Call of Duty: Vanguard (Microsoft Xbox Series X)

Vamos voltar à série Call of Duty para aquele que é, no momento, o último jogo da saga que possuo na colecção. Lançado originalmente em 2021, este é mais um dos que volta às raízes da série, focando-se no conflito da segunda guerra mundial, tal como o Call of Duty WWII de 2017 já o havia feito. E tal como todos os outros Call of Duty que já cá tenha trazido no passado, este meu artigo se irá focar unicamente no seu modo campanha. Sei bem que o robusto multiplayer competitivo ou mesmo o modo zombies (cooperativo) são as principais razões pelas quais a maioria das pessoas compram um Call of Duty, mas eu apenas o faço pelas suas campanhas, que tipicamente têm sido bastante curtas. Daí que também evito dar mais de 20€ pelos seus jogos, que foi precisamente o que este me custou, novo, numa Worten há uns meses atrás.

Jogo com caixa e papelada

A história leva-nos a encarnar numa unidade de forças especiais de elite, que são enviadas em segredo para o coração da Alemanha já nas fases finais do teatro de Guerra europeu, de forma a descobrir mais informação sobre um projecto ultra-secreto levado pelos nazis. Apesar de a acção se iniciar já em pleno solo germânico, numa missão empolgante a bordo de um comboio de carga do regime fascista, iremos ocasionalmente revisitar outros teatros de guerra, isto porque iremos também jogar na pele de várias das personagens desse grupo, quanto mais não seja para saber um pouco mais do seu passado. Então se por um lado a linha narrativa principal se passa em diversos pontos na Alemanha já durante o ano de 1945, iremos também visitar outros teatros de guerra como o pacífico, norte de áfrica, operações de sabotagem pré-desembarque da Normandia, ou a própria cidade de Estalinegrado, não fosse a equipa composta por membros de diferentes nações e exércitos. A campanha no entanto é bastante curta, sendo terminada em meia dúzia de horas. E apesar de ter os seus bons momentos na narrativa, creio que haveria potencial para a mesma ser bem melhor explorada, em particular o papel dos vilões envolvidos! Aquele final foi mesmo algo anticlimático…

O jogo abre com uma missão repleta de adrenalina: o assalto a um comboio repleto de nazis!

Na sua génese, a jogabilidade é a mesma de sempre de um Call of Duty, com a sua vida regenerativa, progresso salvo automaticamente através de checkpoints e a impossibilidade de carregar com mais de duas armas em simultâneo, apesar da variedade ao nosso dispor ser bastante generosa. Há no entanto algumas excepções pois como mencionei acima iremos, ao longo do jogo, encarnar na pele de diferentes personagens, cada uma com algumas habilidades únicas e que se diferenciam bastante entre si. O líder do grupo, Arthur Kingsley, tem a capacidade de dar pequenas ordens aos seus soldados, como ordenar fogo de supressão em certos alvos, permitindo-nos flanqueá-los ou atravessar zonas em segurança, um pouco como nos como acontecia nos Brothers in Arms. A única mulher do grupo, a russa Polina Petrova, é uma hábil sniper e também bastante ágil, esgueirando-se facilmente por entre passagens estreitas, assim como tem também a possibilidade de escalar paredes. O norte-americano Wade Jackson (piloto de aviões, onde acabamos por também jogar uma missão na importante batalha de Midway), tem a habilidade de super foco, onde, depois de activada, permite-nos, durante alguns segundos, ter os inimigos salientados no ecrã e, ao aproximar a mira, esta irá focar automaticamente um desses inimigos. Por fim, o australiano Lucas Riggs é especialista em demolições e com isso é o único membro capaz de carregar com 4 tipos de granadas letais (e facas também), enquanto todos os outros apenas podem carregar um tipo de granadas letais, assim como outras tácticas. São pequenas e simples alterações nas mecânicas de jogo, mas acabaram por resultar em alguma variedade adicional na jogabilidade, o que é positivo. De resto, o jogo inclui também mecânicas de abrigos algo evoluídas, permitindo-nos pousar a nossa arma em superfícies para melhor estabilidade de fogo, ou mesmo a de disparar às cegas por cima do abrigo.

Os Wolfenstein deixaram-me mal habituado, mas poderiam ter feito tão mais com estes vilões!

A nível técnico, apesar deste não ser o primeiro Call of Duty a sair numa consola de geração actual, acaba por tirar partido de um ano extra desenvolvimento para essas novas tecnologias e isso é bastante visível no decorrer do jogo. As paisagens são quase foto-realistas e fiquei com muita pena de não haverem quaisquer coleccionáveis para procurar ao longo da campanha, pois neste jogo deu-me mesmo prazer em explorar todos os recantos dos cenários. O facto de também termos umas quantas missões de flashback que nos levam a diferentes teatros de guerra foi também bastante positivo para a variedade de cenários. Explorar a cidade de Estalinegrado antes da invasão nazi foi um mimo! A banda sonora é épica e orquestral como sempre e o voice acting é igualmente francamente bom. No entanto, tive alguns bugs um bocadinho chatos. O primeiro foi numa das missões do americano, onde depois de “limpar” um bunker inimigo nada acontecia para avançar a missão. Recarreguei o último checkpoint e tudo se manteve igual! Ao explorar novamente todo o complexo de bunkers vi dois companheiros meus que estavam parados à entrada. A solução? Dar um tiro num deles, que me pediu para ter mais atenção e tal coisa acabou por os desbloquear, que automaticamente foram ter juntamente com os outros e a narrativa desbloqueou. O outro foi numa das missões do norte de África, onde teríamos de destruir uma série de objectivos. Um desses objectivos, apesar de estar visivelmente destruído, nunca chegou a ficar registado como tal, tendo-me obrigado a jogar a missão novamente.

Visualmente é um jogo de facto impressionante!

Portanto este Call of Duty foi uma boa experiência, apesar daqueles pequenos bugs que mencionei acima e pela campanha ser bastante curta. Acho que o seu antecessor, o Black Ops Cold War, possui também uma história bem mais interessante, assim como a própria campanha ser também ligeiramente mais longa, quanto mais não seja pelas missões opcionais que podemos desbloquear. No entanto, um outro ponto positivo em relação à experiência que tive com o Cold War prende-se com o processo de instalação. Enquanto no Cold War o jogo nem sequer me oferecia a possibilidade de jogar a campanha de início, obrigando-me a instalá-la a partir do menu inicial, o que por si já era um processo longo pois precisava de instalar primeiro todo o conteúdo multiplayer e respectivas actualizações, aqui não tive quaisquer problemas. O jogo instalou-se na sua totalidade e foi só arrancar a campanha.

Call of Duty: Black Ops Cold War (Sony Playstation 5)

Antes de partir para o meu próximo jogo longo, quis jogar alguns mais curtos pelo meio e um dos escolhidos foi precisamente este Call of Duty de 2020. É já o quinto jogo da subsérie Black Ops e como tem sido habitual aqui, foi mais um jogo desenvolvido pela Treyarch (e com o apoio da Raven), apesar deles terem entrado mais tarde no ciclo de desenvolvimento tendo substituído a Sledgehammer. No entanto, e felizmente ao contrário do Black Ops 4, voltaram a incluir um modo campanha no jogo e ainda bem que o fizeram caso contrário teria ignorado este jogo por completo tal como fiz com o BO4. O meu exemplar foi comprado em Outubro na loja Mr. Zombie por 12€.

Jogo com caixa e folheto publicitário ao Call of Duty Warzone, um free to play que inclusivamente pode ser lançado através do menu inicial deste Cold War.

Mas antes de continuar, permitam-me um pequeno desabafo pois vou precisamente começar pelo processo de instalação do jogo. Ao inserir o Blu-ray na drive o jogo começa a ser transferido para o disco, quer ao copiar ficheiros, quer ao descarregar updates. Até aqui tudo bem, mas eventualmente o jogo questiona-me o que é que quero jogar primeiro, para dar prioridade na instalação: Multiplayer, Zombies ou o Dead Ops Arcade. Mas onde é que está a campanha pergunto eu? Ao ver melhor as opções, o multiplayer tinha também uma descrição de base package, pelo que decidi lá começar por instalar esse na esperança que a campanha estivesse lá incluída. Depois de esperar imenso tempo, o sistema lá me tinha avisado que tinha descarregado/copiado o suficiente para iniciar o jogo. Ora e no menu inicial temos 3 opções: campanha, multiplayer e zombies. Onde é que está o tal dead ops? Bom, penso nisso depois e vamos para a campanha. Ops, afinal é preciso instalar. E como se não bastasse, não é um só download, mas sim três. Toca a deixar a Playstation em standby mais uns tempos e ir fazer outra coisa. Entretanto, o jogo também me pedia sempre que o iniciava para fazer login na minha conta Activision, com a desculpa de poder desbloquear algumas recompensas e ter suporte a cross saving caso quisesse continuar o jogo noutra plataforma. Inicialmente nem queria criar conta, mas por um lado estava curioso pelas tais recompensas e também não queria passar por todo o processo de ignorar o login de cada vez que iniciasse o jogo. As recompensas foram packs de texturas de qualidade superior… para os modos multiplayer e zombies.

Ocasionalmente poderemos escolher as respostas que queremos dar em certos momentos e isso poderá ter algumas consequências.

De resto, quando finalmente terminei a campanha o jogo não perdeu tempo em me perguntar se eu não queria desinstalar a mesma para poupar espaço em disco. Estamos a falar de um jogo que ocupa 277GB. A campanha ocupa 56., ou seja, pouco mais de 20% do jogo inteiro. Eu entendo que a grande parte das pessoas que jogam os Call of Duty é pelas suas vertentes multiplayer, mas esses modos de jogo irão constantemente receber updates. Saber que comprei um disco que me obriga a descarregar o modo campanha é só triste. E os packs de texturas de melhor qualidade, para além de serem uma recompensa apenas para quem registar conta na Activision também não é para mim de bom tom. Qualquer dia até começam a cobrar para ter gráficos melhores num jogo (se calhar até já o fizeram, não me dignei a pesquisar). E deixarem a campanha de fora desse “benefício” é mais um prego para os fãs como eu. Mas pronto, tinha mesmo de tirar isto do sistema! Como devem ter calculado não explorei nenhum modo multiplayer, até porque já há alguns anos que deixei de subscrever a Playstation Plus. Acredito que sejam excelentes e divertidos, mas deixei de me focar em conteúdo multiplayer há muito tempo, pelo que o artigo se irá incidir apenas na campanha. Já o Dead Ops Arcade confesso que até tinha curiosidade em jogar alguns níveis mas não o encontrei. Talvez estivesse perdido nos menus do modo zombies mas como estava um pouco chateado com estas atitudes da Activision nem me esforcei muito em procurar.

Depois da primeira missão, é tempo de criarmos a personagem que vamos controlar e os traços psicológicos escolhidos vão dar perks diferentes

Bom, indo para a campanha propriamente dita a mesma decorre primariamente no início da década dos anos 80, com a Guerra Fria entre os Estados Unidos e a União Soviética ainda bem forte. Bom, algumas missões são jogadas como uma espécie de flashback para o passado, mas o grosso está mesmo no início da década de 80, o que por si só já é excelente dado que é uma década pela qual eu nutro um certo carinho (mesmo só tendo nascido em 1986). Bom, na maior parte do tempo nós encarnamos numa personagem anónima, onde começarmos precisamente por nomeá-la, declarar a nossa origem “continental”, a nossa origem no mundo de agências de espionagem (CIA, MI6 ou ex-KGB) e os nossos traços psicológicos. Ora as primeiras escolhas creio que não influenciam em nada de especial, mas os traços psicológicos (dos quais devemos escolher dois) dão-nos diferentes perks, como a capacidade de suster mais dano, correr mais rápido, disparar armas de fogo com menos coice, entre muitas outras escolhas. A história em si segue uma vez mais aquela unidade de elite de operações clandestinas da CIA que desta vez persegue Perseus, um elusivo e altamente perigoso espião Soviético que aparentemente preparava um plano em larga escala.

Nos segmentos de pura espionagem vamos ter também portas para abrir de forma menos convencional

Ao longo do jogo iremos visitar vários locais como as cidades de Amesterdão ou Berlim (oriental) repleta de stasis, missões em plena guerra no Vietname, um aeroporto na Turquia entre vários outros locais, incluindo localizações Soviéticas como instalações militares na Ucrânia, nas montanhas dos Urais ou mesmo o coração do regime comunista na sede do KGB em Moscovo. A introdução de personagens como Ronald Reagan ou Gorbachev é outro brinde! As missões são practicamente todas de operações clandestinas como é habitual nos Black Ops, tipicamente de espionagem, infiltração e sabotagem, mas com um maior foco em todas as teorias de conspiração e espionagem que muito bem caracterizaram aquela década. Ao longo dos níveis vamos poder encontrar várias provas que podem ser lidas nos briefings de cada missão e temos inclusivamente duas missões secundárias, onde, para o melhor resultado, devemos resolver toda uma série de puzzles com base nas provas recolhidas anteriormente. Desde desencriptar mensagens secretas, ou analisar documentos para identificar suspeitos de espionagem. De resto, para além de tudo isto, a campanha continua cativante como sempre, estando repleta de momentos épicos. A missão em plena sede do KGB, para além de ser bastante não-linear, coloca-nos mesmo numa situação de tensão constante para não sermos descobertos, algo que a série já tinha feito igualmente bem também no Call of Duty WWII. A jogabilidade no geral continua idêntica o que não é necessariamente mau. Podemos carregar duas armas, dois tipos de granadas, equipamento diverso (binóculos ou câmaras, por exemplo), vida regenerativa e progresso salvo em checkpoints regulares.

A campanha em si está muito bem conseguida na minha opinião. E sim, uma missão de espionagem em plena sede do KGB foi muito boa, até pela sua não linearidade

Visualmente é um jogo excelente. Foi um prazer presenciar este revivalismo da década de 80, e todo o seu low tech com as disquetes floppies, terminais primitivos com CRTs monocromáticos, cassetes de fita magnética entre muitos outros detalhes, como as máquinas arcade com jogos da Activision dessa época. Aliás, vamos poder inclusivamente desbloquear esses clássicos (River Raid, Boxing, Pitfall e vários outros) para jogar livremente o que foi um bonito gesto por parte da Activision! De resto, gráficos muito bons e bem detalhados. O voice acting continua excelente e a banda sonora vai também buscar muitas influências dos anos 80, com músicas rock cheias de melodias em sintetizadores a misturarem-se nas músicas mais ambientais ou épicas pelas quais a série é bem conhecida.

Pitfall, e vários outros clássicos da Activision para a Atari 2600 estão escondidos na campanha sob a forma de várias máquinas arcade que podem ser interagidas (e jogadas!)

Em suma, tirando todo o processo desnecessariamente complicado para quem quiser apenas jogar a campanha, a insistência da Activision em forçar-nos para fazer login ou criar conta deles, gostei bastante da campanha deste Cold War. É um óptimo jogo de acção e para quem se interessa pela guerra fria ou simplesmente por histórias de espionagem e teorias de conspiração, este jogo é um excelente exemplo e mais uma entrada bastante sólida na série Call of Duty. Segue-se o Vanguard, que regressa à Segunda Guerra Mundial uma vez mais, mas ainda tenho de o arranjar um dia que me apareça a um preço simpático.

Call of Duty: WWII (Sony Playstation 4)

Ultimamente não tenho tido muito tempo para jogar, pelo que depois do Yakuza 4 quis jogar um título mais curto e mesmo assim ainda demorei bastante até o conseguir terminar. Refiro-me claro a este Call of Duty WW2 de 2017, onde quase 10 anos depois, a Activision volta ao tema da segunda guerra mundial, depois dos Call of Duty World at War e Final Fronts de 2008. O meu exemplar foi comprado numa Cex algures em Dezembro passado por 12€.

Jogo com caixa e papelada

Este artigo irá focar-se inteiramente no modo campanha, visto que a série Call of Duty sempre apresenta modos multiplayer bastante robustos e competitivos, mas nem sequer os ousei experimentar. Também como em muitos outros jogos da série, temos aqui também um modo zombies de multiplayer cooperativo, algo que também não experimentei. A campanha então foca-se inteiramente no teatro de guerra Europeu, detalhando toda uma série de batalhas desde o desembarque da Normandia no dia D, culminando na batalha onde os aliados conquistam a única ponte ainda disponível para atravessar o rio Reno e assim conseguirem finalmente penetrar o território Alemão. Practicamente toda a aventura irá levar-nos a encarnar no papel de Ronald Daniels, um soldado da primeira divisão de infantaria norte-americana. Nalguns momentos iremos no entanto controlar outras personagens como condutores de tanques, aviões ou até uma membro da resistência francesa.

Uma das novidades aqui introduzida é o facto de vários nossos colegas terem habilidades próprias que poderemos tirar partido, como pedir medkits, munições ou assinalar posições inimigas para ataques de artilharia

A jogabilidade tem no entanto algumas particularidades interessantes. A primeira e mais notória é mesmo o facto de o jogo já não ter um sistema de vida regenerativa, requerendo o uso de medkits para nos curarmos. No entanto, ao contrário de first person shooters da velha guarda, continuamos a poder carregar apenas duas armas de fogo, bem como dois tipos de granadas, tanto de fumo, como de fragmentação. De resto, como já referi acima ao longo da maior parte da história vamos jogar no papel do mesmo soldado, mas este está na sua maior parte das vezes acompanhado pelos restantes membros do seu pelotão, que nos podem auxiliar de várias formas. Um dos nossos colegas pode-nos dispensar medkits, outro munições, outro granadas, outro consegue assinalar os inimigos à nossa volta, aparecendo em seguida com maior relevo e por fim temos também um colega que nos dá granadas de fumo colorido, que podem ser utilizadas para sinalizar equipas de artilharia que ataquem aquele local. Estas habilidades vão sendo “recarregadas” com o tempo e basta nos aproximarmos da personagem respectiva e pressionar o direccional para cima para activar a tal habilidade de suporte.

Nalguns momentos do jogo, particularmente quando equipamos armas sniper podemos usar o focus, que nos permite, durante alguns segundos, abrandar o tempo

Vamos ter também alguns níveis mais focados na acção furtiva, onde teremos de nos esgueirar território inimigo sem sermos detectados. Como em muitos jogos furtivos do género, sempre que um inimigo nos vê, surge um indicador visual acima das suas cabeças e que se vai enchendo gradualmente enquanto nos mantivermos a descoberto. Se chegar ao máximo, o indicador muda a cor para vermelho e é lançado um alerta que irá chamar mais forças inimigas para o local. Há um nível relacionado com a libertação de Paris onde encarnamos numa mulher da resistência francesa e que, disfarçada de militar nazi, nos infiltramos no quartel-general nazi de Paris. Aí temos de ter algum cuidado em não chamar muito à atenção e ocasionalmente poderemos até ser interrogados por alguns oficiais que nos pedem os documentos e nos fazem algumas questões. Pareceu mesmo que estava num filme de espiões! De resto, tirando estas particularidades, contem este jogo como um first person shooter bastante sólido na sua jogabilidade e mecânicas.

Como é habitual, ocasionalmente poderemos conduzir certos veículos como um tanque Sherman

Focando-nos agora nos audiovisuais, foi um prazer jogar este jogo. Isto porque a geração de consolas da PS4 e Xbox One já tinham um poderio gráfico bastante bom, o que permitiu à Sledgehammer produzir um videojogo sobre a segunda guerra mundial com visuais excelentes. Logo no primeiro nível do desembarque da Normandia deu bem para ver o quanto caótico aquele desembarque foi e as dificuldades que muitos soldados aliados tiveram de ultrapassar logo naquelas primeiras horas. Em suma, todo o jogo está graficamente muito bom e que nos leva a atravessar várias cidades em ruínas, a imponente e ainda intacta cidade de Paris e várias paisagens mais naturais como florestas e montanhas ao longo de várias estações do ano. No que diz respeito à banda sonora esta é, como seria de esperar, mais épica e orquestral, o que se adequa bem aos combates que vamos ter de travar ao longo da campanha. O voice acting está óptimo e a história tem uma boa dose de drama à mistura (às vezes até demais), mas como um todo achei este um jogo muito bem conseguido.

Visualmente o jogo está fantástico e Paris não foi esquecida

Portanto foi um prazer voltar a jogar um Call of Duty que decorra na segunda guerra mundial. Uma pena a campanha em si ser bastante curta e practicamente inteiramente focada naquele grupo de soldados norte-americanos. Felizmente no entanto não foi necessário voltar a esperar tanto tempo por mais um jogo desta série neste conflito, pois em 2021 tivemos o Vanguard que planeio comprar e jogar em breve.

Call of Duty: Advanced Warfare (PC)

Continuando pelas rapidinhas no PC, vamos ficar com mais um título da série Call of Duty, desta vez com o futurista Advanced Warfare. E porquê um artigo curto? Bom, tal como a maioria dos Call of Duty que joguei, apenas me dediquei à sua campanha, embora o jogo possua uma componente muito forte no multiplayer. E já não me lembro bem quando e onde comprei este meu exemplar. Tenho a ideia de ter sido numa worten e não me terá custado mais de 15€.

Jogo com caixa, papelada e 6 DVDs… não é por acaso que muitos jogos de PC actualmente estão disponíveis digitalmente apenas

Ora a campanha deste jogo decorre no futuro, entre os anos 2054 e 2061, onde controlamos o soldado Jack Mitchel (protagonizado pelo actor Troy Baker), outrora membro dos Marines e após uma missão algo falhada na Coreia, acaba por se alistar na Atlas, um grupo militar privado e liderado por Jonathan Irons (protagonizado por Kevin Spacey). Inicialmente o principal antagonista é o líder da KVA, um grupo terrorista que tem estado a semear o caos um pouco por todo o planeta. E à medida que a história vai avançando, a Atlas vai-se tornando cada vez mais poderosa, os conflitos vão escalando e já se está mesmo a ver onde as coisas vão parar!

Graficamente é um jogo que está muito bom

A nível de jogabilidade, esperem por um modo campanha curto, mas com a intensidade do costume. As missões vão alternando entre missões mais furtivas, com várias secções onde teremos mesmo de nos esforçar por passar despercebidos, mas também outras missões de guerra mais aberta. Tudo isto com uma forte componente tecnológica, não fosse o jogo decorrer no futuro. Para além de uma grande panóplia de diferentes armas que poderemos usar, em todas as missões teremos também o auxílio de um exo-esqueleto que nos confere também algumas habilidades adicionais, como a força sobre-humana, correr bem rápido ou saltar bastante alto. Mais tarde teremos também a possibilidade de nos tornarmos temporariamente invisíveis, o que será necessário nalgumas das missões furtivas. Há portanto um grande “piscar de olhos” aos Crysis nesse aspecto, mas as semelhanças ficam-se por aí, pois as missões aqui são bem mais lineares e contidas. Se bem que mesmo assim surpreendeu-me pela positiva, ao termos vários caminhos alternativos por onde podemos optar por seguir e melhor flanquear as forças adversárias! Um outro detalhe interessante é que, entre cada missão, vamos poder melhorar o nosso exo-esqueleto, à medida que vamos cumprindo certos pré requisitos, como alcançar um certo número de kills, outro de kills por granadas, outro por headshots e um outro para os documentos que poderemos encontrar espalhados pelos níveis.

Ocasionalmente também poderemos conduzir alguns veículos futuristas

De resto, para além do modo campanha que mais uma vez afirmo, é curto, mas extremamente competente e eficaz, o “grosso” deste Call of Duty estaria uma vez mais na sua musculada vertente multiplayer competitiva, que eu sinceramente não experimentei sequer. O que também é da praxe é o modo zombies e um outro co-op mais genérico. Este último é aqui intitulado Exo Survival, enquanto o modo zombies é chamado de Exo Zombies, mas uma vez mais, nem sequer os experimentei, pelo que não vale a pena estar-me a alongar nesse aspecto.

Existe uma grande variedade de cenários a explorar, incluindo a Grécia

Do ponto de vista técnico este é realmente um jogo excelente. Aparentemente foi desenvolvido com base num motor gráfico de última geração (para a altura) e isso é bem evidente no poderio gráfico. Teremos então cenários, personagens e efeitos visuais muito bem detalhados e a própria variedade de cenários foi muito benvinda. Para terem uma ideia até uma zona mais histórica da Grécia poderemos visitar! Tive um ligeiro calafrio quando há uma breve menção da minha cidade do Porto numa cutscene, seria interessante vê-la representada num videojogo deste calibre, mas por outro lado também não queria ver a Cidade Invicta em ruínas… De resto a nivel de som e voice acting nada a apontar, continua excelente. Foi interessante ver o papel do Kevin Spacey, embora aqueles plot twists tenham sido bastante previsíveis. A série Call of Duty continuou no futuro nas iterações seguintes, com o Black Ops III de 2015 a ser o próximo título que irei jogar, mas desta vez na PS4.