House cleaning – nova PUSHSTART, vídeo de aquisições, edições a artigos antigos.

Bom, este mês tenho andado um pouco esquecido em actualizar aqui o blog com várias coisas extra-GHZ. Saiu a primeira PUSHSTART de 2015, eu como “sempre” publiquei mais um vídeo de aquisições e comprei também nos últimos meses alguns jogos repetidos com o intuito de substituirem algumas versões Platinum que por aqui tinha. Mas uma coisa de cada vez, a nova PUSHSTART!

Nesta edição temos reviews a jogos como Captain Toad: Treasure tracker, The Hungry Horde, Lufia: The legend returns, artigos fantásticos como uma retrospectiva à série Diablo, ou artigos de opinião como o controverso Spectrum Vega. Da minha parte podem contar com um old vs new ao Shadow Warrior original com o remake de 2013, uma pequena menção à primeira trilogia dos Phoenix Wright Ace Attorney com a minha participação do 4×4 do mesmo. Para ler aqui.

Também mais ou menos altura da data da publicação da PUSHSTART de Janeiro de 2015, publiquei o meu vídeo de aquisições feitas durante o mês de Dezembro de 2014:

http://www.youtube.com/watch?v=xoJ8iZGJNNs

Foi um mês interessante, e consegui finalmente mostrar algum hardware que deixei ficar pelo Porto no mês anterior e por essa razão não fizeram parte desse outro vídeo. Aproveito também para dizer que estou a planear em fazer umas rubricas diferentes em vídeo, talvez no final deste mês já vejam novidades!

Por fim, podem também dar uma passadela de olhos nos artigos do Sonic & Knuckles para a Mega Drive, Dragon Quest VIII e Tekken 5, estes últimos ambos para a PS2. Isto porque comprei versões mais completas ou não platinum para substituir as versões que tinham sido utilizadas para o artigo original.

FIFA Soccer 95 (Sega Mega Drive)

FIFA 95Siga para mais uma rapidinha de um jogo desportivo da Mega Drive, mais precisamente o FIFA Soccer 95, o segundo jogo da famosíssima série desportiva da Electronic Arts que perdura até aos dias de hoje. A edição de 1995 em particular é bem capaz de ser a única que foi exclusivamente lançada para uma única plataforma caseira, nomeadamente a 16-bit da Sega. E o que traz este jogo de muito diferente do anterior? Bom, para além de ser o primeiro FIFA a ter clubes e não apenas selecções nacionais, a nível de jogabilidade confesso que não noto grandes diferenças, mas também nunca fui especialista no assunto. E tal como o NBA Live 95, este veio no mesmo bundle, estando completo, em bom estado e custou algo perto dos 1.5€.

FIFA Soccer 95 - Sega Mega Drive
Jogo completo com caixa e manuais

A jogabilidade é aparentemente simples, com 2 botões diferentes para passar, um outro para rematar e caso não tenhamos a posse de bola, temos um botão para correr, e outros dois para tentar tirar a bola ao adversário, sendo que um deles é uma entrada de carrinho sempre arriscada. Claro que para além deste esquema básico de controlo ainda temos algumas combinações mais especiais que nos permitem fazer passes ou remates mais específicos como diferentes cabeceamentos ou remates com a bola já a vir em altura depois de um cruzamento. Temos também vários modos de jogo, como partidas amigáveis onde mais uma vez podemos deixar o computador a jogar sozinho ou juntar mais amigos a jogar cooperativamente ou competitivamente, campeonatos, playoffs e torneios. Como sempre temos também uma série de opções onde podemos controlar uma série de parâmetros como activar ou desactivar foras-de-jogo, faltas (com ou sem castigos), lesões e fatiga, para além da opção clássica de definir o tempo real de cada partida. E claro, durante as partidas podemos sempre mudar de tácticas e por aí fora.

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Para além da formação, podemos também alterar a estratégia escolhida para cada partida.

O jogo utiliza o mesmo motor gráfico do seu predecessor, mas parece-me ser um pouco mais fluído. De qualquer das formas, não há assim muito mais a melhorar nos gráficos, tendo em conta as capacidades técnicas de uma consola de 16bit como a Mega Drive. Desde o primeiro FIFA até ao 98 para esta consola, não verão grandes melhorias nos gráficos, a não ser um eventual maior realismo com as cores dos equipamentos. E embora não tenha muito a ver com o tema, neste jogo os jogadores ainda possuem nomes fictícios. O som também é OK, com as reações dos “comentadores” e da plateia a serem bem competentes (a própria plateia até que está muito bem detalhada, por acaso). As músicas apenas podem ser ouvidas durante os menus e pausas do jogo, para não distrair o jogador da acção.

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Graficamente é um jogo competente, não há muito mais a melhorar para uma Mega Drive.

Agora vocês perguntam-me, hoje em dia vale a pena comprar isto? Bom… eu diria que não. Mas se por acaso não tiverem nenhum jogo de futebol para a Mega Drive, então este jogo não é uma má aposta, embora por motivos nostálgicos o FIFA 97 será sempre o meu preferido.

Mach Rider (Nintendo Entertainment System)

Mach RiderPara não variar, mais uma rapidinha que apesar de ser sobre um videojogo que até gosto bastante, também não tem muito que se lhe diga dado a sua simplicidade. E o jogo que trarei cá hoje é nada mais nada menos do que o Mach Rider, um jogo de corrida e combate num futuro apocalíptico e desenvolvido pela própria Nintendo, o que eu acharia algo muito improvável de acontecer nos dias de hoje. E este exemplar em específico, do qual possuo apenas o cartucho, chegou cá após uma troca com um particular, algures durante o mês passado.

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Cartucho europeu, por acaso gosto mais da artwork americana

Mach Rider decorre então num futuro em ruínas para a humanidade, após a Terra ter sido invadida pelas forças do mal. Apenas uma pessoa pode salvar todo o planeta, e claro que essa pessoa somos nós, pois afinal somos o “Mach Rider”. Existem aqui 3 ou quatro modos de jogo distintos, nomeadamente o Fighting Course, Endurance, Solo ou Design. O primeiro, talvez o que eu mais joguei ao longo de várias tardes entretido com a minha famiclone, é o modo principal do jogo, onde até vamos vendo a história a desenrolar-se entre cada um dos circuitos. Aqui corremos ao longo de várias “pistas” em plenos desertos, combatendo também uma série de inimigos que nos vão aparecendo à frente (e também por detrás se formos lentos) e evitando todos os obstáculos que se atravessem no nosso caminho.

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Sempre gostei do conceito pós-apocalíptico deste jogo, mesmo quando era uma criança.

Os controlos são simples, com um botão para acelerar e o outro para disparar. Travão? O que é isso? De resto, para além do óbvio que fazem os direccionais esquerdo e direito, podemos mudar de mudança os os direccionais para cima e baixo acabando também por controlar a velocidade dessa forma. Ainda no primeiro modo de jogo, que acaba por entrar em loop ao fim de 20 níveis, podemos escolher um de 2 circuitos para concorrer em cada nível, e conhecer o seu layout acaba por ser uma das chaves para o sucesso, pois basta bater nalgum obstáculo como um bidão ou rocha para explodirmos, sem mencionar as poças de óleo ou água que fazem com que a nossa moto deslize muito mais. O combate é interessante, pois para além de dispararmos rajadas de metralhadora, podemos também “encostar” os inimigos à berma da estrada e fazer com que eles mesmos batam contra os bidões ou rochas e se destruam. Tanto no Endurance como o Solo, o objectivo é similar, sendo uma espécie de Time Attack. Aqui o objectivo é fazer um certo número de quilómetros num determinado intervalo de tempo. A diferença entre ambos é que um contém inimigos, o outro apenas os obstáculos na estrada. Por fim temos o design que nos deixa criar os nossos próprios circuitos, tal como no Excitebike.

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O jogo possui um editor de circuitos que até é bem simples de se mexer, como se pode ver

Nos audiovisuais este é um jogo muito simples. A influência do filme Mad Max 2 é notória, até porque andamos aos tiros a motoqueiros num mundo pós apocalíptico em ruínas. Graficamente é muito pobrezinho, em especial nos detalhes da estrada e em especial do background, existindo apenas 3 imagens de fundo para os vários circuitos. Uma com umas rochas altas, outra com ruínas de uma cidade e uma outra com uma cidade grande e aparentemente ainda segura. Tudo o resto são apenas variações das cores, que afectam tanto a estrada e essas mesmas imagens de fundo, como o próprio Mach Rider e sua moto. As músicas também são poucas, mas sinceramente até acho que estão muito boas e adequam-se perfeitamente para esse cenário apocalíptico.

É um jogo que acho interessante, apesar de toda a sua simplicidade, mas também deve ser encarado como um videojogo de 1985, numa altura em que a Nintendo sozinha tentava re-erguer o mercado norte-americano das consolas de videojogos e para isso teve de desenvolver e lançar vários videojogos por ela própria, até ganhar o apoio definitivo das thirds. Gostava de ver a Nintendo a pegar novamente em algo deste género, embora com a sua política de desenvolver videojogos “para toda a família”, não me parece que alguma vez o venham a fazer.

NBA Live 95 (Sega Mega Drive)

NBA Live 95O tempo para escrever tem sido cada vez mais curto nos últimos dias, pelo que lá vai mais uma análise blitzkrieg, ou seja, um artigo bem curto sobre um jogo que simplesmente veio cá parar e não lhe dou muita importância. Os videojogos desportivos, salvo uma ou outra excepção serão os alvos principais de artigos deste género e este NBA Live 95 é mais um deles. Até porque pouco o joguei. E este meu exemplar foi comprado algures no final de Novembro na Feira da Vandoma do Porto, num bundle de jogos desportivos que não me deve ter ficado a mais de 1.5€ cada. Está em bom estado, embora lhe falte o manual multilínguas.

NBA Live 95 - Sega Mega Drive
Jogo com caixa e manual português

E apesar de a Electronic Arts ter lançado anteriormente vários outros jogos de basquetebol para vários sistemas, incluindo a própria Mega Drive, este é o primeiro da linha “NBA Live” e mais uma vez a Mega Drive foi uma das plataformas de destaque. Parece-me ser um jogo bem sólido assim como practicamente todos os jogos da EA Sports da época (excepto os de futebol americano que não faço puto de ideia do que fazer). Podemos jogar partidas individuais, torneios em playoffs ou até temporadas inteiras, com até 4 jogadores com recurso ao multi-tap. Podemos também customizar uma série de regras, e para além de estatísticas individuais para cada jogador, no modo campeonato também poderemos entrar com factores como cansaço ou lesões para tornar as coisas mais desafiantes a longo prazo. O que não é definitivamente para mim.

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Graficamente é um jogo bem competente para um sistema de 16bits como a Mega Drive

De resto, os controlos parecem-me simples e intuitivos, com um botão para correr, outro para passar a bola e um outro para tentar “encestar”. A jogabilidade é fluída e os visuais também são bem competentes para um jogo de 16bit, com detalhes interessantes de estatísticas do jogo a surgirem no ecrã ou mesmo as fotos dos jogadores da época. Parece-me um bom jogo de basquetebol para quem é fã do género, e por algum motivo os americanos até preferem esta versão da Mega Drive às restantes que lhe saíram nos anos seguintes.

Max Payne (PC)

Max PayneVoltando aos grandes clássicos do PC, o Max Payne foi um dos jogos mais esperados por mim na década passada. A primeira vez em que vi um trailer do jogo no saudoso programa Templo dos Jogos, e todos aqueles tiroteios em câmara lenta tal como no filme The Matrix, deixaram-me de tal forma com água na boca que passei a acompanhar o desenvolvimento desse jogo nos fóruns da antiga 3D Realms, produtora do Max Payne e também do Duke Nukem Forever que demorou muito mais até que visse a luz do dia. Mas antes que venham os paladinos da justiça corrigir-me, o papel da 3D Realms neste primeiro Max Payne foi de produtora, todos os créditos devem ir para a Remedy Entertainment, claro. Mas deixemo-nos de devaneios. Este meu exemplar foi comprado na Feira da Ladra em Lisboa, algures durante o mês passado, por 2€, estando completo e em óptimo estado.

Max Payne - PC
Jogo completo com caixa, manual e papelada

E de que se trata este Max Payne? Para mim, é simplesmente um dos melhores jogos de acção em 3D da última década (onde é que já disse isto?), onde jogamos no papel de Max Payne, um ex-detective que perdeu tudo o que tinha de valor na vida, após ver a sua esposa e bébé a serem brutalmente assassinados por um bando de drogados. Decide então tornar-se num agente infiltrado numa das mais perigosas organizações mafiosas de Nova Iorque para tentar conter o tráfico da nova droga da moda, o Valkyr. Mas como em todas as boas histórias de detectives, alguém dá com a língua nos dentes e Max é descoberto, sendo envolvido num massacre no metro de NY, que também deixa a polícia, sem saber que é um agente à paisana, no seu encalço. Sem nada a perder e com a angústia de Max a acompanhar-nos ao longo de todo o jogo, somos levados pelos seus monólogos a uma série de locais manhosos nos meandros do crime organizado de Nova Iorque, com muitos tiroteios à mistura e uma conspiração crescente.

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O bullet time foi um dos maiores selling points deste jogo e eu não me cansei nada dele

Mas claro, não poderíamos deixar de falar do Max Payne sem referir a sua óptima jogabilidade, sendo um shooter 3D na terceira pessoa, mas com os óptimos controlos que estamos habituados nos FPS modernos com teclado e rato. E para apimentar ainda as coisas, podemos usar e abusar do chamado bullet-time, que abranda a toda a acção (excepto o nosso movimento com o rato), permitindo-nos assim disparar em grande estilo em pleno voo num salto prolongado, e limpar o sebo a um conjunto de bandidos de uma só vez. Para isso, ao lado do nosso indicador de saúde (cuja pode ser restabelecida tomando os painkillers que encontramos ao longo da aventura) temos uma ampulheta que vai descrescendo à medida em que vamos utilizando esta habilidade do bullet time. Por outro lado, ao não a usar, essa mesma ampulheta vai-se regenerando, obrigando-nos assim a usar este sistema com algum cuidado para não tornar a acção demasiado fácil. Ainda dentro do bullet-time, também podemos ver o rasto das balas certeiras disparadas de uma sniper rifle, algo também utilizado depois em jogos como Sniper Elite.

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A maior parte das cutscenes são mostradas desta forma, como se uma BD se tratasse, mas com a narração da personagem.

 

Para quem gosta daquele estilo “noir“, este é um dos melhores videojogos que o utilizam, tanto nos cenários, pois jogamos uma Nova Iorque decrépita, gélida e austera, como na personagem Max Payne e sua situação desesperante que se vê envolvido. As cutscenes entre cada nível são apresentadas num estilo também noir de banda desenhada, dignas de obras de um Frank Miller, mas narradas pela voz deprimida de Max. Aliás, os monólogos de Max são algo que vamos ouvindo ao longo de todo o jogo, mesmo nos seus pesadelos, os quais também visitamos e sinceramente foram das partes do jogo que mais gostei. O que já não gostei tanto foi de um pequeno aspecto que já refiro em seguida.

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Eventualmente também jogamos nos pesadelos de Max.

Graficamente sempre achei este Max Payne um óptimo jogo. Os cenários sempre foram bem detalhados e transmitiam brilhantemente a atmosfera algo sombria e austera que o jogo sempre tentou transparecer. Tudo excepto numa coisa, na cara do próprio Max Payne. Pode ser picuinhice minha, mas nunca gostei muito dele neste jogo, sempre me pareceu uma cara bastante jovem e “limpinha” e que se desenquadrava um pouco do resto. Mas sim, sei perfeitamente que a Remedy tinha um budget apertado e os seus funcionários, amigos e familiares deram as caras para todas as personagens no jogo, com Max Payne a ser encarnado no seu próprio criador, Sam Lake. Mas acho que no segundo jogo acertaram definitivamente no look da personagem, embora sinceramente quando era mais novo e joguei ambos os jogos na sua altura, pensei precisamente o contrário. A música apenas toca quando estritamente necessário e bem, já o voice acting sinceramente achei muito bem conseguido, mediante todas as outras limitações.

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A atmosfera deste jogo e da sua sequela são excelentes, pena que no terceiro tenham mudado por completo o ambiente.

Tenho alguma pena que a Remedy tenha vendido os direitos de propriedade intelectual de Max Payne à Take-Two e seja agora a Rockstar a tomar conta da série. Por um lado a Rockstar não faz propriamente maus jogos e por tudo o que vi do Max Payne até agora, parece-me ser um shooter muito sólido. Mas, a mudança de uma Nova Iorque fria para as favelas solarengas do Brasil parece-me muito grande e retira-lhe alguma da sua “magia”. Mas espero sinceramente estar enganado!