G-LOC: Air Battle (Sega Mega Drive)

Um dos jogos arcade mais impressionantes da Sega da década de 80 era o After Burner, que surgiu após o sucesso de filmes como Top Gun. Uma das cabines arcade do After Burner era uma “cápsula” que se movia ao longo de um eixo, dando uma experiência muito mais enriquecedora. Infelizmente nunca a cheguei a experimentar, no entanto. G-LOC: Air Battle é um sucessor espiritual do After Burner, onde uma das suas cabines arcade é a famosa R-360, que supostamente se move em 360º! O jogo acabou por ser convertido para várias plataformas, onde no caso das versões Sega, são todas um pouco distintas entre si na jogabilidade. O meu exemplar foi comprado no passado mês de Setembro numa das famosas lojas parisienses de Boulevard Voltaire, custou-me 10€.

Jogo com caixa e manual

Ao longo do jogo iremos sobrevoar diferentes áreas como oceanos, florestas, cidades ou mesmo voar baixo num desfiladeiro rodeado por armas anti-aéreas. Em cada um dos segmentos teremos sempre um certo número de aviões ou alvos terrestres para abater, dentro de um tempo limite sendo que tanto podemos usar a metralhadora com munição infinita, como mísseis, que devem apenas ser disparados assim que o computador de bordo fizer lock-on num inimigo, caso contrário são desperdiçados, o que devemos evitar visto termos um número limitado dos mesmos. À medida que vamos avançando no jogo o número de alvos a abater vai sendo maior, bem como os inimigos acabam por se tornar mais agressivos e imprevisíveis, tornando a nossa tarefa mais complicada. A última fase de cada missão consiste em aterrar no porta aviões, onde vamos ter de seguir as instruções que vão surgindo no ecrã para alinhar o avião com a pista e assim aterrar em segurança.

Antes de cada nível temos um pequeno briefing visual que nos indica as zonas por onde iremos voar.

O jogo começa por ser jogado numa perspectiva de primeira pessoa, alternando por vezes para uma perspectiva de terceira pessoa, especialmente quando os combates se tornam mais intensos e temos de nos desviar do fogo inimigo que nos surge na retaguarda. Os pontos que vamos amealhando entre cada missão servem de unidade monetária, tanto para comprar mais mísseis ar-ar ou ar-terra, bem como fazer upgrade à nossa metralhadora ou armadura do avião, algo que creio que não acontece no original arcade.

Quando voamos num desfiladeiro temos de evitar as paredes, mas o detalhe gráfico uma vez mais não é tão bom quanto na versão arcade

A nível audiovisual é um jogo que me desperta sentimentos algo mistos. Por um lado graficamente acho que até está bem conseguido, com os cenários a alternarem constantemente entre cidades, florestas, oceanos, desertos ou o céu em pleno. Mas por outro lado os mesmos vão-se repetindo constantemente de missão para missão. Os aviões até que vão estando bem detalhados, mas claro que no geral, a nível gráfico, esta versão não chega aos calcanhares da versão arcade, que é um dos expoentes máximos da tecnologia super scaler, introduzida por Yu Suzuki em meados da década de 80 em títulos como Hang-On, Out Run ou Space Harrier. Por outro lado as músicas não as achei tão bem conseguidas como em outros jogos arcade da sega e mais uma vez, quando comparando com a versão arcade, a única sample de voz que aqui temos parece-me mesmo ser a do “Fire!” gritada vezes sem conta pelo nosso co-piloto quando um alvo esteja trancado na mira.

No final de cada nível podemos trocar os pontos por munições ou upgrades

Portanto este jogo até que acaba por ser divertido, mas na minha opinião apenas em doses curtas, pois acaba por se tornar bastante repetitivo com o desenrolar das diferentes missões. Mas de certa forma que a Probe (não, não foi a própria Sega a converter um jogo arcade dos seus para uma das suas consolas) até esteve bem em incluir mais níveis, mesmo que sejam repetitivos, pois a versão arcade é um jogo bastante curto por si só. Também não deixa de ser curioso que as versões Master System e Game Gear sejam completamente diferentes entre si. A versão Master System não me parece má de todo tendo em conta as circunstâncias, mas a versão Game Gear parece-me completamente atroz. A ver se a jogo um dia.

T2 The Arcade Game (Super Nintendo)

Ainda pelas rapidinhas, vamos agora num instante à Super Nintendo para mais uma adaptação arcade. Existem vários jogos baseados no filme Terminator 2, um dos melhores filmes de acção de sempre, e um deles foi desenvolvido originalmente pela Midway para as arcades. É um shooter em 2D muito à moda do Operation Wolf, onde inimigos vão surgindo no ecrã vindos de todos os lados, tornando-se practicamente impossível não sofrer algum dano. Esse jogo foi convertido para várias consolas, entre as quais a Mega Drive, versão que já cá trouxe e servirá de base para este artigo, pelo que recomendo que o espreitem. O meu exemplar foi comprado em Setembro na Cash Converters, tendo-me custado 8€.

Apenas cartucho

Tal como a versão Mega Drive, aqui também temos o suporte à light gun, neste caso a Super Scope que também não tenho. A grande diferença face à versão Mega Drive é que esta, a nível gráfico está bem mais próxima do original arcade. O original, como muitos jogos da Midway da época, prezava em apresentar sprites realistas, sendo digitalizadas de actores reais, neste caso os do próprio filme. As músicas são também agradáveis. A jogabilidade é que pronto, é a típica daqueles jogos light gun da época e com tanto inimigo no ecrã, vamos sempre sofrer algum dano, mesmo com 2 jogadores. De resto dispomos de imensos power ups, incluindo pequenos rockets teleguiados, escudos ou rapid fire. Mas os medkits são sem dúvida os mais úteis!

Bugs Bunny in Double Trouble (Sega Game Gear)

Voltando às rapidinhas, é altura de ficar com mais um jogo da Game Gear. Na minha infância lembro-me de jogar este Bugs Bunny in Double Trouble na Mega Drive e achá-lo bonitinho, porém bastante confuso na sua jogabilidade. Infelizmente a transição para a Game Gear não trouxe melhorias nesse aspecto, mas já lá vamos. O meu exemplar foi veio de um grande bundle de jogos e consolas que comprei a meias com um amigo algures durante o mês de Agosto.

Apenas cartucho

Na sua essência, este videojogo do Bugs Bunny é uma espécie de análogo do Mickey Mania, pois incide sobre uma série de cartoons históricos da conhecida personagem da Warner Bros. Existe uma história por detrás que vai ligando uns níveis aos outros, envolvendo o típico vilão Yosemite Sam, aqui num papel de cientista maléfico, que quer o cérebro de Bugs Bunny para “alimentar” o seu novo robot.

Os primeiros 4 níveis podem ser jogados em qualquer ordem

Cada nível possui diferentes objectivos sendo que os primeiros quatro poderemos jogá–los na ordem que quisermos. Logo no primeiro nível, intitulado “Duck Rabbit Duck” temos de ludribiar Duffy Duck, e alternar todos os sinais de caça entre “época de caça a coelhos” para “época de caça a patos” de forma a que o caçador Elmer Fudd nos deixe em paz. No segundo nível, inspirado na época Romana, temos de saltar nas costas de leões, apanhar pedaços de dinamite flutuantes e rebentar com umas entradas para o subsolo. Aí temos de enjaular uma série de leões e procurar peças para montar uma armadilha ao leão que se encontra na superfície. O terceiro nível já decorre na idade média, o quarto leva-nos às arábias das 1001 noites, em busca da lâmpada do génio. Assim que terminarmos os primeiros quatro níveis, teremos de atravessar os restantes 3 níveis de forma sequencial, levando-nos a uma casa assombrada e uma viagem até marte onde defrontamos o marciano Marvin.

A história acaba por ser um pouco rebuscada

Como podem ver, existe uma variedade bastante considerável nos cenários e mesmo mecânicas de jogo pois todos os níveis possuem diferentes objectivos. Pelo caminho podemos encontrar alguns itens e power ups genéricos como vidas extra, cenouras que nos regeneram a vida, invencibilidade e/ou velocidade temporárias ou tempo extra. Existem no entanto alguns itens especiais que poderemos encontrar nalgum nível específico, como os baldes de cola que podemos atirar ao Daffy Duck no primeiro nível para o atrasar.

Graficamente o jogo até que é interessante para a Game Gear, pois os gráficos são pré-renderizados, tal como Donkey Kong Country viria a popularizar na Super Nintendo. No entanto num ecrã pequeno como a Game Gear o resultado não é o mais satisfatório pelas sprites serem bastante pequenas. As músicas também são muito repetitivas infelizmente, e não muito agradáveis.

Graficamente até que acaba por ser um jogo interessante mas a pequena resolução da Game Gear não lhe faz justiça

De resto, este Bugs Bunny in Double Trouble acaba por ser um jogo de certa forma interessante pelas diferentes mecânicas de jogo que introduz ao longo dos seus níveis, no entanto a sua implementação não é a melhor, assim como a jogabilidade. A versão Mega Drive deve ser bastante superior, mas a minha memória de criança diz-me que essa versão é também difícil e confusa, pelo que terei mesmo que o jogar novamente para tirar a teima.

The Terminator (Sega Mega Drive)

The Terminator foi um excelente filme de acção da década de 80. A sua sequela então nem se fala, é um dos meus filmes de acção preferidos. Naturalmente que, com o sucesso dos filmes não faltariam adaptações para os videojogos e pelo menos no caso das consolas da Sega foi a Virgin e a Probe que estiveram por detrás dos mesmos. A versão Master System já a cá tinha trazido antes, chegou agora a vez da versão Mega Drive. O meu exemplar foi comprado algures em Maio, veio do UK e ficou-me por algo próximo dos 5€.

Jogo com caixa e manual

A história é simples e toda a gente já a conhece. Algures no futuro a humanidade desenvolve uma poderosa inteligência artificial chamada Skynet que decide que a melhor solução para o planeta é exterminar os humanos. Após lançar um conflito nuclear que dizima a maior parte da população, produz uma série de cyborgs humanóides para exterminar os restantes. Ainda assim, com a resistência humana a dar luta, Skynet decide enviar um dos seus exterminadores para o passado, no ano de 1984, de forma a assassinar Sarah Connor, mãe do líder da resistência humana. Os humanos lançam então um dos seus soldados para o passado também, de forma a tentar proteger Sarah a todo o custo.

Graficamente não é nada do outro mundo mas devo dizer que até gostei deste segundo nível

Este jogo começa precisamente no futuro, onde encarnamos no papel de Reese, o humano escolhido para viajar ao passado. E começamos precisamente por nos esgueirarmos por entre os campos de batalha, trincheiras humanas e corredores repletos de exterminadores para procurar (e activar) a máquina do tempo que nos levará ao passado. Inicialmente munidos de granadas infinitas, ocasionalmente encontramos algumas bombas que devemos usar para limpar o ecrã de inimigos, e isto é algo que devemos fazer consistentemente, pois vamos tendo exterminadores e outros inimigos (nos outros níveis) a surgirem de todos os lados. Ao contrário da versão Master System, que tem um foco maior no platforming, esta versão Mega Drive é um sidescroller de acção puro e duro. Eventualmente lá encontramos uma metralhadora que dá mais jeito para combater os exterminadores e lá conseguimos viajar para o passado.

Polícias, exterminadores e bandidos, tudo nos quer matar!

Depois lá usamos uma caçadeira e temos de jogar com calma e ir limpando todos os inimigos que nos aparecem à frente. Ao contrário da versão Master System, aqui poderemos ter alguns power ups que nos restauram a vida e são extremamente úteis, até porque em níveis de dificuldade mais avançados é virtualmente impossível não sofrer dano. Tudo isto me parece muito bonito mas no entaanto temos apenas 4 níveis pela frenet, o que sabe a pouco.

A nível audiovisual, a versão Master System impressionava pelos ecrãs onde contava a história, mas esta versão Mega Drive por incrível que pareça é mais pobre nesse aspecto. Por outro lado as músicas são bem mais agradáveis!

Aqui não há cutscenes, só paredes de texto

Este The Terminator é então um jogo de acção que deixa um pouco a desejar e nalgumas coisas a versão Master System é surpreendentemente superior. No entanto existem outras versões também publicadas pela Virgin e que são jogos diferentes, como as versões NES, SNES e Mega CD que acaba por ser bastante superior à da Mega Drive. Mas isso seria tema para um outro artigo diferente.

Alien 3 (Super Nintendo)

Voltando às rapidinhas e à Super Nintendo, o jogo que cá trago agora é nada mais nada menos que a adaptação para a Super Nintendo do filme Alien 3, que apesar de também possuir o selo da Probe, é muito diferente dos jogos que pudemos jogar na Mega Drive ou Master System. Mas já lá vamos. O meu exemplar foi comprado algures em Novembro de 2018 numa loja online, tendo-me custado cerca de 25€ se bem me recordo.

Jogo completo com caixa, manual e papelada

A história do filme anda à volta de Ellen Ripley, uma vez mais, que se encontrava num sono criogénico, em viagem numa nave espacial após os acontecimentos do filme anterior. No entanto shit happens e a nave despenha-se no planeta Fury 161, uma antiga prisão de máxima segurança, mas ainda repleta de prisioneiros perigosos. No filme, ninguém está armado e há um alien adulto à solta a causar o terror, já nos videojogos (e este não é excepção) o que não faltam são armas e outros aliens para combater. Mas ao contrário das versões que acabaram por sair nas consolas da Sega que têm um feeling bastante arcade, este é também um sidescroller 2D, mas com um conceito muito diferente.

É nestes terminais onde podemos consultar as missões que temos para desempenhar e a planta do nível

Isto porque temos apenas 6 níveis grandinhos onde jogamos em diferentes secções da prisão, com vários corredores e portas para explorar. No corredor central, que serve de acesso a todos os outros, temos sempre um ou mais computadores que devemos consultar e ver as missões que temos para desempenhar nesse nível. Estas são practicamente idênticas entre si, consistindo em coisas como “vai ao corredor X e Y e resgata os prisioneiros que lá estão”, ou “vai à enfermaria A e repara os quadros eléctricos para restabelecer a energia, e já agora volta ao corredor X para soldar uma porta”. Ou limpar ninhos de aliens em certos locais, ou reparar condutas de ar que estejam furadas devido ao ácido dos aliens… podemos fazer estas missões pela ordem pela qual quisermos e podemos também consultar a planta do nível, que nos indica que portas dão acesso às instalações que podemos visitar. Isto é o mais útil, pois o layout do corredor central por vezes é bastante confuso e normalmente não temos qualquer indicação sobre o corredor que estamos actualmente, a menos que espreitemos as tais plantas quando passamos por um terminal.

Graficamente achei o jogo muito bem conseguido

De resto a jogabilidade em si é bastante simples, com o jogo a ter diferentes armas como lança-chamas, metralhadoras, lança granadas e o ínfame sensor de movimento. Temos vários pick-ups como munições extra ou medkits, e para reparar condutas, quadros eléctricos, soldar portase afins também só temos de manter um botão pressionado durante alguns segundos, enquanto estamos parados. Claro que nem sempre é fácil com tanta bicharada à solta. No entanto o design do jogo acaba por se tornar bastante repetitivo, pois mesmo à medida que vamos avançando nos níveis em si, as missões são muito semelhantes, e os próprios corredores que podemos explorar também o são. Temos os típicos corredores prisionais, a enfermaria, outros mais industriais devido à prisão ser também uma grande metalúrgica, temos os exteriores, e pouco mais. Isto dividido em 6 níveis com várias missões semelhantes, tornam o jogo bastante repetitivo, infelizmente.

Só é pena as missões serem todas muito repetitivas

No que diz respeito aos audiovisuais, aí as coisas já mudam de figura, pois acho este Alien 3 muito bem conseguido. Os cenários estão muito bem detalhados, alguns com excelentes efeitos de luz, para um sidescroller 2D em 16bit. As músicas são algo industriais ou épicas, o que até se adequa bem para o tipo de jogo.