The Lost Vikings 2 (Sega Saturn)

O The Lost Vikings original é um dos videojogos que mais memórias me trazem, pelo menos da versão MS-DOS pois foi uma das que joguei vezes sem conta no meu primeiro PC. Entretanto a Silicon and Synapse, que eventualmente já havia mudado o seu nome para Blizzard, acabou por desenvolver uma sequela desse clássico para a Super Nintendo apenas. Aparentemente essa versão já estava pronta há algum tempo, mas acabou por ser lançada apenas em 1997, escassos meses antes das versões 32bit, que a Interplay pediu à Beam Software para desenvolver. Estas versões 3bit mantêm o mesmo jogo de base, mas com audiovisuais muito diferentes. O meu exemplar foi comprado a um amigo em Março deste ano por 10€ se bem me recordo.

Jogo com caixa e manual

Uma vez mais os 3 Vikings acabam por ser raptados pelo imperador alienígena Tomator, e uma vez mais acidentes acontecem, causando-os a ficarem perdidos no tempo, mas desta vez herdam novas habilidades. Erik, o viking ruivo, é o mais ágil dos 3, conseguindo saltar (e agora ainda mais alto), nadar, correr e albarroar paredes ou tectos destrutíveis com o seu capacete. Baleog é uma vez mais o guerreiro dos 3, se bem que infelizmente perdeu o seu arco e flecha, mas mantém a espada. A substituir o arco e flecha, Baleog tem agora um braço biónico que pode ser extendido, permitindo-o dar socos à distância (embora a uma distância muito menor que as flechas do primeiro jogo). No entanto, o seu braço serve também de gancho como no Bionic Commando, permitindo-lhe balancear-se entre certas plataformas. Por fim temos o Olaf, o mais trapalhão. No primeiro jogo Olaf tinha um escudo gigante que tanto servia para absorver os ataques inimigos, como servindo de plataforma para os seus colegas ou mesmo de planador, quando Olaf se mandava de uma ravina abaixo. Aqui mantemos todas essas habilidades, mas Olaf pode agora também encolher bastante de tamanho e esgueirar-se por passagens estreitas, bem como soltar umas flatulências, servindo de impulsão para dar pequenos saltos.

Baleog possui agora um braço biónico, permitindo-lhe, entre outras coisas, balancear-se entre certas plataformas.

Mas não é tudo, pois ao longo do jogo os Vikings vão fazer 2 novos amigos, nomeadamente o lobisomem Fang, que pode atacar inimigos à curta distância, bem como saltar e escalar paredes, saltando constantemente contra a parede em si. A outra nova personagem é o dragão Scorch, que pode voar temporariamente e cuspir bolas de fogo, que possuem um longo alcance. No entanto, tal como antes, apenas jogamos cada nível com 3 personagens em simultâneo, pelo que se vão ter de habituar a não ter sempre os 3 vikings juntos, sendo um deles habitualmente substituído por uma destas novas personagens.

Os puzzles vão naturalmente ficando cada vez mais complexos

Tal como no primeiro jogo o objectivo é o de usar as habilidades de cada personagem para ir resolvendo os puzzles que os níveis nos oferecem, derrotando os inimigos que nos aparecem e ultrapassando os obstáculos até conseguirmos levar todos em segurança à saída do nível. Desta vez no entanto, teremos também de procurar 3 itens específicos para desbloquear o acesso ao nível seguinte. Para além desses itens iremos encontrar muitos outros espalhados nos níveis, desde comida que nos regenera a vida, chaves para desbloquear passagens, bombas que podem destruir superfícies e inimigos, ou outros itens ofensivos como uma bomba capaz de limpar todos os inimigos presentes no ecrã ou escudos que nos protegem temporariamente. De resto, tal como antes, cada personagem possui um pequeno inventário com 4 slots para itens e podemos transferir itens de uma personagem para outra, logo que as mesmas estejam próximas entre si.

O bom humor continua a ser algo bem presente. E com excelente voice acting!

A nível audiovisual confesso que este jogo me deixou com sentimentos mistos. Os níveis é verdade que continuam bastante variados, onde vamos explorar diferentes períodos temporiais como a Transsilvânia no tempo dos vampiros, um outro mundo gelado, uma selva tropical, a época dos piratas e por fim, o futuro, onde foram sem dúvida buscar influências a filmes como Alien e Terminator. Os gráficos em si são pré-renderizados como se fez anteriormente em jogos como Donkey Kong Country e se por um lado até acho que ficaram bonitos e tal, eu pessoalmente em jogos 2D acabo por preferir de longe o pixel art. E em consolas com excelentes capacidades para jogos 2D como a Saturn, preferia que se tivessem esmerado antes com um estilo gráfico mais tradicional, mas muito bem trabalhado. O design das personagens também ficou demasiado deformado nesta versão (nada a ver com o que vemos na capa), prefiro de longe o design original. Por outro lado as versões 32bit possuem um excelente voice acting e repleto de um bom sentido de humor e isso aprecio bastante. As músicas também são agradáveis e no formato CD-Audio, tendo gostado especialmente dos temas mais metal e industrial do mundo futurista em ruínas.

Ocasionalmente lá teremos algumas cutscenes em CGI

Portanto este Lost Vikings 2 acaba por ser um bom jogo de plataformas e puzzle, tal como o seu antecessor. Aliás, quem gostou do primeiro jogo irá certamente gostar deste também. No entanto, tal como referi acima, tirando a parte do voice acting e talvez da banda sonora, gosto mais do grafismo da velha guarda, pelo que um dia gostaria de encontrar a versão SNES a um preço em conta. Infelizmente, com o jogo a sair em 1997, já não houve nenhuma versão planeada para a Mega Drive.

Earthworm Jim: Menace 2 the Galaxy (Nintendo Gameboy Color)

Voltando às rapidinhas vamos agora para uma pequena desilusão para a Gameboy/ gameboy Color. Os primeiros 2 Earthworm Jim foram sem dúvida dos jogos mais originais e divertidos que surgiram na era das 16bit, no entanto esto novo jogo para a portátil 8bit para a Nintendo acabou por desiludir. O mesmo também poderá ser dito do Earthworm Jim 3D, mas isso será tema para outro dia, até porque ainda tenho de o arranjar. O meu exemplar foi comprado já nem sei onde, quando, nem quanto custou, mas certamente não terá sido mais do que 2/3€.

Apenas cartucho

Provavelmente não sabiam, mas a minhoca Jim tem um irmão gémeo maléfico, o Evil Jim. Este estava a preparar das suas, ao construir uma arma super poderosa que poria a vida de toda a galáxia em risco e claro, cabe-nos a nós, no papel do Good Jim, de impedir que isso aconteça. Este é também um jogo de plataformas, mas muito mais simplificado face aos clássicos, que tinham vários níveis com mecânicas de jogo completamente diferentes entre si, e mesmo nos níveis de puro platforming, havia sempre qualquer coisa de doidos a acontecer, o que nos empolgava ainda mais. Aqui é mesmo um platformer genérico, com as habilidades de Jim a ficarem muito reduzidas, com um botão para saltar e outro para disparar a arma. Felizmente lá poderemos encontrar algumas armas diferentes para equipar, bem como um foguetão que nos permite voar livremente pelo nível durante algum tempo. O objectivo em cada nível? Coleccionar um certo número de itens que parecem donuts gigantes e procurar a saída, um teletransporte que nos leva ao nível seguinte. Caso percamos uma vida, temos de recomeçar o nível do zero, voltando a apanhar os itens todos. Ocasionalmente lá encontramos algumas caras conhecidas de outros jogos, na forma de bosses que teremos de derrotar.

Continuamos a ter alguma parvoíce, mas em doses muito reduzidas quando comparando com os originais

A nível audiovisual é um jogo minimamente competente. No início de vida da Gameboy Color era práctica comum os jogos serem retrocompatíveis com a Gameboy original, com os cartuchos a possuirem um formato similar aos clássicos, mas em cor negra, o que é o caso deste jogo. Se o jogarmos numa Super Gameboy temos mais algumas cores que a mera escala de cinzentos, mas o ideal é jogar mesmo numa Gameboy Color, ficando com uma paleta de cores mais correcta e completa. Ainda assim, naturalmente que a sprites não possuem o mesmo brilhantismo das versões 16bit dos originais, algo que seria esperado. Mas por outro lado a adaptação do Earthworm Jim original para a Game Gear é muito mais rica tecnicamente, a meu ver. As músicas nada de especial a apontar, algumas são agradáveis, outras já nem tanto mas não incomodam.

Ocasionalmente lá teremos alguns bosses para defrontar

Portanto este Earthworm Jim Menace 2 the Galaxy é, infelizmente, um medíocre jogo de plataformas com muito poucos elementos que tornaram os originais clássicos absolutos da era 16bit.

Blackhawk (Super Nintendo)

Blackhawk, conhecido lá fora por Blackthorne, é um dos primeiros videojogos produzidos pela Blizzard, os mesmos que criaram Warcraft, Diablo ou Starcraft, sendo este um jogo de acção / plataformas, que pessoalmente sempre me fez lembrar o prince of Persia, embora mais longo e com armas de fogo em vez de espadas. Mas já lá vamos. O meu exemplar veio algures no mês de Janeiro deste ano, após ter sido comprado numa loja no Reino Unido por 3 libras.

Apenas cartucho

O jogo leva-nos ao mundo de Tuul, onde o povo de Androth estava a ser invadido pelos monstros liderados por Sarlac. Com o castelo de Androth prestes a cair perante a invasão, o rei lá do sítio, com a ajuda do seu feiticeiro, consegue transportar o seu filho bébé (Kyle) para o planeta Terra, de forma a que cresça em segurança. 20 anos depois, com Kyle já adulto, somos transportados de volta para o planeta Tuul, onde iremos combater as forças de Sarlac e recuperar o reino de Androth.

O facto de comparar este jogo ao Prince of Persia não é assim tão descabido de todo, pois as animações de Kyle foram capturadas da mesma forma que as do Prince e na verdade muitos dos movimentos que podemos fazer, como andar devagar , correr para saltar precipícios, ou subir/descer plataformas são muito semelhantes. Mesmo alguns dos puzzles são parecidos, pois em alguns sítios temos de pressionar botões no solo para abrir algumas portas longínquas e temporizadas. Mas enquanto Prince possuia combates de espada e pouco mais, aqui os combates usam armas de fogo e temos também uma série de itens (para além de poções que nos regeneram a vida) que podemos apanhar para resolver alguns puzzles. Coisas básicas como chaves que nos abrem portas ou extendem pontes, plataformas elevatórias, ou então diversos tipos de bombas diferentes que tanto nos podem ajudar a derrotar alguns inimigos mais poderosos, como para destruir algumas máquinas de difícil acesso, como é o caso das “vespas” que são na verdade bombas controladas remotamente.

Nos combates podemos alternar entre estar no plano de fundo em segurança ou descoberto para atacar. O problema é que os inimigos fazem o mesmo, deixando os combates algo morosos.

Os combates são então outro dos pontos fortes do jogo. Kyle está munido de uma caçadeira, que à medida que vamos progredindo no jogo vai ficando cada vez mais poderosa (e os inimigos que temos de enfrentar também). Agora, tal como nos filmes, tanto nós quanto os inimigos tem a capacidade de se expor quando disparam, e encostar-se à parede para não levarem com tiros. Portanto cada duelo vai ser travado desta forma, com toda a gente encostada à parede, os monstros expõem-se para disparar e na fração de segundos em que páram de disparar, mas ainda estão expostos, é quando temos nós de sair da nossa guarda e disparar. É um conceito interessante, mas confesso que, ao fim de dezenas de combates, todos eles travados desta forma, acaba por cansar um pouco.

Apesar de ter gostado bastante desta cutscene inicial, deu-me a entender que este seria um jogo mais cinemático do que realmente o é.

Depois os níveis são bastante grandes, obrigam-nos a uma exploração muito cuidada e memorizar caminhos para conseguirmos resolver alguns dos seus puzzles. Mas não deixam de ter uma atmosfera muito cinematográfica (como o Flashback, por exemplo), que sempre achei interessante. Vamos explorar minas, florestas, desertos e o castelo de Sarlac, pelo que os visuais vão sendo sempre algo distintos entre cada zona, mas como os níveis acabam por ser bem grandinhos, o que conjugado com todos estes combates lentos, acabam por tornar o jogo um pouco repetitivo e para ir jogando por etapas – felizmente temos passwords no final de cada nível. Por outro lado as músicas também são algo variadas, introduzindo aqui e ali algumas guitarras eléctricas, mas sempre numa toada algo contida e repetitiva. Ou seja, música um pouco ambiental, mas que sinceramente não se adequa muito aos níveis que vamos explorando.

Portanto este Blackhawk, ou Blackthorne se preferirem, acaba por ser um interessante jogo de acção, mas ainda longe do brilhantismo que a Blizzard mais tarde nos veio a habituar. Possui alguns conceitos interessantes e na verdade o jogo é bastante sólido e agradável, mas acaba por se tornar muito repetitivo pelos seus combates pausados e níveis grandes, labirínticos e cheios de segredos a descobrir.

Swords and Serpents (Nintendo Entertainment System)

Ok, confesso, este teve mesmo de ser em emulador e com a ajuda do save state. Mas ainda assim, não deixa de ser um jogo interessante para a época em que o mesmo foi lançado. Produzido pela Interplay, este Swords & Serpents é um RPG dungeon crawler com uma perspectiva de primeira pessoa, com a particularidade de poder ser jogado com um, dois ou quatro jogadores em simultâneo, com recurso ao Four Score adapter. O meu exemplar veio do Reino Unido, tendo sido comprado numa CeX por 12 libras.

Jogo completo com caixa e manual

A história resume-se a explorar um enorme labirinto subterrâneo repleto de inimigos, tesouros e armadilhas, com o objectivo de derrotar uma serpente gigante no último andar, o -16. Para isso, tal como muitos RPGs ocidentais da época, poderemos escolher uma party de quatro personagens com stats gerados aleatoriamente, e com três classes disponíveis: o guerreiro, ladrão, ou feiticeiro. Se não quiseremos ter esse trabalho podemos ter uma party previamente pré-construida constituida por um guerreiro, um ladrão e 2 feiticeiros. Num jogo multiplayer, cada jogador controla a sua personagem nas batalhas, se bem que apenas um jogador pode navegar pela dungeon – o chamado líder do grupo.

Ocasionalmente encontramos alguns NPCs que nos dão algumas dicas

Com o jogo em acção, vemos o ecrã dividido em diferentes partes. Em baixo temos o estado de cada uma das personagens da nossa party, nomeadamente quantos pontos de vida e mana nos restam. À esquerda temos a tal perspectiva da dungeon na primeira pessoa, enquanto que à direita vemos o mapa da dungeon, que se vai preenchendo automaticamente à medida que vamos explorando a mesma. De resto as batalhas são aleatórias, onde cada personagem por defeito vai atacando. Se quisermos usar ataques mágicos, ou tentar fugir de alguma batalha, podemos interrompê-la a qualquer momento e abrir uns menus para esse efeito.

Explorar as catacumbas tem os seus perigos mas também as suas recompensas

Até aqui tudo bem, tirando a questão do multiplayer, não referi nada que fosse fora de série para um dungeon crawler para consolas, principalmente para uma plataforma com as limitações da NES. No entanto, o jogo está longe de ser perfeito. Por um lado a taxa de encontros aleatórios é muito alta, especialmente se estivermos a “desbravar terreno”, ou seja, explorar partes desconhecidas de dungeons. A funcionalidade de automapping é muito útil, mas a partir do momento em que mudamos de andar, se voltarmos a um andar previamente explorado o mapa desaparece por completo e, a menos que usemos um guia, imagens dos mapas na internet, ou desenhá-los à mão numa folha de papel quadriculado, vamos ter de andar às apalpadelas novamente. Os primeiros níveis são relativamente simples, mas a partir de uma certa altura começamos a ter várias armadilhas como portais que nos levam de novo para o início do jogo, portanto isso pode ser chato.

Quando o ecrã muda para uma batalha, o mapa à direita dá o lugar ao número de inimigos e suas barras de energia

No entanto também pode compensar bastante explorar os mapas ao máximo pois podemos descobrir lojas onde podemos comprar/vender armas e restante equipamento, templos onde podemos descansar e recuperar pontos de vida e de MP, fontes mágicas que nos regeneram MP, ou feitiços escritos em paredes que nos desbloqueiam novas habilidades, como feitiços que regeneram a vida, nos permitem atravessar paredes, voar, entre outras habilidades bastante úteis. Para além dos teletransportes bons ou maus que já referi acima, temos portas trancadas, outras de sentido único, alavancas secretas, falsas paredes, entre outros, pelo que ter um mapa à mão dá mesmo jeito.

A nível audiovisual, este até é um jogo interessante, dentro das limitações de uma NES. As dungeons não são nada de especial, as texturas dos corredores e portas são todas iguais, mudando apenas as cores. O Phantasy Star da Master System também era assim, mas ao menos as suas dungeons eram mais clean. Não há uma grande variedade de inimigos, sendo que temos muitos repetidos, onde apenas mudam a sua cor. No entanto, os poucos inimigos e NPCs que há, estão na minha opinião muito bem detalhados e com algumas animações. No que diz respeito aos efeitos sonoros não tenho nada a apontar, já às músicas essas são muito poucas, mas por outro lado também agradáveis.

Os inimigos até que possuem um design muito interessante!

Portanto este é um RPG interessante, principalmente para a consola em que saiu e o facto de permitir uma party de até 4 jogadores humanos explorar uma enorme dungeon em simultâneo. No entanto, os combates demasiado frequentes e as limitações técnicas da NES, podem tornar esta experiência algo repetitiva ao fim de algum tempo. Mas tem sem dúvida os seus desafios.

The Lost Vikings (Sega Mega Drive)

The Lost Vikings é, a meu ver, um dos maiores clássicos da era 16-bit. Desenvolvido pela Silicon & Synapse, o estúdio que mais tarde veio a ser conhecido por Blizzard Entertainment, o jogo conta a história de 3 Vikings que são raptados por extraterrestres e que, para fugirem e voltarem às suas casas, têm de atravessar vários níveis em diferentes períodos históricos. É um excelente exemplo de um jogo que mistura o platforming com puzzles, visto que cada Viking possui diferentes habilidades e teremos de tirar todo o proveito das mesmas. Para além disso, a versão Mega Drive é na minha opinião a superior, por incluir mais níveis que as restantes. Mas já lá vamos. O meu exemplar foi comprado algures durante o mês de Abril numa das minhas idas à feira. Custou-me 2€.

Jogo com caixa e manuais

Como já referi acima, os protagonistas deste jogo são três Vikings: Erik, Baleog e Olaf. Foram raptados pelo alien Tomator, líder do império Croutoniano, que colecciona espécimens de seres vivos na sua nave espacial. É ao tentarmos escapar da nave onde vamos aprendendo as mecânicas base de jogo. Erik é o Viking mais ágil, o que corre mais rápido, o único com a capacidade de saltar e consegue destruir paredes ao albarroá-las com o seu capacete. Baleog é o único Viking que pode atacar os inimigos, seja com a sua espada ou com arco e flecha (se bem que este último também pode dar jeito para activar botões e alavancas, por exemplo). Por fim, Olaf, está munido apenas do seu escudo, capaz de bloquear qualquer inimigo ou projéctil, mas que também pode servir de plataforma ou de planador, permitindo Olaf deslizar suavemente em queda livre.

O objectivo de cada nível é o de levar os três Vikings em segurança até à saída.

Para além disso, cada Viking tem uma barra de vida de 3 pontos, bem como a capacidade de armazenar 4 itens, podendo depois trocar de itens entre si, logo que estejam próximos uns dos outros. Logo no início teremos de aprender estas habilidades básicas de cada um para escapar da nave espacial, só que quando conseguimos finalmente fugir, somos transportados para a pré-história, onde teremos níveis cada vez mais complexos para atravessar. Ao longo do jogo iremos atravessar outros períodos como o antigo Egipto ou uma fábrica gigante, onde iremos ter puzzles cada vez mais complexos para resolver. Para chegar ao final de um nível, temos de conduzir os 3 Vikings com segurança até à saída, sendo que para isso teremos sempre vários obstáculos para ultrapassar, inimigos para combater (ou evitar), chaves para procurar ou botões para interagir. Portanto muitas vezes vamos ser obrigados a tentar o mesmo nível novamente, até finalmente conseguirmos sozinhos chegar à sua solução.

Cada Viking possui diferentes habilidades. Olaf, apesar de ser o mais pesado, pode “planar” com o seu largo escudo.

Felizmente também temos vários itens que poderemos usar para nos ajudar. Todos os power ups de comida servem para regenerar parcialmente ou totalmente a barra de vida do Viking que o usa. Outros itens podem ser coisas como bombas capazes de destruir objectos ou outras que destroem todos os inimigos presentes no ecrã. Temos também updates como flechas de fogo, capazes de destruir alguns inimigos previamente indestrutíveis ou que precisassem de vários golpes. Depois temos também outros objectos mais específicos para cada nível, como ferramentas para reparar máquinas (nos níveis da fábrica), ou botas de gravidade para salas sem gravidade.

A nível audiovisual este até que é um jogo muito bem conseguido na minha opinião. Tanto os Vikings, como os inimigos ou mesmo os cenários estão muito bem desenhados, pelo menos o estilo mais cartoon é bastante do meu agrado. Para além disso, o que mais me agrada mesmo são os diálogos repletos de humor e sarcasmo! As músicas são também muito agradáveis e alegres, retendo sempre algo da temática do nível nas suas melodias. Por exemplo, na pré-história a música tem sempre alguns contornos tribais, enquanto no deserto temos ali algumas melodias egípcias. Noutros locais há ali uma mistura interessante entre música electrónica e rock, que também me agrada.

Uma das coisas que mais gostei neste jogo é sem dúvida do seu sentido de humor.

Portanto, no final de contas, este The Lost Vikings é um jogo excelente, misturando de forma brilhante o platforming tradicional dos anos 90 com elementos de puzzle que nos vão dar muito que pensar e obrigar a explorar cada nível ao máximo até alcançar a solução. O jogo acabou por receber uma sequela alguns anos depois em 1997. Das máquinas de 16bit, só a SNES recebeu uma versão, que aparentemente utiliza o mesmo motor gráfico do clássico. O PC, Saturn e PS1 já receberam uma versão tecnicamente mais avançada que gostaria de mais tarde tê-la na colecção.