Ao longo das últimas semanas tenho jogado, de forma intermitente, este New Super Mario Bros. 2, numa tentativa de reduzir o meu backlog de jogos para a 3DS. O apagão de ontem deu uma bela ajuda, pois felizmente com a consola bem carregada, ainda foi a tempo de me permitir terminar o jogo! Este é, portanto, mais um sólido título de plataformas em 2D do Mario, embora, aquando do seu lançamento, tenha sido alvo de algumas críticas por reutilizar bastante conteúdo introduzido em New Super Mario Bros. Wii. Mas como já não pego nesse título da Wii há mais de dez anos, para mim foi como se tudo fosse novo. O meu exemplar julgo ter sido comprado a um particular há uns anos, embora já não consiga precisar o valor, mas terá sido seguramente acessível.
A história é algo que, sinceramente, não vale muito a pena perder tempo a explicar. Adivinhem: a princesa Peach foi novamente raptada, desta vez pelos Koopalings de Super Mario Bros 3 (curiosamente os mesmos de New Super Mario Bros. Wii, o que começa a justificar algumas das críticas). Cabe-nos, portanto, salvá-la mais uma vez, atravessando uma série de níveis até chegar ao castelo, onde a princesa será invariavelmente levada pelo Koopaling seguinte para o próximo mundo.

No que diz respeito às mecânicas de jogo, estas mantêm-se fiéis à fórmula clássica dos títulos 2D do Mario, herdando, no entanto, várias das habilidades introduzidas nas suas aventuras em 3D, como o salto entre paredes ou o ground pound. A nível de power-ups, para além dos habituais cogumelos e flores que nos transformam em Super Mario, ou das estrelas que concedem invencibilidade temporária, regressam outros já familiares, como a folha que nos dá a forma de Tanooki, permitindo-nos voar temporariamente e originalmente introduzida em Super Mario Bros. 3. Temos também o regresso dos cogumelos gigantes, que nos tornam temporariamente invencíveis e permitem destruir partes do cenário, bem como o cogumelo miniatura, que reduz drasticamente o tamanho de Mario, possibilitando o acesso a passagens e tubos estreitos. Outro dos focos do jogo está na recolha de moedas, com alguns itens especificamente pensados para esse fim. Um dos novos power-ups coloca-nos um capacete em forma de bloco dourado, que vai largando moedas enquanto o tivermos activo. Já a flor dourada, também estreante neste título, permite-nos lançar projécteis mais potentes e destrutivos, rendendo ainda mais moedas por cada inimigo derrotado. Com tanta moeda disponível, é frequente atingirmos dezenas de vidas extra com relativa facilidade. Em vez de um super guia, o jogo introduz também um power-up adicional que surge após perdermos várias vidas no mesmo nível: uma folha de invencibilidade, que combina as habilidades do fato de Tanooki com a invencibilidade total da estrela. Esta permite atravessar o nível sem sofrer danos, sendo uma preciosa ajuda para quem enfrentar maiores dificuldades.
Tal como nos anteriores New Super Mario Bros., também aqui existem as habituais super moedas escondidas em cada nível. Estas podem depois ser utilizadas para abrir novos caminhos no mapa, que tanto podem dar acesso a diferentes casas do Toad, onde é possível obter power-ups ou vidas extra, como desbloquear níveis secretos. Esses níveis secretos também podem ser descobertos ao explorar cuidadosamente determinadas áreas, em busca de saídas alternativas. De resto, para além dos seis mundos principais, é ainda possível desbloquear três mundos adicionais. Este título inclui também modos cooperativos e um modo de jogo extra intitulado Coin Rush, uma espécie de desafio contra-relógio em que o objectivo é apanhar o maior número de moedas possível. Confesso que não os cheguei a experimentar, mas todo este conteúdo adicional é sempre bem-vindo para prolongar a longevidade do jogo.

A nível audiovisual, podemos contar com um jogo bastante colorido e com níveis bem detalhados, tal como seria de esperar do Mushroom Kingdom, incluindo, claro, os característicos cogumelos gigantes que servem de plataformas. Encontramos também os habituais níveis subterrâneos ou subaquáticos e, para além disso, cada mundo inclui uma casa assombrada povoada por Boos, onde surgem pequenos puzzles a par dos desafios de plataformas. Os mundos principais apresentam ainda fortalezas e castelos, onde somos postos à prova em secções de platforming mais exigente, culminando sempre num confronto com um boss. Já os mundos extra limitam-se aos castelos. No que toca ao som, a banda sonora é bastante agradável, reciclando várias melodias típicas da série Super Mario, mas com arranjos novos e interessantes. Detalhes como os aplausos que ouvimos sempre que superamos um desafio são pormenores curiosos que conferem um toque de personalidade à experiência.

Estamos, portanto, perante um jogo de plataformas 2D bastante competente e divertido de jogar, tal como a série Super Mario Bros. sempre nos habituou. Apesar da boa variedade de cenários e de uma componente visual apelativa, é inegável que o jogo recicla muitos elementos do seu antecessor na Wii, tanto ao nível gráfico como sonoro, o que lhe valeu algumas críticas por parte do público e da imprensa. No entanto, como referi acima, tendo jogado ambos os títulos com um intervalo temporal considerável, essa repetição passou-me despercebida, resultando numa experiência sólida e agradável do início ao fim.
























