Assassin’s Creed Rogue (Sony Playstation 3)

Este Assassin’s Creed Rogue representa um pico de popularidade para a saga. É que no mesmo ano a Ubisoft lança não um, mas sim dois Assassin’s Creed da série principal. E logo no mesmo dia! A ideia da Ubisoft foi lançar o Assassin’s Creed Unity para o PC e consolas da então nova geração (PS4 e Xbox One) mas, para as consolas da geração anterior, anunciaram quase de surpresa este Assassin’s Creed Rogue que também decorre no continente Norte-Americano, é um elo de ligação entre as histórias do AC IV, III e, parece-me, que também tem ligações directas com o próprio Unity. Pelo menos fiquei com essa impressão, visto que ainda não joguei o Unity. Entretanto a Ubisoft lança este jogo também para o PC no ano seguinte e em 2018 uma versão remasterizada para a PS4 e Xbox One. Eu fiquei-me pela versão PS3, que tenho a ideia de a ter comprado algures em 2016 a um preço muito convidativo.

Jogo com caixa, manual e papelada

Neste jogo encarnamos então no papel do assassino Shay Patrick Cormac, inicialmente no ano de 1752, algures na costa atlântica da América do Norte. À medida que vamos avançando na narrativa, certas coisas acontecem que levam Shay a revoltar-se com a sua ordem, pelo que passaremos a maior parte do jogo como um Templário e evitar que os Assassinos levem os seus planos avante. É engraçado que o evento que faz com que Shay mude de lado é um acontecimento negro da história portuguesa. Não querendo fazer grandes spoilers, digamos que experienciamos um conhecido dia de 1755 em Portugal. É uma pena que a presença de um Assassin’s Creed em solo nacional, pelo menos até este jogo, seja apenas essa pequena missão, mas gostei.

Neste Rogue temos 3 áreas distintas para explorar. O Atlântico Norte, já quase no árctico, a zona de River Valley, e a própria cidade de Nova Iorque

A nível de jogabilidade esperem por algo muito semelhante ao Assassin’s Creed IV Black Flag. Quer isto dizer que vamos controlar o nosso próprio navio e passar muito tempo a navegar, descobrir várias ilhas e terras que poderemos explorar, combates navais e inúmeros coleccionáveis para apanhar. Os combates marítimos estão muito semelhantes aos do Black Flag, embora agora temos também a possibilidade de ter o nosso navio albaroado e termos de nos defender de uma invasão inimiga. No solo, tal como já referi, esperem por muitas localizações a explorar e com muitos coleccionáveis e missões secundárias para completar, como desafios de caça, ataques a fortalezas inimigas, assaltos a depósitos de materiais entre outros. Uma das novidades são as Assassin Interception, onde teremos de proteger uma potencial vítima de ser assassinada por um grupo de Assassinos. Os edifícios que podemos renovar (e consequentemente receber uma renda) é algo que também marca o seu regresso e ainda bem, pois são uma ajuda muito importante nas nossas finanças. Este foi o primeiro Assassin’s Creed onde consegui nadar em dinheiro muito facilmente, sem ter grande necessidade de perder muito tempo em grinding. À medida que vamos fazendo todo o conteúdo opcional, acabaremos por ficar com dinheiro suficiente para comprar upgrades. As missões da frota naval estão também de volta e são também uma boa fonte de rendimento, embora as últimas missões apenas fiquem desbloqueadas após terminarmos a história principal.

Para além dos fortes marítimos, temos novamente as fortalezas em terra, agora lideradas por assassinos e que temos de libertar

Mas nem tudo foi positivo neste Assassin’s Creed Rogue. Em primeiro lugar, eu tinha jogado o Black Flag em Fevereiro/Março deste ano e joguei-o na PS4. Uma ou duas semanas depois de o terminar, comecei a jogar o Rogue na PS3 e rapidamente, ao fim de cerca de duas ou três horas de jogo encostei-o. Para além do óbvio downgrade gráfico, o que mais me atrapalhou foi que, no caso do Black Flag para a PS4, a Ubisoft trocou as funcionalidades dos triggers L1 e R1 para o L2 e R2. Aqui no Rogue, voltaram ao esquema mais tradicional, mas eu tinha ainda o meu cérebro completamente formatado para o Black Flag (e que sinceramente até achei mais intuitivo!) pelo que andava constantemente à luta com os próprios controlos. Depois de uma pausa de vários meses lá consegui voltar a habituar-me aos controlos novamente! O sistema de combate também foi ligeiramente modificado e agora ficou mais difícil (a meu ver) contra-atacar ou desarmar os nossos oponentes. Particularmente se estivermos rodeados de inimigos! Se contra-atacar um oponente, o Shay ainda demora a executá-lo, deixando-nos abertos a um ataque de um outro adversário. No entanto, a inclusão de novas armas, como as granadas, foi muito benvinda!

As batalhas navais estão também de regresso e, tal como no Black Flag, temos alguns navios lendários para abater se quisermos

A nível audiovisual eu diria que é um jogo competente para uma PS3, visto que é um jogo de mundo aberto e muitas vezes é necessário renderizar grandes paisagens ou, no caso das metrópoles, também têm de ser devidamente habitadas. E aqui nota-se bem algumas quebras de frame rate nalguns momentos, algo que já não estava tão habituado a ver no Black Flag da PS4. Acho que as maiores quebras de frame rate que tive foram quando invadia os grandes navios man ‘o wars. No deck haviam grandes batalhas entre NPCs e a PS3 estava com notórias dificuldades em processar todas essas acções. Mas tirando esse choque de ter jogado o Black Flag na PS4 e depois fazer o downgrade para a PS3 no Rogue, contem com um jogo bem detalhado, pelo menos ao nível do Assassin’s Creed III. No que diz respeito ao som, nada de especial a apontar à banda sonora que é tipicamente calma e atmosférica quando estamos simplesmente a explorar os cenários (e as canções cantadas pela tripulação do nosso navio estão de volta, algumas até são as mesmas das do Black Flag), mas também rapidamente se torna mais tensa ou épica quando as coisas aquecem e o momento assim o exige. O voice acting está bastante competente como tem sido habitual na série também.

Portanto, tirando um ou outro problema técnico (que creio que se resolveria se jogasse a versão PC ou a remastered na PS4/Xbox One), este Assassin’s Creed Rogue até que foi uma experiência bem positiva. Como foi lançado ao mesmo tempo do Unity, sempre fiquei com a ideia que este Rogue era uma tentativa de fazer um jogo à pressa para ganhar mais uns trocos. E se por um lado até que possa ter sido algo desse género, pois a nível de mecânicas não é um jogo tão diferente assim do Black Flag, a verdade é que até se revelou um jogo bem divertido e com uma boa narrativa que de facto une ali umas quantas pontas soltas entre o ACIII e Black Flag.

Time Crisis: Razing Storm (Sony Playstation 3)

Este Time Crisis: Razing Storm é um título interessante pois para além de trazer a conversão arcade do jogo de mesmo nome, traz também muito mais conteúdo como vários modos de jogo adicionais e alguns outros jogos também, como é o caso da versão arcade do Time Crisis 4, ou o Dead Storm Pirates. O meu exemplar já foi comprado há uns bons anos atrás, talvez em 2014, lembro-me que o comprei na antiga feira da Vandoma do Porto por cerca de 5€.

Jogo com caixa e manual

Outra das grandes novidades desta compilação é o suporte a diversos controladores, desde os comandos normais da PS3, a lightgun G-Con 3 e agora também o suporte ao PS Move, que foi o que acabamos por usar mais cá por casa. Alguns modos de jogo permitem-nos utilizar conjuntos de diferentes comandos em simultâneo (por exemplo, comando normal para movimento e move para disparar) mas aí as coisas ficam desnecessariamente confusas. Mas vamos ao que existe neste jogo/compilação. Em relação ao Time Crisis 4, apenas o modo arcade está cá presente, não tendo nenhum do conteúdo adicional da edição PS3 do mesmo jogo.

O Time Crisis 4 que aqui temos consiste apenas no modo arcade

Já o Time Crisis: Razing Storm possui muitos extras. A começar por uma conversão arcade também, onde nós tomamos o papel de uma força militar que tenta impedir que um país qualquer da américa latina seja governado por um ditador qualquer. E tendo em conta a quantidade de português do Brasil que se vai ouvindo ao longo do jogo, eu diria que esse país é mesmo o Brasil! É também um jogo algo futurista pois eventualmente iremos também combater contra robots gigantes e afins! Tal como os Time Crisis normais, onde temos um botão para nos protegermos em cobertura e ao mesmo tempo recarregar a arma. A nossa arma principal desta vez é uma metralhadora, pelo que vamos acabar por manter o dedo no gatilho durante muito tempo, pois os inimigos são inúmeros e têm também uma barra de vida, pelo que não basta um tiro para morrerem. Depois temos inúmeros modos de jogo, incluindo um online que nem sequer toquei e duas prequelas do jogo arcade. Uma delas é o Sentry Mode, onde somos um sniper e temos de combater um motim numa cadeia. Para além de atirar com chumbo nos prisioneiros, temos também de evitar atirar sobre os guardas prisionais, o que às vezes pode ser complicado.

Já na versão arcade do Razing Storm, a nossa arma por defeito é uma metrelhadora, logo a acção ainda é mais frenética

Ainda no Razing Storm temos também o Story Mode onde, também como aconteceu na versão PS3 do Time Crisis 4, temos um autêntico first person shooter e que também conta uma prequela à história do modo arcade. O problema é que os controlos são terríveis, mesmo se só jogarmos com um comando normal, os controlos nunca são idênticos aos de outros FPS na consola o que torna a experiência um bocado desagradável. É verdade que, tal como num Call of Duty a vida regenera-se sozinha e vamos tendo sempre sítios onde nos abrigar (excepto quando lutamos contra bosses), mas sinceramente estava a ser uma experiência enfadonha demais. Os inimigos são literalmente sempre os mesmos e os cenários também não são nada de especial, por exemplo, quando atravessamos favelas, é normal encontrarmos casas completamente vazias. Portanto acabei por desistir de tentar terminar este modo de jogo pois não estava a tirar prazer nenhum da experiência.

Já o story mode que é um FPS, tem infelizmente controlos horríveis e uma IA de bradar aos céus

Por fim temos o Deadstorm Pirates, um jogo claramente influenciado pelos Piratas das Caraíbas, o capitão do nosso navio é muito parecido com o Jack Sparrow! O objectivo é o de procurar um tesouro ao longo de 5 níveis e este é outro jogo que foi mesmo idealizado em jogar cooperativamente com um amigo. Nós estamos munidos de uma metralhadora com balas infinitas (não perguntem como é que isso acontece no século XVII) e ao longo do jogo e ocasionalmente ambos os jogadores são obrigados a cooperar e disparar em simultâneo para os mesmos locais (devidamente assinalados no ecrã com círculos coloridos), caso contrário não conseguimos causar dano. A máquina arcade tinha também um leme, onde os jogadores, em certas aluras, teriam mesmo de controlar o navio, tipicamente para nos desviarmos de obstáculos. Esta mecânica de jogo foi também trazida para casa, mas teremos de rodar o move freneticamente, ou um dos analógicos caso usemos o comando normal. É um jogo bastante divertido e foi um bónus muito benvindo. Para além do modo arcade temos também um ranked play (que também existe nos outros jogos), onde as nossas pontuações seriam afixadas em leaderboards.

O Deadstorm Pirates é um jogo bastante divertido e, no caso de jogarmos com alguém, teremos mesmo de cooperar em algumas alturas

A nível gráfico são jogos simples, mas funcionais, principalmente nos modos arcade onde a acção é non-stop. As coisas pioram mesmo é no tal modo FPS do Razing Storm, onde os cenários continuam bastante simples. É verdade que não são muito diferentes do modo arcade, mas neste modo temos liberdade total de movimento e conseguimos ver todos os podres que geralmente são bem escondidos no modo arcade. Em relação à banda sonora, nada de especial a apontar, já que esta até costuma ter algumas músicas mais rock que me agradam, principalmente no Razing Storm. Já no Deadstorm Pirates são músicas mais épicas. O voice acting é típicamente mau (especialmente no Deadstorm Pirates), o que é o esperado neste tipo de jogos, mas no caso do Razing Storm é sempre engraçado ouvir-se português nos diálogos!

Portanto esta é uma compilação interessante, para quem for fã de light gun shooters. Jogar este tipo de jogos com alguém no mesmo sofá é muito agradável, que foi o que eu acabei por fazer. Só não consegui mesmo gostar do modo história do Razing Storm, de resto tudo bastante sólido. O modo online do Razing Storm também não cheguei a experimentar, mas sinceramente também duvido que ainda existam servidores activos para o jogar.

The House of the Dead 4 (Sony Playstation 3)

A série The House of the Dead sempre foi uma das minhas preferidas em arcades. Cheguei a jogar bastante nas arcades o segundo jogo, que acabou mais tarde por sair para a Sega Dreamcast e outras plataformas. O terceiro por acaso ainda não me apareceu a um bom preço e o The House of The Dead 4, que foi lançado originalmente no final de 2005 no então hardware de nova geração da Sega, o Lindbergh, infelizmente nunca chegou a receber nenhum lançamento físico para consolas. Até ao momento, para além da sua versão original arcade, apenas acabou por ser lançado para a Playstation 3 anos mais tarde em 2012 e só num lançamento digital. O meu exemplar foi comprado há uns 2 anos atrás creio, numa promoção que a Sega fez na loja digital da Sony. Acho que nem a 2€ chegou!

E de certa forma compreende-se o porquê da Sega não o ter lançado em formato físico, pois é um jogo arcade que se termina em pouco mais de 40 minutos e o pouco conteúdo adicional que traz provavelmente não justificaria um lançamento físico. Este quarto jogo é na verdade uma prequela do House of the Dead 3, onde mais uma vez encarnamos em 2 agentes secretos que percorrem mais uma cidade em ruínas e repleta de zombies e outras criaturas não muito amigáveis por tudo quanto é sítio. O jogo possui controlos super simples, pois este é um light gun on-rails shooter, onde poderemos usar um comando normal, ou um Move, que como sabem foi a resposta da Sony ao Wiimote da Nintendo. Não sendo tão satisfatório como usar uma light gun a sério, acaba no entanto por ser uma alternativa bem viável ao uso do comando, onde teríamos de controlar a mira com um dos analógicos e usar um dos gatilhos para disparar. Já com o Move, apenas temos de apontar o comando para onde quisermos e disparar com o gatilho. Os agentes estão munidos de armas automáticas, pelo que é só deixar o gatilho pressionado e disparamos imensas balas num instante! Naturalmente que teremos que gerir as munições e ir recarregando, o que com o Move se faz ao abanar o próprio comando, já com um comando normal basta pressionar o botão de círculo. E se por um lado as balas são infinitas, também vamos poder usar granadas, mas estas já vêm em números limitados com 3 granadas por cada crédito. Ocasionalmente poderemos disparar certos objectos no cenário que podem esconder alguns power ups, desde itens que simplesmente nos dão mais pontos, outros já dão granadas ou mesmo vidas extra. O foco em motion controls não se fica no entanto pela animação de recarregar a arma no caso de usarmos o move. Em certas alturas o jogo obriga-nos mesmo a abanar o comando quando somos agarrados por inimigos, por exemplo. E isto tem de ser feito também com um comando normal.

Tendo sido lançado num hardware de nova geração nos finais de 2005, The House of The Dead 4 possui gráficos superiores aos seus predecessores, e um número bem maior de zombies que teremos de atacar

No que diz respeito a modos de jogo, bom temos aqui o free play que é na verdade o modo arcade, que por sua vez está dividido em 6 capítulos distintos que culminam sempre no confronto contra um boss, onde teremos de focar o nosso poder de fogo nos seus pontos fracos e evitar assim sofrer algum dano adicional. Uma vez finalizado o modo arcade desbloqueamos também o The House of the Dead 4 Special, que são na verdade mais 2 níveis adicionais que expandem ligeiramente a história do jogo principal. Estas partidas arcade são excelentes para se jogar com alguém ao nosso lado e podemos customizar não só a dificuldade como o número de créditos e vidas, mas também podemos escolher qual o ponto de partida, sendo que poderemos escolher qualquer nível que já tenhamos desbloqueado anteriormente. E sendo este um jogo arcade, a acção é non-stop mesmo! Ocasionalmente podemos escolher caminhos diferentes a tomar e existem também alguns finais distintos a desbloquear, o que lhe dá também alguma longevidade adicional. Mas para além do Free Play temos também o Ranked Play que sinceramente não cheguei a experimentar, mas é bem mais focado em obter a melhor pontuação possível e sem oportunidade de customizar o número de vidas ou de créditos. É um modo de jogo mais para os veteranos, portanto! Uma vez finalizado a história desbloqueamos também uma curta entrevista com os criadores do jogo, o que para mim é sempre um bónus interessante.

Cada boss possui um ponto fraco que nos devemos focar para evitar sofrer dano

Visualmente é um jogo impressionante tendo em conta que saiu originalmente no final de 2005. Os zombies aparecem agora em muito maior número e possuem bem mais detalhe do que em qualquer outro The House of the Dead lançado até então. Mas naturalmente a Playstation 3 consegue fazer melhor, pois as personagens ainda possuem pouco detalhe poligonal. Mas é um jogo bastante fluído e a banda sonora, com música electrónica e/ou rock bem esgalhado, contribui para todo o ambiente frenético que vamos vivenciando. A história é bastante simples e os diálogos também. A série House of the Dead é especialmente conhecida pelo seu mau voice acting, mas acho que o deste jogo não é tão cheesy quanto o dos seus predecessores.

Ocasionalmente temos alguns caminhos múltiplos a escolher que nos aumentam ligeiramente a longevidade do jogo

Portanto este The House of the Dead 4 é um shooter arcade puro e duro. Quem é fã do género irá sem dúvida passar um bom bocado, mas não esperem por muito conteúdo adicional. Ainda assim, com os seus finais múltiplos, irá obrigar a várias playthroughs até dominarmos o jogo perfeitamente, pois os diferentes finais estão directamente relacionados com a nossa performance ao longo do jogo.

Warhammer 40000: Space Marine (Sony Playstation 3)

Voltando à Playstation 3 vamos ficar com um jogo da Relic que usou a propriedade intelectual Warhammer para criar um jogo de acção na terceira pessoa e o resultado foi este Space Marine. E o que aqui temos é um híbrido entre um jogo de combate corpo-a-corpo visceral, com um shooter na terceira pessoa. O meu exemplar foi comprado numa Worten algures em Junho de 2013 por 6.90€.

Jogo com caixa, manual e papelada

Neste jogo encarnamos em Titus, capitão dos soldados de elite dos Ultramarines, que são enviados ao planeta de Graia, que tinha sido invadido por forças de Orks e lá teremos de ajudar os militares locais a repelir a invasão. Mas o destacamento dos Ultramarines não corre bem e lá chegamos à superfície com um pequeno esquadrão com mais 2 Ultramarines que nos irão acompanhar ao longo de grande parte do jogo. Eventualmente coisas acontecem e não serão apenas os Orks que teremos de defrontar, mas deixo para quem for jogar que descubra!

Estes Ultramarines são autênticos tanques de guerra!

Como referi acima, este é um híbrido entre um hack and slash com combates corpo-a-corpo viscerais e super violentos, com elementos de shooter. Nós estamos equipados com uma arma melee (inicialmente uma catana que é rapidamente substituída por uma motoserra) bem como uma arma de munição infinita. À medida que vamos avançando no jogo iremos ter acesso a diferentes armas tanto melee como armas de fogo, sendo que poderemos carregar constantemente 4 armas de fogo distintas, mais uma melee. Nos combates corpo-a-corpo vamos tendo a possibilidade de desencadear diferentes combos viscerais e, um pouco como na série God of War, à medida que causamos dano há uma barra de energia que se vai enchendo e uma vez cheia podemos activar o Fury Mode que, durante alguns segundos, nos permite desencadear golpes ainda mais poderosos, bem como disparar em câmara lenta e ter assim uma maior precisão.

É muito satisfatório dizimar todos estes Orks!

Titus e os restantes Ultramarines possuem uma armadura pesada, pelo que não são propriamente os soldados mais ágeis do mundo. No entanto, com o botão X podemos rebolar pelo chão para nos esquivarmos, bem como com o botão L3, podemos correr, o que também pode ser usado para posteriormente desencadear alguns golpes corpo-a-corpo poderosos e que poderão deixar os nossos inimigos atordoados e mais vulneráveis. Titus possui duas barras de vida que devemos considerar. A primeira corresponde à energia da armadura e esta é auto regenerativa, logo que consigamos estar alguns segundos sem sofrer dano. Mas se a energia da armadura se esgotar, a barra de vida começa também a diminuir com o dano sofrido e esta não é auto regenerativa. Para voltar a ganhar vida temos três hipóteses: a primeira é morrer que recomeçamos o último checkpoint com a vida no máximo. A segunda é, durante os combates corpo-a-corpo, atordoar inimigos e executá-los ao pressionar o botão O, se bem que durante a animação das execuções estamos vulneráveis a sofrer dano também. A última forma de regenerar vida é activarmos o Fury Mode, que faz com que a barra de vida também se vá regenerando enquanto temos esse modo activo.

No canto inferior esquerdo temos uma barra de energia que, uma vez cheia, nos permite activar o Fury Mode, onde conseguimos desferir golpes ainda mais mortais e regenerar a nossa barra de vida!

Ocasionalmente temos também a possibilidade de usar um jetpack, que nos permite saltar nas alturas e lançarmo-nos disparados para o chão, causando dano de impacto a todos os inimigos à nossa volta. E o jogo vai-nos atirando com hordas e hordas de inimigos para defrontar, e é mesmo satisfatório andar ali a esventrar Orks a torto e a direito. Mas a dificuldade vai aumentando com a introdução de inimigos mais poderosos e que nos obrigam a escolher bem que armas utilizar em cada confronto, até porque as munições nalguns desses confrontos mais exigentes não são tão abundantes assim. De resto é um jogo de acção competente, se bem que bastante linear nos seus ambientes: são imensos corredores e ocasionalmente algumas áreas mais abertas para confrontos mais numerosos.

A nível audiovisual, sinceramente até gostei do jogo. Eu ainda não conheço assim tão bem o lore da série Warhammer (o único jogo que tinha jogado até agora foi o Fire Warrior) mas adoro o design das personagens e dos seus edifícios. O universo Warhammer tem a particularidade de fundir temas sci-fi com fantasia medieval, e o resultado final é muito interessante na minha opinião. Só tenho mesmo é pena que o design dos níveis se resuma aos tais corredores e áreas abertas, muitas vezes rodeados de escombros. A qualidade gráfica é bem aceitável para um jogo desta geração e também não tenho nada a apontar ao voice acting que é mesmo competente. For the Emperor!

Adoro o design deste universo! Pena que a maioria dos seus videojogos sejam de estratégia!

Portanto estamos aqui perante um jogo de acção que é perfeitamente competente no que representa, mas com potencial para ser melhor. A adopção de um sistema de cover seria uma boa ajuda nalguns confrontos onde os inimigos estão longe, muito bem armados, e não temos grande abrigo, o que vai resultar em muito dano sofrido desnecessariamente. O sistema de combate é agradável, mas por vezes senti que o jogo não respondia bem aos comandos, especialmente em momentos de maior aperto! Mas como um todo até que gostei do jogo e do papel do protagonista o Capitão Titus. A maneira como terminou deixou antever uma sequela mas que infelizmente esta nunca se chegou a materializar, até porque a THQ faliu pouco tempo depois.

Untold Legends: Dark Kingdom (Sony Playstation 3)

Depois de ter jogado as iterações desta série para a PSP e não ter ficado propriamente impressionado, estava com a esperança que, para a Playstation 3, a Sony se tivesse esmerado muito mais, até porque este Untold Legends Dark Kingdom é um título de lançamento desse sistema. E não desmerecendo a PSP que apesar de ser uma excelente portátil para a sua época, não deixa de ser uma portátil, pelo que as expectativas para um jogo de lançamento de uma consola caseira nova seriam bem mais elevadas. E infelizmente nesse campo este jogo desilude bastante, mas já lá vamos. O meu exemplar foi comprado algures numa loja de usados na zona do Porto, já não sei precisar quando mas não terá custado mais de 5€.

Jogo com caixa e manual na sua versão norte americana.

Já lá vão uns 3 anos desde que joguei os da PSP, mas não me parece que a história deste jogo seja um seguimento da dos anteriores, se bem que a história e narrativa nunca foi um ponto forte desta série e aqui não é excepção, infelizmente. Basicamente começamos a aventura por encarnar num de três heróis que representam as diferentes classes: um guerreiro todo musculado mas lento, uma rogue mais ágil mas mais frágil e um velho feiticeiro. Estes são enviados pelo rei lá do sítio para investigar uma rebelião na fronteira do reino com forças bárbaras e ao regressarem deparam-se com a surpresa de que afinal era o seu próprio rei um tirano corrompido pelas forças do mal. Ao longo do jogo iremos então atravessar cenários bastante variados entre si e lutar contra uma série de vilões, culminando numa batalha contra o rei para salvar o que resta daquele reino.

O jogo tem um sistema de combos para manter os combates mais interessantes

Ora o primeiro pecado deste jogo é de facto não nos deixar customizar a nossa personagem, a não ser na cor das suas roupas. Temos aquelas 3 personagens e é tudo. Naturalmente que cada uma possuirá diferentes armas e habilidades para desbloquear, mas para um RPG ocidental esperava uma maior liberdade de customização. À medida que vamos combatendo, vamos ganhando pontos de experiência que nos irão fazer subir de nível, e ao subir de nível poderemos gastar alguns pontos em melhorar livremente alguns dos nossos stats, como a vida, força, defesa, entre outros. Também vamos ganhando skill points que poderemos atribuir para aprender ou melhorar uma série de skills mágicas disponíveis, skills essas que poderão posteriormente serem mapeadas para os botões faciais do comando da PS3 e serem usadas em conjunto com o botão L1. Durante os combates, os botões faciais servem principalmente para desencadear golpes físicos fracos ou fortes, interagir com objectos ou saltar. E durante os combates o jogo por vezes nem parece um action RPG mas sim um hack and slash mais puro, pois até podemos fazer alguns combos melee o que torna as coisas um pouco mais interessantes. O jogo teria também uma componente online, que creio que permitiria jogar cooperativamente, mas os servidores há muito que estão desligados, pelo que nos resta o single player apenas.

Nunca trocamos de arma ao longo de todo o jogo, mas podemos customizá-la com estas esferas mágicas que vamos apanhando

Ao longo da aventura vamos ter de combater inúmeros inimigos, que vão começar a surgir em mobs cada vez mais numerosas, poderosas e agressivas, pelo que bloquear, encontrar as melhores skills de cada personagem e evoluí-las será também uma prioridade. Algumas áreas também nos obrigarão a resolver pequenos puzzles, sendo que aqueles já na recta final do jogo serão algo frustrantes pela inteligência artificial dos NPCs. Ocasionalmente também teremos um ou outro desafio de platforming e aqui infelizmente achei a mecânica de saltos terrível. Ou talvez o meu problema seja por ter escolhido o warrior que salta muito menos que a scout, por exemplo. Outra das coisas que não gostei tanto é que por vezes vamos tendo alguns obstáculos especiais para evitar como abismos sem fundo ou lâminas que nos matam de uma vez só. E se isso acontecer é game over e só nos resta continuar do último save manual ou checkpoint. E por mim não haveria problema nenhum em recomeçar do último checkpoint, mas estes só são despoletados quando passamos por um save point, ou seja, na mesma altura em que poderemos gravar manualmente se assim quisermos. O que não faz sentido nenhum e torna estes segmentos do jogo ainda mais frustrantes, porque vamos falhar principalmente pelo mau controlo de salto e má câmara.

À direita vemos o save point, que para além de ser o mesmo sítio onde os checkpoints automáticos são despoletados, podemos comprar novas armaduras. Pena que não possamos vender as que tenhamos em excesso.

A câmara deste Untold Legends é para mim o ponto mais fraco de todo o jogo. É verdade que a podemos controlar com o analógico direito e poderemos inclusivamente alternar entre uma perspectiva de terceira pessoa algo próxima da personagem como num hack and slash, ou uma perspectiva vista de cima mais próxima de jogos como Diablo. Em zonas mais apertadas, a câmara vista de perto é absolutamente horrível e mesmo alternando para a câmara mais distante nem sempre resolve o problema. Outro ponto que não gostei nas mecânicas de jogo é o item management. O inventário que temos permite-nos carregar um número reduzido de armaduras que poderemos encontrar após combates, ou comprar nos save points. Mas as armaduras antigas não podem ser vendidas, pelo que teremos de as descartar.

No que diz respeito aos visuais, bom, é verdade que este é um jogo de lançamento da PS3 e é verdade que mesmo na PSP a série Untold Legends nunca primou pelo seu grafismo excelente. Mas estamos a falar de um jogo da Sony para a Playstation 3, uma consola que foi hypada até ao infinito por alturas do seu lançamento. E apesar de não ser necessariamente um jogo feio, está longe de parecer realmente um jogo “next gen” quando comparado com alguns outros títulos de lançamento da PS3 e o que as consolas da geração passada seriam capazes. Fica ali no meio! O pouco cuidado na sua apresentação, nas cutscenes e narrativa muito básica também não abonam nada a seu favor. No entanto possui uma variedade considerável de cenários que me surpreendeu agradavelmente. Nada de especial a apontar ao voice acting, só mesmo à narrativa e história desinspiradas. As músicas também não são nada de especial, mas não desgostei de todo, sendo maioritariamente orquestrais.

Estas plataformas não deviam ser um desafio mas são.

Portanto resumindo este Untold Legends Dark Kingdom é um jogo mediano. A sua jogabilidade possui alguns problemas muito irritantes como a má câmara ou mau controlo nos saltos nalguns segmentos de platforming que felizmente não são assim tão comuns. Por outro lado os combates nem são tão aborrecidos porque o jogo possui um interessante sistema de combos para os golpes de corpo-a-corpo. E do ponto de vista audiovisual é um jogo muito genérico, mesmo tendo sido lançado ainda no início do ciclo de vida da consola. A história e narrativa básicas, aliadas aos poucos cuidados na apresentação também não abonam nada a seu favor. É fácil entender o porquê da série Untold Legends não ter ressurgido novamente.