Ecco the Dolphin (Sega Mega CD)

A super rapidinha de hoje é para mais uma conversão de um jogo que já cá analisei antes, desta vez a versão Mega CD do primeiro Ecco the Dolphin. É uma versão um pouco diferente, principalmente por ter uma série de extras, mas no geral é idêntica à original da Mega Drive, pelo que recomendo a leitura desse artigo para mais informação. O meu exemplar veio do UK, tendo sido comprado através de um amigo meu no mês passado. Creio que me ficou algo em torno dos 10€.

Jogo com caixa e manual

Como referido acima, esta versão possui tudo o que a versão original da Mega Drive contém. Controlamos na mesma o golfinho Ecco, que após um misterioso acontecimento onde a sua família, em conjunto com muita outra vida marinha é sugada pelo céu. À procura de respostas, rapidamente nos deparamos com uma história bem mais sinistra, que mete a descoberta das ruínas da atlântida à mistura, com viagens no tempo e uma batalha contra uma raça alienígena que estava por detrás destes acontecimentos.

As aparências enganam. Este não é um jogo fácil, apesar dos seus gráficos lindíssimos e pelo simples facto de controlarmos um golfinho.

A versão Mega CD possui alguns níveis redesenhados face ao original, bem como alguns níveis inteiramente novos, embora não tragam nenhumas mecânicas de jogo adicionais. Para além disso, a banda sonora, que já era excelente na Mega Drive, ficou aqui ainda melhor, visto que todas as músicas estão em formato CD Audio, agora compostas por Spencer Nilsen, um nome bem conhecido pelos fãs da Sega. Estas músicas são bastante atmosféricas e calmas como a imensidão dos oceanos, caindo que nem uma luva no jogo em questão. Para além disso, quando exploramos a biblioteca perdida da atlântida, conseguimos desbloquear um pequeno documentário em vídeo sobre golfinhos.

Para mim, no que diz respeito às consolas, esta é sem dúvida a versão definitiva deste jogo. Algo que pressinto muito fortemente que pode também ser dito da versão Mega CD do Ecco 2, mas isso seria tema para um eventual artigo futuro, se o conseguir arranjar para a colecção.

Adventures of Batman and Robin (Sega Game Gear)

Adventures of Batman and Robin é uma série de animação que conforme o próprio nome indica, coloca Batman e Robin como personagens principais na luta contra o crime nas ruas de Gotham City. A adaptação dessa série televisiva para a Mega Drive resultou num dos videojogos tecnicamente mais impressionantes da 16bit da Sega, mas infelizmente o seu preço tem vindo a subir em flecha, pelo que eu ainda não tenho o jogo na colecção. No entanto, recentemente surgiu um exemplar da versão Game Gear na Cash Converters do Porto por 12€, que eu acabei por comprar. Será que esta versão é também tecnicamente impressionante? Veremos.

Apenas cartucho

A história é simples, o Joker reune uma série de bandidos poderosos para lutar contra o super herói. Para além disso raptou também o Robin, pelo que iremos ao longo do jogo explorar diferentes níveis, defrontar os minions do Joker, culminando em mais uma batalha contra o super vilão.

Em screenshots até que é um jogo bem bonito. Em movimento já perde algum charme

Este é um jogo de acção/plataformas onde controlamos apenas o Batman. Com os dois botões faciais da Game Gear podemos saltar ou atacar que, em conjunto com o D-Pad e mediante se estamos próximos dos inimigos ou não, determina se damos socos ou pontapés, ou usamos armas brancas. Por defeito temos os Batarang equipados, cujos têm munição ilimitada. Mas ao longo do jogo poderemos encontrar alguns power ups que nos dão acesso a novas armas, desta vez com munições contadas, como shurikens ou bombas. Para equipar estas armas recorremos ao botão de Start, que para além de pausar o jogo leva-nos para este ecrã de inventário. Outros power ups que podemos apanhar ao longo do jogo consistem em medkits que nos regeneram a barra de vida, ou mesmo vidas extra.

Os níveis vão sendo variados entre si, abordando diferentes cenários como as ruas de Gotham, estúdios televisivos, escritórios, prisões, cemitérios e até parques de diversão! Por outro lado os níveis são um pouco labirínticos, vamos ter de os explorar bem, não é só andar da esquerda para a direita. No final de cada nível temos sempre um confronto contra um boss. Alguns deles até são personagens que me recordo dos desenhos animados, outros não faço ideia mesmo. Outro detalhe que devo mencionar é o facto de a nossa vida não regenerar de nível para nível.

No final de cada nível temos sempre um boss para defrontar

A nível gráfico devo dizer que sim, é um jogo bonito, com sprites e cenários bem detalhados e coloridos. No entanto devo dizer que isto ficaria muito melhor numa Master System pela maior resolução no ecrã. Numa portátil como a Game Gear, o facto de terem feito sprites grandinhas, faz com que não tenhamos um grande campo de visão, o que pode ser um problema, especialmente quando saltamos de um lado para o outro. Ao aterrar, podemos estar cercados por inimigos sem saber! E infelizmente o scrolling também não é tão suave quanto isso. As músicas até que são algo agradáveis, tendo em conta as limitações que a Game Gear e Master System têm nesse departamento.

Ecco the Dolphin (Sega Game Gear)

Ecco the Dolphin, para a Mega Drive e Mega CD, é sem dúvida um dos videojogos mais originais do seu tempo, primeiro porque controlamos um golfinho, depois por toda a história à sua volta que acaba por envolver viagens no tempo e aliens. Para além disso, toda a apresentação audiovisual foi muito cuidada, desde os gráficos bem detalhados, até às músicas atmosféricas, repletas de mistério, e efeitos sonoros convincentes. Paralelamente aos lançamentos 16bit, tivemos também duas versões 8bit, uma para a Master System, outra para a portátil Game Gear. Como é que estes dois sistemas tecnicamente inferiores iriam aguentar este jogo? Surpreendentemente bem. O meu exemplar foi comprado a um particular no passado mês de Janeiro por 10€.

Jogo completo com caixa e manual

A verdade é que já escrevi com mais detalhe sobre o Ecco the Dolphin aqui, pelo que recomendo a leitura desse artigo. Aqui vou-me focar mais nas diferenças destas versões 8bit que, se notam imediatamente nos audiovisuais, que naturalmente não está ao nível das versões 16bit. Mas ainda assim, os gráficos estão muito bem detalhados para um sistema 8bit, ainda por cima uma portátil. Nadar pelo oceano naqueles minutos iniciais onde ainda não sabemos muito bem o que estamos ali a fazer, continua a ser extremamente relaxante. E mesmo não tendo gráficos tão aprimorados quanto nas versões 16bit, nem todos os níveis ali presentes, todas as principais secções do jogo estão aqui representadas, desde os oceanos tropicais e repletos de vida, os glaciares, as ruínas da Atlântida, a pré-história, a base alienígena, etc. As músicas continuam com aquela vibe ambiental e misteriosa, mas infelizmente a qualidade está a anos luz da versão Mega Drive.

Mesmo numa versão 8bit,os oceanos estão repletos de vida

A nível de jogabilidade esta versão também mantém todas as funcionalidades da sua versão 16bit. O sonar de Ecco continua a ser muito importante na jogabilidade, seja para interagir com outros cetáceos, contra cristais mágicos, ou mesmo para ir construindo um mapa da zona que nos rodeia. Os outros botões servem para atacarmos os inimigos que se atravessam à nossa frente, ou para nadar mais rápido.

Portanto, mesmo estando longe da qualidade gráfica e sonora das versões Mega Drive e Mega CD, devo dizer que mesmo assim esta versão impressionou-me bastante pois conseguiram manter a mesma identidade do jogo, com todas as limitações da Game Gear. A versão Master System é muito semelhante, embora tenha uma resolução maior de ecrã, pelo que certamente também será uma versão muito interessante.

Exo Squad (Sega Mega Drive)

Voltando às rapidinhas da Mega Drive, o jogo que cá trago hoje é um título a meu ver bastante ambicioso, mas a sua execução infelizmente deixa bastante a desejar. Exo Squad é baseado numa série de animação do mesmo nome, que sinceramente não me lembro de alguma vez ter dado na televisão nacional. Era uma série passada no futuro, onde os humanos estavam numa luta contra os Neo-Sapiens, uma raça humanóide artificialmente criada, geneticamente superior, mas inicialmente usada como escravos dos humanos. O meu exemplar foi comprado a um particular algures no verão de 2016, custando-me 5€. EDIT: Posteriormente lá consegui arranjar também a caixa e manuais originais.

Jogo completo com caixa e manuais

O jogo decorre numa altura em que os humanos e os Neo Sapiens estão prestes a assinar um acordo de paz, mas subitamente somos chamados para investigar um salto temporal ilegal ao passado. Viajando para o passado vamos descobrindo que os Neo Sapiens estão por detrás de tudo e lá teremos de lhes travar os planos, viajando ao longo do tempo mas também do espaço. Nós controlamos os ExoSquad, uma unidade de elite da polícia lá do sítio, composta por Marsh, o líder, Wolf e a jovem Rita. Todos eles estão equipados dos seus mechas, mas cada um possui diferentes jogabilidades.

Na primeira vez em que joguemos em cada tipo de missão, temos um pequeno tutorial que nos relembra os controlos

No modo história, vamos poder experimentá-las todas. Os níveis de Marsh são níveis aéreos, que me fazem lembrar bastante o Space Harrier, visto os combates serem na mesma perspectiva de terceira pessoa, com a câmara colocada nas costas de Marsh. O problema é que a acção é bastante rápida com inimigos e obstáculos a surgirem de todos os lados e mesmo se activarmos o QMS (quick maneuvering system), então ainda é pior para nos desviarmos e acertarmos nos alvos. Ocasionalmente nestes níveis aéreos temos sempre um ou outro combate contra bosses. Os níveis da Rita são como se fossem jogos de luta 1 contra um, mas com controlos lentos e não muito intuitivos. Eu sei que pilotar um mecha daqueles deveria ser complicado, mas isto é um videojogo e poderiam ter simplificado os controlos.

Os níveis aéreos são bastante bonitos e fluídos, mas a acção é rápida demais, muitas das vezes

Os níveis de Wolf já são passados como se um sidescroller se passasse. Infelizmente a jogabilidade mais uma vez não é tão simples e directa como jogos como Contra ou Metal Slug. Com os botões cima e baixo controlamos a mira no sentido inverso aos ponteiros do relógio e vice-versa, respectivamente, enquanto o botão da esquerda faz com que nos agachemos. Com o A podemos activar um escudo que nos dura um segundo e depois precisa de vários segundos para ser recarregado, com o B podemos disparar e com o C saltar. Mais uma vez os inimigos vão surgindo de todos os lados, e mesmo ocasionalmente aparecendo alguns power ups que nos restabelecem alguma vida, a dificuldade já era acrescida sem os controlos manhosos, assim ainda complica mais. Temos de ir avançando lentamente e observar os padrões de movimento dos inimigos, usando os nossos escudos de forma inteligente e também esquivar sempre que possível dos mísseis que nos vão atirando. Principalmente com os bosses!

Depois para além do modo história podemos encontrar a opção Duel, que nos permite entrar em combates de 1 contra 1 tanto para um jogador, como em multiplayer para 2 jogadores. Um modo de jogo interessante, apesar dos controlos não serem tão intuitivos, ao menos sempre podem ser duas pessoas confusas a jogarem entre si.

O modo Duelo deixa-nos controlar outros robots para além o da Rita

A nível audiovisual, esse é um dos pontos fortes do jogo, pois os gráficos estão excelentes e muito bem detalhados, seja nos segmentos aéreos que geralmente possuem bonitos efeitos gráficos como o parallax scrolling. Os segmentos de sidescrolling possuem também níveis bem detalhados, assim como as arenas onde vamos andando à pancada. Entre cada nível vamos tendo também longas cutscenes que se assemelham um pouco aos desenhos animados, pelo que pelo menos no aspecto gráfico, a Novotrade está uma vez mais de parabéns. As músicas são também bastante agradáveis, assim como os efeitos sonoros.

O problema deste Exo Squad está mesmo na sua jogabilidade desnecessariamente complicada. Fosse esta mais simples e o jogo mais polido nos segmentos aéreos, e estaríamos aqui com um sério candidato de destaque no meio da biblioteca de jogos da Mega Drive.

Ecco: The Tides of Time (Sega Mega Drive)

Ecco 2Voltando agora à Mega Drive para mais um jogo de uma das séries mais originais do portefólio da Sega que apenas muito recentemente eu aprendi a gostar. Ecco 2, lançado originalmente em 1994 para ambas as plataformas de 16bit da Sega, existindo então tanto esta versão em cartucho como uma outra versão para a Mega CD com banda sonora em red book audio, herda muitas mecânicas de jogabilidade do primeiro jogo, mas também introduziu umas quantas novas. Comprei-o há uns bons meses atrás por 2€ na Feira da Vandoma no Porto, estando completo e em óptimo estado.

Ecco The Tides of Time - Sega Mega Drive
Jogo completo com caixa, manuais e papelada

A história segue os acontecimentos do primeiro jogo, onde Ecco conseguiu parar a ameaça extra-terrestre da raça Vortex, que ameaçou toda a vida do planeta e resgatar todos os golfinhos do seu grupo, tendo para isso também utilizado uma máquina do tempo perdida algures na cidade afundada da Atlântida. A certa altura acontece um grande terramoto e Ecco perde os poderes que tinha herdado de Asterite (uma estranha forma de vida ancestral que parece um conjunto gigante de ADN) da aventura anterior. Algo está errado e aparentemente alguém assassinou Asterite. Ao tentar descobrir o que terá acontecido, Ecco encontra-se com um estranho golfinho que diz ser seu descendente longínquo e leva-nos para o futuro. Aqui, num estranho planeta Terra, Ecco encontra-se com Asterite que lhe diz que apesar de ter derrotado a Vortex Queen no jogo anterior, ela sobreviveu e voltou a atacar e devido a Ecco ter utilizado a máquina do tempo, criou 2 linhas temporais diferentes, uma com um futuro brilhante, onde Ecco estava na altura e uma outra com um futuro que deixou a Terra em ruínas. O resto do jogo será então passado a tentar ressuscitar Asterite e combater mais uma vez a ameaça dos Vortex.

screenshot
Mais uma vez os gráficos estão muito bons

A jogabilidade herda então muitas mecânicas do primeiro jogo, tal como referi acima. Com Ecco navegamos os oceanos, sempre com a preocupação que, sendo Ecco um mamífero, necessita de ar e para isso teremos que vir à superfície com alguma regularidade. O sonar de Ecco é elemento central na jogabilidade, servindo para ecolocalização (a função de mapa do nível), comunicar com outros golfinhos ou cetáceos, interagir com os cristais/glyphs para abrir passagens ou ganhar habilidades como invencibilidade temporária, por exemplo. Mas outras coisas fazem parte do cardápio de Ecco, como os peixes que podemos comer para recuperar vida. Mas também introduziram coisas novas, como uma perspectiva pseudo-3D onde a cama se posiciona na retaguarda do golfinho e temos de o guiar por uma série de anéis, evitando os inimigos que também navegam pelo oceano e caso falhemos um determinado número de anéis, teremos de recomeçar do início. Estes anéis tanto podem estar debaixo de água como no ar, pelo que teremos também de espreitar lá fora de vez em quando. Outros power-ups novos consistem num ataque ainda mais poderoso do sonar, lançando ondas em todas as direcções. Infelizmente apenas podemos usar essa habilidade apenas nos níveis em que os encontramos. Existem ainda umas esferas estranhas que nos transformam temporariamente noutros animais, como uma gaivota, tubarão ou até um cardume de peixes, entre outros. Isto tema vantagem de podermos passar despercebidos por um conjunto de tubarões, mas por outro lado teremos os golfinhos a atacar. O primeiro jogo era difícil e este parece-me ainda mais. Os níveis estão repletos de inimigos e existem imensos níveis estranhos em que a exploração se torna mais complicada. Em especial no futuro, temos secções de água que percorrem os céus e temos de as percorrer, ou no futuro sinistro dos Vortex, também exploramos uma enorme base com tanques de água separados por secções sem água e outras coisas como gravidades invertidas. Claro que teremos também vários combates com bosses que geralmente também não são pera doce.

screenshot
No futuro, os golfinhos voam

Graficamente é mais um jogo muito bonito, com as paisagens subaquáticas cheias de detalhe e os oceanos cheios de vida. Nos níveis que decorrem no futuro temos também gráficos bonitos, por um lado os cenários paradisíacos e estranhos corredores de água que atravessam os céus, e por outro no futuro alternativo governado pelos vortex, toda a vida terrestre erradicada e a água a tornar-se em algo muito escaço com os cenários a parecerem mais os de uma gigante fábrica. Os efeitos sonoros são OK tal como no jogo anterior e a música é mais uma vez um destaque. Para além daquelas melodias mais calminhas e atmosféricas, temos também várias outras cheias de energia, bem mais “rockalhadas” que sinceramente me surpreenderam. E isto tudo em chiptune da Mega Drive, estou bastante curioso em ouvir o que fizeram com a versão da Mega CD.

screenshot
Agora temos vários níveis com esta perspectiva onde temos de passar por esses portais

Resumindo, este Ecco 2 é mais um jogo bastante original e com inovações que só alguém com muita imaginação é que se lembraria (água nos céus? golfinhos com asas/barbatanas??). Mas continua a não ser um jogo para todos e o seu grau de dificuldade certamente deixará muita frustração.