Super Kick Off (Sega Mega Drive)

Mais uma rapidinha a um jogo desportivo, desta vez à versão Mega Drive do Super Kick-Off, depois de já cá ter trazido as versões 8bit para a Master System e Game Gear. Curiosamente a versão Mega Drive já saiu quase 2 anos depois das versões 8bit, sendo um jogo já algo diferente e sem algumas das decisões estranhas que tinham tomado na versão 8bit, como a opção de escolher estrangeiros estar associada à linguagem escolhida do jogo. O meu exemplar foi comprado numa loja online algures durante o mês de Abril, tendo-me custado algo à volta dos 5€.

Jogo com caixa e manual

O jogo possui diversos modos de jogo como seria de esperar, mas a menos que já estejam familiarizados com as mecânicas de jogo da série Kick Off, recomendo vivamente que comecem pelo modo de treino, onde poderemos treinar a “simples” arte de controlar a bola, bem como algumas jogadas específicas, como centros ou a marcação de penalties. É que este Super Kick Off é daqueles jogos de futebol com a bola solta, ou seja é muito difícil mudar de direcção em controlo da bola. Basicamente temos de mudar de direcção apenas quando o jogador está em pleno contacto com a bola caso contrário mudamos nós de direcção e a bola continua a ir sozinha. Mesmo para passar, com o botão B, temos de o deixar pressionado perto da bola para a segurar, escolher a direcção do passe e só depois soltar o botão. É um jogo que exige portanto muita práctica e, apesar de por defeito a jogabilidade ser muito rápida, é possível tornar o jogo mais lento, o que será certamente uma ajuda.

As cores dos uniformes nem sempre batem certo…

De resto temos uma série de clubes internacionais (de entre as quais uma certa equipa da capital), algumas selecções nacionais, incluindo a portuguesa, mas também um maior foco na liga inglesa. Para além de partidas amigáveis poderemos também criar ligas ou diversos tipos de torneios com as equipas/selecções disponíveis. Poderemos editar as equipas, os seus jogadores e naturalmente, antes de cada partida, seleccionar a sua táctica e o 11 inicial. Outras opções como faltas, tipo de relvado ou condições metereológicas podem também ser ajustadas.

Graficamente é um jogo simples, com o jogo a possuir uma vista de cima, mas com os jogadores maiores e com mais detalhe do que o Sensible Soccer, por exemplo. A acompanhar as partidas temos também uma espécie de radar que mostra o posicionamento dos jogadores e da bola, sinceramente acho-o bastante distractivo, até porque não é fácil perceber onde está a bola, pois esta é um pequeno ponto branco nesse radar. O problema é que os jogadores de ambas as equipas são pontos negros e brancos, portanto a bola acaba por se confundir. A nível de audio, nada a apontar. Os efeitos sonoros não são nada do outro mundo mas também não são irritantes e as músicas até que são agradáveis.

Este radar estava de facto a tirar-me um pouco do sério

Portanto este Super Kick-Off, apesar de ser um jogo na minha opinião melhor idealizado do que as suas versões 8bit, não é certamente um jogo de futebol que irá agradar a toda a gente, pela sua jogabilidade muito particular e frenética. Mas experimentem se tiverem a oportunidade de o jogar e digam de vossa justiça, até porque hoje em dia perco muito pouco tempo com videojogos desportivos.

World Class Leaderboard (Sega Master System)

Voltando à Master System, vamos ficar com mais um jogo de golf, o último nos próximos tempos, pelo menos para esta consola, já que para a Mega Drive vou ter pelo menos mais dois para experimentar em breve. E o jogo que cá trago hoje é a adaptação do World Class Leaderboard, um simulador de golf, produzido originalmente pela Access Software para o Commodore 64. E claro, a partir do momento em que a britânica U.S. Gold adquiriu a licença do jogo, múltiplas conversões para outros sistemas mais populares na Europa surgiram, entre as quais versões para as consolas da Sega. As versões 8bit foram convertidas pela Tiertex, que possui um historial de qualidade algo inconsistente nos seus trabalhos para a Master System e Game Gear. Temos também uma versão para a Mega Drive que foi lançada posteriormente. O meu exemplar foi comprado numa loja online algures durante o mês de março, tendo-me custado algo em torno dos 7€.

Jogo com caixa e manual

Ora e aqui dispomos de 3 modos de jogo, desde uma partida completa de golf, onde poderemos escolher 1 de 4 circuitos para onde competir, bem como 2 modos de treino, o driving range, onde practicamos as tacadas de longa distância, e o putting, ou seja, quando temos a bola já próxima do buraco e temos de dar aquelas tacadas mais delicadas e com especial atenção ao relevo da superfície. Isto é tudo muito bonito e até aqui tudo bem, mas confesso que a interface do jogo não é nada amigável. Nós temos todas aquelas funcionalidades básicas de um simulador de golf que se preze, como a indicação da direcção do vento, qual a distância de onde estamos até ao alvo, a possibilidade de alternar entre diferentes tacos e definir não só a direcção e força exercida na nossa tacada, mas também a posição da bola que vamos atingir, o que irá influenciar a curvatura da sua trajectória. O problema, tal como referi, é que a interface é altamente confusa para tudo isto.

Árvores, água e areia, tudo obstáculos a evitar, mas a água é certamente o pior

Alteramos a selecção de tacos e a direcção do “tiro” com o d-pad, esquerda e direita para ajustar a direcção da tacada, cima e baixo para alternar o taco. Agora a menos que sejam profissionais de golf e saibam quais os alcances de cada taco, não temos no ecrã nenhuma indicação do mesmo… De resto, quando acharmos que estamos prontos para tentar a nossa tacada, devemos pressionar o botão 1 e deixá-lo pressionado e vemos “magia” a acontecer no canto inferior direito. Basicamente temos um medidor dividido em 2, em que a primeira metade define a potência da tacada, e a segunda metade define a zona da bola onde atingimos, influenciando a sua curvatura. Ao largar o botão pela primeira vez definimos a potência da tacada, depois temos de nos preocupar com a sua curvatura. Aqui temos um timing muito preciso para pressionar o botão novamente. Pressionando cedo ou tarde irá atribuir um efeito à bola e arruinar a tacada. Acredito que seja uma questão de práctica, mas visualmente aquelas barrinhas não são lá muito apelativas nem intuitivas.

É bastante recomendável perder algum tempo com os modos de treino primeiro

Quando estamos no green, ou seja, perto do buraco, o medidor torna-se mais simples e útil, onde apenas teremos de ter em conta a potência da tacada e indicações visuais da distância que a bola poderá alcançar. Mas claro, isto apenas acontece se não seleccionarmos o grau de dificuldade profissional. Em graus de dificuldade mais baixos a jogabilidade poderá ser mais simplificada, sem influência de vento e/ou efeitos na bola. De qualquer das formas, ainda no green, teremos de ter também atenção ao relevo do terreno.

No que diz respeito aos audiovisuais, apenas temos música no ecrã título, que pessoalmente não achei nada de especial. Passando para a área de jogo, os gráficos são típicos de vários simuladores da época, com o cenário a ser renderizado consoante a nossa posição no mapa. Escondidos da interface principal, estão também as possibilidades de termos uma vista aérea do circuito na sua totalidade, mas também a possibilidade de rodarmos ligeiramente o nosso campo de visão para a esquerda ou direita, com o CPU a renderizar novamente os cenários. Os efeitos sonoros são poucos e simples, embora o jogo possua algumas vozes digitalizadas o que até confesso que foi uma (talvez a única!) agradável surpresa a retirar daqui. Quando conseguimos a proeza de atirar com uma bola para a água, ouvimos uma boca que sempre me faz lembrar as tiradas do Duke Nukem.

Podemos ter uma overview do campo de circuito onde estamos, mas sempre com aquela linha diagonal “You are here”

Este World Class Leader Board foi efectivamente o primeiro simulador mais sério do desporto a sair na Master System e na altura a imprensa Britânica elogiou bastante esta conversão, mas eles também já eram fãs da versão sua versão original do Commodore 64, pelo que já estavam certamente habituados à sua jogabilidade. No meu caso, eu sinceramente prefiro de longe a maior simplicidade gráfica e o balanço na jogabilidade entre simulação e arcade que o Golfamania nos trouxe. É para mim um jogo bem mais divertido como um todo, mas para quem gostar de simuladores presumo que este seja mais realista que o próprio PGA Tour Golf, pelo que é uma questão de o experimentarem durante algum tempo.

Strider II (Sega Master System)

Continuando pelas rapidinhas, vamos cá ficar com mais um jogo da Master System, cuja versão Game Gear já cá trouxe no passado. O infame Strider II, desenvolvido pela Tiertex e publicado pela U.S. Gold, uma sequela não oficial (se bem que devidamente licenciada pela Capcom), desenvolvida pela mesma equipa que converteu o Strider original para uma série de microcomputadores diferentes. Quando converteram esta sua sequela para as consolas da Sega, o jogo acabou por sofrer um redesign de forma a assemelhar-se mais ao original mas regra geral o jogo acabou por ter muita má fama. Já cá trouxe a versão Game Gear no passado, tempo agora para abordar brevemente a versão Master System que foi a única que joguei na minha infância. O meu exemplar veio de um bundle de jogos Master System que comprei a um particular no Facebook, que me ficou a pouco mais de 6.50€ por jogo.

Jogo com caixa

Neste jogo encarnamos então num outro ninja, que aparentemente tem de resgatar uma princesa de um outro imperador e tirano, mas noutro planeta que não a terra. Tal como o Strider original, o nosso ninja Hinjo é bastante atlético, podendo fazer saltos acrobáticos, escalar paredes, ou mesmo deslizar pelo chão de forma a desviar-se de projécteis que nos sejam atirados. Temos uma barra de vida e a possibilidade de atirar com shurikens infinitas (o que ê uma benção), algo que teremos de ter bem em conta, pois os inimigos surgem de todos os lados e os níveis também nos apresentam uns quantos obstáculos capazes de nos tirar dano. Na parte superior do ecrã vemos alguma informação, como a nossa barra de vida, ou uns pontos brancos do lado direito. Estes têm a ver com um escudo que podemos activar, que será tão mais resistente quanto os pontos brancos que tivermos. Felizmente que encontraremos alguns power ups que nos permitem restabelecer ambos os níveis.

O escudo é útil especialmente contra os bosses

Graficamente até que é um jogo bem detalhado para uma Master System, embora a sua performance seja sofrível, pois está repleto de abrandamentos. Na altura também não tinha reparado, mas apesar de o design dos níveis me parecer idêntico entre a Master System e Game Gear, na verdade há diferenças nas sprites, que na Game Gear foram modificadas de forma a se adaptarem melhor face ao pequeno ecrã. Aqui na Master System tudo é maior e os níveis parecem ter um pouco mais de detalhe. As músicas não são nada de especial confesso, mas como foi um jogo que joguei bastante quando era mais novo, ainda me lembrava de as ouvir, pelo menos as dos primeiros níveis, portanto se calhar nem são tão más assim.

A princesa que resgatamos no fim, ali com uns pixeis marotos

Quando era miúdo lembro-me deste ser um jogo bastante difícil e de não ter passado do segundo nível, hoje em dia já sei que é preciso jogar de forma cautelosa (mas não tão cautelosa assim pois temos um tempo limite em cada nível) e usar bem as habilidades de Strider, spammar shurikens, e os escudos nos confrontos contra os bosses. Não é um jogo tão bom quanto o Strider original, mas para uma Master System, e tirando a parte da performance, até nem me parece ser um mau jogo de todo, sinceramente.

World Cup USA 94 (Sega Mega Drive)

Vamos a mais uma rapidinha a um jogo desportivo. World Cup USA 94, tal como o nome sugere é uma adaptação para videojogo do Campeonato do Mundo de Futebol de 1994, que ocorreu nos EUA. A U.S. Gold foi a publisher que adquiriu os direitos para produzir o videojogo oficial do evento e a também britânica Tiertex lá o desenvolveu, lançando versões para imensos sistemas diferentes. As influências de clássicos como Kick Off e Sensible Soccer são notórias, mas será que a jogabilidade compensa? Lá veremos. O meu exemplar foi comprado no passado mês de Feveiro na Cash Converters do Porto. Custou-me 5€.

Jogo completo com caixa e manuais

A primeira coisa que vemos, depois do tradicional logótipo da Sega e afins, é um ecrã de escolha de língua. Até aqui tudo bem, mas depois quando queremos começar o jogo e entramos nos menus, todas as opções são representadas como ícones gráficos que envolvem o Striker, a mascote canina do torneio. Ora qual é a piada de escolher a linguagem do jogo com todos os menus assim?? Felizmente o meu exemplar possui manual, pelo que lá consegui descortinar melhor as coisas. É verdade que alguns ícones são bem representados e não deixam muitas margens para dúvidas, mas outros nem por isso. Portanto não começamos lá muito bem!

Ao longo das partidas vamos tendo estes pequenos pormenores gráficos

Temos vários modos de jogo distintos, mas o principal é claro o do World Cup, onde podemos escolher uma das 24 equipas que participou na fase final do torneio, jogando nos mesmos grupos que na competição. Existem no entanto outros modos de jogo onde poderemos escolher outras 8 equipas que não chegaram a se qualificar, como foi o caso de Inglaterra, França e Portugal. Este é o caso de partidas amigáveis, ou uma versão customizada do torneio onde poderemos escolher antes uma destas equipas alternativas. Existe também um modo treino, onde poderemos practicar livremente as mecãnicas de jogo em partidas amigáveis, bem como treinar livres ou penáltis. É também possível customizar uma série de aspectos, desde a activação de condições meteorológicas aleatórias entre cada partida (nomeadamente o vento que acabará por influenciar a trajecótória da bola, a formação adoptada pela equipa, ou mesmo as cores do equipamento, desde as camisolas e calções, mas também as meias e chuteiras!

O árbitro adora mostrar cartões para o vazio!

Outra das coisas que podemos customizar são algumas regras, como a activação ou não de foras-de-jogo, ou do atraso de bola para o guarda redes. Mas a mais importante para mim é o controlo de bola: podemos ter a bola sempre “presa” aos nossos pés como em muitos jogos de futebol de hoje em dia, ou como em alguns clássicos, ter a bola mais solta, cuja direcção vai depender da forma como nos movimentamos em campo. Pessoalmente eu prefiro ter mais controlo sobre a bola, nunca fui um grande fã das outras mecânicas de jogo. Portanto a nível de opções até que temos aqui muita variedade!

A nível audiovisual é um jogo algo inconsistente, sinceramente. É verdade que é um jogo colorido, os menus apesar de não serem nada funcionais são bonitos de se ver. Durante as partidas em si, vamos vendo vendo alguns pop-ups de janelas a aparecerem no ecrã quando algumas coisas acontecem, como a bola sair de campo, vemos uma janela com um fiscal de linha a fazer um movimento a indicar o lançamento de linha lateral. Ou quando há um pontapé de baliza, aparece uma imagem também a indicar algo semelhante. Por outro lado quando há faltas e cartões para mostrar, não temos nenhum pop-up deste género, mas sim vemos o árbitro a correr em direcção aos jogadores e mostrar o cartão. Sobre o estádio e jogadores, bom, o jogo foi mesmo influenciado por clássicos como Sensible Soccer, pois as sprites são mesmo muito pequenas. Sobre as músicas, elas apenas existem nos menus, já durante o jogo apenas temos o ruído da plateia (que é quase inexistente) e o som da bola a ser chutada de um lado para o outro.

 

Olympic Winter Games (Sega Mega Drive)

Continuando no reino das 16bit, vamos agora para a Mega Drive para mais uma rapidinha a um jogo desportivo. Depois de Olympic Gold, baseado nos jogos Olímpicos de Barcelona de 1992, a U.S. Gold volta a lançar um jogo olímpico, desta vez para os Olímpicos de Inverno de 1994 em Lillehammer, na Finlândia. E tal como os videojogos deste tipo, poderemos participar numa série de diferentes eventos desportivos, que infelizmente costumam ter a praga de possuirem controlos estranhos e difíceis de dominar. O que não é a excepção aqui! O meu exemplar veio num bundle de mais de 20 jogos de Mega Drive que surgiu num negócio a um particular, ficando a um preço bem em conta no final. Devo dizer que fiquei agradavelmente surpreendido pela quantidade de papelada que este jogo trazia!

Jogo com caixa, manuais e papelada diversa

Felizmente o meu exemplar veio com o manual, pois poucos são os eventos onde temos alguma indicação visual no ecrã sobre o que temos de fazer. A maior parte das acções estão assignadas ao D-pad para movimentar o atleta, enquanto que os botões faciais vão servindo para ganharmos velocidade nalguns eventos, por exemplo. Mas convém lermos mesmo o manual ou um guia online e aproveitar a opção de treino para ir practicando os eventos, pois quando for a sério, o CPU não perdoa. Estes eventos podem ser diferentes provas de slalom de esqui, bobsled e um outro parecido, mas de trenó para uma pessoa apenas, corridas de patins de gelo, o tradicional salto de esqui, a prova de biatlo onde temos de correr com esquis e atirar ao alvo com uma arma de fogo, entre outros. São no total 10 eventos, e em alguns deles podemos competir head-to-head contra amigos, já noutros cada jogador joga à vez.

Passar pelos checkpoints nem sempre é fácil

A nível audiovisual é um jogo até que competente. Não é tão bonito quanto o Winter Challenge com os seus visuais 3D (mas felizmente também não é tão lento!!), mas os eventos apresentam um nível de detalhe satisfatório. Também vamos ouvindo várias músicas agradáveis, seja nos menus entre cada prova, ou mesmo nalgumas provas em si, o que sinceramente até me agradou. Portanto este Olympic Winter Games até pode ser um jogo interessante para quem for fã do género, mas eu sinceramente não sou grande fã de button mashers deste tipo.