Vamos voltar à Nintendo DS para um interessante jogo de aventura da Hudson lançado em 2009, um dos últimos jogos que a empresa lançou sob o seu nome! E este é então um jogo de aventura policial com alguns segmentos de acção e outros mini-jogos e que, tal como o seu nome indica, é todo passado em Miami, onde influências de séries televisivas como Miami Vice são bem notórias. O meu exemplar foi comprado numa CeX, tendo-me custado uns 8€.
Não me vou querer alongar muito na história pois esta está repleta de reviravoltas, mas este é um jogo onde vamos controlando (de forma alternada) uma dupla de personagens: Law Martin, um polícia infiltrado num poderoso grupo de traficantes de droga e Sara Starling, uma agente do FBI que está também a investigar o mesmo gangue. À medida em que vamos avançando no jogo vamos também poder escolher que personagem queremos representar no segmento seguinte, isto porque ambas as personagens tipicamente separam-se para investigar pistas distintas, mas no fim desse segmento as narrativas de ambos voltam-se a unir, pelo que nunca perdemos nada de genuinamente extraordinário ao optar por uma personagem em detrimento de outra. Existem no entanto algumas escolhas que vamos poder fazer e que caso escolhamos mal chegamos a um game over.

A jogabilidade é simples, pois este é maioritariamente um jogo de aventura, onde teremos de explorar diferentes cenários e falar com pessoas para ir avançando na narrativa. A interface é simples, com o ecrã de baixo da DS a possuir uma série de ícones que podemos pressionar e representam uma acção, como falar, inspeccionar, mover, telefonar entre outros como aceder a um PDA e ver informações dos casos em que estamos envolvidos, perfis das personagens principais ou um outro menu onde poderemos gravar o nosso progresso do jogo. Ocasionalmente, intercalando estes segmentos de aventura, poderemos ter vários mini-jogos ou sequências de acção para completar. Os tiroteios e perseguições automóveis são as mais comuns! Nos primeiros o jogo assume mecânicas algo semelhantes às do Time Crisis, na medida em que temos um botão para nos escondermos no cenário, outro para recarregar a nossa arma e poderemos usar a stylus da Nintendo DS como light gun e disparar dessa forma, tocando no ecrã. Já a Sara tem uma sniper, pelo que os controlos são um pouco diferentes, lembrando-nos de certa forma dos Silent Scope. As perseguições de carro obrigam-nos a mudar de faixa para evitar colidir com outros carros, bem como controlar a velocidade do nosso veículo. Ocasionalmente quando ambas as personagens participam nessa mesma perseguição, se escolhermos controlar o Law conduzimos o veículo, já se escolhermos controlar a Sara teremos de disparar sobre o carro dos bandidos com mecânicas semelhantes às dos tiroteios. Teremos também outras sequências de acção/mini-jogos pela frente, como desarmar bombas, hacking em computadores ou até algumas análises forenses.
No que diz respeito aos audiovisuais, a música é agradável e adequa-se perfeitamente ao clima de policial que o jogo nos incute. Aparentemente a Hudson até se deu ao trabalho de contratar uma dupla de artistas chamados Miami Heat Wave para compor a maior parte da banda sonora do jogo. Já no que diz respeito aos gráficos, esperem por visuais 2D algo estáticos como é normal em jogos de aventura/visual novel nipónicos nas partes de exploração e alguns gráficos em 3D poligonal algo rudimentar (tendo em conta as capacidades da Nintendo DS) para os segmentos de acção e vários dos puzzles.
Portanto este Miami Crisis é um jogo de aventura interessante e com uma história que até dá bastantes reviravoltas. Devo confessar que não achei um jogo tão polido e com personagens tão carismáticas como os títulos da Capcom (Ace Attorney ou Ghost Trick por exemplo), mas a experiência no final até que foi positiva. É também um jogo com alguma longevidade pois apesar de a história como um todo se manter igual, poderemos ter acesso a diferentes diálogos e acontecimentos mediante as personagens que escolhemos utilizar em cada segmento.
















