Alien 3 (Super Nintendo)

Voltando às rapidinhas e à Super Nintendo, o jogo que cá trago agora é nada mais nada menos que a adaptação para a Super Nintendo do filme Alien 3, que apesar de também possuir o selo da Probe, é muito diferente dos jogos que pudemos jogar na Mega Drive ou Master System. Mas já lá vamos. O meu exemplar foi comprado algures em Novembro de 2018 numa loja online, tendo-me custado cerca de 25€ se bem me recordo.

Jogo completo com caixa, manual e papelada

A história do filme anda à volta de Ellen Ripley, uma vez mais, que se encontrava num sono criogénico, em viagem numa nave espacial após os acontecimentos do filme anterior. No entanto shit happens e a nave despenha-se no planeta Fury 161, uma antiga prisão de máxima segurança, mas ainda repleta de prisioneiros perigosos. No filme, ninguém está armado e há um alien adulto à solta a causar o terror, já nos videojogos (e este não é excepção) o que não faltam são armas e outros aliens para combater. Mas ao contrário das versões que acabaram por sair nas consolas da Sega que têm um feeling bastante arcade, este é também um sidescroller 2D, mas com um conceito muito diferente.

É nestes terminais onde podemos consultar as missões que temos para desempenhar e a planta do nível

Isto porque temos apenas 6 níveis grandinhos onde jogamos em diferentes secções da prisão, com vários corredores e portas para explorar. No corredor central, que serve de acesso a todos os outros, temos sempre um ou mais computadores que devemos consultar e ver as missões que temos para desempenhar nesse nível. Estas são practicamente idênticas entre si, consistindo em coisas como “vai ao corredor X e Y e resgata os prisioneiros que lá estão”, ou “vai à enfermaria A e repara os quadros eléctricos para restabelecer a energia, e já agora volta ao corredor X para soldar uma porta”. Ou limpar ninhos de aliens em certos locais, ou reparar condutas de ar que estejam furadas devido ao ácido dos aliens… podemos fazer estas missões pela ordem pela qual quisermos e podemos também consultar a planta do nível, que nos indica que portas dão acesso às instalações que podemos visitar. Isto é o mais útil, pois o layout do corredor central por vezes é bastante confuso e normalmente não temos qualquer indicação sobre o corredor que estamos actualmente, a menos que espreitemos as tais plantas quando passamos por um terminal.

Graficamente achei o jogo muito bem conseguido

De resto a jogabilidade em si é bastante simples, com o jogo a ter diferentes armas como lança-chamas, metralhadoras, lança granadas e o ínfame sensor de movimento. Temos vários pick-ups como munições extra ou medkits, e para reparar condutas, quadros eléctricos, soldar portase afins também só temos de manter um botão pressionado durante alguns segundos, enquanto estamos parados. Claro que nem sempre é fácil com tanta bicharada à solta. No entanto o design do jogo acaba por se tornar bastante repetitivo, pois mesmo à medida que vamos avançando nos níveis em si, as missões são muito semelhantes, e os próprios corredores que podemos explorar também o são. Temos os típicos corredores prisionais, a enfermaria, outros mais industriais devido à prisão ser também uma grande metalúrgica, temos os exteriores, e pouco mais. Isto dividido em 6 níveis com várias missões semelhantes, tornam o jogo bastante repetitivo, infelizmente.

Só é pena as missões serem todas muito repetitivas

No que diz respeito aos audiovisuais, aí as coisas já mudam de figura, pois acho este Alien 3 muito bem conseguido. Os cenários estão muito bem detalhados, alguns com excelentes efeitos de luz, para um sidescroller 2D em 16bit. As músicas são algo industriais ou épicas, o que até se adequa bem para o tipo de jogo.

Swords and Serpents (Nintendo Entertainment System)

Ok, confesso, este teve mesmo de ser em emulador e com a ajuda do save state. Mas ainda assim, não deixa de ser um jogo interessante para a época em que o mesmo foi lançado. Produzido pela Interplay, este Swords & Serpents é um RPG dungeon crawler com uma perspectiva de primeira pessoa, com a particularidade de poder ser jogado com um, dois ou quatro jogadores em simultâneo, com recurso ao Four Score adapter. O meu exemplar veio do Reino Unido, tendo sido comprado numa CeX por 12 libras.

Jogo completo com caixa e manual

A história resume-se a explorar um enorme labirinto subterrâneo repleto de inimigos, tesouros e armadilhas, com o objectivo de derrotar uma serpente gigante no último andar, o -16. Para isso, tal como muitos RPGs ocidentais da época, poderemos escolher uma party de quatro personagens com stats gerados aleatoriamente, e com três classes disponíveis: o guerreiro, ladrão, ou feiticeiro. Se não quiseremos ter esse trabalho podemos ter uma party previamente pré-construida constituida por um guerreiro, um ladrão e 2 feiticeiros. Num jogo multiplayer, cada jogador controla a sua personagem nas batalhas, se bem que apenas um jogador pode navegar pela dungeon – o chamado líder do grupo.

Ocasionalmente encontramos alguns NPCs que nos dão algumas dicas

Com o jogo em acção, vemos o ecrã dividido em diferentes partes. Em baixo temos o estado de cada uma das personagens da nossa party, nomeadamente quantos pontos de vida e mana nos restam. À esquerda temos a tal perspectiva da dungeon na primeira pessoa, enquanto que à direita vemos o mapa da dungeon, que se vai preenchendo automaticamente à medida que vamos explorando a mesma. De resto as batalhas são aleatórias, onde cada personagem por defeito vai atacando. Se quisermos usar ataques mágicos, ou tentar fugir de alguma batalha, podemos interrompê-la a qualquer momento e abrir uns menus para esse efeito.

Explorar as catacumbas tem os seus perigos mas também as suas recompensas

Até aqui tudo bem, tirando a questão do multiplayer, não referi nada que fosse fora de série para um dungeon crawler para consolas, principalmente para uma plataforma com as limitações da NES. No entanto, o jogo está longe de ser perfeito. Por um lado a taxa de encontros aleatórios é muito alta, especialmente se estivermos a “desbravar terreno”, ou seja, explorar partes desconhecidas de dungeons. A funcionalidade de automapping é muito útil, mas a partir do momento em que mudamos de andar, se voltarmos a um andar previamente explorado o mapa desaparece por completo e, a menos que usemos um guia, imagens dos mapas na internet, ou desenhá-los à mão numa folha de papel quadriculado, vamos ter de andar às apalpadelas novamente. Os primeiros níveis são relativamente simples, mas a partir de uma certa altura começamos a ter várias armadilhas como portais que nos levam de novo para o início do jogo, portanto isso pode ser chato.

Quando o ecrã muda para uma batalha, o mapa à direita dá o lugar ao número de inimigos e suas barras de energia

No entanto também pode compensar bastante explorar os mapas ao máximo pois podemos descobrir lojas onde podemos comprar/vender armas e restante equipamento, templos onde podemos descansar e recuperar pontos de vida e de MP, fontes mágicas que nos regeneram MP, ou feitiços escritos em paredes que nos desbloqueiam novas habilidades, como feitiços que regeneram a vida, nos permitem atravessar paredes, voar, entre outras habilidades bastante úteis. Para além dos teletransportes bons ou maus que já referi acima, temos portas trancadas, outras de sentido único, alavancas secretas, falsas paredes, entre outros, pelo que ter um mapa à mão dá mesmo jeito.

A nível audiovisual, este até é um jogo interessante, dentro das limitações de uma NES. As dungeons não são nada de especial, as texturas dos corredores e portas são todas iguais, mudando apenas as cores. O Phantasy Star da Master System também era assim, mas ao menos as suas dungeons eram mais clean. Não há uma grande variedade de inimigos, sendo que temos muitos repetidos, onde apenas mudam a sua cor. No entanto, os poucos inimigos e NPCs que há, estão na minha opinião muito bem detalhados e com algumas animações. No que diz respeito aos efeitos sonoros não tenho nada a apontar, já às músicas essas são muito poucas, mas por outro lado também agradáveis.

Os inimigos até que possuem um design muito interessante!

Portanto este é um RPG interessante, principalmente para a consola em que saiu e o facto de permitir uma party de até 4 jogadores humanos explorar uma enorme dungeon em simultâneo. No entanto, os combates demasiado frequentes e as limitações técnicas da NES, podem tornar esta experiência algo repetitiva ao fim de algum tempo. Mas tem sem dúvida os seus desafios.

Wizards and Warriors X: The Fortress of Fear (Nintendo Gameboy)

Continuando pelas rapidinhas, desta vez na Gameboy Clássica, o jogo que cá trago hoje é mais um Wizards & Warriors, agora desenvolvido de raiz para a Gameboy. Eu que só tinha jogado o segundo jogo na NES, que foi uma supresa algo agridoce, Isto porque apesar de ter sido desenvolvido pela Rare, ainda deixava um pouco a desejar na sua jogabilidade como um todo. Este meu exemplar também foi comprado meio ao engano, numa das minhas idas à feira da Vandoma no Porto ha uns meses atrás. Custou-me cerca de 3€ se bem me recordo.

Apenas cartucho

Por acaso, apesar de supostamente ser o décimo capítulo da saga, este decorre 17 anos depois do segundo jogo, onde o feiticeiro Malkil regressa à vida, refugia-se na fortaleza Fortress of Fear e rapta a princesa lá do sítio. Uma vez mais cabe a um guerreiro, desta vez chamado Kuros, de o defrontar e resgatar a princesa.

Felizmente agora é bem mais intuitivo atacar os inimigos, o que não quer dizer que a nossa vida esteja facilitada

Comparando com o jogo anterior, este é muito mais linear, na medida em que os níveis são mais curtos e não temos uma componente de exploração tão importante. A acção também é mais simplificada, na medida em que para derrotar os inimigos apenas temos de os atacar com a espada, ao contrário dos últimos jogos que tinham uma abordagem mais parecida com os Ys clássicos. Mas é claro que teremos imensos obstáculos, principalmente inimigos que surgem de vários sítios e que necessitam de vários golpes para serem derrotados. Nós temos uma barra de vida, pelo que felizmente não perdemos uma vida com 1 ou 2 golpes sofridos como em muitos jogos da época. Ainda assim não será uma aventura fácil.

No entanto teremos vários itens para apanhar que nos podem auxiliar na aventura. Por um lado temos objectos como pequenos tesouros que apenas servem para aumentar a pontuação, mas por outro temos coisas mais úteis como comida e bebida que nos regeneram a vida, vidas extra e chaves que podem abrir baús que por sua vez podem ter alguns destes itens, ou feitiços que podem depois ser usados. Feitiços que nos permitem saltar mais alto, regenerar vida ou mesmo invencibilidade temporária são coisas que dão um jeitaço!

Por vezes podemos encontrar feitiços ou outros objectos mágicos que nos auxiliam bastante

No que diz respeito aos audiovisuais, tal como os seus predecessores estes são bastante simples e desta vez há uma menor variedade nos cenários, até porque estamos sempre dentro de um castelo. As músicas por outro lado são bastante agradáveis, já os efeitos sonoros poderiam ser melhores, aquele ruído que ouvimos cada vez que atingimos um inimigo não é lá grande coisa.

Portanto este é um jogo de acção/plataformas bastante existente e diferente dos seus predecessores. Por um lado o facto de ter um “sistema de combate” mais tradicional creio que foi um passo na direcção certa, por outro há muito menos variedade de cenários e de coisas que podemos fazer.

NBA Jam (Sega Mega Drive)

Por um lado, continuando pelas rapidinhas e pelo basquetebol, hoje vamos mudar as agulhas para um tipo de jogo inteiramente diferente. Se séries como NBA 2K ou NBA Live da EA sempre tentaram reproduzir de forma fiel aquela modalidade de desporto, o NBA Jam é precisamente o contrário, até porque o jogo tem as suas origens na arcade. Aqui temos uma jogabilidade frenética de 2 contra 2, onde os jogadores possuem habilidades superhumanas e é um jogo super divertido de se jogar. O meu exemplar foi-me oferecido por um particular no Verão deste ano.

Jogo em caixa

Produzido originalmente pela Midway nas arcades, NBA Jam é uma evolução de um jogo que a própria já tinha anteriormente produzido, o Arch Rivals. A primeira grande diferença, para além dos audiovisuais que falarei mais à frente, é que este é um produto licenciado pela NBA, pelo que as equipas e jogadores são reais, para a época de 93-94. O conceito de jogo, como já referi, são partidas frenéticas de basquetebol de dois contra dois, onde não há faltas, pelo que podemos mandar encontrões nos adversários à vontade, e para além disso os jogadores conseguem fazer afundanços espectaculares, saltando muitos metros acima da superfície. Se conseguirmos encestar três bolas seguidas, ganhamos a habilidade de ficar “on fire”, onde conseguimos fazer afundanços ainda mais espectaculares. O ritmo de jogo é muito acelerado, o que torna a experiência também bastante agradável.

NBA Jam era uma autêntica loucura nos anos 90.

Começar a jogar é muito fácil, basta escolher a equipa que queremos representar e qual dos dois jogadores disponíveis queremos controlar, sendo que cada jogador tem diferentes características de velocidade, defesa, afundanços e pontaria para cestos de 3 pontos. Se preferirmos controlar sempre o jogador que tiver a bola, a versão Mega Drive (e suponho que as outras conversões para consolas também) tem essa opção que pode ser activada. Depois o jogo está repleto de easter eggs como várias personagens desbloqueáveis como o presidente norte-americano Bill Clinton e seu vice-presidente Al Gore, por exemplo. Existem também códigos que nos deixam com stamina infinita para correr de um lado para o outro, ou para ficar sempre “on fire” e por aí fora. Mas nas sequelas chegaram a fazer pequenas loucuras ainda maiores, mas isso seria para um outro artigo.

Ocasionalmente até temos uns pequenos videoclips a tocar.

No que diz respeito aos audiovisuais, é obvio que  a versão original de arcade é bastante superior, pois usa sprites digitalizadas de actores reais, muito parecidos com os atletas que tentam representar no jogo. A versão Mega Drive não tem tanto detalhe mas ainda assim não ficou nada má, com aquelas animações dos “super dunks“, ou os pequenos clips de video que tocam entretanto. As músicas são também bastante agradáveis!

Mortal Kombat 3 (Sega Mega Drive)

Continuando pelas super rapidinhas que o meu tempo livre infelizmente anda escasso, o jogo que cá trago hoje é a adaptação do Mortal Kombat 3 para a Mega Drive. O artigo vai ser curto visto que já escrevi sobre a conversão para MS-DOS (que é tecnicamente superior em todos os aspectos) ou do follow-up Ultimate Mortal Kombat 3, pelo que recomendo uma leitura desses artigos para mais detalhes. O meu exemplar foi comprado por fases. Por um lado comprei a caixa numa feira de velharias, depois lá me apareceu o cartucho também. Ao todo isto ficou-me por menos de 7€.

Jogo com caixa e manual

O que diferencia a versão Mega Drive pela positiva é, uma vez mais, o suporte a comandos de 6 botões que num jogo como este faz toda a diferença. Pela negativa temos a parte audiovisual, os cenários e sprites não são tão coloridos e detalhados quanto a versão arcade (ou mesmo a versão SNES!), e as músicas e efeitos sonoros também não têm a mesma qualidade. Mas não deixa de ser uma conversão bem competente dado às limitações de hardware da velhinha Mega Drive.

Temos muitas caras novas, mas também muitas caras conhecidas que desapareceram, como os ninjas.

Nos anos 90,as melhores versões deste jogo eram mesmo as do PC, seja a versão DOS ou Windows. A versão Playstation também anda lá perto, perdendo apenas no facto de ter loadings excessivos, mesmo a meio dos combates. Ainda assim, com todas as suas limitações, a versão Mega Drive continua a ser bastante divertida e competente, embora eu prefira a encarnação Ultimate Mortal Kombat 3, pelo maior número de personagens disponíveis,