Broken Sword: The Sleeping Dragon (PC)

Broken Sword The Sleeping Dragon

Após 2 jogos de sucesso lançados sucessivamente, o estúdio Revolution deixou a série de lado durante alguns anos, até que em 2003 lançou finalmente o terceiro capítulo da saga para o PC, PS2 e Xbox. Infelizmente muitas mudanças foram feitas à jogabilidade, a começar nos gráficos e movimentação 3D e o abandono do conceito “point and click“. Compreendo que mudanças teriam de ser feitas pois o género de jogos de aventura já há muito que estava gasto e imensas séries conceituadas acabaram por ir para o Limbo. Ainda assim, na minha opinião deram imensos passos na direcção errada. Mas já lá vamos. Tal como os outros 2 Broken Sword, este jogo foi comprado numa Steam sale a um preço tão irrisório que aconselho toda a gente a comprar. Edit: recentemente comprei um exemplar físico a um particular por 4€.

Jogo com dois discos, caixa e manual PT

O jogo decorre uns tempos após a segunda aventura, com o “casalinho” George Stobbart e Nicole Collard a seguirem cada um as suas vidas. Mas mais uma vez o destino os traz juntos, quando um hacker parisiense que se encontrava a desencriptar um manuscrito antigo e um arqueólogo em pleno Congo são ambos assassinados por intermédio de uma nova organização secreta, formada após a queda dos Neo-Templários no primeiro Broken Sword. O jogo vai-se desenrolando até que a trama começa a adquirir alguns contornos sobrenaturais, com civilizações antigas bastante avançadas tecnologicamente, dragões e uma energia bastante poderosa produzida pelo planeta que os vilões querem controlar a todo o custo.

A jogabilidade foi notoriamente adaptada para as consolas, com a versão PC sem qualquer suporte ao rato, mesmo para navegar nos menus iniciais. A falta de um analógico no PC é um pouco limitativa no movimento da personagem, principalmente por não se ter qualquer controlo sob a câmara e quando o jogo decide mudar os ângulos por vezes pode ser incomodativo. Foi bastante frustrante num ou noutro segmento que passo já a explicar: em certos pontos do jogo vão existir alguns momentos em que a personagem pode morrer, para que isso não aconteça é necessário correr ao longo de um corredor sem qualquer demora de maior e por vezes essa mudança no ângulo acabou por levar a um “game over” desnecessariamente. Felizmente quando isso acontece o jogo recomeça automaticamente do momento anterior, para uma nova tentativa.A movimentação entre obstáculos também poderia ser melhor executada. Outra coisa que surgiu neste jogo foi a implementação de alguns “Quick Time Events“, algo que nunca fui particularmente fã. Felizmente apenas consistem em pressionar sempre o mesmo botão num ou noutro momento chave.

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A aventura de George começa com um pequeno desastre aéreo e logo com um “puzzle” de arrastar caixotes.

Outros elementos “novos” na série são algumas secções em que exige stealth para infiltrar (ou escapar) certos locais. No jogo anterior já existia uma ou outra secção do género, mas aqui aparecem em maior número. De resto o progresso no jogo assenta essencialmente na exploração dos cenários, interacção entre objectos e diálogos chave com certas pessoas, nada de novo aqui. Existem puzzles, desta vez mais adequados a um jogo de aventura em 3D. Ainda assim existe um exagero nuns puzzles tradicionais de arrastar caixotes/pedras ao longo de várias secções para aceder a outras áreas. Estes puzzles repetem-se muitas vezes e acabam por ser completamente desinspirados.

Graficamente o jogo não é nada de especial, mesmo para uns padrões de 2003. Ainda assim as animações pareceram-me interessantes. O factor nostalgia existe ao longo do jogo todo, com algumas áreas clássicas a serem revisitadas, ou mesmo o regresso de alguns items, uns mais úteis que outros. O voice-acting continua excelente, ao menos isso. O jogo mantém um bom sentido de humor, essencialmente na secção que decorre em Inglaterra, com personagens mais carismáticas. Ainda assim, está uns furos abaixo do charme que o jogo original tinha neste campo.

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A praça de Mountfaçon regressa em 3D. Os veteranos irão reconhecer aquela personagem.

Tenho pena que a série tenha enveredado por este caminho, existe um quarto jogo que é igualmente em 3D, mantendo diversos elementos da jogabilidade deste jogo presentes. Pelo que li algures, parece que corrigiram algumas falhas deste jogo, mas ainda assim preferia de longe a velha fórmula dos clássicos. Os fãs acham o mesmo e existe por aí um fangame intitulado Broken Sword 2.5, sendo este completamente em 2D e incorporando todos os elementos da jogabilidade clássica. Não sei o que a Revolution anda a planear fazer com a série, mas gostaria que regressassem às origens definitivamente. Com o a popularidade actual da distribuição digital de videojogos, certamente seria mais fácil para a empresa agradar a um certo nicho de mercado, como fazem muitas outras. Veremos.

Broken Sword II: The Smoking Mirror (PC)

O Broken Sword original agradou-me tanto que peguei logo neste em seguida. Embora seja igualmente um jogo de qualidade, aqui pareceu-me uns furinhos abaixo, por não ter personagens tão carismáticas como no jogo anterior. Esta é a versão Remastered que foi adquirida numa Steam Sale por uma pechincha. A versão remastered acrescenta algum novo artwork, nomeadamente uns retratos das personagens sempre que há diálogos, embora desta vez sejam completamente animados. Para além do mais, a partir de um certo ponto no jogo, é também desbloqueada uma pequena banda desenhada que narra os acontecimentos antes desta aventura.

Broken Sword 2: The Smoking MirrorEnquanto o jogo anterior lidava com o misticismo evolvendo os Cavaleiros Templários, este aqui está relacionado com um mistério envolvendo os Maias. Começando uns meses após os eventos anteriores, George e Nicole são convidados a visitar um conceituado professor/arqueólogo da cultura Maia para observar um objecto místico qualquer. Quando lá chegaram acabaram por ser vítimas de uma cilada, com Nicole a ser raptada e George deixado a morrer numa casa em chamas. Após George se conseguir safar do incêndio, procura resgatar Nicole e ao mesmo tempo tentar resolver o mistério que está por detrás da coisa, fazendo a dupla viajar a vários pontos do globo, como América Central, Caraíbas, Paris ou Londres.

A jogabilidade é idêntica à do jogo anterior, com as personagens poderem-se movimentar ao longo de cenários fixos, podendo interagir com diversos outros NPCs e objectos, precisando por vezes de combinar items, utilizar objectos nos locais ou pessoas certas para prosseguir, para além de ser necessário por vezes resolver alguns puzzles mais literais. O que se manteve neste “Remaster” face ao anterior foram as “death sequences“, onde em algumas fases do jogo iriam existir mesmo alguns conflitos que necessitariam de alguma execução rápida e/ou planeada anteriormente, com o risco da personagem morrer e game over.

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Parte da cutscene onde Nicole é raptada

Embora acho que seja um jogo com muita qualidade, penso que muito do charme original foi-se perdendo. O primeiro jogo tinha imensas personagens muito peculiares e carismáticas, com um sentido de humor bastante acirrado. Aqui não é tanto o caso e, mesmo com algumas personagens do jogo anterior voltarem a aparecer, muito do seu “charme” original perdeu-se. Um exemplo bastante concreto para mim é o gendarme velhote de Paris, bastante preguiçoso. Neste jogo tornou-se uma personagem bem menos conseguida, por exemplo. Ainda assim tem os seus momentos e devo admitir que teve a sua graça perguntar a toda a gente o que achava de uma certa peça de roupa interior feminina.

Tal como no “remaster” anterior, aqui existe uma dicotomia de artwork. Por um lado temos o visual completamente cartoony original, presente no jogo em si e nas cutscenes, por outro lado temos o desenho mais moderno e inspirado em banda desenhada europeia, presente nos “retratos” das personagens durante os diálogos, ou mesmo na própria banda desenhada extra que desbloqueamos a um certo ponto do jogo. O voice acting é mais uma vez de muito boa qualidade, com actores convincentes. A qualidade áudio em si é também muito melhor que no jogo anterior, onde eram bem notórias as diferenças da qualidade os diálogos novos para os originais.

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Aqui também experimentaram um pouco com alguma CG, era melhor que não o tivessem feito

No fim de contas, apesar de não ser excelente como o original, Broken Sword II é para mim um bom jogo de aventura para quem gosta do género. Infelizmente o estúdio Revolution viria a alterar a fórmula para os jogos seguintes, com a transição para o 3D e novas mecânicas de jogo. Mas isso fica para outro artigo.

Broken Sword: Shadow of the Templars Director’s Cut (PC)

Nunca perdi muito tempo com aventuras gráficas, apesar de achar que geralmente possuem histórias bastante interessantes e com personagens bem carismáticas. Uma das recordações que tenho deste Broken Sword é de ver o saudoso Templo dos Jogos a mostrar a cutscene onde um indivíduo vestido de palhaço explode um pequeno café em Paris onde o protagonista do jogo se encontrava. Lembro-me de ficar bastante impressionado com as animações do jogo na altura. Fiquei então com o bichinho atrás da orelha em um dia jogar este jogo, até que vi o conjunto dos 3 primeiros jogos à venda numa mega promoção da Steam, com um preço menor que 2€. Não me arrependo nada da pechincha.

Broken Sword Shadow of the DragonEsta versão é uma Director’s Cut, que tinha sido lançada originalmente para Wii e DS em 2009, tendo saído para PC no ano seguinte. Inclui alguns segmentos novos, precisamente uma sub-aventura protagonizada por Nicole Collard antes e durante os acontecimentos do jogo original. O jogo começa então com a jovem jornalista Nicole prestes a entrevistar uma importante personalidade francesa que teve algumas ligações misteriosas com o seu pai. Um pouco antes de a entrevista em si começar essa pessoa é assassinada por alguém mascarado, e Nicole começa então a investigar o motivo do assassinato. Algum tempo depois a narrativa passa para a personagem principal George Stobbart, um detective americano que se encontrava a passar férias tranquilamente em Paris, refastelado num cafézinho a apreciar uma empregada jeitosa. Até que surge alguém mascarado de palhaço com uma concertina, deixa a concertina no café, vai-se embora e o café explode, matando um idoso que por lá andava. Havendo ligação entre os 2 assassinatos, a George e Nicole juntam-se para resolverem o mistério por detrás da coisa. Como já devem ter adivinhado pelo subtítulo, a história envolve o misticismo dos Templários.

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ODEIO profundamente puzzles deste tipo

A jogabilidade é a normal de um jogo de aventura point and click. Com o rato vamos clicando em vários pontos do cenário, movendo a personagem e interagir com outros objectos e pessoas. Existem vários puzzles pelo meio que exigem alguma interação entre objectos específicos e o cenário, conversar com pessoas chave da maneira correcta, ou mesmo resolvendo puzzles literalmente. Nos primeiros momentos do jogo temos de resolver um duplo puzzle daqueles de arrastar painéis dentro de um quadrado, coisa que eu sempre abominei. Infelizmente neste Director’s Cut é impossível George morrer ao interagir com o cenário ou outras personagens. As “death scenes” eram bastante comuns nos jogos de aventura e isso foi removido neste Director’s Cut.

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Esta é a interface de diálogo. Em cima são os assuntos sobre os quais podemos falar, em baixo o inventário que temos disponível no momento.

Nota-se uma dualidade na apresentação audiovisual. Nas partes novas do jogo com a Nicole como protagonista, os gráficos estão muito bem definidos, com os desenhos a assumir um estilo mais moderno de banda desenhada europeia. No resto do jogo o artwork original e respectivas cutscenes foram mantidos, notando-se uma diferença notável no estilo do desenho. O Director’s Cut possui também uns quadradinhos com o retrato das personagens que vão falando, e embora os retratos sejam estáticos, vão alterando ligeiramente as expressões faciais mediante o discurso. E isto leva-me ao que mais gostei neste Broken Sword, o voice acting. Apesar de Nicole ter  sido gravada por duas actrizes diferentes, o voice acting no geral é soberbo, assim como os diálogos. Nota-se bem que o jogo foi produzido por um estúdio de origem britânica pelo humor que empregam. Os diferentes sotaques das personagens que vamos encontrando nos diferentes países que visitamos está fantástico, assim como a maneira que representaram diversos esteriótipos. As personagens possuem imenso carisma, e eu bem que perdi todo o tempo do mundo a experimentar todas as opções de diálogo, mesmo as mais estapafúrdias só para ver a reacção que obtinha. Infelizmente é também bastante notória a diferença de qualidade entre o material áudio novo e o antigo. A música é no geral também é de elevada qualidade, com uma toada bem mais ambiental, de acordo com os diferentes locais em que estejamos.

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George e Nicole, juntos pela primeira vez. Os retratos na parte superior do ecrã são algo novo neste Director’s Cut, a arte é mais moderna.

Tendo em conta que neste momento o jogo está para venda no Steam por cerca de 80 cêntimos, e os 3 primeiros jogos por 1 euro e pico, acho que são preços excelentes para jogar uma dos mais bem conceituados jogos de aventura europeus.

Bioshock 2 (PC)

Bioshock 2 PCO Bioshock original foi um dos FPS da corrente “geração”  que mais me agradou, pela sua história, estética e uma jogabilidade que oferecia imensas possibilidades. Quando um jogo como o Bioshock tem sucesso, uma sequela é practicamente inevitável. E foi o que realmente aconteceu uns 3 anos depois. Mas embora este jogo no geral mantenha a qualidade do original, a verdade é que poucas inovações foram feitas, e ao revisitar o mundo de Rapture parece que estamos a jogar uma espécie de Expansion Pack do jogo anterior. A minha cópia foi comprada algures em 2012 na Mediamarkt do Parque Nascente no Porto, tendo custado uns 10€.

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Jogo completo com caixa e manual

O início do jogo começa com uma cutscene onde encarnamos num Big Daddy a ser confrontado por uma tal Dra. Lamb, que utiliza um plasmid para nos controlar a mente, separando-nos da nossa Little Sister Eleanor e forçando-nos a cometer suicídio com um tiro de revólver na cabeça. Uns momentos depois damos por nós a ser ressuscitados numa Vita-Chamber, 8 anos após o acontecimento anterior, numa Rapture em ruínas. Durante esse tempo e após a derrota de Andrew Ryan no jogo anterior, a Dra. Sofia Lamb tomou posse da cidade, continuando as experiências no campo dos plasmids, onde acabou por criar as Big Sisters, umas versões bem mais agressivas e ágeis das Little Sisters que eventualmente cresceram. A nossa personagem, Subject Delta vê-se então forçado pela ligação que possui com Eleanor a procurá-la, explorando o que resta de Rapture entretanto, desvendando o que foi acontecendo ao longo do tempo em que esteve “morto”. Devo dizer que o final do jogo é bastante troll, mas não me vou alongar nisso.

As diferentes possibilidades de gameplay do Bioshock original também estão cá presentes, embora com algumas novidades. Que me tenha apercebido, todos os plasmids e tonics do jogo original estão cá presentes, embora em Bioshock 2 tenham criado vários novos. A diferença entre os plasmids e os tonics é que os primeiros conferem habilidades activas, como ataques de fogo, gelo, eléctricos, entre muitos outros que permitem maneiras completamente diferentes de abordar os combates, como hipnotizar inimigos uns contra os outros, colocar decoys para serem atacados, entre muitos outros. Os tonics já por si conferem habilidades passivas que não necessitam de ser activadas, como dar mais dano, carregar mais medkits, entre outros. Em Bioshock 2 a variedade de Tonics também é maior. Em relação ao armamento, como controlamos um Big Daddy usamos as armas próprias desta “espécie”, como a rivet gun ou a clássica broca de perforar, entre várias outras que iremos encontrar ao longo do jogo, como shotguns, metralhadoras ou spear guns. Ao longo do jogo iremos encontrar diversas vending machines. Estas máquinas podem servir para comprar munições, alimentos ou items restaurativos no geral. Existem também outras máquinas mais específicas, sejam para comprar plasmids e/ou tonics ou realizar upgrades a armas.

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Apesar de os níveis serem suficientemente largos que permitam uma maior exploração, o progresso entre as áreas é inteiramente linear

A interacção com estas máquinas e outros equipamentos mecânicos no geral como câmaras de vigilância ou turrets traz à baila um outro conceito interessante dos Bioshock, o hacking. Tal como no jogo anterior é possível utilizar as nossas skills de hacker para obter items mais baratos (em máquinas de vending), ou de tomar controlo de turrets ou câmaras de vigilância para que as mesmas ataquem os nossos inimigos. No jogo anterior, este processo era um pouco aborrecido, pois os puzzles eram demasiado complicados por vezes. Desta vez as coisas ficaram bem mais simplificadas com puzzles onde apenas temos de ter cuidado com o timing em que apertamos o botão referido. Para além disso, uma das armas que encontramos serve precisamente para auxiliar o hacking, possuindo dardos que permitam fazer o hack à distância, o que é óptimo para surpreender alguns inimigos. Para além disso, existem ainda algumas munições especiais que fazem o hacking automaticamente. Outro aspecto interessante neste Bioshock 2 é a envolvência com as Little Sisters. Tal como no jogo anterior, elas estão sempre acompanhadas de um Big Daddy, que temos de derrotar. Após o derrotarmos, podemos tomar controlo da Little Sister e procurar cadáveres para que a pequerrucha possa extrair o ADAM dos mesmos. Este ADAM é o que permite posteriormente adquirir mais plasmids e tonics nas máquinas de vending especializadas. Existem várias Little Sisters por nível, sendo que cada uma pode extrair ADAM de 2 cadáveres. Quando estamos nesse processo, começam a chegar imensas waves de splicers a tentar matar a Little Sister que temos de a proteger a todo o custo. Quando cada Little Sister que adoptamos cumpre a sua obrigação, temos a hipótese de a salvar, tornando-a novamente “humana”, ou matá-la para adquirir uma dose maior de ADAM. A escolha que fazemos tem influência no final que obteremos.

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As novas Big Sisters são extremamente ágeis e com ataques poderosos.

Graficamente o jogo não me cativou muito, pelo menos não tanto como o original. Apesar de muitas das localidades de Rapture estarem em ruína, os visuais mantiveram-se muito familiares. Depois a conversão para PC deste jogo não ficou muito boa. Para além dos bugs que existem devido ao serviço Games for Windows Live ser a trapalhice que é, algumas placas gráficas mesmo que sejam recentes têm problemas com a versão Direct X 10 do jogo, forçando o mesmo a correr no DX9, com gráficos um pouco inferiores. Mas ainda assim não deixa de ser uma experiência divertida. Existe também um modo multiplayer, cujo decorre na noite em que Rapture passa a ficar completamente descontrolada. Infelizmente os servidores estavam desertos pelo que não o experimentei. Pelo que li no manual, para além de modos de jogo baseados em deathmatch e capture the flag (neste caso capture the sister) e last man standing, existem mais uns 3 modos de jogo: Turf War é uma variante do modo conquest de outros jogos como Battlefield, onde diferentes equipas têm de controlar diversos pontos espalhados pelos mapas. Por fim restam os ADAM Grab e Team ADAM Grab, onde o objectivo é alguém segurar ao colo uma Little Sister pelo máximo de tempo possível. Diversos elementos da jogabilidade do modo single player estão aqui também presentes, como o uso de plasmids, tornar-se num Big Daddy, hacking de máquinas e utilização de máquinas de vending.

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Os Big Daddies são inofensivos até serem provocados

Bioshock 2 é um bom jogo para quem gostou da aventura anterior. Jogar com um Big Daddy é uma experiência interessante, e os confrontos com as Big Sisters são por norma bastante exigentes. O uso de diferentes Plasmids e Tonics permite encarar cada combate de uma forma diferente, mas ainda assim tudo me pareceu bastante familiar. É bom que o próximo Bioshock vá mudar completamente de ares, é tempo de deixar Rapture afogar-se.

Phantasy Star Portable (Sony Playstation Portable)

Phantasy Star PortableUltimamente tenho voltado a explorar a saga Phantasy Star, essencialmente o story arch de Phantasy Star Universe que nunca tinha jogado antes. Não contando com os spin offs Phantasy Star Gaiden e Adventure, exclusivos da Game Gear para o mercado japonês, Phantasy Star Portable foi o primeiro “grande” jogo da série especialmente para as consolas portáteis, trazendo consigo grande parte das mecânicas de jogo introduzidas em Phantasy Star Universe. A minha cópia foi adquirida na loja portuense TVGames, não me tendo custado mais de 7€, se a memória não me falha. Infelizmente é uma versão “Essentials”, mas pelo preço não me pareceu mau negócio.

Phantasy Star Portable - Sony Playstation Portable
Jogo completo com caixa e manual – versão Essentials

A história de Phantasy Star Portable serve de ponte entre Phantasy Star Universe e a sua expansão Ambition of the Illuminus, introduzindo algumas personagens que mais tarde iriam  surgir na expansão, como a instrutora dos GUARDIANs Laia Martinez, a vilã Helga ou a CAST topo de gama Vivienne. Encarnamos então num herói criado à nossa medida, algum tempo após o primeiro ataque SEED, logo na altura em que “graduamos” de trainee GUARDIAN para o cargo em si. Com essa graduação ficamos também responsáveis por treinar Vivienne, uma CAST bastante avançada, com traits mais humanos, como sentir emoções. Ao longo da aventura e das missões que vamos cumprindo como GUARDIANs, Vivienne vai sendo mais “educada” do mundo que a rodeia, bem como lidar com as emoções que vai sentindo. Em relação ao plot em si, é neste jogo que os conflitos com a organização misteriosa Illuminus começam, com o primeiro aparecimento da vilã Helga. A título de curiosidade, para quem jogou ou está a pensar em jogar a expansão Ambition of the Illuminus, o envolvimento da Illuminus no conflito bem como o de Helga só se tornam claros no Episode 3, cujo está acessível apenas online. Visto que todos os servidores oficiais do PSU foram encerrados, os fãs ficaram por fora da melhor parte da história. Felizmente houve quem gravasse todas as cutscenes, estando as mesmas disponíveis no youtube.

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Um dos bosses que iremos enfrentar

Não me vou adiantar muito sobre a jogabilidade, leiam os posts do PSU e Ambition of the Illuminus para o efeito. Aqui irei apenas mencionar o que foi feito de diferente. Bom, em primeiro lugar as 4 cidades que podemos visitar passaram a ficar completamente estáticas. Para entrar em lojas ou outros edifícios temos de o fazer através de menus. Para interagir com outros NPCs, o mesmo é feito como se um point-and-click se tratasse. Para piorar as coisas, os NPCs não estão representados como sprites, mas como pontos com um smiley no ecrã. Contudo, ao tocar num NPC é aberta uma janela de diálogo separada, onde se mostram artworks 2D detalhados das personagens. Ao menos desta forma o mundo de PSU acaba por ter mais alguma variedade de caras. O fluxo do jogo está na mesma dividido entre Story Missions, necessárias para se avançar no jogo, ou as Free Missions, que à medida que vão sendo desbloqueadas, podem (e devem!) ser jogadas sempre que o jogador assim o quiser. Em ambas as missões é possível escolher o grau de dificuldade, que varia de C até S. Mediante a escolha, os inimigos são mais fortes e o loot que podemos encontrar também é mais valioso. Felizmente neste jogo eliminaram por completo o contador de tempo nos trials, permitindo ao jogador que explore os mapas de uma forma mais calma.

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Os Beasts podem activar o Nanoblast, transformando-se temporariamente em animais com elevado poderio físico

Tal como nos PSU, é possível criar jogadores de 4 raças diferentes, sendo que se pode ir alternando de classe (Hunter, Ranger ou Force) sempre que se queira. Neste jogo foram introduzidas algumas novas classes, sejam extensões das classes anteriores (permitindo utilizar novas e mais fortes armas e armaduras), ou classes que misturam um pouco das anteriores. O sistema de skills/bullets/tech também foi algo modificado: mediante a classe escolhida, apenas podemos “evoluir” as mesmas até um determinado nível. Foram também colocadas mais algumas restrições de equipamento, mediante a classe escolhida. Eu sempre joguei maioritariamente como Hunter, uma classe melee com grande porte físico e em jogos anteriores poderia na mesma utilizar algumas TECHs de Force, como a Resta que é bastante útil. Aqui como Hunter isso não é possível. A customização do nosso quarto também foi sacrificada neste jogo, não que isso me tenha interessado muito. No seu lugar implementaram uma série de outras coisas que me pareceram bem mais interessantes. Existe um bestiário que podemos consultar, com informação das criaturas/bosses que já tenhamos derrotado, bem como um logbook de todas as armas que nos vão passando pelas mãos. Ainda mais, o jogo tem um sistema interno de achievements que pode ser também lá consultado, sendo que o jogador é recompensado com bons items sempre que atinja um. A vertente multiplayer, especialmente o online, é o foco da série desde o lançamento de Phantasy Star Online em 2000, para a Dreamcast. Aqui o online foi inteiramente descartado, embora a PSP ter uma estrutura online que o permitisse. É possível jogar com até 4 jogadores, mas apenas numa rede local. Considerando que até o Phantasy Star Zero para a Nintendo DS (excelente portátil na minha opinião, mas com uma fraca estrutura online) suporta jogo online, é de estranhar que a Sega não tenha aproveitado esta característica, coisa que o fizeram nas sequelas Portable 2 e Infinity.

Graficamente é um bom jogo para a PSP. Ainda assim os assets são inteiramente partilhados com o PSU e sua expansão, o que pode acabar por cansar um pouco quem já tiver jogado os jogos anteriores até à expansão. Existem alguns inimigos novos, mas novas paisagens nem por isso. As cutscenes em 3D são mínimas, tanto em CG como utilizando o motor gráfico do jogo. A grande parte da história é contada através de balões de diálogo em conjunto com imagens 2D dos intervenientes, como se uma visual novel se tratasse. Contudo, todos os diálogos importantes possuem voice acting, algo que não foi feito em Ambition of the Illuminus. Para o bem ou para o mal, os actores que deram as vozes aos personagens parecem ser os mesmos (excepto para o Headmaster Nav que me parece ter uma voz diferente).

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Existem imensas armas, umas menos convencionais que outras…

Apesar de não possuir uma estrutura online, é um jogo que recomendo vivamente aos donos de uma PSP, seja para fãs da série Phantasy Star, como para fãs de RPGs hack and slash no geral. Ainda assim, comecei há pouco o Phantasy Star Portable 2 e a evolução é bem mais evidente, sendo aparentemente um jogo mais extenso, com mais possibilidades de customização e mais inovações à fórmula. Mas isso fica para outro dia.