WWF WrestleMania: The Arcade Game (Sega Mega Drive)

Vamos continuar pelas rapidinhas e desta vez na Mega Drive com a versão para a 16-bit da Sega deste WWF Wrestlemania Arcade Game. Como o nome indica, este é originalmente um jogo arcade que foi desenvolvido pela Midway e como os seus clássicos Mortal Kombat ou NBA Jam usa sprites digitalizadas, para além de possuir uma jogabilidade cómica e bem mais directa, ao contrário dos restantes videojogos WWF que tipicamente eram mais realistas (usar WWF e realismo na mesma frase é uma coisa nova para mim). No entanto já cá trouxe no passado as versões Super Nintendo e Sega Saturn, pelo que uma vez mais me irei apenas concentrar nas diferenças desta versão Mega Drive.

Jogo com caixa

E a versão de Mega Drive, quando comparada com a versão de Super Nintendo, herda todos os modos de jogo, tendo os 8 lutadores da versão original arcade, enquanto a versão SNES por algum motivo tinha apenas 6 desses 8 lutadores, faltando-lhe o Yokozuna e o Bam Bam Bigelow. Ainda na jogabilidade, uma diferença considerável entre esta versão de Mega Drive e a de SNES é a performance. No sistema de 16bit da Nintendo as coisas estão longe de ser boas, com essa versão a não permitir a existência de 4 lutadores no ecrã ao mesmo tempo e problemas de performance no geral. A versão Mega Drive (graças ao seu blast processing!) tem também alguns problemas de performance, mas não tão graves e aqui podemos ter combates com 4 lutadores no ecrã.

O que não falta aqui são opções de customização de controlos!

No que diz respeito aos audiovisuais, vamos começar pelos gráficos. Infelizmente como tem sido habitual no sistema, sprites digitalizadas não costumam resultar tão bem na Mega Drive quanto isso e aliado ao facto de a consola não conseguir renderizar muitas cores em simultâneo no ecrã, os visuais desta versão acabam por ser os piorezinhos. A nível de som a versão Mega Drive é consideravelmente boa, visto que como as músicas durante os combates como têm uma toada mais rock, as guitarras eléctricas são sons que sempre soaram bem no chip de som da Mega Drive. Já as vozes digitalizadas não têm tanto detalhe, mas acredito que tal também seja para economizar espaço no cartucho.

Apesar de ser de longe a versão graficamente inferior, não deixa de ser bem agradável de se jogar!

Portanto esta é mais uma das muitas conversões disponíveis deste clássico da Midway e a versão Mega Drive, apesar de ser graficamente a pior versão de todas, é óptima a nível de jogabilidade e conteúdo, no entanto as versões DOS, PS1 e Saturn acabem por ser largamente superiores em todos os aspectos. Nos sistemas da Sega ainda temos a versão 32X, que melhora a resolução, gráficos e som, e apesar de limitar o framerate a 30fps, isso acaba por minimizar os problemas de performance das versões 16bit. O problema? É um lançamento exclusivo norte-americano.

Ms. Pac-Man (Sega Mega Drive)

Vamos continuar pelas rapidinhas, desta vez com a Mega Drive para a conversão deste sistema do Ms. Pac-Man, um jogo originalmente desenvolvido pela Midway (que detinha os direitos do Pac-Man nos Estados Unidos) à revelia da própria Namco (criadora do Pac-Man), sendo que esta acabou mais tarde por comprar os direitos deste Ms. Pac-Man e até acabaram eles mesmo por desenvolver algumas das suas conversões. Um bom exemplo disso é precisamente este lançamento europeu para a Mega Drive. As versões Master System e Genesis foram lançadas pela Tengen em 1991, enquanto que a versão europeia da MD já sai na Europa só em 1995, já com a Namco como referência. E a razão pela qual este artigo é uma rapidinha é porque já cá trouxe no passado uma breve análise à versão Master System, que por sua vez é bastante competente. O meu exemplar veio de uma CeX no passado mês de Julho, estando em muito bom estado.

Jogo com caixa e manuais

Tal como na versão Master System, aqui dispomos de vários modos de jogo, desde o tradicional de 1 jogador, 2 jogadores alternados ou 2 jogadores em simultâneo, que pode ser jogado tanto de forma competitiva como cooperativa. Também tal como na versão Master System, este Ms. Pac-Man tem a opção de activarmos o Pac-Booster que nos permite andar pelos labirintos a altas velocidades. De resto, o objectivo é o mesmo de sempre, percorrer os labirintos e comer todos os círculos que por lá estão espalhados, enquanto fugimos de uma série de fantasmas coloridos que nos perseguem. Os círculos maiores quando comidos enfraquecem os fantasmas durante alguns segundos, sendo que poderemos aproveitar esse tempo para os devorar para amealhar mais pontos. Ocasionalmente vão surgindo vários outros itens como diferentes frutos e outras comidas que podem também ser apanhados para obter mais pontos. Para além dos labirintos disponíveis no modo arcade, o jogo possui também outros conjuntos de níveis como labirintos mais pequenos sem scrolling vertical, outros bem maiores e os labirintos “strange” que possuem por vezes padrões de labirinto mais incomuns.

Estas versões da Tengen são mais que meras conversões e acrescentam alguns novos modos de jogo e labirintos

De resto a nível audiovisual este é um jogo muito simples como seria de esperar visto que o original arcade é de 1981. Ocasionalmente temos pequenas cut-scenes entre níveis que mostram como é que a Ms. Pac-Man e Pac-Man se conheceram, apaixonaram e constituíram família, o que é sempre um detalhe engraçado. Os efeitos sonoros são extremamente simples como é típico nos Pac-Man clássicos e as músicas são pequenas melodias que vamos ouvindo ocasionalmente como nos menus e durante as já referidas cut-scenes.

De resto a jogabilidade é o que se espera de um Pac-Man clássico

Portanto esta versão do clássico Ms. Pac-Man é mais uma sólida conversão do clássico da Midway mas que acrescenta também uma boa quantidade de conteúdo adicional como diferentes labirintos, a habilidade do Pac-Booster ou diferentes modos de jogo multiplayer.

Area 51 (Sony Playstation 2)

Tempo de voltar à Playstation 2 para mais um first person shooter que tinha aqui em backlog. Produzido pela Midway (não confundir com o jogo arcade de 1995 publicado pelos mesmos nas consolas da época), este é um jogo cujo maior factor publicitário era mesmo o de possuir voice acting do David Duchovny, Marylin Manson e mais alguns actores não tão famosos. Sinceramente não me recordo nem onde, nem quando o comprei, muito menos quanto terá custado. Mas foi seguramente barato, abaixo dos 5€.

Jogo com caixa, manual e papelada

Apesar do talento de voz de vários nomes conhecidos, sinceramente não achei a história nada de especial. O jogo coloca-nos no papel de Ethan Cole, membro de uma unidade de reacção rápida de elite, que havia sido chamada para conter uma contaminação nos laboratórios secretos da Area 51. Um poderoso vírus capaz de transformar os humanos que contamina, tornando-os em criaturas grotescas, porém poderosas, está rapidamente a contaminar todas as instalações secretas. À medida que o jogo vai progredindo há toda uma teoria de conspiração que também se vai desenrolando, envolvendo os Illuminati e claro, os aliens cinzentos que figuram na capa do jogo.

Ocasionalmente teremos algumas cutscenes em CGI que avançam a história

No que diz respeito às mecânicas de jogo, estas são ainda as de um FPS da velha guarda, na medida que vamos poder apanhar várias armas distintas e mantê-las todas no nosso arsenal. Pistolas, metralhadoras, shotguns, sniper rifles e claro, armas alienígenas são alguns dos exemplos. Podemos ainda usar alguns pares de armas em simultâneo, como a metralhadora e shotgun, embora de forma apenas temporária. Para além de um scanner que eventualmente teremos de utilizar para desbloquear o progresso no jogo (e descobrir também vários documentos secretos), o grande factor diferencial na jogabilidade é o facto de nós eventualmente ficarmos também infectados (desculpem lá o pequeno, porém necessário spoiler) e quando isso acontece iremos também ter a possibilidade de alternar entre a forma humana e mutante. Na forma mutante ficamos mais poderosos, embora não possamos usar armas de fogo. Temos no entanto dois poderes, um que nos regenera a vida, outro que pode contaminar os inimigos. Cada vez que usemos estas habilidades temos também uma barra de energia que se vai gastando, sendo que essa pode ser regenerada ao atacar inimigos na forma mutante, interagir com certos cadáveres com uma grande carga viral ou, tal como a barra de vida, também poderemos encontrar alguns itens para o efeito. Outra utilidade da forma mutante é o o facto de termos uma visão melhorada que salienta a posição dos inimigos, incluindo os soldados que usam camuflagem invisível.

O jogo começa de forma algo tranquila, incluindo um tutorial disfarçado

Para além do modo história, o jogo teria também uma forte componente multiplayer. Para além de multiplayer local em split screen, este jogo oferecia também partidas online, mesmo na versão da Playstation 2. Mas não cheguei a experimentar nem um nem outro e duvido que os servidores oficiais ainda estivessem sequer activos. De resto para além dos segredos que poderemos descobrir ao longo do jogo e alimentam ainda mais as teorias da conspiração lá introduzidas, vários outros extras como pequenos trailers ou making of podem também ser desbloqueados, o que é sempre interessante.

As criaturas que iremos enfrentar e eventualmente também nos transformar

A nível audiovisual é um jogo competente para uma PS2, mas longe do brilhantismo do Black. Tendo em conta que todo o jogo se passa na Area 51, não há uma grande variedade de níveis. A sua maioria decorre em laboratórios ou zonas mais industriais/militares muito parecidos entre si, embora ocasionalmente ainda encontremos algumas surpresas, como um cenário de estúdio da primeira viagem à Lua, só mesmo para meter sal na ferida. Os últimos níveis já são todos passados em bases com tecnologia extra-terrestre, o que lhes dá um aspecto bem distinto dos restantes. Kudos também para o Easter egg da máquina arcade do Area 51 da Atari de 1995, que como já referi acima, foi publicado para as consolas pela própria Midway também. O voice acting traz-nos várias vozes conhecidas como também já referi. Mas mesmo assim, não o achei nada de empolgante. A própria voz do David Duchovny é usada principalmente a narrar a introdução de cada capítulo e sinceramente não achei a narrativa nada de empolgante. A banda sonora também me passou um pouco ao lado, pois pouco ficou na memória.

Algumas armas podem ser usadas aos pares, embora apenas temporariamente.

Portanto este Area 51 é um FPS bem competente, embora sinceramente me arrependa de não ter antes comprado a versão PC, não só por ter melhores gráficos, mas também pelo suporte ao rato e teclado que acaba por fazer toda a diferença. Ainda tive de perder algum tempo nesta versão a ajustar os melhores valores de sensibilidade dos analógicos para o deixar o mais fluído possível. De resto é um jogo que apesar de algumas boas ideias (como a capacidade de nos transformarmos num mutante com poderes distintos), a sua narrativa é bastante aborrecida, particularmente tendo em conta que possui alguns actores profissionais a dar a sua voz.

Quake (Nintendo 64)

Vamos a mais uma rapidinha, desta vez para a versão Nintendo 64 do Quake, cujo original de PC já cá trouxe há uns bons anos atrás, visto este ter sido um jogo dos meus tempos de infância. E apesar desta versão da consola da Nintendo ficar uns furos abaixo da versão PC, ainda assim revelou-se ser uma conversão bem mais capaz do que estava à espera, como irei relatar mais abaixo. O meu exemplar foi comprado a um particular algures em Setembro passado, por cerca de 10€.

Cartucho solto

Ora e aqui encarnamos uma vez mais num marine anónimo e, apesar de o jogo começar com um nível algo high-tech, rapidamente as coisas mudam de figura, com níveis e inimigos com uma toada mais de fantasia medieval a surgirem logo de seguida e claro, o último boss a ter claras influências lovecraftianas.

Felizmente os controlos são customizáveis, mas não há muito a melhorar com um comando de Nintendo 64. Em emulação já é outra história.

Este é então um first person shooter frenético e onde no PC foi um dos primeiros, senão mesmo o primeiro, FPS completamente em 3D poligonal, mantendo no entanto a jogabilidade frenética que Doom popularizou. Na Nintendo 64 o jogo mantém o mesmo nível de acção, mas como seria de esperar os controlos não são os melhores. Estão ainda longe do standard que hoje em dia temos nas consolas com os analógicos a servirem para movimento e controlo de câmara e os gatilhos para disparar. Bom, aqui o único analógico da Nintendo 64 controla o movimento e o gatilho Z dispara, com os botões L ou R a serem necessários caso queiramos controlar melhor a câmara. O d-pad e c buttons possuem funções idênticas como andar lateralmente, saltar ou reset da câmara, enquanto que os A e B servem para alternar entre armas. É um esquema que irá necessitar de algum treino, como é habitual na maioria dos FPS para consolas desta geração.

Esta versão pode não ser tão graficamente imponente quanto a original de PC, mas até que inclui alguns efeitos de luz que não estão presentes na versão original!

A nível audiovisual confesso que o jogo surpreendeu-me pela positiva, revelando-se numa conversão bem competente. É certo que devido à limitação de espaço no cartucho da Nintendo 64 várias concessões tiveram de ser feitas, como vários níveis cortados, outros alterados, muitas texturas de baixa resolução, enquanto outras como ornamentos dos cenários pura e simplesmente não foram aqui incluídas. Para não falar da fantástica banda sonora dos Nine Inch Nails que foi substituída por outra também ambiental, mas de longe sem o mesmo impacto. Mas acreditem, ainda assim é uma conversão bem sólida pois graficamente continua bem competente, com uma boa fluidez de jogo e sem aquele nevoeiro irritante que praguejava muitos dos jogos da Nintendo 64, como o Turok, por exemplo.

Sim, nesta versão também conseguimos colocar os inimigos à porrada uns com os outros!

Portanto este Quake é uma versão interessante, que mesmo com vários cortes esperados devido às limitações de armazenamento de um cartucho, ainda assim o resultado final não fica assim tão longe assim do original PC, mantendo a mesma fluidez, combate frenético e atmosfera opressora. Foi uma conversão a cargo da mesma equipa da Midway que já havia produzido o também surpreendente Doom 64, pelo que se entende o porquê da id Software ter preferido esse estúdio para esta conversão.

Mortal Kombat II (Sega 32X)

Tempo de voltar a uma rapidinha e também de voltar à Sega 32X, o último e malfadado add-on que a Sega trouxe para a Mega Drive, na esperança de extender um pouco mais a sua vida comercial. A 32X acabou por se revelar num fracasso comercial e sinceramente a Mega Drive ainda recebeu uns quantos bons jogos entre 1994 e 1997, pelo que o acessório não foi tão fundamental assim. Um dos jogos lançados neste sistema foi uma versão do Mortal Kombat II, cuja conversão ficou também a cargo da Probe, que já haviam convertido a versão Mega Drive anteriormente. O meu exemplar veio cá parar através de uma troca que fiz com um amigo no passado mês de Maio.

Jogo com caixa e manual

Ora a razão pela qual este artigo é uma rapidinha é precisamente porque já cá trouxe várias vezes este jogo em múltiplas plataformas, a começar pela sua conversão Mega Drive que deverá certamente ter sido a mais popular em Portugal nos anos 90. O que traz esta versão da 32X de diferente? Bom a começar, é uma versão graficamente mais próxima do original arcade e inclui diverso conteúdo que havia sido cortado na versão da Mega Drive. Logo no início, temos direito a um ecrã que conta a história do jogo, bem como acesso às biografias de todos os lutadores, algo que ficou de fora na versão da Mega Drive. A nível de jogabilidade é uma versão idêntica, onde o uso de um comando de 6 botões é fortemente recomendado.

Uma das adições desta versão 32X são os ecrãs que contam a história do jogo, assim como as biografias dos lutadores

As maiores diferenças vão no entanto para os gráficos como já havia mencionado acima, mas também para o som. Por um lado as sprites dos lutadores estão agora mais detalhadas e mais coloridas, as suas sombras são mais realistas ao invés de meros círculos negros, assim como as arenas têm mais cor e detalhe. No entanto é curioso, porque aparentemente o hardware da 32X renderiza apenas os lutadores, suas sombras, golpes e eventualmente alguns detalhes adicionais das arenas. Já as arenas em si são aparentemente processadas pela Mega Drive que possui um hardware muito mais limitativo ao número de cores diferentes apresentadas em simultâneo no ecrã. A razão pelas arenas terem muito melhor aspecto nesta versão, recairá portanto no facto de ao a 32X renderizar os lutadores, liberta algum “espaço” para mais cores ficarem disponíveis para serem apresentadas nos cenários, assim como mais detalhes também. O som é outra das grandes diferenças, como já referi anteriormente. Não na banda sonora, que se mantém idêntica à da Mega Drive (que por sua vez era diferente da versão arcade), mas sim em todos os clipes de voz digitalizada, que para além de serem de muito melhor qualidade, muitos desses clipes de voz ou outros efeitos sonoros que foram cortados na versão Mega Drive estão aqui presentes, o que ajuda bastante na apresentação do jogo como um todo.

Graficamente é também uma versão superior, com os lutadores e arenas melhor detalhados

Portanto esta versão do Mortal Kombat II é sem dúvida superior à sua incarnação original na Mega Drive. Agora se em 1995 valeria a pena comprar uma 32X de propósito para jogar esta versão? Seguramente que não. No entanto o facto de ser uma versão superior faz aumentar a sua procura no seio dos coleccionadores e, não tendo sido produzidas lá muitas unidades, o seu preço infelizmente também está longe de ser atractivo.