O artigo de hoje vai ser mais uma rapidinha a um jogo que sempre teve algum misticismo para mim. A primeira vez que joguei o Shadow of the Beast foi a versão Mega Drive e apesar de achar o jogo bem difícil, também havia ali um certo charme que sempre me chamou à atenção, no mundo que o jogo nos levava a visitar. Mas deixarei um artigo mais completo um dia que me venha parar às mãos essa mesma versão de Mega Drive ou, embora não tenha grandes planos de coleccionar Amiga, essa mesma versão original. Esta conversão para o ZX Spectrum é muito mais modesta mas ainda assim consegue capturar esse misticismo que o jogo deixou em mim. É uma bootleg do nosso mercado cinzento e custou-me uma bagatela, tendo sido comprada em bundle na feira da Ladra em Lisboa por 10€.
A história por detrás deste jogo é estranha. Aliás, esta é daquelas obras em que se quisermos saber alguma coisa do que estamos para ali a fazer teríamos mesmo de ler o manual, mas como sendo uma bootleg esta não o tem, deixarei essa parte para o tal artigo futuro mais completo. Shadow of the Beast é então um side scroller em 2D, onde controlamos um estranho monstro que teremos de explorar um mundo sinistro e repleto de outros monstros hostis. É um jogo que tem também uma componente importante de exploração, onde seremos obrigados a procurar itens que nos desbloqueiem outras zonas a explorar, como cavernas subterrâneas, ou castelos cheios de perigos. Também temos de combater muitos inimigos que vão surgindo de vários pontos do ecrã, tanto da esquerda, como da direita, outros pelo ar e temos também de em certos pontos ter cuidado com espinhos de rocha que saem disparados do chão ou do tecto. Cada toquezinho que levamos faz com que se perca uma vida, mas felizmente, para quem tiver paciência e jogar com cuidado, poderemos encontrar muitas vidas que irão certamente dar uma ajuda. Até porque há um ou outro boss em que é quase impossível não sofrer dano.
A versão original de Amiga era um portento técnico, apresentando gráficos bastante coloridos e com muitos níveis de paralaxe, o que lhe dava uma sensação incrível de profundidade. Naturalmente a versão Spectrum é muito mais modesta, e apenas reparei na paralaxe nos níveis exteriores, onde o sol se mantém na mesma posição, à medida que o restante background se move connosco. Como devem saber, a reduzida paleta de cores do Spectrum não lhe permite apresentar muitas cores ao mesmo tempo, pelo que a Gremlin decidiu optar por apresentar o jogo de uma forma monocromática, e mediante as zonas em que estamos, tudo é apresentado em escalas monocromáticas azuis, roxo, vermelho ou amarelo. Sinceramente prefiro assim do que misturas muito estranhas de cores que muitas vezes se vê nos jogos de Spectrum. Assim ao menos conseguiram apresentar sprites e backgrounds bem detalhados e sem grande poluição visual com cores a entrar em conflito umas com as outras. A música é agradável se o jogarem num 128K.

No ecrã título ou noutros de transição entre áreas podemos ver alguma da artwork que sempre adorei neste jogo.
Assim sendo, acho esta versão do Shadow of the Beast bastante competente para o hardware do Spectrum, e fico bem ansioso por um dia encontrar a versão Mega Drive deste jogo… ou mesmo a versão Master System já me deixava um nadinha contente!
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