Gungage (Sony Playstation)

GungageHá jogos de certas empresas que, se eu os vir à venda, não os conheça, forem baratos e tiverem um aspecto interessante, eu acabo por os trazer pois a possibilidade de sair dali uma hidden gem é considerável. A Konami é uma dessas empresas e foi justamente o que eu fiz quando tive a oportunidade de comprar este Gungage por 4€ na Feira da Ladra em Lisboa, estando completo e em óptimo estado. Agora perguntam-me vocês, é uma hidden gem? Tinha potencial para isso, mas infelizmente não é e passarei a explicar o porquê em seguida.

Gungage - Sony Playstation
Jogo completo com caixa, manuais e papelada

Este é um shooter 3D algo futurista, uma espécie de resposta ao Jet Force Gemini da Nintendo 64 e seria um jogo muito interessante se não fossem os maus controlos. A história por detrás deste jogo é um pouco confusa, pois não é dada lá muita informação. Aparentemente existe uma outra dimensão carregada de monstros, a chamada “Lua Negra” e recentemente o nosso planeta tem sido invadido desses bichos, pelo que o nosso único objectivo é destruí-los a todos. Pelo meio existe também um poderoso Império que parece estar por detrás desses conflitos, mas a sua relação nunca é lá muito explícita. Inicialmente apenas podemos jogar com Wakle Skade, mas com o decorrer do jogo poderemos desbloquear mais três personagens, cada qual com as suas habilidades. Mais à frente explico isto melhor.

screenshot
Se acharam Wakle Skade um nome bizarro… you’re in for a shock

Tal como referi brevemente no parágrafo acima, o grande problema deste jogo está nos seus controlos. Para além de a movimentação utilizar os infames “tank controls”, virar a personagem para a esquerda ou direita demora muito tempo, o que muito provavelmente resulta em acabarmos por sofrer dano, pois logo no primeiro nível de Wakle Skade existem uns inimigos muito chatos que gostam de andar à volta. Algumas personagens permitem fazer um lock-on nos inimigos, mas para tal é preciso que eles se mantenham num certo campo de visão e é frequente acabarmos por perder a mira. Existe um botão que nos permite mirar livremente, mas também é lento e coloca-nos muitas vezes em risco. Isto aliado ao facto de começarmos o nível seguinte com a mesma percentagem de vida que terminamos o anterior tornam a experiência muito frustrante, o que é pena pois Gungage é um jogo cheio de carisma. Existem alguns maneiras de nos desviarmos rapidamente do fogo inimigo, ou mesmo de “seguir” os inimigos com a câmara, mas a sua implementação também não é a melhor.

screenshot
Como manda a lei, temos sempre uns bosses imponentes para defrontar

Mas voltando aos personagens. Para além de terem nomes estúpidos como Wakle Skade ou Steyr Harquebus (não sei onde a Konami estava com a cabeça), possuem diferentes habilidades e armas. Alguns possuem apenas um modo de fogo normal (geralmente as metralhadoras), mas personagens como o Karl Berdysh apesar de muito lento, tem um arsenal de respeito, com mísseis tele-guiados, granadas, e bastantes especiais. Os especiais utilizam energia que pode ser encontrada ao longo dos níveis (assim como cristais em que a cada 100 colectados ganhamos uma vida, ou itens de regeneração de saúde), e mais uma vez variam bastante de personagem para personagem. Assim como outros equipamentos como radares que nos avisam dos inimigos e/ou itens. A maneira como desbloqueamos outras personagens é que é curiosa. Se calhar estariam à espera de “chegar ao fim com determinada personagem e desbloqueamos a seguinte”. Bom isso apenas pode acontecer com o Karl, que pode ser desbloqueado no final da campanha de Wakle Skade. Mas se antes disso, logo no primeiro nível interagirmos com um cartaz que diz “Wanted”, desbloqueamos Steyr. Existem várias condições dessas e apesar de apenas podermos desbloquear uma personagem por cada jogada, existem várias formas de as desbloquear. Mas com os maus controlos pode ser uma tarefa difícil de fazer.

screenshot
O lock-on é benvindo visto não haver suporte aos analógicos. Mas mesmo assim podia ser melhor.

Infelizmente cada campanha de cada personagem não apresenta níveis novos. Jogamos sempre os mesmos, embora em diferentes ordens e por vezes ligeiramente diferentes. Ao longo do jogo podemos também apanhar uma série de flores que depois nos desbloquearão alguns extras como artwork, um sound test ou algumas batotas como energia ilimitada (para as armas). Apesar de haver essa pouca variedade nas diferentes campanhas, sinceramente até que gostei dos níveis, que nos levam a zonas rurais, naturais como florestas, lagos ou desertos, industriais ou urbanas, onde num dos níveis é passado quase todo em cima de um metro em alta-velocidade. No final de cada nível temos também um boss que é sempre bem imponente. Gostei do design dos níveis, das personagens, inimigos e bosses. A banda sonora também me pareceu excelente, com temas cheios de guitarradas e outros mais electrónicos.

screenshot
Infelizmente a história não é lá muito explicada. Três linhas de texto entre cada nível e chega.

Mesmo existindo poucos níveis e as diferenças entre cada personagem residirem mais no seu armamento, ainda assim gostei deste Gungage. Tinha tudo para se tornar num shooter 3D bem competente (e certamente uma hidden gem pois o jogo ficou-se apenas por solo japonês e europeu), mas os maus controlos deitaram tudo a perder. O suporte ao analógico era algo obrigatório aqui e sendo este um jogo de 1999 creio que já não havia desculpa.

Chaos on Deponia (PC)

Não há muito tempo atrás escrevi um artigo sobre o primeiro Deponia, um point and click da Daedalic que gostei bastante e costuma estar frequentemente em indie bundles e outras promoções, pelo que aconselho vivamente a sua compra. Mas a série Deponia aparentemente foi pensada logo de início para ser uma trilogia e lá tive de comprar os outros dois jogos da série. Creio que este Chaos on Deponia foi também comprado num dos Humble Bundles dedicados à Daedalic, pelo que também me ficou bem em conta. E tal como o primeiro jogo, está repleto de bom humor e personagens carismáticas.

Chaos on Deponia

O jogo é uma sequela directa do primeiro, decorrendo não muito tempo depois dessa aventura. E para quem ainda não o jogou, então é melhor avançar para o parágrafo seguinte pois vão haver algumas spoilers. Mais uma vez encarnamos no papel do azarado Rufus, agora com o Doc e Bozo com quem nos cruzamos na aventura anterior. Mais uma vez Rufus tenta um plano mirabolante para alcançar Elysium, a mística cidade voadora para onde a elite humana se deslocou, após o planeta Deponia ser dado como inabitável, tal era a sua poluição. O Organon, em conjunto com Cletus, sósia de Rufus e suposto noivo de Goal, planeava a destruição do planeta, e apesar de a bela Goal ter viajado com eles para Elysium e aparentemente estar do lado de Rufus e companhia, a destruição de Deponia ainda era incerta. E no seu plano para alcançar Elysium, Rufus acaba por embater no elevador que os transportava para a longíqua cidade, caindo todos ao chão uma vez mais. E novamente Goal (que é uma espécie de Andróide) ficou com a sua memória danificada, pelo que passamos mais uma vez grande parte do jogo a tentar “arranjá-la”. Mas claro, pelo meio temos as muitas trapalhadas de Rufus para nos rirmos um pouco, bem como a ameaça do Organon em estourar com o planeta de uma vez.

screenshot
Rufus e Cletus… ainda não joguei o Goodbye Deponia por inteiro mas estou mesmo a adivinhar que são gémeos.

A jogabilidade é o standard de um jogo de aventura point and click. Usar o rato para nos movermos, falar com outros NPCs, apanhar e interagir com objectos, misturá-los no inventário e com isso tentarmos desbloquear situações e progredir no jogo. Eventualmente lá nos cruzamos com alguns puzzles ou mini-jogos, mas os mesmos podem ser avançados para quem não tiver paciência para os completar. Perde-se é o achievement associado, mas quem os quiser avançar também não deve ficar muito preocupado com isso. Alguns “puzzles” são mais mini-jogos, como um combate  à lá Street Fighter onde temos de clicar nas várias zonas do corpo que queremos defender e/ou atacar. Outro é uma perseguição submarina por turnos que também achei interessante, só faltou é o combate RPG do Edna & Harvey.

screenshot
O jogo está repleto de humor negro… ainda gostava de saber qual o destino do pobre homem ali preso

Muitas das personagens são recorrentes, embora tenhamos também muitas caras novas, afinal a maior parte do jogo é passado no Black Market, uma nova região para explorar com vários locais distintos. As personagens são no geral bastante carismáticas e mais uma vez achei que o voice-acting esteve muito bem em as representar. Existem imensas situações de humor negro que poderão não agradar a todos (como o destino de vários golfinhos fofinhos) mas fuck it, é um jogo e eu adoro humor negro. Também tal como no primeiro, existe algum innuendo e para os pervertidos de plantão podem tentar encontrar várias peças de um puzzle que formam uma Goal numa pose ousada. De resto, a nível gráfico continua um excelente jogo 2D, com óptimas animações e backgrounds muito bem detalhados. E aqueles pequenos detalhes como os interlúdios musicais entre cada capítulo marcam mesmo a diferença. A própria banda sonora também continua agradável, alternando entre vários estilos musicais, desde aqueles mais épicos como costuma ser habitual nos momentos de maior grandeza, ou músicas mais modernas com uns contornos electro pelo meio.

screenshot
Mais uma vez, os backgrounds estão muito bem detalhados, embora o mundo poluído de Deponia não seja lá muito variado entre si

Em suma, acho este mais um óptimo jogo de aventura. Para quem gosta do género e de situações repletas de bom humor (e negro também por vezes), então acabo mesmo por recomendar toda a trilogia Deponia, pois já comecei o Goodbye Deponia e para já continua óptimo.

Silent Scope 2: Fatal Judgement (Sony Playstation 2)

Silent Scope 24O jogo de hoje será mais uma rapidinha, desta vez ao segundo jogo da série Silent Scope, que é para mim um lightgun shooter muito interessante, pelo menos no original da arcade em que teríamos mesmo de utilizar uma réplica de uma sniper rifle para o jogar. E como é uma sequela em que não há assim grandes novidades em mecânicas de jogo também não vale muito a pena estar aqui a repetir-me. Fica a dica para consultarem então o artigo original. E esta minha cópia foi adquirida há uns meses atrás na cash converters de Alfragide por 3€.

Silent Scope 2 Fatal Judgement
Jogo completo com caixa, manual, papelada e um catálogo de jogos da Konami da PS2 que curiosamente ou já tenho todos os jogos da lista, ou estão na minha wishlist (Ephemeral Fantasia, estou a olhar para ti)

A história usa os clichés do costume: uma organização terrorista trama um plano qualquer e somos enviados como os “fura testas” de serviço, desta vez em Londres. A novidade é que partimos para a aventura com um companheiro, formando assim a dupla de Jackal e Raven. Ah, e para tornar o cliché mais cliché, o vilão de serviço raptou uma jovem mulher, irmã de Jackal e ex-namorada de Raven, para apimentar um pouco mais a coisa.

screenshot
Sabe bem mudar o cenário para algo Europeu

A jogabilidade mantém-se idêntica. O progresso do jogo é mantido on-rails e vamos ter de ir alternando entre a vista normal e o zoom da nossa sniper rifle para irmos atingindo os inimigos que nos vão aparecendo à frente. Os controlos são idênticos aos do jogo anterior e apesar de não existir uma lighgun semelhante à arcade, podemos utilizar o rato oficial da PS2 para jogar isto, o que deve ser porreiro. Para além de uma limitação de vidas, temos na mesma a limitação de tempo, pelo que não convém demorar muito a atingir os nossos alvos. Mais uma vez, espiar uma mulher sexy dá-nos uma vida extra e se tivermos a sorte (ou perícia) em acertar nalgum boss na testa, é logo um 1 hit kill, em vez de estarmos a reduzir-lhes a barra de vida pouco a pouco. Outra novidade está no facto de não escolhermos quais os caminhos alternativos a tomar, por outro lado mediante o sniper que escolhermos teremos caminhos ligeiramente diferentes a tomar.

screenshot
Se os alvos estiverem suficientemente longe, desta vez até vemos as balas a viajar

Uma coisa boa deste jogo é que nos dá mais modos de jogo. Dentro do arcade temos o modo de jogo principal, mais o shooting gallery para praticarmos um pouco. Aqui temos também o Duel onde teremos de enfrentar outros snipers em diferentes cenários. O outro modo de jogo é o Original, onde podemos completar diferentes missões, lutar contra os bosses, ou participar num shooting range em contra relógio. Por fim temos a vertente multiplayer, que exige 2 TVs e duas PS2 ligadas entre si. Naturalmente não experimentei este modo de jogo, mas existe a possibilidade de jogar competitivamente e cooperativamente, pelo que indica no manual. É interessante, mas não dá jeito nenhum… e apesar de todos estes novos modos de jogo serem benvindos e darão uma maior sobrevida ao jogo, sinceramente o que me interessa é mesmo a conversão arcade e essa é habitualmente curta.

screenshot
O voice acting é muito mau. Mas se calhar isso até é condição obrigatória em jogos deste género…

Graficamente nota-se melhorias face ao primeiro jogo, os cenários apresentam um maior detalhe, texturas com maior qualidade, mas nada do outro mundo. A música sinceramente não me deixou grandes saudades, mas o que fica no ouvido é mesmo o voice acting que continua terrível. E estou a referir-me a House of the Dead 2 terrível. Tão mau que quase que é bom! Em suma, este jogo é divertido pelas suas mecânicas de jogo algo fora do comum, embora seja uma história curta. Os restantes modos de jogo sinceramente não me cativam o suficiente e o multiplayer seria interessante se não fosse necessária toda aquela parafernália. Ainda assim, para quem gostar de shooters arcade como eu, não vai ficar insatisfeito com a curta duração do jogo.

Arcade Smash Hits (Sega Master System)

Arcade Smash HitsO artigo de hoje será mais uma rapidinha, pois trata-se de uma compilação algo básica de 3 velhos clássicos que por sua vez não têm assim tanto que se lhe diga. Arcade Smash Hits é uma compilação de 3 jogos da Atari, nomeadamente o Centipede, Breakout e Missile Command. Não é nada do outro mundo, mas foi um jogo que passou pela minha Master System quando eu era bem mais novo e quando o vi por menos de 5€ na feira da Ladra em Lisboa acabei por o trazer, embora não tenha manual.

Arcade Smash Hits - Sega Master System
Jogo com caixa

Dos três jogos aquele que se calhar sobreviveu melhor ao teste do tempo foi o Breakout, com as suas mecânicas de jogo bastante simples e viciantes. Afinal o que tem de saber jogar “pong” contra um conjunto de blocos que desaparecem depois de levarem uma bolada? Ainda assim, apesar de ser uma versão mais colorida do que o original da Atari, mantém a sua simplicidade, não incluindo algumas das particularidades introduzidas por imensos dos seus clones como o Arkanoid. Já os restantes 2 jogos sinceramente não gostei muito. Em Missile Command temos de impedir que uma série de mísseis atinjam todas as nossas bases e canhões. Vão chover mísseis pelos céus e temos 3 diferentes canhões que podemos utilizar para nos defendermos, embora todos tenham munições limitadas. É mais um jogo com uma fórmula muito simples, mas sinceramente nunca me chamou muito à atenção. Por fim temos o Centipede, outro jogo que me passou ao lado. Este é um shooter que até faz lembrar o Space Invaders, mas em vez de dispararmos contra extraterrestres é mesmo contra insectos que vão percorrendo um labirinto de cogumelos gigantes. Para além de nos movermos livremente num eixo horizontal, podemos mover-nos verticalmente, embora num curto espaço. E a cada vida que perdemos parece que torna o jogo mais difícil, com novos cogumelos a nascerem e atrapalhar-nos a vida.

screenshot
Apesar de simples, o Breakout continua a ser o mais viciante

Graficamente é um jogo colorido dentro dos possíveis, pelo menos comparando com os originais é um bom upgrade. No entanto não esperem por nada do outro mundo e o mesmo pode ser dito das músicas. Algumas agradáveis, outras nem por isso, mas também são poucas. Os efeitos sonoros também cumprem o seu papel e são bastante simples. Este jogo é um dos poucos da Master System que possuem vozes digitalizadas, proferidas por uma estranha mascote verde que parece sei lá o quê. No entanto, para além de um “Get Ready” e um “Game Over” numa vozinha fininha e irritante, não contem com muito mais.

screenshot
E o Centipede, apesar de ter a melhor artwork na capa, é o mais chatinho para mim

Concluindo, este Arcade Smash Hits é uma compilação que para uns poderia ter sido interessante por juntar 3 clássicos de uma geração anterior. No entanto, hoje em dia existem imensas outras alternativas válidas de jogar os mesmos jogos e muitos mais. Vale pelo coleccionismo, pouco mais.

Super Mario 64 (Nintendo 64)

Super Mario 64Para falarmos de platformers em 3D teremos invariavelmente de meter o Super Mario 64 ao barulho, até porque desde que o mesmo foi lançado tornou-se na maior referência em como o género deve ser feito, principalmente a nível de jogabilidade e controlo de câmara intuitivo. Ainda hoje há muitos que não aprenderam a lição (sim, estou-me a referir a ti Sonic). Super Mario 64 foi um jogo de lançamento da consola de 64 bit da Nintendo e imensamente aguardado, apesar de já na altura existirem outros platformers em 3D no mercado. O meu exemplar foi comprado numa loja do Porto, os armazéns Marques Soares como “new old stock”. Ficou-me por 5€, completo e num estado razoável.

Jogo completo com caixa, manual e papelada

Apesar de a história ser a mesma de sempre, ou seja, a princesa Peach foi mais uma vez raptada por Bowser (desta vez no seu próprio castelo) e cabe-nos a nós salvá-la. No entanto as mecânicas de jogo foram muito alteradas. É verdade que Mario continua a saltar bem alto e derrotar os seus inimigos saltando-lhes para cima, mas muitas outras coisas mudaram. Para já este jogo tem uma natureza mais não linear, onde podemos explorar o castelo livremente, servindo este também de hub para aceder aos níveis propriamente ditos, e mesmo nos níveis o objectivo deixou de ser o de ir do ponto A ao ponto B. Cada nível tem diferentes missões, como derrotar bosses, alcançar pontos de difícil acesso, correr contra algum NPC ou mesmo interagir com os mesmos e fazer alguns favores que nos pedem, como trazer um pequeno pinguim de volta para a sua mãe. Ao cumprir o objectivo da missão somos recompensados com uma estrela, e somos levados uma vez mais para o castelo. O melhor disto é que cada nível tem 6 diferentes missões que vamos desbloqueando à medida que completamos a anterior, com cada uma a recompensar-nos com uma estrela. Estrelas essas que depois nos dão acesso a outras partes do castelo e por conseguinte novos níveis. Apesar de existirem 120 estrelas ao todo para coleccionar, não é necessário apanhá-las todas para chegar ao final, até porque existem umas quantas que são secretas.

screenshot
O objectivo agora é o de apanhar estrelas em várias missões no mesmo nível

Por outro lado se efectivamente conseguirmos apanhá-las todas, então acabamos por conseguir falar com Yoshi no topo do castelo, que nos recompensa 100 vidas para que possamos continuar a apreciar o jogo sem grandes preocupações. Sinceramente esperava uma recompensa melhor já que é impossível jogar com Luigi e o próprio Yoshi também só aparece nesse momento. De resto, Mario tem também ao seu dispor todo um conjunto de novas habilidades ao seu dispor, como vários tipos de saltos, a possibilidade de saltar de parede em parede, ou mesmo dar socos e pontapés nos inimigos. O sistema de dano também é diferente, pois aqui não há Marios a diminuirem de tamanho se forem atacados. Temos é uma barra de energia que pode ser restabelecida se apanharmos moedas. Existem também outros power ups diferentes, na forma de variados chapéus. Uns têm asas e tal como seria de esperar permitem que voemos temporariamente, um outro deixa-nos invencíveis meio fantasmas, os inimigos conseguem-nos atravessar e também conseguimos atravessar algumas paredes, o que será útil para apanhar algumas estrelas. Por fim temos o Mario todo em metal que apesar de nos restringir os movimentos, também nos dá invencibilidade e a capacidade de caminhar debaixo de água.

screenshot
Existem vários inimigos novos a ter em conta

Para além de toda esta liberdade de exploração, o Super Mario 64 também foi um jogo revolucionário pelo uso do analógico para controlar Mario perfeitamente num mundo a 3 dimensões. A câmara também pode ser controlada com o C-Stick. algo que acabou por se tornar standard na indústria e utilizado até aos dias de hoje, apesar de ser com os 2 analógicos que teimosamente a Dreamcast não seguiu. Ainda assim existe algum clipping e o controlo da câmara não é perfeito, mas a ideia está lá e a semente foi plantada.

screenshot
Existe uma boa variedade de cenários

De resto é um jogo bonito para os padrões de 1996. Tal como a maioria dos jogos da Nintendo 64 este distingue-se por um número mais elevado de polígonos, contrastando com os jogos mais “quadrados” da concorrência da Sony e Sega. Por outro lado, devido às restrições de armazenamento de espaço nos cartuchos, as texturas não são nada de especial, e se por um lado o castelo da Peach está bonitinho, existem outros níveis em que se nota perfeitamente as texturas demasiado esticadas e com pouco detalhe. Ainda assim é louvável a variedade existente de níveis, e surpreendeu-me particularmente a atmosfera que captaram das missões na casa assombrada que me pareceu bem sinistra, contrastando com tudo o que a Nintendo apresenta nos jogos do canalizador. As músicas são OK, com muitas melodias novas, e embora o som seja de qualidade, sinto falta do chiptune característico dos Marios de 8 e 16bit.

screenshot
A casa assombrada e os boos  estão mais sinistros que o habitual

De qualquer das formas Super Mario 64 não deixa de ser um jogo revolucionário, cujas inovações mudaram completamente os padrões para jogos de plataformas em 3D (e não só). A implementação do sistema de estrelas e missões nos diferentes níveis também é algo que me agradou bastante, pois obriga a uma exploração muito maior e felizmente foi algo que veio para ficar. Ainda me lembro quando o Templo dos Jogos deu uma nota de 100% a este jogo, mas depois quando analisaram o Banjo Kazooie arrependeram-se. Pois bem, se não fosse o Super Mario 64, talvez esse Banjo e outros jogos não fossem tão bons.