Para não variar, mais uma rapidinha que apesar de ser sobre um videojogo que até gosto bastante, também não tem muito que se lhe diga dado a sua simplicidade. E o jogo que trarei cá hoje é nada mais nada menos do que o Mach Rider, um jogo de corrida e combate num futuro apocalíptico e desenvolvido pela própria Nintendo, o que eu acharia algo muito improvável de acontecer nos dias de hoje. E este exemplar em específico, do qual possuo apenas o cartucho, chegou cá após uma troca com um particular, algures durante o mês passado.
Mach Rider decorre então num futuro em ruínas para a humanidade, após a Terra ter sido invadida pelas forças do mal. Apenas uma pessoa pode salvar todo o planeta, e claro que essa pessoa somos nós, pois afinal somos o “Mach Rider”. Existem aqui 3 ou quatro modos de jogo distintos, nomeadamente o Fighting Course, Endurance, Solo ou Design. O primeiro, talvez o que eu mais joguei ao longo de várias tardes entretido com a minha famiclone, é o modo principal do jogo, onde até vamos vendo a história a desenrolar-se entre cada um dos circuitos. Aqui corremos ao longo de várias “pistas” em plenos desertos, combatendo também uma série de inimigos que nos vão aparecendo à frente (e também por detrás se formos lentos) e evitando todos os obstáculos que se atravessem no nosso caminho.
Os controlos são simples, com um botão para acelerar e o outro para disparar. Travão? O que é isso? De resto, para além do óbvio que fazem os direccionais esquerdo e direito, podemos mudar de mudança os os direccionais para cima e baixo acabando também por controlar a velocidade dessa forma. Ainda no primeiro modo de jogo, que acaba por entrar em loop ao fim de 20 níveis, podemos escolher um de 2 circuitos para concorrer em cada nível, e conhecer o seu layout acaba por ser uma das chaves para o sucesso, pois basta bater nalgum obstáculo como um bidão ou rocha para explodirmos, sem mencionar as poças de óleo ou água que fazem com que a nossa moto deslize muito mais. O combate é interessante, pois para além de dispararmos rajadas de metralhadora, podemos também “encostar” os inimigos à berma da estrada e fazer com que eles mesmos batam contra os bidões ou rochas e se destruam. Tanto no Endurance como o Solo, o objectivo é similar, sendo uma espécie de Time Attack. Aqui o objectivo é fazer um certo número de quilómetros num determinado intervalo de tempo. A diferença entre ambos é que um contém inimigos, o outro apenas os obstáculos na estrada. Por fim temos o design que nos deixa criar os nossos próprios circuitos, tal como no Excitebike.
Nos audiovisuais este é um jogo muito simples. A influência do filme Mad Max 2 é notória, até porque andamos aos tiros a motoqueiros num mundo pós apocalíptico em ruínas. Graficamente é muito pobrezinho, em especial nos detalhes da estrada e em especial do background, existindo apenas 3 imagens de fundo para os vários circuitos. Uma com umas rochas altas, outra com ruínas de uma cidade e uma outra com uma cidade grande e aparentemente ainda segura. Tudo o resto são apenas variações das cores, que afectam tanto a estrada e essas mesmas imagens de fundo, como o próprio Mach Rider e sua moto. As músicas também são poucas, mas sinceramente até acho que estão muito boas e adequam-se perfeitamente para esse cenário apocalíptico.
É um jogo que acho interessante, apesar de toda a sua simplicidade, mas também deve ser encarado como um videojogo de 1985, numa altura em que a Nintendo sozinha tentava re-erguer o mercado norte-americano das consolas de videojogos e para isso teve de desenvolver e lançar vários videojogos por ela própria, até ganhar o apoio definitivo das thirds. Gostava de ver a Nintendo a pegar novamente em algo deste género, embora com a sua política de desenvolver videojogos “para toda a família”, não me parece que alguma vez o venham a fazer.