F1 (Sega Master System)

Tempo de voltar às rapidinhas na Master System para uma modesta adaptação do jogo da Mega Drive de mesmo nome. Como deve calcular, esta versão é bastante mais primitiva, pelo que não me irei alongar assim tanto no jogo. O meu exemplar foi comprado através de um amigo meu numa loja perto da capital, estando em óptimo estado.

Jogo com caixa e manual

Aqui dispomos de dois modos de jogo, o arcade e o modo campeonato. O último é uma adaptação bem mais livre do desporto motorizado, na medida em que não temos de nos preocupar com a customização do carro nem nada que se pareça. Por outro lado, o objectivo é, à medida que vamos avançando no jogo, o de chegar pelo menos num lugar cada vez mais próximo do pódio para conseguirmos jogar o circuito seguinte. O modo campeonato já nos obriga a fazer qualificação antes de cada corrida, bem como nos dão algumas opções (simples) de customização do nosso carro. De resto nada de especial a dizer da jogabilidade, pois a mesma é simples e fluída quanto baste para um jogo de 8bit.

Sim, é um jogo com licença da FIA na Master System!

A nível audiovisual, esta é, como seria de esperar, uma adaptação bem pior que a da Mega Drive, que por sua vez era graficamente impressionante. Aqui os circuitos não possuem grande detalhe e os cenários de fundo são particularmente pobres. Mas ao menos a acção é fluída e ocasionalmente lá vamos vendo alguns pormenores gráficos interessantes como os túneis ou pontes. A música não é nada má, mas apenas existe no ecrã título, menus e ecrãs entre corridas. Já durante as corridas em si temos apenas os ruídos de fundo que são algo irritantes.

O porquê dos cenários serem algo pobres é explicado pelo facto de assentarem melhor no split screen

Portanto esta adaptação do F1 para a Master System é como se esperaria bem mais fraca que a sua versão de Mega Drive. Ainda assim não deixa de ser um jogo bem fluído para o sistema que é, embora o Ayrton Senna me pareça uma melhor opção neste sistema.

F1 World Championship Edition (Sega Mega Drive)

Vamos continuar na Mega Drive e nas rapidinhas para um jogo de Formula 1 bastante competente. Publicado pela Domark, este F1 Worlf Championship é um sucessor do F1, herdando as mesmas mecânicas de jogo e o motor gráfico, que havia também sido utilizado no Kawasaki Superbikes, também publicado pela Domark. O meu exemplar foi comprado a um amigo meu no passado mês de Fevereiro a um preço bastante agradável, tendo em conta que este é um jogo que tem encarecido.

Jogo com caixa

Tal como o seu predecessor, este é um jogo devidamente licenciado pela FIA pelo que podem contar com toda uma série de pilotos, equipas, fabricantes e circuitos que presumo que retratem a época 1994-1995 do desporto motorizado. Não sou nenhum especialista, é possível que faltem licenças de algum piloto mais famoso como foi o caso do seu predecessor, mas pelo menos reconheci ali o nome do “nosso” Pedro Lamy. No que diz respeito aos modos de jogo temos 3 opções: campeonato, knockout e practice. O último dispensa apresentações, é um modo de jogo que nos permite practicar em qualquer um dos circuitos aqui disponíveis. O knockout é um modo de jogo para um jogador apenas, onde somos desafiados a terminar acima de um certo lugar em cada corrida e por fim, o Championship que é o modo carreira.

No modo campeonato podemos seleccionar em que circuitos queremos participar e qual a sua ordem

Aqui podemos escolher que equipa e piloto queremos representar da época de 1994, sendo que poderemos também renomear o nosso piloto. Podemos também optar por escolher se queremos competir em todos os circuitos disponíveis ou não, assim como alterar a sua ordem. Cada corrida propriamente dita é precedida da fase de qualificação e tanto num como no outro poderemos customizar ligeiramente o nosso carro. Durante as corridas temos de ter em atenção ao nível de combustível pelo que ocasionalmente teremos também de visitar as boxes para reabastecer o carro. O modo campeonato é também possível de ser jogado com dois jogadores em simultâneo, embora não o tenha experimentado. Já no que diz respeito aos controlos as coisas são simples, com o direccional a servir para guiar e engatar mudanças e os botões faciais para acelerar ou travar.

Com dois jogadores o ecrã fica bem mais apertado mas as informações estão todas lá

Visualmente este jogo é, tal como o seu predecessor, incrível! Isto porque os cenários possuem vários modelos poligonais muito básicos para as bancadas, pontes, túneis entre outras estruturas simples. Para além disso as sprites são grandes, bem detalhadas, os cenários de fundo também e o jogo possui também um sistema metereológico algo rudimentar. Tudo isto com uma óptima fluidez de jogo, o que é incrível numa consola de 1988 sem recorrer a nenhum hardware adicional (como foi o caso do Virtua Racing). As músicas são agradáveis, embora como seria de esperar apenas as ouvimos durante o ecrã título e menus entre corridas. Nada de especial a apontar aos efeitos sonoros.

Para um jogo com elementos de simulador esperava mais opções de customização

Portanto este é mais um óptimo jogo de corridas que dá bem para entreter durante alguns tempos. Para quem procura uma experiência mais de simulação este jogo ainda deixa a desejar, mas a fluidez das corridas e os seus bons visuais bem que compensam!

Prince of Persia (Sega Game Gear)

Ultimamente o tempo livre tem sido muito reduzido pelo que é tempo para mais uma rapidinha, desta vez à versão Game Gear de Prince of Persia, um clássico de 1989 que teve imenso sucesso comercial (e completamente merecido!), pelo que acabou por receber conversões para inúmeros sistemas ao longo dos anos. A razão pela qual este artigo é uma rapidinha é simples: tirando a menor resolução da Game Gear, é um jogo inteiramente semelhante à versão Master System que já cá trouxe no passado. O meu exemplar foi comprado a um amigo meu no passado mês de Outubro por 5€.

Jogo com caixa e manual

Ora tal como referi na versão Master System (que por sua vez até precede o lançamento desta por cerca de um mês), este é um jogo de plataformas algo cinemático, principalmente pelas suas animações super realistas para a época, bem como toda a atmosfera de solidão que o jogo nos provoca. Esta versão Game Gear é idêntica à sua irmã da Master System, herdando portanto todo o mesmo sistema de controlos, gráficos e níveis. Por sua vez, achei a versão de Master System bem competente e esta de Game Gear, apesar de portátil e com uma resolução de ecrã mais diminuta, também o é.

Este continua a ser um óptimo exemplo de como contar uma história sem proferir uma frase

A nível visual esperem por gráficos bem detalhados para um sistema de 8bit, com as mesmas animações fluídas das sprites. Ficou aquém no gore, no entanto, algo que eu não tinha referido no artigo da Master System. Continua um jogo onde o perigo continua à espreita em cada esquina, passo ou salto mal dado. Mas aquelas lâminas que nos cortam em dois já não ficarem com um rasto de sangue não tem o mesmo impacto. No som continua a ser um jogo onde a aventura é jogada quase em silêncio, apenas com ligeiros efeitos sonoros e pequenas melodias a soarem sempre que bebamos uma poção ou cheguemos a algum ponto importante na história, como o aparecimento do nosso clone.

Apesar da resolução reduzida, os níveis mantém-se idênticos aos originais

Portanto este jogo continua a ser um clássico intemporal, mesmo sendo um jogo bastante desafiante que nos irá exigir uma boa memória para evitar todas as armadilhas mortais e resolver alguns puzzles, bem como alguns reflexos rápidos durante os seus combates. Já tinha achado a versão Master System bem competente e esta é virtualmente idêntica, pelo que também será uma boa escolha para jogar este clássico.

Thunder Jaws (Commodore 64)

A rapidinha de hoje leva-nos pela primeira vez ao Commodore 64, um computador de 8bit que até fez bastante sucesso tanto na Europa como na América. E este é um jogo que já tenho na colecção há uns quantos anos, por aí desde 2014, após o ter comprado numa feira de velharias ao desbarato. Estava a guardá-lo para um dia que finalmente encontrasse o hardware, o que infelizmente ainda não aconteceu, pelo que este teve mesmo de ser em emulação.

Jogo em cassete com caixa e manual

E mesmo que arranjasse um Commodore 64, confesso que teria de o acabar por jogar em emulação, pois o jogo, pelo menos esta conversão, é muito mau. Este Thunder Jaws foi lançado originalmente pela Atari nas arcades, com a britânica Domark a adquirir uma licença para produzir conversões para diferentes computadores, onde para além do Commodore 64, a Domark publicou também versões para o Commodore Amiga, Atari ST e Amstrad CPC. Na caixa está também ilustrada uma versão ZX Spectrum, mas aparentemente essa nunca chegou a ver a luz do dia.

Começamos a aventura a explorar o fundo dos oceanos onde tubarões e outros mergulhadores são a nossa maior preocupação

Thunder Jaws é um jogo de acção onde mistura níveis subaquáticos com outros níveis mais tradicionais de um 2D sidescroller, com bastantes influências do Rolling Thunder da Namco, não só pelos seus 2 planos de acção, mas também por existirem imensas portas de onde inimigos vão surgindo. E nós controlamos um agente secreto que terá de se infiltrar nas diferentes bases da Madame Q, que planeia dominar o mundo através das suas criaturas mutantes, e vamos precisamente alternando entre os tais níveis subaquáticos e os seus laboratórios que deveremos destruir.

Usar um lança chamas debaixo de água? Porque não?

A jogabilidade é teoricamente simples, pois é um jogo que está preparado para usar um joystick de um botão apenas. Podemos então movimentar o nosso personagem livremente com o joystick (incluindo saltar) e o único botão de acção serve para disparar a arma. Tanto nos níveis aquáticos, como nos laboratórios, começamos inicialmente com um lança arpões de munição infinita, mas poderemos encontrar outras armas como Uzi, uma arma que lança projécteis explosivos ou um lança chamas, mas a munição dessas esgota-se com alguma facilidade. O principal problema a meu ver é que o jogo é bastante difícil e de forma injusta, pois os inimigos surgem de todos os lados e tipicamente são bem mais ágeis que nós, o que nos deixa numa posição de completa desvantagem. Temos uma barra de vida, algumas vidas e continues para gastar, mas rapidamente eles são gastos! E ainda nos controlos, para saltar alto e subir para os níveis superiores, teríamos de pressionar para cima e o botão de fogo em simultâneo, o que também não resulta bem, infelizmente.

O jogo é frustrante pela quantidade e agilidade dos inimigos. Para além disso os arpões, apesar de terem munição infinita, não causam tanto dano quanto isso

Graficamente, o original arcade era de facto muito interessante, com cenários e personagens bem definidos, coloridos, com boas animações e detalhe! O Commodore 64 é um sistema 8bit muito mais modesto, pelo que já não tem o mesmo apelo. Ainda assim, comparando com outros sistemas 8bit da época, o Commodore 64 até me surpreende positivamente e isso é notório nas sprites bem detalhadas que o jogo apresenta. Mas a nível de cor e detalhe de cenários, é muito mais modesto sim. Nada de especial a apontar aos efeitos sonoros e a música essa infelizmente apenas existe no ecrã título.

Portanto este Thunder Jaws para a Commodore 64 é infelizmente um jogo para esquecer. A sua dificuldade injusta e mau controlo especialmente com os saltos tornam-no numa experiência bastante frustrante! O original arcade até parece ser um jogo divertido, talvez as conversões para o Amiga ou Atari ST se tenham safado melhor, até porque suportam multiplayer cooperativo.

Trivial Pursuit: Genus Edition (Sega Master System)

Vamos voltaar a mais um jogo da Master System, desta vez não é uma rapidinha a um título desportivo, mas sim uma adaptação a um muito conhecido jogo de tabuleiro, o Trivial Pursuit, que visa em testar os nossos conhecimentos de cultura geral. Esta adaptação para a Master System, possui algumas falhas, mas não deixa de ser um título interessante. O meu exemplar foi comprado numa loja online algures em Março, creio que me custou uns 7€.

Jogo com caixa e manual

O Trivial Pursuit é um jogo de tabuleiro que deveria dispensar apresentações. Múltiplos jogadores (até um máximo de 6) podem participar, começando do centro do tabuleiro e vão percorrendo as restantes casas consoante o valor que lhes sair nos dados. Se caírem numa casa colorida, terão de responder a uma pergunta de cultura geral da área respectiva àquela cor, como geografia, história, arte e literatura, ciência, ou desporto. Acertando na pergunta temos direito a jogar uma vez mais, ou caso calhemos numa casa sem cor também poderemos jogar novamente. As casas mais importantes são as que ficam nas intersecções do círculo exterior com as outras linhas que cruzam no centro. Cada uma destas casas nos permite responder uma vez mais a uma pergunta de cultura geral associada ao tema/cor da mesma, mas se acertamos, ganhamos um “queijinho”. A ideia é recolher queijinhos de todos os temas e depois conseguir chegar novamente ao centro do tabuleiro e o primeiro que o fizer, ganha o jogo.

Muitas destas questões são direccionadas ao público britânico e geralmente a eventos das décadas de 70 e 80

Agora esta implementação da Master System, apesar de ser um jogo que nos permita jogar apenas com 1 jogador, é nitidamente um jogo feito a pensar em jogar em família. Em primeiro lugar, porque mesmo jogando sozinhos o jogo não coloca nenhuns bots a responder aleatoriamente a perguntas para competir connosco, mas a maneira como a Domark implementou o sistema de perguntas e respostas foi mesmo feito a pensar para se jogar em família ou com alguém a controlar-nos. Imaginem que fazem uma pergunta do género “Qual o primeiro presidente norte-americano que comunicou com os astronautas na Lua?”. Depois temos algum tempo para pensar na resposta (que pode ser customizado nas opções) e uma vez findo esse tempo o jogo pergunta: “A tua resposta foi Nixon?” e aí supostamente temos de ser honestos e dizer se sim ou não. Se acertamos na resposta temos o direito de jogar outra vez, falhando passamos a vez a outra. Ora se estivermos a jogar sozinhos poderemos perfeitamente fazer batota e dizer ao computador que acertamos todas as questões e eventualmente lá ganhamos o jogo. Já se jogarmos com outros jogadores humanos, certamente irá haver aquela pressãozinha social para não aldrabar. Na minha opinião seria mais interessante o jogo apresentar algumas respostas de escolha múltipla, mas compreendo que isso seria adulterar as regras do jogo.

No entanto se seleccionarmos outras líguagens no início do jogo, teremos perguntas direccionadas para esses países

Já no que diz respeito às perguntas… bom, este foi um jogo lançado em 1992, pelo que muitas das questões que vamos ter são relativas a eventos que aconteceram na década de 70 e 80, e muitas dessas perguntas são também mais vocacionadas para o público britânico. Portanto vamos ter imensas perguntas que são muito difíceis para nós respondermos. Mas um detalhe interessante é que me parecem que as perguntas são direccionadas a públicos diferentes consoante a linguagem seleccionada. Depois de ter jogado umas partidas em inglês resolvi experimentar o jogo em espanhol e já vi algumas perguntas mais focadas na cultura dos nuestros hermanos, pelo que assumo que o mesmo aconteça nas outras linguagens, nomeadamente no francês e alemão. Portanto acho que foi interessante a Domark não ter simplesmente traduzido as perguntas vocacionadas para o público britânico (até porque é a nacionalidade da própria empresa), mas terem-se esforçado em incluir perguntas mais vocacionadas para outros povos europeus.

Perguntas que necessitem de pistas visuais ou musicais são feitas em salas diferentes

No que diz respeito aos audiovisuais, devo dizer que achei este jogo uma bela surpresa nesse aspecto. Temos um pássaro todo bem vestido a servir de apresentador do jogo, e as suas animações são muito bem conseguidas, assim como os diálogos que vai mantendo connosco. Sempre que nos sai uma pergunta somos levados a uma de várias salas. Para uma pergunta típica somos levados a um escritório repleto de livros, para uma pergunta que envolva música, já somos levados para uma sala de música onde o pássaro irá tocar no piano uma pequena melodia relacionada com a pergunta que nos estão a fazer. Poderão ser melodias tradicionais (como o Frère Jacques),  ou pequenos excertos de melodias de filmes conhecidos das décadas de 70 e 80. Outras vezes somos levados a uma sala de cinema onde nos mostram imagens relacionadas com alguma pergunta. Todas estas salas estão bem detalhadas e as músicas, como um todo, são agradáveis.

Portanto sinceramente até achei piada a este Trivial Pursuit, especialmente no cuidado que tiveram na sua apresentação. Jogá-lo hoje em dia acho que é uma perda de tempo, pois o trivia que aqui temos está completamente desactualizado e desajustado com a nossa realidade, mas não deixa de ter sido um jogo interessante para o seu tempo.