Top Gear (Super Nintendo)

Continuando pelas rapidinhas, hoje visitamos a Super Nintendo para o primeiro Top Gear, um jogo desenvolvido pela britânica Gremlin e que de certa forma serve de follow up à série Lotus Turbo Challenge, dos computadores Amiga e que tiveram também conversões para a Mega Drive. Mas ao contrário do Lotus, aqui não existe qualquer licença de veículos, existindo uma maior variedade de carros com que jogar, mas são todos fictícios. O meu exemplar foi comprado algures no mês passado na feira da Vandoma no Porto, custou-me 7€.

Apenas cartucho

Enquanto o Lotus II (Lotus 1 na Mega Drive) possuia uma jogabilidade de corrida livre à lá Outrun, aqui somos levados a vários pequenos campeonatos, com circuitos de 4 ou 5 pistas por país. Por exemplo, começamos por correr em pistas norte-americanas, depois japonesas, depois alemãs e por aí fora em vários países europeus, culminando no Reino Unido. Curiosamente a Escandinávia é considerada um país, pois iremos correr nas 4 capitais escandinavas, Oslo, Estocolmo, Helsínquia e Copenhaga. Neste modo campeonato, o jogo possui um esquema de passwords e apenas conseguimos iniciar o campeonato no país seguinte se terminarmos o anterior em primeiro lugar. Em todas as corridas temos também 2 coisas a ter em conta: temos 3 nitros que podemos usar e é também necessário estar atento ao combustível disponível, pelo que em circuitos mais longos, teremos mesmo de ir pelo menos uma vez à box. O nosso oponente directo também tem de o fazer, mas sinceramente parece-me que os outros carros controlados por CPU não o fazem, o que não é lá muito justo.

Independentemente se jogarmos sozinhos ou com um amigo, o jogo é sempre apresentado em splitscreen

Para além disso, mesmo que jogamos sozinhos ou em multiplayer, o jogo é sempre apresentado com o ecrã em split screen, pois mesmo jogando sozinhos temos um rival controlado pelo CPU que aparece sempre no ecrã inferior. Sinceramente preferia que o jogo ocupasse o ecrã todo mesmo no modo normal, mas ainda assim o jogo consegue ser bastante fluído, mesmo com 2 ecrãs em simultâneo.

A nível gráfico esperem mais ou menos o mesmo nível de detalhe do Lotus da Mega Drive, com o carro bem detalhado, as pistas a terem vários desníveis como rampas e colinas, existindo também algumas transições dia/noite que me parecem interessantes. Quando conduzimos à noite, os carros possuem alguns efeitos de transparências que ficam muito bem conseguidos no hardware da SNES. As músicas são agradáveis, fazendo lembrar bastante o tipo de músicas que os jogos do Amiga nos ofereciam. E isso não é de estranhar, pois são músicas reaproveitadas dos jogos da série Lotus.

Nas fases nocturnas, o jogo possui bonitos efeitos de transparência que simulam a iluminação dos carros

Este jogo acaba então por ser um bom jogo de corridas, mas deve ser jogado de forma moderada. Isto porque existem imensas pistas diferentes e a jogabilidade nunca muda muito, pelo que ainda levará algum tempo a terminar.

Super Ghouls ‘n Ghosts (Super Nintendo)

Continuando pelas  rapidinhas, mas agora para a Super Nintendo, o jogo que cá trago agora é nada mais nada menos que Super Ghouls ‘n Ghosts, o terceiro capítulo da série principal do Sir Arthur contra as forças infernais que raptaram a princesa Prin-Prin. Mas ao contrário dos anteriores, este não teve as suas origens, tendo sido lançado originalmente para a Super Nintendo. O meu exemplar veio de uma loja na Irlanda do Norte, aquando da minha estadia por lá no ano passado. Custou-me 40 libras, estando em estado impecável.

Jogo com caixa e manual

O conceito do jogo é semelhante aos dos seus predecessores: Prin-prin foi raptada por mais uns demónios e cabe-nos a nós salvá-la, tendo assim de enfrentar mais um exército de forças infernais. As mecânicas de jogo são ligeiramente diferentes do seu predecessor, na medida em que já não é possível atacar para cima ou para baixo, retornando assim um pouco mais às raízes do Ghosts ‘n Goblins. Por outro lado, para colmatar essa falha, introduziram aqui a possibilidade de se dar um salto duplo, o que nos ajuda bastante nos momentos mais de puro platforming. Também tal como os anteriores, não chegamos ao fim do jogo de uma só assentada, pois o mesmo obriga-nos a rejogar tudo de forma a procurar uma arma difícil de aparecer, de forma a que tenhamos acesso ao último nível e boss. De resto temos também a possibilidade de usar os charged attacks, que dependendo da arma que tenhamos equipada são ataques mágicos com diferentes efeitos. Para usar os charged attacks temos de procurar a armadura dourada que nos permite executá-los, mas temos agora também uma armadura verde que nos permite usar versões melhoradas das armas que tenhamos apanhado.

Super Ghouls ‘n Ghosts tira todo o partido das capacidades da Super Nintendo ao apresentar gráficos bem detalhados

A nível audiovisual é um jogo bem conseguido, pois os níveis apresentam muito mais cor e detalhe, o que acaba também ser fruto das capacidades da Super Nintendo, existindo alguns níveis que usam bem os efeitos de sprite zooming e rotation. A nível de músicas, a Super Nintendo tem a particularidade de ter um chip de som poderoso, capaz de replicar de forma convincente (para a altura, claro) uma série de sons diferentes. Assim sendo, as músicas deste Super Ghouls ‘n Ghosts estão repletas de orquestrações que assentam que nem uma luva ao conceito do jogo.

Tal como no seu predecessor, podemos usar ataques mágicos

Super Ghouls ‘n Ghosts acaba por ser uma óptima maneira de terminar a trilogia clássica. É na mesma um jogo bastante desafiante, embora seja o menos difícil dos 3 devido a não ser originalmente um jogo arcade. Recomendado! Se não encontrarem esta versão SNES a preços convidativos, podem sempre tentar encontrar a conversão para a Gameboy Advance que inclui um novo modo de jogo, ou então através de compilações que infelizmente também não andam muito baratas.

Super R-Type (Super Nintendo)

Este Super R-Type é na verdade uma adaptação do R-Type II, que saiu originalmente nas arcades, para a Super Nintendo. Mas não é uma conversão directa, pois apenas possui 4 dos 6 níveis do original, mais 3 desenvolvidos de raiz para esta versão. Mas já lá vamos. Este meu exemplar foi comprado algures no verão passado a um particular, num conjunto de vários cartuchos de SNES que me ficaram a cerca de 12€ cada.

Apenas cartucho

Aqui a aventura leva-nos de novo a enfrentar o império de Bydo de forma a travar mais uma invasão intergaláctica. As mecânicas de jogo base do R-Type original mantêm-se aqui nesta sequela, incluindo a mais carismática do Force Pod, um add-on que nos aumenta o poder de fogo, é invencível ao dano inimigo, pode ser acoplado na parte frontal ou traseira da nave, servindo assim de escudo, ou usado de forma independente no ecrã. Os power-ups como os vários tipos de mísseis e lasers, incluindo aqueles oblíquos que sempre achei piada, mantém-se aqui, com a inclusão de um ou outro power-up novo. Mas a grande novidade aqui está na inclusão dos “charged up shots”, sendo então possível manter um botão de fogo pressionado até uma certa barra de energia se encher, e libertá-lo no máximo, para um disparo capaz de causar bastante dano.

Um dos novos power ups são estas shells explosivas

Tal como a versão original, este é também um jogo muito difícil, pelos inimigos que surgem de todos os lados e pelo facto de bastar um disparo certeiro para nos fazer perder uma vida. É verdade que com o Force Pod podemos usá-lo como escudo, mas em muitos níveis isso só não vai chegar, devido à quantidade de coisas pelo ar que nos podem atingir. Na verdade, esta versão até poderá ser mais difícil do que a arcade, pois ao contrário dessa, onde vão existindo checkpoints nos níveis, aqui somos obrigados a rejogar o nível do início caso percamos uma vida. E tendo em conta que para ver o final verdadeiro do jogo teremos de o jogar em Hard e depois em Pro, vai ser uma tarefa muito dura.

Os visuais apesar de não serem tão bem detalhados quanto os da versão arcade, continuam interessantes. Pena é todo o slowdown!

No entanto, toda essa dificuldade é atenuada pela falta de “blast processing” na Super Nintendo, pois o jogo está repleto de slowdowns precisamente nos momentos em que há muita coisa a acontecer no ecrã, facilitando-nos um pouco a vida ao conseguir manobrar melhor por entre os inimigos e os projécteis que naveguem pelo ecrã. De resto, de um ponto de vista técnico, este Super R-Type possui uns visuais que, tal como no primeiro jogo, misturam o high-tech com criaturas sinistras muito “H.R. Gigerianas“, o que me agrada bastante. As músicas também são muito interessantes e agradáveis, algumas até com um feeling muito jazz, embora a meu ver não se adequem propriamente a toda a acção e tensão que vamos percorrer.

 

Stargate (Super Nintendo)

Voltando às rapidinhas, o jogo que cá trago hoje é uma adaptação de Stargate, o filme para os videojogos. Sinceramente sempre pensei que fosse uma adaptação da série televisiva, pois nunca tinha visto o filme e nem sabia da sua existência. E ao contrário da adaptação para a Gameboy e Game Gear que acaba por ser um clone de Tetris, esta aqui para a SNES e Mega Drive já é o esperado jogo de acção e plataformas que habitualmente se via em ambas as consolas. O meu exemplar veio de uma troca que fiz com um particular há uns meses atrás.

Apenas cartucho

O filme Stargate antecipa a série, onde algures no Egipto, é descoberto um portal que dá acesso a um mundo alienígena chamado Abydos, onde viviam os deuses da mitologia egípcia e que realmente influenciaram a nossa civilização. Claro que tínhamos de enviar uma patrulha de reconhecimento militar, bem como uma bomba atómica portátil, para detonar o portal de Abydos caso aquela civilização apresentasse uma ameaça para a raça humana. Claro que as coisas não correm bem e lá teremos de enfrentar as forçças de Ra, Anubis e companhia, bem como procurar os restantes membros da nossa expedição, salvar a população local e recuperar todas as partes da nossa bomba atómica.

Ocasionalmente lá vamos tendo algumas cutscenes que nos avançam na história, mas estas não são lá muito apelativas

Este é um jogo de acção/plataformas, onde em practicamente todos os níveis teremos de procurar alguns objectos ou pessoas,  de forma a poder avançar para os níveis seguintes. Nesses níveis as mecânicas de jogo são simples, com um botão para correr, outro para saltar, um outro para disparar a nossa metralhadora e por fim outro para disparar granadas. A metralhadora possui munição infinita, mas no entanto pode receber alguns power-ups temporários como o rapid fire ou balas mais potentes. A nossa vida é dada como uma barra de energia, que por sua vez também pode ser regenerada ao encontrar alguns itens próprios para o efeito. Para além dos níveis de platforming, onde temos também alguns combates contra bosses, existem também alguns segmentos aéreos, onde conduzimos uma nave alien e o jogo aí já assum contornos de um shooter 3D.

Infelizmente não se pode dizer que este jogo é um grande feito tecnológico

No que diz respeito aos audiovisuais, sinceramente acho que é um jogo aborrecido nesse departamento. É certo que é um jogo influenciado num filme, pelo que não dá para fugir muito do material original, mas fiquei desapontado por todos os cenários por onder passarmos terem influências egípcias. Pensei que fosse haver uma maior variedade de mundos e civilizações a explorar tal como na série, mas isso foram falsas expectativas criadas por mim, ao não me ter apercebido inicialmente que o jogo é baseado no filme, não na série que o sucedeu. Mas para além disso, tecnicamente o jogo é bastante medíocre, desde as sprites pequenas e pouco detalhadas, passando pelas músicas algo aborrecidas.

Para desenjoar das plataformas, ocasionalmente lá teremos de pilotar uma nave alien

Portanto, este Stargate, apesar de não o considerar propriamente um mau jogo, pelo menos nesta versão SNES, também não sai da mediocridade, algo que infelizmente era algo comum a nomes como a Acclaim e a Probe.

Tiny Toon Adventures: Buster Busts Loose (Super Nintendo)

Uma das licenças que a Konami dispunha durante os anos 90 era a dos Tiny Toon, uma versão moderna dos clássicos Looney Tunes, com personagens jovens, mas inspiradas nas clássicas. Era uma das minhas séries de animação preferidas enquanto criança, pelo que os seus videojogos também me interessavam. Um dos jogos que a Konami desenvolveu foi este Buster Busts Loose, que tem como o Buster Bunny como protagonista principal. O meu exemplar veio de uma troca feita com um particular, há alguns meses atrás.

Apenas cartucho

Este jogo não tem propriamente uma história em si, simplesmente parece ser jogado em episódios diferentes, onde cada nível possui uma temática completamente distinta. O primeiro nível é passado na “universidade” onde as personagens andam e temos de viajar até à cozinha, onde temos lá o Taz Junior (Dizzy Devil) a destruir a cozinha em busca de comida, já o nível seguinte leva-nos aos Westerns, com a última parte, passada na locomotiva de um comboio a vapor a lembrar-me logo do filme Back to the Future III. Um dos níveis seguintes já nos leva para o meio de uma partida de futebol americano onde temos de nos desviar de uma série de jogadores e conseguir marcar um touchdown. O último nível (que não se consegue aceder no modo easy) já é uma clara paródia/homenagem aos filmes do Star Wars.

Com o Dash até podemos subir paredes!

O jogo em si usa as mecânicas dos jogos de plataformas, com Buster a dispor de um botão para saltar, outro para atacar (através de umas cambalhotas pelo ar) e os botões L e R a servirem para activar o dash, ou seja, para permitir ao Buster correr desenfreadamente, conseguindo até correr em paredes. É uma mecânica de jogo bem necessária nalguns níveis onde o platforming seja mais exigente. Mas não podemos simplesmente correr sempre que nos apetece, pois ao usar o dash estamos a usar uma barra de stamina do Buster, que se vai regenerando de cada vez que deixemos de correr. Pelo meio dos níveis principais temos sempre direito a alguns minijogos que podem ser escolhidos através de uma roleta. Estes minijogos são bastante variados entre si, desde versões simplificadas do Bingo, do jogo das escondidas, partidas de squatch, entre outros. Estes minijogos servem para ganharmos vidas extra, que por sua vez também podem ser obtidas a cada 100 estrelas que coleccionemos ao longo dos níveis “normais”.

Este é o minijogo que menos gosto, nunca fui fã de jigsaw puzzles, e aqui ainda temos a pressão do tempo

A nível audiovisual é um jogo competente, mas nada fora deste mundo tendo em conta as capacidades da Super Nintendo. São gráficos coloridos, com um nível de detalhe considerável e o uso quanto baste dos típicos efeitos de sprite scaling e mode 7 que a SNES sempre conseguiu fazer. Por outro lado as músicas são bastante festivas e vamos poder ouvir a faixa tema dos Looney Tunes Adventures tocada de formas completamente diferentes, mediante o nível em que estamos.

No fim de contas, este é um jogo de plataformas simples, mas bem competente. Os fãs do género conseguem passar um bom tempo com esta pequena aventura!