Rage Racer (Sony Playstation)

Rage RacerA série Ridge Racer da Namco foi uma das mais importantes séries de corridas que atravessaram as arcades e as consolas da Sony, embora os jogos tenham sido algo divergentes entre ambas as plataformas. O Ridge Racer Revolution pouco mais do que a banda sonora foi buscar ao Ridge Racer 2 da arcade, e este Rage Racer pouco tem a ver com o Rave Racer, o terceiro jogo original de arcade, pois este introduz uma série de customizações, já se afastando um bocadinho das suas raízes arcade. Este meu exemplar foi comprado a um particular por cerca de 4 a 5€, já não me recordo bem.

Rage Racer - Sony Playstation
Jogo completo com caixa, manual, papelada e disco bónus com cenas

E então como este jogo se divergiu das suas raízes coin-op? Bom, aqui somos presenteados com um modo “carreira”, onde vamos competindo em várias corridas e ganhar créditos que podem se gastos a comprar novos carros, ou customizar os que já temos, tanto a nível estético, como a nível mecânico. Mas sim, os carros continuam a ser fictícios e as pistas sao todas variantes naquela ilha com paisagens já por nós bem conhecidas dos dois primeiros jogos. Existem várias classes nas quais deveremos competir, com a dificuldade a aumentar progressivamente. Se falharmos por várias vezes os nossos objectivos, então somos mesmo retirados do “campeonato”, embora mantenhamos todos os créditos amealhados até então. Este tipo de coisas para mim retiram muita da piada ao jogo, pois o que eu aprecio é mesmo aquele feeling de jogo arcade, mas é óbvio que com o passar dos anos, já nos finais da década de 90 onde as consolas caseiras começaram a receber jogos de corrida mais complexos, a curta experiência arcade não seria mais suficiente. Mas felizmente a jogabilidade ainda continua arcade e isso para mim é o mais importante, embora o jogo já tenha uma abordagem um pouquinho mais de simulador.

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Pela primeira vez temos muitas oportunidades de customização dos carros

Mesmo com todos os carros para desbloquear e novas ligas mais exigentes para competir, no fundo temos apenas 4 circuitos para conduzir, cujos podem mais tarde ser também conduzidos de forma reversa. Mas os mesmos acabam por ter bem mais detalhe, com novas paisagens a serem descobertas, várias alturas do dia e diferentes condições climatéricas, e a nível técnico, a draw distance é grandinha, quase que não se nota o pop-in da pista a ser gerada à nossa frente, coisa muito habitual em outros jogos de corrida desta era das máquinas 32 bit. A música essa continua numa toada muito mais electrónica, o que sinceramente não é dos meus géneros musicais preferidos embora não seja propriamente má. Acho que é por ser de um estilo mais “disco” que não me agrada tanto como as bandas sonoras dos Wipeout, por exemplo.

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Mais uma vez poderemos correr em várias partes do dia

Em jeito de conclusão de uma rapidinha, Rage Racer é uma espécie de ponto de viragem na série que embora não largue de todo as suas raízes arcade, começa a incorporar muitas outras características de jogos mais complexos pois o mercado também assim o exigia. Não deixa de ser um bom jogo no entanto!

Tecmo World Soccer 96 (Neo Geo MVS)

tecmo-world-soccer-96-gameBom, foi precisamente no meu dia de anos deste 2015 que encontrei na Feira da Vandoma no Porto uma série de 10 cartuchos arcade de Neo Geo pela módica quantia de 5€. Ora eu não fazia questão em coleccionar jogos para sistemas arcade pois costuma ser um hobby dispendioso e se quisermos montar cabinets completas, para além de custarem um rim, há sempre o problema da falta de espaço onde as colocar. Mas por esse preço não os ia deixar lá, e então acabei por os trazer. Conto em breve num futuro a médio prazo em ter algo mais “económico” que me permita ler estes cartuchos. Até lá, já eu os tinha jogado bastante através de emulação, ou mesmo nas próprias arcades ao longo dos anos.

MVS Collection
Como os carts de MVS não são propriamente lá muito fotogénicos, acabei por tirar uma foto única com o bundle que comprei.

De todos os subgéneros de videojogos que eventualmente acabam nas máquinas arcade, os desportivos, excepto desporto automóvel claro, nunca me cativaram muito para esvaziar os bolsos de moedas nos salões arcade. E este Tecmo World Cup 96 não foi excepção à regra, pelo que também nunca o cheguei a jogar muito. E a Tecmo não era propriamente novata em jogos de futebol quando lançou este Tecmo World Cup ´96, e brevemente até acabarei por trazer cá outro jogo semelhante da mesma empresa. E sendo este um jogo arcade, naturalmente não há assim muitos modos de jogo. Temos o campeonato onde começamos na fase de grupos, passando para uma segunda fase de grupos até chegarmos a uma final. Claro que podemos também jogar uma partida contra um oponente! A jogabilidade é simples e directa, com os habituais botões para cortar a bola se estivermos a defender, ou passar e rematar se tivermos na posse do esférico. A novidade está nas fintas que podemos fazer, onde por momentos a acção pára e temos de escolher a direcção para onde queremos fintar/ou defender. Se a finta for bem sucedida, então o jogador com a bola ganha bastante velocidade e pode fazer um remate bem potente, embora nem sempre isso se traduza em golos pois muitas vezes o redes faz também defesas impossíveis.

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Antes da grande final, teremos 2 fases de grupos com 4 equipas cada

A nível gráfico é um jogo competente. Todos sabemos o que o velhinho hardware da Neo Geo é capaz de fazer, mas é óbvio que não se consegue tirar uns visuais tão bons quanto um Mark of the Wolves num jogo de futebol, com muitas personagens no ecrã, cada qual com as suas rotinas de inteligência artificial. É agradável e fica-se por aí. Gosto das animações na marcação de livres ou grandes penalidades, e cada equipa possui a sua própria animação pelos golos marcados, embora muitas sejam variações umas das outras. Por exemplo, a diferença entre os festejos da selecção espanhola e alemã é os equipamentos e os alemães serem todos loiros… No que diz respeito ao audio, esperem pelo mau inglês do costume, de cada vez que o “narrador” apresenta cada selecção. De resto é um jogo competente.

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Cada partida tem uma duração reduzida… afinal isto é um jogo arcade e se queriam jogar muito… tinha de se pagar!

De todos os jogos que me sairam neste bundle de MVS este é o que menos me interessava, mas até que gostei da mecânica das fintas! Ah, e para os curiosos, não, não temos aqui a nossa selecção das Quinas. Mas também nem houve campeonato do mundo em 1996… então a Tecmo está desculpada.

James Pond II: Codename RoboCod (Sega Mega Drive)

James Pond IIHoje é dia para mais uma super-rapidinha pois como tem sido habitual o tempo não tem sido lá muito meu amigo. Mas também aproveito estes tempos para sempre que possível despachar algo da minha colecção que já não faria questão em escrever um artigo longo logo de início. Isso acontece com jogos que caíam de para-quedas na minha colecção e que não sejam propriamente do meu agrado, ou em caso de conversões ou outras versões de jogos que já tinha analisado anteriormente. É aí nessa categoria que recai este artigo do James Pond 2, cuja versão Master System já tinha sido referida por aqui há uns tempos atrás. Este meu exemplar, apenas cartucho, foi-me oferecido por um amigo meu há uns meses atrás. A caixa e manual veio mais tarde, foram comprados na feira da vandoma há umas semanas por 3€.

James Pond II Robocod - Sega Mega Drive
Jogo com manuais e caixa versão EA Classics

Bom, tal como referi no primeiro parágrafo, este é essencialmente o mesmo jogo que a versão Master System, embora naturalmente com gráficos mais coloridos, sprites maiores e mais detalhadas, assim como os backgrounds, que na versão 8bit são muito mais simples. As músicas têm também mais qualidade, como seria de esperar. De resto é o mesmo jogo de plataformas onde controlamos James Pond, uma criatura que sinceramente nunca entendi muito bem se seria um peixe ou uma foca, mas é um agente secreto, cuja missão consiste em salvar o Pai Natal que foi feito refém na sua própria fábrica de brinquedos. Sendo assim, esperem por ver muitos níveis onde os brinquedos ganham vida para nos atacar, mas também passamos por pastelarias ou uns níveis mais estranhos onde até podemos conduzir uma banheira.

No fim de contas, apesar desta versão Mega Drive acabar por ser o melhor jogo na minha opinião, continuo a preferir a mais modesta versão da Master System, unicamente pela nostalgia que me trás, pois é um dos jogos que mais joguei na minha infância.

Castle of Illusion Starring Mickey Mouse (Sega Game Gear)

Castle of IllusionO artigo de hoje será mais uma super rapidinha a um daqueles jogos de Game Gear que eu já analisei previamente a sua versão Master System. Como bem sabem, a Game Gear é essencialmente uma Master System portátil, diferindo principalmente na resolução de ecrã menor, mas em contrapartida possui um chip gráfico com ligeiramente mais qualidade, permitindo mais cores em simultâneo no ecrã. Ora todas estas semelhanças de hardware fazem com que a esmagadora maioria dos jogos multiplataforma Master System / Game Gear sejam bastante idênticos, com uma ou outra diferença menor para se adaptarem ao ecrã da portátil da Sega. Claro que há casos como o Batman Returns ambos os Streets of Rage ou o Alien Storm que possuem mais diferenças.

Castle of Illusion - Sega Game Gear
Apenas cartucho

Mas nem todos os jogos são assim. Como provavelmente sabem, a Game Gear é capaz de ler jogos de Master System, tendo sido lançado um conversor à semelhança do que saiu para a Mega Drive. Para além disso, existe um número algo restrito de jogos de Game Gear que na realidade a sua rom é exactamente a mesma da versão Master System, com o seu comportamento a ser exactamente igual ao de estarmos a jogar a versão SMS através do tal conversor. E que comportamento é esse? Bom, esses jogos não são optimizados para correrem numa resolução menor como é a da Game Gear e alguns problemas de imagem são visíveis nas extremidades do ecrã, especialmente em movimento. E todo este paleio para quê? Bom, o Castle of Illusion da Game Gear é um destes poucos jogos que são na realidade um jogo de Master System enfiado num cartucho de Game Gear. Assim sendo, leiam lá o meu artigo da versão Master System! E antes que me esqueça, este meu exemplar foi-me oferecido por um colega de trabalho a quem eu agradeço bastante!

Shadow of the Beast (ZX Spectrum)

Shadow of the BeastO artigo de hoje vai ser mais uma rapidinha a um jogo que sempre teve algum misticismo para mim. A primeira vez que joguei o Shadow of the Beast foi a versão Mega Drive e apesar de achar o jogo bem difícil, também havia ali um certo charme que sempre me chamou à atenção, no mundo que o jogo nos levava a visitar. Mas deixarei um artigo mais completo um dia que me venha parar às mãos essa mesma versão de Mega Drive ou, embora não tenha grandes planos de coleccionar Amiga, essa mesma versão original. Esta conversão para o ZX Spectrum é muito mais modesta mas ainda assim consegue capturar esse misticismo que o jogo deixou em mim. É uma bootleg do nosso mercado cinzento e custou-me uma bagatela, tendo sido comprada em bundle na feira da Ladra em Lisboa por 10€.

Shadow of the Beast - ZX Spectrum
Versão bootleg com instruções impressas no verso

A história por detrás deste jogo é estranha. Aliás, esta é daquelas obras em que se quisermos saber alguma coisa do que estamos para ali a fazer teríamos mesmo de ler o manual, mas como sendo uma bootleg esta não o tem, deixarei essa parte para o tal artigo futuro mais completo. Shadow of the Beast é então um side scroller em 2D, onde controlamos um estranho monstro que teremos de explorar um mundo sinistro e repleto de outros monstros hostis. É um jogo que tem também uma componente importante de exploração, onde seremos obrigados a procurar itens que nos desbloqueiem outras zonas a explorar, como cavernas subterrâneas, ou castelos cheios de perigos. Também temos de combater muitos inimigos que vão surgindo de vários pontos do ecrã, tanto da esquerda, como da direita, outros pelo ar e temos também de em certos pontos ter cuidado com espinhos de rocha que saem disparados do chão ou do tecto. Cada toquezinho que levamos faz com que se perca uma vida, mas felizmente, para quem tiver paciência e jogar com cuidado, poderemos encontrar muitas vidas que irão certamente dar uma ajuda. Até porque há um ou outro boss em que é quase impossível não sofrer dano.

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A decisão de apresentar este jogo em várias escalas monocromáticas pareceu-me acertada.

A versão original de Amiga era um portento técnico, apresentando gráficos bastante coloridos e com muitos níveis de paralaxe, o que lhe dava uma sensação incrível de profundidade. Naturalmente a versão Spectrum é muito mais modesta, e apenas reparei na paralaxe nos níveis exteriores, onde o sol se mantém na mesma posição, à medida que o restante background se move connosco. Como devem saber, a reduzida paleta de cores do Spectrum não lhe permite apresentar muitas cores ao mesmo tempo, pelo que a Gremlin decidiu optar por apresentar o jogo de uma forma monocromática, e mediante as zonas em que estamos, tudo é apresentado em escalas monocromáticas azuis, roxo, vermelho ou amarelo. Sinceramente prefiro assim do que misturas muito estranhas de cores que muitas vezes se vê nos jogos de Spectrum. Assim ao menos conseguiram apresentar sprites e backgrounds bem detalhados e sem grande poluição visual com cores a entrar em conflito umas com as outras. A música é agradável se o jogarem num 128K.

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No ecrã título ou noutros de transição entre áreas podemos ver alguma da artwork que sempre adorei neste jogo.

Assim sendo, acho esta versão do Shadow of the Beast bastante competente para o hardware do Spectrum, e fico bem ansioso por um dia encontrar a versão Mega Drive deste jogo… ou mesmo a versão Master System já me deixava um nadinha contente!