Blackhawk (Super Nintendo)

Blackhawk, conhecido lá fora por Blackthorne, é um dos primeiros videojogos produzidos pela Blizzard, os mesmos que criaram Warcraft, Diablo ou Starcraft, sendo este um jogo de acção / plataformas, que pessoalmente sempre me fez lembrar o prince of Persia, embora mais longo e com armas de fogo em vez de espadas. Mas já lá vamos. O meu exemplar veio algures no mês de Janeiro deste ano, após ter sido comprado numa loja no Reino Unido por 3 libras.

Apenas cartucho

O jogo leva-nos ao mundo de Tuul, onde o povo de Androth estava a ser invadido pelos monstros liderados por Sarlac. Com o castelo de Androth prestes a cair perante a invasão, o rei lá do sítio, com a ajuda do seu feiticeiro, consegue transportar o seu filho bébé (Kyle) para o planeta Terra, de forma a que cresça em segurança. 20 anos depois, com Kyle já adulto, somos transportados de volta para o planeta Tuul, onde iremos combater as forças de Sarlac e recuperar o reino de Androth.

O facto de comparar este jogo ao Prince of Persia não é assim tão descabido de todo, pois as animações de Kyle foram capturadas da mesma forma que as do Prince e na verdade muitos dos movimentos que podemos fazer, como andar devagar , correr para saltar precipícios, ou subir/descer plataformas são muito semelhantes. Mesmo alguns dos puzzles são parecidos, pois em alguns sítios temos de pressionar botões no solo para abrir algumas portas longínquas e temporizadas. Mas enquanto Prince possuia combates de espada e pouco mais, aqui os combates usam armas de fogo e temos também uma série de itens (para além de poções que nos regeneram a vida) que podemos apanhar para resolver alguns puzzles. Coisas básicas como chaves que nos abrem portas ou extendem pontes, plataformas elevatórias, ou então diversos tipos de bombas diferentes que tanto nos podem ajudar a derrotar alguns inimigos mais poderosos, como para destruir algumas máquinas de difícil acesso, como é o caso das “vespas” que são na verdade bombas controladas remotamente.

Nos combates podemos alternar entre estar no plano de fundo em segurança ou descoberto para atacar. O problema é que os inimigos fazem o mesmo, deixando os combates algo morosos.

Os combates são então outro dos pontos fortes do jogo. Kyle está munido de uma caçadeira, que à medida que vamos progredindo no jogo vai ficando cada vez mais poderosa (e os inimigos que temos de enfrentar também). Agora, tal como nos filmes, tanto nós quanto os inimigos tem a capacidade de se expor quando disparam, e encostar-se à parede para não levarem com tiros. Portanto cada duelo vai ser travado desta forma, com toda a gente encostada à parede, os monstros expõem-se para disparar e na fração de segundos em que páram de disparar, mas ainda estão expostos, é quando temos nós de sair da nossa guarda e disparar. É um conceito interessante, mas confesso que, ao fim de dezenas de combates, todos eles travados desta forma, acaba por cansar um pouco.

Apesar de ter gostado bastante desta cutscene inicial, deu-me a entender que este seria um jogo mais cinemático do que realmente o é.

Depois os níveis são bastante grandes, obrigam-nos a uma exploração muito cuidada e memorizar caminhos para conseguirmos resolver alguns dos seus puzzles. Mas não deixam de ter uma atmosfera muito cinematográfica (como o Flashback, por exemplo), que sempre achei interessante. Vamos explorar minas, florestas, desertos e o castelo de Sarlac, pelo que os visuais vão sendo sempre algo distintos entre cada zona, mas como os níveis acabam por ser bem grandinhos, o que conjugado com todos estes combates lentos, acabam por tornar o jogo um pouco repetitivo e para ir jogando por etapas – felizmente temos passwords no final de cada nível. Por outro lado as músicas também são algo variadas, introduzindo aqui e ali algumas guitarras eléctricas, mas sempre numa toada algo contida e repetitiva. Ou seja, música um pouco ambiental, mas que sinceramente não se adequa muito aos níveis que vamos explorando.

Portanto este Blackhawk, ou Blackthorne se preferirem, acaba por ser um interessante jogo de acção, mas ainda longe do brilhantismo que a Blizzard mais tarde nos veio a habituar. Possui alguns conceitos interessantes e na verdade o jogo é bastante sólido e agradável, mas acaba por se tornar muito repetitivo pelos seus combates pausados e níveis grandes, labirínticos e cheios de segredos a descobrir.

Sobre cyberquake

Nascido e criado na Maia, Porto, tenho um enorme gosto pela Sega e Nintendo old-school, tendo marcado fortemente o meu percurso pelos videojogos desde o início dos anos 90. Fã de música, desde Miles Davis, até Napalm Death, embora a vertente rock/metal seja bem mais acentuada.
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