combate sera feita à superfície. Na terceira etapa a nossa moto é alterada para uma nave espacial, onde poderemos combater livremente pelo ar e acabamos por defrontar um boss no final dessa etapa. Na última etapa após derrotar o boss, acaba por ser um nível bónus onde teremos de seguir um trilho de esferas que nos conferem pontos adicionais.
A jogabilidade base faz lembrar bastante o Space Harrier, pois este é um shooter pseudo-3D, onde a câmara nos coloca na retaguarda da personagem principal. Ao contrário do Space Harrier onde podemos combater livremente pelo chão e ar, aqui nas primeiras 2 etapas de cada nível conduzimos uma moto que nos permite combater apenas à superfície, se bem que de vez em quando lá encontramos algumas plataformas que nos permitem saltar e assim apanhar alguns power ups que possam estar espalhados pelo ar. A segunda diferença está precisamente no esquema de power ups e combate. Aqui dispomos de 2 modos de tiro, um modo de tiro principal que pode ser alterado conforme o power up que apanhemos, e um outro que nos permite disparar mísseis mais poderosos, se bem estes só apareçam em números limitados.
A nível audiovisual, este jogo era excelente nas arcades, com gráficos muito bem detalhados, desde os inimigos (que não se repetem de nível para nível), passando pelos backgrounds. A arte faz-me lembrar aqueles animes futuristas típicos do final da década de 80, o que eu aprecio bastante. A conversão para a Mega Drive naturalmente que levou com alguns sacrifícios, mas ainda assim possui gráficos algo detalhados, se bem que na minha opinião os backgrounds poderiam ser um pouco melhores. Por outro lado as músicas são excelentes, com boas linhas de baixo e os efeitos sonoros cumprem bem o seu papel.
Para quem gostar de shooters, está aqui um bom jogo para a Mega Drive, com o desafio a aumentar à medida em que vamos avançando no jogo. Para além disso, possui um estilo gráfico que me agrada bastante e a formula do Space Harrier foi melhorada.