O artigo de hoje leva-nos de volta ao PC para mais uma rapidinha e a um dos inúmeros jogos indie que esta plataforma tem recebido. Este Finding Paradise é uma sequela do To The Moon, um jogo simples, feito em RPG Maker, mas com uma história muito original e uma narrativa bastante emocional. Produzido pela pequena equipa Freebird Games, eles ainda lançaram pelo meio alguns títulos mais pequenos que deram algum seguimento a este universo, mas o Finding Paradise é a sua verdadeira sequela. Curiosamente, tal como o To The Moon, este meu exemplar digital foi-me oferecido por um amigo que tinha uma cópia a mais.
Para quem não jogou o To The Moon, este é um jogo onde encarnamos na dupla de cientistas Eva Rosaline e Neil Watts, que por sua vez pertencem à empresa Sigmund, cuja especialidade é a de realizar os sonhos de doentes terminais ou pessoas idosas que estejam prestes a falecer. A maneira como fazem isso é a de usar um aparelho que lhes permite invadir as suas memórias, reviver alguns dos momentos chave da vida dessa pessoa, entender o que eles realmente desejavam para serem felizes e assim criar essa ilusão, para que partam em paz de espírito. Como devem imaginar é um jogo com uma carga emocional forte e o mesmo conceito aplica-se a este Finding Paradise, onde entramos na mente de Colin, um idoso aparentemente com um casamento feliz e um filho querido, mas há ali qualquer coisa que lhe está a faltar. A contrapor todo o drama que vamos vivendo ao atravessar os momentos felizes e traumáticos da vida de Colin está mesmo nos diálogos da dupla de cientistas que encarnamos, que são sempre tipicamente bem humorados. Particularmente o de Neil, que é uma personagem super sarcástica e por arrasto acaba também por irritar a Eva.

A jogabilidade é idêntica ao To the Moon na medida em que vamos tendo vários cenários para explorar e quando estamos nas memórias de Colin, tipicamente teremos de encontrar um memento que nos leva à memória seguinte e também encontrar todas as ligações de memória que nos permitam desbloquear esse memento. Por outras palavras, temos de explorar os cenários e testemunhar as várias memórias de Colin para que consigamos então desbloquear o memento que nos leva à memória seguinte. Sinceramente já não me recordo se isto acontecia no To the Moon, mas ao desbloquear o memento somos levados a um puzzle game do tipo “match 3“, onde teremos de juntar 3 ou mais esferas com o mesmo símbolo. Ocasionalmente o jogo também nos apresenta alguns segmentos mais fora do baralho, como shmups, jogos de luta ou uma batalha de RPG por turnos. Esses momentos estarão guardados para o boss final, naturalmente.

Graficamente é um jogo super simples. Pensem num RPG 16bit tipo os da Super Nintendo, com as suas sprites pequenas, porém bem animadas e cenários em 2D também. Ocasionalmente teremos algumas cutscenas com alguma artwork em pixel art um pouco mais detalhada. Tal como o seu predecessor, a banda sonora também é muito agradável, com algumas melodias de piano e outros instrumentos acústicos, como é o caso do violoncelo, que por sua vez são ambos elementos centrais nas memórias de Colin.
Portanto estamos aqui perante mais uma aventura com uma narrativa muito interessante e carregada de emoção. A escolha em desenvolver o jogo usando o RPG Maker, dando-lhe o aspecto de um RPG da SNES continua a parecer algo inusitada tendo em conta que isto é tudo menos um RPG, no entanto o resultado final, fruto da sua excelente narrativa, continua muito bom.