Last Window: The Secret of Cape West (Nintendo DS)

Vamos voltar a vestir a pele de Kyle Hyde, um antigo detective que um ano após ter resolvido um grande mistério no Hotel Dusk, vê-se agora envolvido em mais uma aventura, agora no próprio complexo de apartamentos onde vive, e irá desvendar alguns crime que lá ocorreram, incluindo desvendar o passado por detrás do desaparecimento do seu pai. O meu exemplar foi comprado a um particular por volta de 2017, creio que me custou uns 10€.

Jogo com caixa, manual e papelada

Este é portanto mais um jogo de aventura onde teremos de usar as múltiplas características do hardware da 3DS para ir avançando no jogo e solucionar os seus puzzles. A começar pelo facto de termos de jogar com a DS na vertical e, tal como no Hotel Dusk, o touch screen apresenta o mapa e o outro ecrã apresenta uma perspectiva na primeira pessoa, completamente renderizada em 3D poligonal. Apesar de podermos usar os botões para movimento e interacção com o texto, como jogamos com a DS na vertical torna-se um pouco incómodo, pelo que o jogo pode ser todo controlado com a stylus. Basta clicar em qualquer zona do mapa que Kyle se começa a mover nessa direcção e no fundo do ecrã temos os mesmos ícones que tínhamos no Hotel Dusk: a possibilidade de consultar o bloco de notas, a possibilidade de ir ao menu e gravar o progresso no jogo, ou ícones que se activam consoante o contexto. Se nos aproximarmos de algum objecto que pode ser interagido ou observado de perto surge um ícone com uma lupa, ou se nos aproximarmos de alguém é então activado um ícone para iniciar o diálogo.

Tal como no Hotel Dusk, o ecrã táctil mostra um mapa e uma série de ícones, já o outro ecrã mostra os cenários numa perspectiva de primeira pessoa.

Uma coisa que me agradou nesta sequela é o facto de alguns puzzles poderem ser resolvidos de mais de uma forma. A história em si é completamente linear, ao contrário do Hotel Dusk que ia decorrendo ao longo de várias horas no mesmo dia, este Last Window vai decorrer ao longo de alguns dias, sendo que o tempo só avança quando activarmos um certo evento que faça com que o relógio avance. Mas ter soluções diferentes para alguns problemas foi uma surpresa algo agradável. De resto temos também muitos puzzles que nos obrigam a usar todas as funcionalidades da Nintendo DS, como o facto de ter 2 ecrãs, o touchscreen e mesmo o microfone. Aquele puzzle da caixa de música achei-o muito inteligente! Existem também alguns puzzles onde temos de tocar em mais que um ponto em simultâneo no ecrã, mas esses já achei um pouc frustrantes, pois a Nintendo DS (pelo menos a minha) não reconhece bem quando tocamos em mais que um ponto em simultâneo.

Os diálogos são uma vez mais apresentados desta forma muito peculiar, mas que resulta bem. Fica só a faltar algum voice acting!

Tal como no jogo anterior também teremos os diálogos, que para além de serem apresentados de uma forma muito agradável, teremos de fazer alguns interrogatórios às restantes personagens e por vezes confrontá-los com provas baseadas em objectos que eventualmente vamos descobrindo. E aqui há um maior desafio pois no Hotel Dusk sempre que alguém se descaía e aparecia a oportunidade de pressionar a pessoa com mais perguntas, eramos sempre obrigados a aproveitar essa oportunidade. Agora por vezes temos de resistir à tentação de irritar demasiado as personagens e deixá-las falar por si mesmas. Nalguns interrogatórios mais importantes, os que têm as questões assinaladas a vermelho, temos de uma vez mais ter especial cuidado na forma como guiamos a entrevista também.

Eventualmente poderemos desbloquear alguns mini jogos opcionais, como esta máquina electrónica à moda antiga. É um jogo que decorre em 1980!

A nível audiovisual é então um jogo muito semelhante ao Hotel Dusk. Como já referi, enquanto exploramos os cenários o ecrã táctil mostra um mapa em 2D enquanto que o outro ecrã mostra uma perspectiva na primeira pessoa com os cenários a serem renderizados em 3D poligonal. A Nintendo DS não tem grandes capacidades em renderizar gráficos 3D mas sinceramente estes pareceram-me um pouco mais bem definidos. Ainda assim se tivessem apostado num visual mais cel-shading provavelmente o resultado teria sido melhor. Já quando falamos com alguém, as personagens aparecem totalmente a preto e branco (embora por vezes também apareçam a cor por breves momentos) com boas animações que mostram bem a expressevidade das suas emoções. Fica a faltar uma vez mais algum voice acting que acho sinceramente que iria enriquecer ainda mais a narrativa. Já as músicas, são practicamente todas jazz, o que se adequa perfeitamente a uma aventura mais do género noir.

O jogo também inclui uma versão em livro de toda a história, cujos novos capítulos vão desbloqueando à medida que avançamos no jogo

Portanto para quem gostou do Hotel Dusk, irá certamente apreciar este jogo. Tirando alguns puzzles mais frustrantes por nos obrigarem a usar multi-touch, o que a meu ver não resulta bem na Nintendo DS, devo dizer que até gostei mais deste jogo do que o anterior, principalmente pela narrativa ser melhor. Gostei mais da história que nos apresentaram aqui, as personagens são mais interessantes, uma vez mais cheias de segredos e sinceramente o final fica com muito menos pontas soltas que no jogo anterior. É curioso que este jogo não chegou a sair na América, tendo-se ficado apenas pelo Japão e Europa. Talvez por isso que o seu preço actualmente não seja o mais convidativo!

Kore ga Pro Yakyuu ’89 (PC-Engine)

Voltando às rapidinhas na PC-Engine, vamos ficar com mais um jogo de baseball, um desporto que não aprecio muito e também não sou grande conhecedor das suas regras. E sendo este um jogo japonês, a barreira linguística também é considerável. O meu exemplar veio de um conjunto de vários jogos que importei do Japão em Dezembro. Os jogos em si ficaram pouco acima dos 20€, já todas as restantes despesas, principalmente as de desalfandegamento que foram cobradas pela transportadora… é melhor nem lembrar!

Jogo com caixa e manual embutido na capa

Aqui dispomos de três modos de jogo: Open, Pennant, e Versus. O Open corresponde a uma partida amigável contra o CPU, enquanto o versus permite jogar partidas multiplayer. O Pennant é então o modo temporada, que nos permite jogar entre 70 a 130 partidas – um pesadelo para mim, portanto experimentei um pouco do Open apenas. E depois de seleccionar qual a equipa que quero representar, bem como a do CPU, vou para um menu inicial onde presumo que dê para seleccionar quais os jogadores que quero levar a jogo e a sua ordem de batting, mas com os menus todos em japonês não deu mesmo para ter grande ajuda. E o google lens também não ajudou muito desta vez. Ao iniciar a partida apercebo-me que a equipa estava a jogar sozinha! Ao ler um pouco do manual (e aí o google lens já reconhece o texto e traduz) lá me apercebi que este é na verdade um jogo de management. Nós não temos interacção directa no jogo, mas podemos passar dicas para os jogadores de como eles poderão abordar as jogadas. Mas uma vez mais com tudo em japonês não serviu de grande ajuda. E então acabei por encostar o jogo, pois se o baseball já não é um desporto que me agrade particularmente, um jogo onde apenas somos o treinador, ainda por cima com a barreira da linguagem em todos os menus não é mesmo para mim. Aparentemente treinamos equipas reais da liga japonesa da temporada de 1989, portanto suponho que o jogo tenha tido alguma licença oficial.

Antes de cada partida temos este ecrã não muito amigável onde poderemos gerir a equipa

A nível audiovisual acho sinceramente um jogo competente. Logo no ecrã título somos recebidos com uma música agradável e cheia de energia e mesmo sendo este um simulador, ouvimos música na mesma durante as partidas, o que mantém as coisas um pouco mais interessantes. Já os efeitos sonoros não os achei nada de especial. A nível gráfico é um jogo competente, as sprites são bem detalhadas e a câmara dá-nos sempre uma boa visão sobre o que está a acontecer no campo.

Durante as partidas também podemos submeter alguns comandos que uma vez mais não faço ideia para que servem

Portanto ainda não foi desta que fiquei a apreciar o desporto. Acredito que este jogo até tenha tido algum sucesso pois a Intec no ano seguinte lançou uma sequela que sinceramente não tenho vontade nenhuma de experimentar.

Battlecorps (Sega Mega CD)

Os britânicos da Core Design foram um dos estúdios que mais apoiou a Mega CD. É verdade que em certos jogos eles espremeram bem a vaca como os dois primeiros Chuck Rock que acabaram por ter lançamentos em todas as consolas da Sega e vários outros sistemas, as a Core também contribuiu para a Mega CD com jogos como Thunderhawk, Jaguar XJ220 e este Battlecorps, todos jogos que utilizam os recursos adicionais da Mega CD para o que realmente interessa (jogos!) e não full motion videos com um aspecto manhoso. O meu exemplar foi comprado em Janeiro de 2016 numa visita a uma cash em Lisboa, creio que me tenha custado uns 12€.

Jogo com caixa e manuais

Este é um first person shooter onde controlamos mechas, sendo passado no futuro e num planeta distante uma colónia mineira cujos robots eram controlados pela inteligência artificial MOSES. Mas eis que uma empresa rival infecta o MOSES com um vírus que o torna agressivo para com os colonos, bem como todos os robots lá do sítio. A única esperança recai então num conjunto de 3 pilotos, cada qual com o seu mecha com distintas características, que irão então atravessar toda a mina e destruir MOSES.

Na cutscene inicial, toda narrada com vozes reais, são-nos apresentados os diferentes pilotos que poderemos escolher

E este até que é um FPS bastante competente, sendo compatível tanto com o comando de 3 botões, como com o comando de 6 botões. O direccional serve para nos movimentarmos, enquanto que os botões B servem para disparar e o C para alternar entre as diferentes armas que temos à disposição. Ao pressionar o botão A em conjunto com o direccional permite-nos mover a cabeça do nosso mecha, ou seja olhar para cima e para baixo, mas também deslocar a cabeça numa direcção diferente do movimento do robot. Isto porque ao pressionar simplesmente o direccional para cima ou baixo faz com que o mecha se desloque constantemente a diferentes velocidades quer para a frente, quer para trás. Ao usar isto em simultâneo com o A + direccional permite-nos fazer inclusivamente algum strafing, o que é algo difícil de executar mas muito útil em certas situações, pois por vezes vamos mesmo sofrer bastante fogo inimigo. Se tivermos um comando de 6 botões, os botões adicionais X, Y, Z e mode servem de atalhos para seleccionar uma arma específica, em vez de andarmos a circular entre todas as armas através do botão C.

Este é um first person shooter em pseudo 3D, onde as paredes são na verdade sprites juntas entre si. E isto resulta bem pelas capacidades de sprite scaling que a Mega CD possui

As diferentes armas que temos à nossa disposição são metralhadoras duplas de munição infinita, mas cujas sobreaquecem com o uso, já as restantes armas possuem munição limitada e não temos nenhuma maneira de obter mais munições durante os níveis. São estas um canhão duplo mais poderoso, morteiros, morteiros triplos, mísseis ou um lança chamas, que naturalmente tem um alcance menor que as restantes. E este Battlecorps é um jogo bastante desafiante pois para além de não podermos encontrar munições adicionais pelos níveis, vamos ter fases onde teremos muitos inimigos a disparar sobre nós, pelo que o ideal é tentar atirar sobre alguns inimigos a longas distâncias e quando tal não é possível, mantermo-nos em movimento o que nem sempre pode resultar bem pois se formos contra algum obstáculo no chão o nosso mecha pára instantaneamente. E é verdade que até temos um escudo que nos permite absorver uns quantos pontos de dano, mas apenas em alguns níveis é que temos pontos que nos permitem recarregar os escudos. E temos 3 tentativas apenas de passar cada nível, que correspondem aos 3 diferentes pilotos/mechas que podemos escolher. Portanto vai ser uma experiência bem desafiante!

Na parte inferior do ecrã temos um radar que nos indica a posição dos inimigos, bem como a indicação da arma seleccionada, a velocidade activada e o estado dos nossos escudos

No que diz respeito aos audiovisuais é um jogo bem competente. É um first person shooter sim, mas na verdade tudo é num pseudo 3D composto por sprites. Os inimigos, obstáculos e até as paredes de certos níveis são todas sprites em 2D, com o solo a ser todo um plano como se um efeito mode 7 da Super Nintendo se tratasse. E isto é possível devido ao hardware adicional da Mega CD, que possui capacidades de sprite scaling e rotação. A Core já tinha aproveitado essas funcionalidades da Mega CD noutros jogos, este é só mais um exemplo! De resto o jogo possui algum voice acting que apesar de não ser nada de especial, peca por soar muito baixo quando comparado com os restantes barulhos e música que ouvimos ao longo dos níveis. A banda sonora é toda em CD-Audio com várias faixas instrumentais, algumas soft rock com algumas melodias de guitarra, outras com uma toada mais electrónica ou até jazz. Não é a banda sonora que eu idealizaria para um FPS, mas não é má de todo.

No final do jogo temos uns créditos que mais uma vez mostram as capacidades de scaling e rotação de sprites que a Mega CD é capaz de fazer.

Portanto este Battlecorps até que se revelou uma bela surpresa pelo facto de ser mais um jogo da Core que procura tirar partido do hardware extra que a Mega CD tem, para além da capacidade de correr música em formato CD-audio e clipes de vídeo. Peca no entanto que pela sua dificuldade, não tenha nenhum sistema de passwords, o que nos obrigaria a terminar o jogo de uma assentada. Pelo que neste caso acabo por recomendar vivamente o uso de emuladores.

Head Buster (Sega Game Gear)

Vamos agora voltar à portátil de 8bit da Sega, para um interessante exclusivo japonês produzido pela NCS/Masaya. Head Buster é um jogo de estratégia por turnos onde iremos construir o nosso pequeno exército de robots e combater uma série de robots inimigos, ao longo de 10 batalhas. Felizmente existe um patch de tradução para o inglês, eliminando assim qualquer barreira linguística. O meu exemplar foi-me oferecido por um amigo meu algures em Julho de 2020.

Cartucho solto, jogo japonês

E nós aqui encarnamos no papel de um miúdo que se inscreve numa competição de lutas com robots, começamos o jogo com 600 créditos e antes de começar cada combate temos acesso a uma loja onde poderemos comprar um ou mais robots e customizá-los à nossa vontade, bem como ver o mapa da próxima arena onde podemos combater. Isto é útil pois dá para ver que tipo de terreno iremos encontrar e preparar os nossos robots da melhor forma. Infelizmente não dá é para antever quais os robots inimigos que iremos enfrentar!

As diferentes armas que temos têm também diferentes alcances

Mas pronto, com 600 créditos lá poderemos comprar um ou 2 robots e equipá-los com algum armamento adicional. Começamos por escolher se queremos um robot de estrutura ligeira, normal ou pesada, o que irá afectar a sua agilidade (nomeadamente o número de células que nos podemos deslocar em cada turno) bem como a sua armadura, pois os robots mais pesados são mais resistentes ao fogo inimigo. Podemos também customizar a parte inferior do robot, seja ao usar pernas, lagartas ou um hovercraft, que por sua vez cada tipo destas peças nos permite atravessar diferentes tipos de terreno e obstáculos como água, montanhas ou florestas. Daí a possibilidade de explorar o tipo de terreno que iremos enfrentar entre cada combate ser muito importante! Os braços e ombros podem ser equipados com diferentes escudos e armas de curto, médio e longo alcance, sendo que os ombros são as que carregam as armas mais destrutivas como mísseis ou napalm, mas também poderão carregar outros equipamentos especiais que nos podem dar diferentes habilidades nas batalhas como lançar fumo para não sermos atingidos por fogo inimigo. Outra das características importantes que devemos comprar é o computador de bordo, que, dependendo do modelo escolhido, nos permite efectuar algumas acções adicionais nos combates, como esconder ou evadir de fogo inimigo, bem como reparar o dano sofrido.

Cada tipo de parte inferior tem as suas vantagens e desvantagens

Passando para as batalhas em si, estas são todas por turnos, sendo que cada turno é dividido em 2 fases. A primeira fase é a de posicionamento dos nossos robots e em seguida o CPU faz o mesmo para os seus robots. Depois lá temos a fase de ataque onde se tivermos algum inimigo no nosso alcance de fogo, podemos disparar. No caso de termos um computador de bordo que nos permita evadir do fogo inimigo também o podemos fazer. Ou poderemos simplesmente recarregar algumas das armas que eventualmente tenhamos usado. Cada batalha termina quando todos os robots inimigos tenham sido destruído, ou a sua base. Uma vez terminada a batalha, ganhamos algum (pouco) dinheiro e somos levados novamente para a tal loja onde podemos prever o próximo campo de batalha e modificar os nossos robots, ou mesmo construir novos.

Infelizmente o dinheiro que ganhamos entre cada combate não é assim tanto pelo que não perder robots é essencial para a sobrevivência

É um jogo relativamente simples mas desafiante pois o dinheiro que ganhamos em caso de vitória não é assim tanto, pelo que vai ser difícil ir acompanhando o poder de fogo inimigo à medida que vamos avançando no jogo. Usar tácticas mais defensivas, como estar perto da base onde poderemos regenerar a vida dos nossos robots pode ser uma boa opção, mas também podemos tentar ser mais sneaky e usar robots mais ligeiros para atacar directamente a base inimiga. De qualquer das formas é muito importante ir registando as passwords que nos vão sendo atribuídas no final de cada batalha, pois caso um dos nossos robots seja destruído, mesmo que vencemos o confronto no final, o mesmo é perdido para sempre ou seja, teremos de construir um robot de novo e o dinheiro nunca dá para tudo. Ainda nas passwords, o jogo vai-nos atribuindo uma password curta e longa e eu recomendo vivamente que anotem a password longa. A curta apenas serve para registar em que ponto do jogo vamos, mas todos os robots que tenhamos construido previamente desaparecem.

As batalhas poderiam ter mais detalhe gráfico, pois a câmara está sempre na perspectiva de um dos nossos robots, mesmo quando está a sofrer dano.

A nível audiovisual é um jogo competente tendo em conta que estamos a falar de um jogo para a Game Gear. As arenas são coloridas, mas seria interessante que houvesse uma maior variedade de cenários. Quando transitamos para um ecrã de batalha temos sempre a câmara na perspectiva de primeira pessoa de um dos nossos robots, que seja para atacar, quer seja quando estamos a sofrer dano. A barra de vida que aparece no ecrã é a barra de vida do robot a ser atacado. Seria interessante uma perspectiva como nos Advance Wars, onde pudéssemos ver ambos os robots e suas barras de vida. Já no que diz respeito ao som, as músicas são agradáveis e nada de especial a apontar aos efeitos sonoros.

Portanto este Head Buster é um jogo de estratégia por turnos que até tem potencial precisamente pela customização que podemos fazer ao criar robots de raiz e que tirem proveito do terreno que iremos enfrentar nos confrontos seguintes. Mas para além do desafio que nos é imposto ao irmos enfrentando inimigos tendencialmente mais fortes em número e poder de fogo, seria bem mais interessante se houvesse aqui uma narrativa qualquer, mesmo que fosse algum dos clichés habituais. Competir para ganhar trocos e ter de enfrentar inimigos mais poderosos a seguir não chega para mim.

The Addams Family (Sega Mega Drive)

O artigo de hoje será mais uma rapidinha, pois é sobre a adaptação do The Addams Family para a Mega Drive. A Ocean desenvolveu a versão original para as consolas da Nintendo e uma série de computadores da época, enquanto a Flying Edge acabou por, mais tarde, obter uma licença da Ocean para converter o mesmo jogo para as consolas da Sega. Como já cá falei da versão Super Nintendo, este artigo será muito mais breve. O meu exemplar foi comprado a um particular algures em Novembro por cerca de 10€.

Jogo com caixa

Ora e este é um jogo de plataformas, supostamente baseado no filme de 1991, mas não me parece que siga os eventos do filme. Aqui controlamos Gomez Addams, o patriarca da família, que terá de explorar todos os recantos da sua mansão e salvar os restantes membros da sua família. E sendo este um jogo de plataformas, a sua jogabilidade é simples com um botão para saltar e um outro para atacar com algumas armas que eventualmente possamos apanhar, como uma espada ou bolas de baseball que poderemos atirar contra os inimigos. Não tendo power ups desses na nossa posse, resta-nos saltar em cima dos inimigos, Mario style.

O que não faltam aqui são salas para explorar e passagens secretas!

E ao reler o artigo da SNES confesso que fui um pouco modesto ao afirmar que este é um jogo algo difícil. Algo é pouco, este é um jogo de plataformas muito desafiante pela quantidade de obstáculos, inimigos e armadilhas que nos devemos desviar. A mansão da família Addams está repleta de passagens secretas que devemos explorar afincadamente, quanto mais não seja para ir amealhando vidas extra que irão certamente ser uma grande ajuda. Também iremos encontrar muitos cifrões que servem como as moedas de Mario, ou seja, a cada 100 que coleccionemos ganhamos uma vida extra. Também vamos poder encontrar alguns power ups mais raros que nos podem dar invencibilidade, velocidade extra ou a capacidade de voar, todos eles de forma temporária. A nossa barra de vida pode ser restabelecida ao apanhar os corações, mas também pode ser extendida ao explorar a mansão e defrontar e derrotar alguns bosses por lá escondidos.

Uma vez resgatados os membros da família Addams, eles vão-se juntando nesta sala

Do ponto de vista audiovisual já a versão SNES não era nada do outro mundo e esta parece ser uma conversão sólida do original, perdendo apenas na redução de cores e um ou outro efeito gráfico nalguns níveis. De resto é muito semelhante à versão SNES, com sprites pequenas mas charmosas e inimigos muito cartoony. As músicas são também bastante agradáveis embora aparentemente nem todas tenham chegado a ser convertidas para a Mega Drive, o que sinceramente não se entende.