Carmageddon (Gameboy Color)

Novo ano, nova rapidinha, desta vez para a adaptação para a Gameboy Color do clássico de PC, Carmageddon. Já as conversões para a Playstation e Nintendo 64 tinham deixado algo a desejar, naturalmente que esta conversão para a Gameboy Color é muito mais modesta e simbólica. O meu exemplar foi comprado há uns meses atrás num bundle de mais de 20 cartuchos que comprei na feira da Vandoma no Porto. Ficou-me a menos de 1€, portanto! Edit: Recentemente arranjei uma versão em caixa num bundle grande que comprei.

Jogo com caixa

Na altura em que saiu, Carmageddon era um jogo muito polémico devido à sua extrema violência, incitando o atropelamento de peões inocentes em violentas corridas urbanas. Foi um jogo muito censurado em vários países, e as suas adaptações para consola não escaparam ao lápis azul. Os pedestres humanos foram substituídos por zombies, e o sangue por uma gosma verde ou amarelada. Outras das mais valias dos originais de PC eram a sua componente multiplayer, os circuitos bem detalhados e muito distintos entre si, e o humor negro sempre presente. Devido às limitações da Gameboy Color, nada disso está aqui presente nesta conversão, se bem que o multiplayer com recurso ao link cable seria bem possível de ser desenvolvido. Mas adiante.

No canto superior direito, uma seta indica-nos o caminho para o checkpoint seguinte!

Aqui vamos ter vários grupos de níveis, totalizando 32 circuitos no total. Os primeiros 3 níveis de cada grupo são corridas normais, onde teremos de percorrer uma corrida, matando o máximo de zombies possível e evitar a todo o custo que o tempo disponível chegue a zero. A última corrida de cada grupo já possui alguns objectivos próprios, como destruir alguns objectos, matar todos os zombies no nível, entre outros. Infelizmente o número de powerups que podemos apanhar é também bastante limitado face aos jogos originais, e sinceramente a jogabilidade no geral é muito má, com os carros a serem difíceis de conduzir, especialmente nas curvas, onde é frequente acabarmos por virar demais e embater numa parede. Como temos uma “barra de energia” pequena e sem possibilidade de reparar o carro, não é uma boa notícia.

Mas pronto, com paciência lá conseguimos ir progredindo no jogo, cujo progresso é gravado apenas com passwords, e lá vamos ganhando dinheiro que nos permite comprar outros carros, cada qual com as suas características. Mas fora isso, apesar do número considerável de veículos desbloqueáveis (16) e o dobro das pistas, não há assim muitos motivos para continuar com este jogo. A jogabilidade é má os cenários até que nem são assim tão mal detalhados quanto isso face às circunstâncias, mas os zombies mal se vêem, e os efeitos sonoros também não são nada de especial. Este é mesmo para ficar no PC!

Carmageddon (Sony Playstation)

CarmageddonInfelizmente o tempo para jogar e consecutivamente escrever alguns artigos por aqui não tem sido mesmo muito, pelo que trarei cá agora uma rapidinha sobre a versão PS1 do Carmageddon, que acaba por ser uma espécie de mistura de ambos os Carmageddon originais para o PC. Esses que sempre foram jogos bastante polémicos pela sua violência gratuita e humor bem negro, e se por um lado no PC as polémicas sempre passam um pouco mais ao lado, nas consolas, devido ao licenciamento das fabricantes, costuma haver sempre mais algum controlo, resultando nesta incarnação onde todos os pedestres acabam por ser zombies, em vez de civis perfeitamente normais. Este meu exemplar foi comprado ha uns meses atrás na Cash da Amadora por cerca de 3€.

Carmageddon - Sony Playstation
Jogo com caixa e manuais

Tal como os outros Carmageddon, aqui também podemos vencer as corridas de 3 diferentes formas: chegar ao fim em primeiro lugar, destruir todos os oponentes, ou atropelar todos os zombies. Isto, claro excepto os níveis que são missões específicas. Tal como no Carmageddon 2 temos vários conjuntos de circuitos incluindo uma missão que podemos jogar de forma algo livre até conseguirmos finalmente desbloquear os circuitos/carros seguintes. Tal como no Carmageddon 2 também temos diferentes tipos de power ups, incluindo armas que possuem usos ou durações limitadas. E os power ups podem também ser nocivos a nós próprios, como não poderia deixar de ser. Entre cada nível é possível também usar o dinheiro amealhado durante as provas para efectuar upgrades aos carros e até comprar os carros dos oponentes, podendo depois conduzir com eles.

Alguns carros são bem familiares, outros inteiramente novos
Alguns carros são bem familiares, outros inteiramente novos

Até aqui tudo bem, o jogo tem tudo para se tornar numa entrada bem sólida na franchise Carmageddon, mas falha redondamente no mais importante: a jogabilidade. Isto porque os controlos estão mal implementados, com algum delay a ser notório e fazer curvas apertadas bem à primeira é practicamente um mito. Mesmo com o jogo a suportar os direccionais analógicos a coisa não melhora muito, o que é uma pena. A nível gráfico é um jogo que apresenta visuais mais ou menos detalhados, ao longo de circuitos bem variados entre si, como as habituais zonas urbanas ou industriais (agora em ruína), locais mais “naturais” como desertos, ou outras zonas mais insólitas como um cemitério (faz sentido, não fossem os pedestres todos zombies) ou um parque de diversões. O problema é que também existem alguns glitches gráficos, como a entrarem por outros carros dentro. A draw distance também é curta, fazendo lembrar a primeira versão do Daytona USA para a Saturn, bem famosa por esse problema. Mas creio que aqui a coisa até seja mais desculpável pois este é um jogo em que os circuitos são em mundos abertos, o que exige um maior poder de processamento por parte da Playstation.

Apesar de não ser dos jogos de corrida mais bonitos da PS1, o que borra aqui a pintura são os glitches como clipping e a draw distance curta
Apesar de não ser dos jogos de corrida mais bonitos da PS1, o que borra aqui a pintura são os glitches como clipping e a draw distance curta

No fim de contas é um jogo que poderia ficar bem melhor do que o que saiu. Provavelmente por ter sido tão mal recebido na europa é que nem uma versão nos Estados Unidos chegou a ser lançada. É uma pena, que nem é propriamente o facto de haverem zombies em vez de pedestres normais que me chateia, mas principalmente por terem falhado no que é mais importante: a jogabilidade. Assim sendo, as versões PC levam sem dúvida a taça.

Carmageddon 2: Carpocalypse Now (PC)

A rapidinha de hoje incidirá num grande clássico que infelizmente, na altura em que o mesmo saiu para o mercado, o meu velhinho Pentium já estava demasiado desfasado para o jogar. E apesar de o ter jogado na mesma em casa de amigos, só muito mais tarde é que o consegui jogar num outro computador meu e prestar-lhe mais atenção. Estou a falar do Carmageddon 2, sequela do não menos violento e chocante Carmageddon, lançado em 1997 e que eu joguei até à exaustão. Este meu exemplar digital entrou na minha conta do steam sem eu saber bem como, para ser sincero. Provavelmente ganhei-a nalgum sorteio online, ou foi comprada nalgum bundle bem barato.

Carma2boxukEssencialmente, o Carmageddon II possui as mesmas características do primeiro jogo. Os circuitos são abertos e temos 3 maneiras possíveis de vencer uma corrida: chegar ao fim em primeiro lugar como em qualquer jogo tradicional de corridas, ou as maneiras mais divertidas: destruir todos os carros dos nossos oponentes, ou atropelar todos os peões e animais disponíveis no mapa. Para isso, teremos de explorar o mapa de forma intensiva, encontrando imensos e variados powerups e segredos. Alguns dos power ups do jogo anterior marcam de novo a sua presença e nem todos são propriamente positivos para nós como o irritante pinball mode que nos deixa a voar descontroladamente sempre que batemos contra algum edifício ou oponente. Outros são bastante úteis como alguns que nos deixam conduzir normalmente debaixo de água, ou nos dão a habilidade de saltar, ou mesmo coisas simples como reparar ou recuperar o nosso carro gratuitamente. É claro que podemos fazê-lo normalmente ao longo do jogo, mas a custo de créditos, que por sua vez podem ser ganhos ao atropelar peões, albarroar outros oponentes, ou mesmo em power-ups.

Em Carmageddon 2, os circuitos possuem gráficos mais detalhados, por isso o meu velhinho Pentium já não o suportava
Em Carmageddon 2, os circuitos possuem gráficos mais detalhados, por isso o meu velhinho Pentium já não o suportava

Existe também um sistema de lojas on the fly, que nos permite customizar e melhorar alguns aspectos do nosso carro, incluindo a armadura, bastante útil para não sermos destruídos pelos nossos oponentes. Mas voltando aos power-ups e como grande piada do jogo está em atropelar os inocentes peões que têm a infelicidade de se atravessarem no nosso caminho, muitos alteram o seu aspecto ou comportamento. Uns tornam-nos gigantes, outros minorcas, outros suicidas ao meterem-se debaixo dos carros. Outros tornam-nos imortais ou invisíveis, o que não nos abona muito ao nosso favor. Mas há outros super engraçados que os deixa a dançar, com cabeças gigantes ou simplesmente podres de bêbedos. Também temos power ups que são usados como armas contra os peões, electrocutando ou catapultando-os com molas que saem do nosso carro, afectando-os todos os que estejam à nossa volta para alguns combos interessantes que nos dão preciosos créditos e tempo extra.

O que não falta neste jogo são power ups hilariantes e gore quanto baste
O que não falta neste jogo são power ups hilariantes e gore quanto baste

Algumas coisas mudaram, incluindo a estrutura do jogo. Agora as corridas estão agrupadas em grupos, onde teremos de as vencer a todas para passar para o grupo seguinte. A última “corrida” de cada grupo é no entanto uma missão especial, que nos vai obrigar a explorar bastante os níveis em questão. Aqui temos diferentes objecticos que tanto pode ser matar todos os controladores aéreos de um aeroporto (e para isso temos de chegar à torre de vigia), objectos variados como radares ou mesmo os canhões de um porta aviões! Outra coisa que mudou foi a maneira como obtemos os carros dos nossos inimigos, que agora têm de ser comprados à parte. Por fim, uma outra mudança que já não gostei tanto foi o desaparecimento da polícia e dos seus carros fortemente armados. Para contrastar temos agora carros civis para destruir nos circuitos urbanos, se assim o desejarmos.

Graficamente é um jogo mais competente que o seu antecessor, com practicamente tudo no terreno a serem objectos 3D. Anteriormente os peões eram meras sprites. Para além disso, os carros são bem mais destrutíveis, bem como o sistema de física é mais trabalhado. Infelizmente a câmara de Max Damage ou Die Anna também foi algo retirado, com muita pena minha. A banda sonora continua a ser algo pesada, com várias músicas de Iron Maiden (e não só) a serem tocadas ao longo do jogo. E por muito que eu goste de Iron Maiden, estar a associar a banda de NWOBHM a um jogo tão sádico como este, acho que não foi a melhor opção. Apesar de sempre que ouço a voz do Blaze Bailey me dar vontade de atropelar uns quantos transeuntes, uma banda como Cannibal Corpse seria de longe mais adequada a toda a carnificina e destruição promovida por este jogo.

Apesar de não existirem polícias como no primeiro jogo, eles existem aqui como oponentes normais nas corridas.
Apesar de não existirem polícias como no primeiro jogo, eles existem aqui como oponentes normais nas corridas.

De resto, o Carmagedddon II dispõe também de uma vertente multiplayer que não cheguei a experimentar. No entanto, tinha todos os ingredientes para ser uma experiência bem divertida. Para mim, apesar de toda a controvérsia que gerou pela sua extrema violência e recompensa em atropelar peões inocentes, não deixa de ser um jogo bastante divertido e deve ser entendido como isso mesmo, um jogo. Para quem gosta de humor negro, não faltam imensas hidden jokes e outras referências também!

Mega SWIV (Sega Mega Drive)

Mega-SWIV

Mais uma rapidinha de Mega Drive, desta vez a um shooter chamado Mega SWIV que é na verdade uma conversão de um jogo que já havia saido para a SNES, com o nome de Super SWIV na Europa e Firepower 2000 em solo americano. Não sou o maior fã de shooters, pelo que este artigo não será muito detalhado. E tal como podem ver na fotografia custou-me 2.95, mesmo sendo só o cartucho. Foi comprado na Cash Converters de Alfragide há coisa de um mês atrás. Detesto quando colocam a etiqueta do preço sobre papel, daí ainda não a ter tirado. Edit: recentemente arranjei uma caixa e manual, oferecida por um amigo, pelo que completei o jogo.

Jogo, apenas cartucho

Como devem calcular. a história não é nada demais. o mundo foi tomado de assalto por um exército que roubou todos os prótótipos militares de tecnologia de topo dos governos mundiais e não tem problemas em usá-los para dominar o mundo. Mas como sempre cabe-nos a nós, jogadores que incarnam nuns pilotos rebeldes para destruir todo esse exército e retomar a liberdade ao planeta. Logo no início do jogo podemos optar entre conduzir um helicóptero ou um jipe. Se jogarmos este jogo de forma cooperativa com um amigo, então cada um ficaria com um dos dois veículos, que têm as suas vantagens e desvantagens. O helicóptero não é afectado pelos inimigos terrestres e o jipe vice-versa, mas como não pode voar, nos níveis mais avançados terá de ter cuidado com o cenário repleto de abismos ou outras paredes que impedem o movimento. No entanto tem uma vantagem de poder disparar em 8 direcções, ao contrário do helicóptero que apenas dispara para a frente.

screenshot
Antes de começar o jogo temos direito a uma cutscene a contar a história.

Como seria de esperar, powerups é o que não falta. Existem várias armas principais que podemos alternar, bem como outras especiais que podemos apanhar e coleccionar à medida em que vamos progredindo no jogo. As armas principais vão sofrendo upgrades mediante os powerups que coleccionamos e as armas especiais vão sendo acumuladas indefinidamente num buffer last in, first out, ou seja, a próxima que apanhamos será a primeira a ser usada. Essas armas, tanto as especiais como as normais usam diferentes padrões de disparo, eu pessoalmente gosto sempre das spread shot. Também podemos apanhar escudos, mas estes servem também para outras finalidades. Dizem que a melhor defesa é um bom ataque então quando vemos o escudo pronto para ser coleccionado, se preferirmos disparar-lhe então o mesmo explode, limpando o ecrã de inimigos.

screenshot
Power ups. Bastantes.

Graficamente não é o jogo mais colorido de sempre numa Mega Drive, mas vai sendo variado. Temos as habituais bases militares, mas também vários cenários outdoors como desertos, selvas ou mesmo um rio. Com a série SWIV a ter as suas raízes nos microcomputadores europeus, essas influências traduzem-se também nesta versão Mega Drive, com as músicas bem catchy. Infelizmente os efeitos sonoros são maus, principalmente as explosões que nos fazem sempre pensar que as colunas da TV estão a dar o pifo. No geral não acho que o Mega SWIV seja o melhor shooter de sempre da Mega Drive, mas diverte quanto baste. Mas eu também não sou o maior fã do estilo portanto não levem a minha opinião como garantida.