Speedball 2 (Sega Master System)

O primeiro Speedball teve uma conversão algo tardia para a Master System, tendo sido lançado 3 anos após o lançamento original no Commodore Amiga e outros computadores da época. A sequela já precisou de menos tempo para chegar às consolas da Sega, tendo chegado por cá algures em 1992. O meu exemplar foi comprado a um amigo meu algures em Setembro deste ano por 5€.

Jogo com caixa e manual

E aqui muitas coisas mudaram face ao primeiro jogo. A arena é maior, as equipas são mais numerosas e o layout o campo/arena também é diferente assim como as suas regras. O jogo continua a ser uma espécie de andebol futurista e violento, onde a pancadaria entre jogadores é encorajada e a bola metálica, se carregada com energia, pode também ser usada como arma de arremesso. Mas agora podemos pontuar não só ao marcar golos na baliza adversária, mas também ao interagir em certos locais em cada arena de jogo ou mesmo após distribuir porrada suficiente nalgum jogador. As arenas possuem na mesma alguns pilares onde a bola sofre ricochete e ganha energia, bem como alguns painéis laterais que, se atingidos, nos atribuem alguns pontos. Para além disso, também temos os túneis que teletransportam a bola metálica de um lado do campo para o outro, bem como outras estruturas que nos permitem multiplicar os pontos obtidos se as activarmos.

Algumas das regras de jogo mudaram e agora é possível pontuar de outras formas também. A estrutura que está aqui ilustrada no canto superior direito é um multiplicador de pontos que pode ser activado

Também durante as partidas iremos ver inúmeros itens espalhados pela arena e que podemos e devemos apanhar. Os mais comuns são moedas que podem e devem ser usadas entre partidas para melhorar os stats da nossa equipa, em categorias como ataque, defesa, fadiga, agressividade, inteligência, entre outras. Os restantes power ups que aparecem nas partidas possuem efeitos diversos, podem melhorar temporariamente os stats do jogador em questão, ou piorar os da equipa adversária. Outros podem-nos dar invencibilidade temporária, sarar as feridas ou mesmo congelar a equipa adversária! De resto a nível de modos de jogo temos também aqui uns quantos. Para além do multiplayer para 2 jogadores que confesso não ter experimentado, temos o modo campeonato onde teremos de fazer 2 jogos contra cada uma das outras equipas e no final ganha quem tiver mais pontos. Temos também os modos knock-out e cup que são torneios por eliminatórias, com a diferença que no knock-out teremos de defrontar todas as equipas adversárias ordenadas das mais acessíveis às mais competitivas. Uma curiosidade interessante a apontar é que o jogo possui também um modo de management que pode ser usado nos modos de jogo League e Cup. Aqui apenas gerimos as equipas, quais os treinos que lhes damos no ginásio para melhorarem os seus stats e podemos inclusivamente participar no mercado de transferências de jogadores. Mas durante as partidas em si somos espectadores apenas.

As moedas que vamos apanhando durante as partidas podem ser usadas para melhorar os nossos stats entre partidas

Ora realmente este Speedball 2 acaba por ser uma boa evolução perante o primeiro jogo ao introduzir novos modos de jogo, novos conceitos na jogabilidade e mudar algumas das regras (agora também já não podemos subornar árbitros ou os treinadores adversários antes do próximo jogo). Mas passando para a acção propriamente dita, como é que este Speedball 2 se safa? Bom, esta versão Master System continua a ser um pouco lenta e pouco fluída. Graficamente temos mais detalhe no ecrã, mas sinceramente preferia ter uma câmara mais afastada que nos desse um campo de visão mais amplo, seria mais útil na altura de definir os passes. Um detalhe gráfico que é uma grande melhoria são os indicadores de fatiga/saúde de cada jogador, que surgem agora mais visíveis nas extremidades esquerda/direita do ecrã. De resto, o jogo possui uma introdução excelente e até com música agradável no ecrã título, mas as partidas são jogadas em silêncio, com algum ruído de fundo que simula o público e alguns efeitos sonoros durante o jogo. Entre partidas temos também algumas melodias muito breves.

Antes de cada partida temos este ecrã que nos mostra alguns dos stats, tanto da nossa equipa (Brutal Deluxe) com da adversária

Portanto este Speedball 2 é uma sequela que realmente trouxe muitas coisas novas perante o primeiro jogo e é fácil entender o porquê dos fãs desa série preferirem de longe esta sequela face ao original. Mas a conversão para a Master System ainda é um jogo algo lento e ainda não estou 100% convencido. A ver se me aparece a versão Mega Drive em breve e ver como essa se safou.

Torchlight II (PC)

O primeiro Torchlight foi um óptimo clone do Diablo. É verdade que não tinha reinventado a roda, para além de incluir um animal de estimação que nos acompanha na aventura, pouco se diferenciava da série da Blizzard. Mas a jogabilidade era boa, portanto não me queixei. Pouco tempo depois acabam por lançar uma sequela que eu sinceramente não me recordo quando a comprei, mas terá sido certamente nalguma steam sale ou bundle baratinho. Recentemente lançaram também o Torchlight III e foi aí que me lembrei de finalmente experimentar este jogo.

Apesar do jogo seguir a mesma fórmula do Diablo na sua jogabilidade, ou seja, um RPG de acção com uma perspectiva aérea, dungeon crawler e com muito loot à mistura. A história leva-nos a perseguir o herói do jogo anterior, que ficou corrompido com o poder da Ember Blight e agora anda aí a semear destruição pelo mundo (qualquer semelhança com a história do Diablo II não é mera coincidência). Sinceramente nunca fui o maior fã do mundo onde Torchlight decorre. Aqui temos uma vez mais um mundo com influências steampunk e fantasia, mas prefiro de longe o lore e a temática mais dark fantasy da série Diablo.

Começamos a aventura ao escolher a nossa personagem, bem como customizar ligeiramente o seu aspecto. E claro, teremos de escolher também qual o nosso animal de estimação

Mas gostos à parte, a jogabilidade é viciante tal como no Diablo. Começamos por criar a nossa personagem ao escolher o seu sexo e uma de quatro classes disponíveis. O Engineer é o típico tank, muito forte fisicamente mas lento, o Outlander é o habitual ranger que equipa armas de combate à distância tipo pistolas ou arco e flecha. O Embermage é a classe mais especializada em magia e temos também o Berseker que possui ataques físicos bastante rápidos. À medida que vamos combatendo vamos ganhando experiência e subir de nível. Ao subir de nível teremos uma série de pontos que poderemos atribuir livremente nos stats que queremos evoluir, bem como skill points onde poderemos aprender ou evoluir livremente as habilidades que dispomos. Cada classe possui três skill tree distintas que poderemos evoluir de forma algo livre, se bem que as skills vão tendo pré-requisitos de nível para poderem ser evoluídas, pelo que será practicamente impossível numa playthrough evoluir uma determinada skill completamente. Também tal como Diablo vamos ter muito loot para apanhar, desde poções que nos regeneram vida e/ou mana, armas e diversos tipos de armadura. Estas tanto podem ser normais como encantadas, raras e únicas. Algumas peças de equipamento podem ainda ser evoluídas ao anexar-lhe algumas pedras preciosas que lhes melhoram algumas habilidades bem como teremos também a hipótese de consultar encantadores que nos podem encantar algum item (se bem que as coisas também podem correr mal e o resultado final ficar pior).

Ao longo do jogo poderemos encontrar várias dungeons para explorar, sendo que algumas são completamente opcionais

Algumas das particularidades do primeiro Torchlight estão também aqui de volta como o animal de estimação que nos acompanha nos combates e podemos inclusivamente mandá-lo de volta à cidade mais próxima e vender equipamento bem como comprar alguns itens essenciais como poções ou scrolls. Poderemos também pescar nalguns pontos específicos e os peixes que apanharmos, se os dermos ao nosso animal de estimação, ele transforma-se temporariamente noutra criatura, ganhando algumas habilidades novas. Também poderemos encontrar/comprar scrolls especiais que contêm feitiços que poderemos equipar em nós próprios, mas também no nosso animal de estimação, que os irá usar automaticamente. De resto o primeiro Torchlight não tinha qualquer componente multiplayer, mas desta vez a Runic criou um modo multiplayer cooperativo, se bem que confesso que não o experimentei.

Tal como no Diablo III, para além dos inimigos normais, ocasionalmente encontramos Champions, versões bem mais poderosas para enfrentar

A nível audiovisual é um jogo algo modesto nesse departamento. Apesar de a Runic ter sido fundada com várias pessoas que trabalharam na Blizzard e nos seus Diablo, em 2012 ainda eram um estúdio algo pequeno. Graficamente falando, as texturas de baixa resolução e personagens ainda com pouco detalhe poligonal. Mas o aspecto do jogo é sempre bastante cartoon, o que ajuda um pouco a atenuar o facto de graficamente não ser muito forte. Mas ao menos há uma grande variedade de cenários desde as dungeons, florestas sinistras, cidades em ruína, desertos ou grandes monumentos. A nível de som, nada de especial a apontar. O jogo não tem um grande foco na história, pelo que temos poucos diálogos, sendo que aqueles que correspondem à quest principal são acompanhados de algum voice acting. As músicas, também tal como nos Diablo clássicos, vão sendo divididas entre melodias algo acústicas mas melancólicas, ou outros temas mais orquestrais ou ambientais.

Tal como no Diablo, o que não falta é loot para apanhar, que também poderá estar escondido em alguns objectos

Portanto este Torchlight 2 é um action RPG bastante sólido para quem for fã de Diablo. A sua jogabilidade é bastante simples e familiar para quem gostar da série e teremos várias habilidades distintas para explorar em cada classe, o que lhe dá uma maior longevidade, especialmente tendo em conta que poderemos activar modos de jogo New Game+ após terminar a história. Ao longo dos anos o jogo foi também lançado para várias das consolas actuais, mas não faço ideia de como a jogabilidade se terá adaptado para o gamepad. Para mim isto sempre foi jogo de rato e teclado!

The Lawnmower Man (Sega Mega Drive)

Este The Lawnmower Man é um jogo bizarro, mas que me traz algumas boas memórias. Lembro-me que foi um jogo que ofereci a uns amigos de infância no seu aniversário (eles são irmãos gémeos) e ficamos a tarde toda a jogar, mas sem entender nada do que estava ali a acontecer no ecrã. Eventualmente lá arranjei um exemplar para mim que me veio parar às mãos algures em Julho deste ano, depois de o ter comprado a um amigo por 5€.

Jogo com caixa

E este jogo é também baseado num filme de mesmo nome que nunca cheguei a ver. Não sei até que ponto é que o jogo é fiel aos acontecimentos do filme, mas basicamente havia alguém que era muito, muito burro, o tal “jardineiro” chamado Jobe Smith. Uma equipa de cientistas que trabalhava em inteligência artificial e realidade virtual decide fazer experiências no Jobe e de facto ele ficou muito mais inteligente, mas também bastante agressivo. Aparentemente quer dominar o mundo ao controlar todos os computadores através de realidade virtual e nós teremos de evitar que isso aconteça.

Os níveis em sidescrolling possuem gráficos com sprites pequenas, mas tudo está bem detalhado na minha opinião

No que diz respeito à jogabilidade, este é um jogo bastante original e bizarro nesse aspecto. Começamos por jogar numa zona residencial e o jogo aí assume-se como um jogo de acção 2D sidescroller, onde com um botão disparamos a nossa arma, com o outro saltamos e o botão C serve para carregar e disparar uma outra arma especial. Aqui temos de jogar de forma cuidada pois os inimigos precisam de levar com uns quantos disparos, enquanto que a nós basta-nos levar com um tiro para perder uma vida. Iremos também encontrar imensos itens e power ups, que tanto nos fazem aumentar a pontuação, vidas extra ou servem de upgrade para a nossa arma. Os CDs que vamos encontrando, se coleccionados em número suficente, permitem-nos usar o Virtual Cyber Suit, que basicamente nos permite sofrer algum dano antes de perder uma vida. Ocasionalmente vamos encontrar também alguns terminais que podemos hackear, ao resolver uma série de padrões lógicos ao adivinhar que número ou símbolo irá surgir numa determinada série. Se conseguirmos desbloquear o terminal, este explode, libertando bastantes power ups para apanhar.

Os níveis na primeira pessoa possuem gráficos muito estranhos

Uma vez chegando à saída do nível teremos de entrar num portal que nos leva ao mundo virtual. Aqui tipicamente jogamos numa perspectiva de primeira pessoa, onde a nossa personagem se move automaticamente e onde teremos de nos desviar de uma série de obstáculos até chegar à saída. Ocasionalmente teremos também de defrontar uma série de inimigos onde a nossa personagem pára de se mover automaticamente e poderemos então combater os inimigos mais calmamente. O jogo vai estar constantemente a alternar entre os níveis em 2D sidescrolling e estes segmentos na realidade virtual, sendo que também teremos outros níveis na realidade virtual onde conduzimos uma nave espacial. Aqui não só teremos de nos desviar dos obstáculos, bem como combater alguns inimigos ou destruir obstáculos que nos surjam à frente.

Já os níveis onde conduzimos a nave espacial, apesar de serem algo frustrantes, possuem alguns efeitos gráficos muito interessantes.

A nível audiovisual, bom, os segmentos em 2D sidescroller até que possuem cenários variados e bem detalhados. A escala do que vemos no ecrã é pequena, tanto nas sprites das personagens principais e inimigos, bem como os objectos do cenário, mas tudo tem um bom nível de detalhe na minha opinião. Quando transitamos para a realidade virtual, os níveis na primeira pessoa apresentam uns gráficos muito estilizados e, apesar de simples, representam uma interpretação algo exótica do que seria viajar num mundo cibernético. Já aqueles segmentos onde pilotamos uma nave espacial possuem alguns efeitos gráficos bastante interessantes. Já no que diz respeito ao som, nada de especial a apontar aos efeitos sonoros, já as músicas sinceramente achei-as surpreendentemente boas! E ao consultar a base de dados do Sega Retro, este é um jogo que usa um sound driver customizado e não o sofrível GEMS, portanto isso também ajuda.

Ao interagir com os terminais temos de resolver uma série de puzzles lógicos onde teremos de escolher qual das quatro figuras de baixo é a solução para a série apresentada acima

Portanto este Lawnmower Man é um jogo original, porém bastante bizarro. Os seus segmentos de realidade virtual podem ser um pouco frustrantes porque nem sempre é fácil desviarmo-nos atempadamente dos obstáculos e não tanta margem de erro assim, mas não deixam de ser segmentos interessantes. Para além de uma versão para a Gameboy que não tenho grande curiosidade de experimentar, esta versão saiu também na Super Nintendo e aparentemente inclui ainda alguns níveis extra. Também estou curioso para ver como implementaram os segmentos de realidade virtual nessa versão! Existe também uma versão para PC e Mega CD que também estou curioso em experimentar no futuro, pois é uma versão completamente diferente desta da Mega Drive/SNES.

Cloud Master (Sega Master System)

Vamos voltar às rapidinhas na Master System, agora com a conversão de Chuka Taisen, um shmup de inspirações 100% orientais lançado originalmente nas arcades pela Hot-B e Taito. A Sega acabou por obter uma licença e converteu-o para a Master System, sendo lançado algures em 1989. O meu exemplar veio cá parar à colecção algures no passado mês de Novembro, após uma troca com um amigo meu.

Jogo com caixa e manual

De acordo com o manual, nós controlamos o erimita Michael Chen (não, não inventei esse nome), que percorre os céus a bordo de uma pequena nuvem. Chen quer se tornar bastante poderoso, pelo que irá enfrentar hordas de inimigos bizarros como tigelas de comida, cabeças de gatos, porcos com armas e por aí fora. Na verdade o jogo é influenciado por uma qualquer lenda chinesa (tal como Dragon Ball o foi, na verdade) mas não tiveram essa preocupação de nos informar de tal coisa nesta localização e portanto temos aqui o Mike Chen.

Os inimigos vão largando power ups ou abrem-nos a porta a uma loja onde poderemos escolher que arma especial queremos equipar

A nível de jogabilidade as coisas são relativamente simples. Este é então um shmup horizontal onde iremos percorrer os céus e montanhas da China e enfrentar imensas criaturas bizarras como já referi acima. O botão 1 serve para disparar os projécteis principais, enquanto o botão 2 serve para disparar as armas especiais, mas estas devem ser primeiro desbloqueadas. À medida que vamos jogando e defrontando inimigos, estes vão largando alguns power ups que nos vão melhorando a arma primária ou, no caso de alguns mini-bosses especiais, uma vez derrotados abrem umas portas mágicas que nos levam a uma loja. É aqui onde poderemos comprar as armas especiais que queremos usar. Estas tanto podem ser bombas largadas para a superfície, projécteis que vão sendo lançados em direcções distintas, outros que rodam à volta do Michael e por aí fora.

Um Budha de óculos de sol como boss? Porque não?

A nível audiovisual este é um jogo de notória inspiração ocidental, os cenários tanto mostram montanhas, nuvens e ocasionalmente algumas estruturas tipicamente chinesas, como os seus barcos. Os inimigos também vão sendo muito típicos da sua mitologia, assim como os bosses, que por acaso até que são grandes e bem detalhados, mas sem animações. A versão arcade é bem mais avançada graficamente, pelo que esta é uma conversão bastante modesta. As músicas também possuem influência ocidental nas suas melodias e, sendo este um jogo de 1989, ano em que a Sega descontinuou a Master System no Japão, este é também um jogo com suporte a som FM, mesmo não tendo tido um lançamento japonês. Mas é capaz de ser o jogo com a banda sonora FM que menos gostei na Master System até agora.

Nas lojas podemos escolher uma de várias diferentes armas especiais a equipar

Portanto este Cloud Master é um shmup original, principalmente na sua versão arcade que é mais rica em detalhe que infelizmente teve de ser sacrificado nesta versão para a Master System. Existem várias outras conversões como a que saiu para o computador Sharp X68000 que é arcade perfect, ou uma conversão para a PC-Engine que até é melhor que a original nalguns campos. Muito mais tarde é lançado um remake para a Wii que não chegou a ter lançamento europeu (The Monkey King: The Legend Begins). Não o joguei, mas as críticas não são muito famosas.

Tobal No. 1 (Sony Playstation)

Este Tobal No. 1 é um jogo que me desperta bastante nostalgia. Não que o tenha jogado nos anos 90, mas lembro-me perfeitamente de ter lido uma review numa revista e ter ficado cheio de vontade de o jogar. Até porque como todos os rapazes da década de 90, eu era um viciado em Dragon Ball e todas as personagens deste jogo foram desenhadas por Akira Toriyama. O meu exemplar foi comprado algures em Março de 2017, sinceramente não me recordo quanto custou mas lembro-me que foi um anúncio do olx, de alguém a vender uma PS2 com uns quantos jogos genéricos e o único jogo de PS1 que lá tinha era este. Naturalmente que foi a única razão pela qual eu comprei o conjunto, todos os outros já foram devidamente despachados.

Jogo com caixa e manual. Aparentemente a versão norte americana possuia ainda um demo do Final Fantasy VII

E este Tobal No. 1, apesar de ter o selo da Squaresoft, esta apenas o publicou, pois o jogo foi desenvolvido pela DreamFactory, que acabou por colaborar com a Squaresoft numa série de outros títulos. E este Tobal No. 1 é um jogo de luta em 3D que me faz lembrar bastante jogos como os Virtua Fighter clássicos, pois as personagens são bastante poligonais e practicamente sem texturas. Para além disso, apesar de termos algumas personagens bastante bizarras (não seria de esperar outra coisa com o Toriyama por detrás do design das mesmas) é também um jogo um pouco mais realista, sem grandes golpes especiais com bolas de energia e afins. Depois de ter investigado um pouco mais sobre as origens do jogo é que me apercebi que a DreamFactory foi inicialmente composta por várias pessoas que trabalharam nos Virtua Fighter, daí as várias semelhanças entre ambas as séries.

Os gráficos de baixos polígonos e sem texturas até que têm o seu charme!

A nível de controlos as coisas são relativamente simples. O D-pad serve para nos movimentarmos pelas arenas e sendo este um jogo em 3D, temos a necessidade de ter um botão específico para saltar, nomeadamente o L1. Já o R1 serve para bloquear. O jogo oferece-nos diversos modos de jogo distintos, incluindo o Tournament Mode que é na verdade o típico modo arcade para 1 jogador, onde depois de escolhermos uma personagem, teremos de defrontar todas as outras. O VS é o modo multiplayer para combates níveis e por fim temos o Quest Mode que irei detalhar mais à frente. Escondidos nas opções temos ainda o practice que como o nome indica é um modo de jogo onde poderemos treinar os golpes de cada personagem. Os combates em si são algo lentos como no Virtua Fighter e o jogo possui naturalmente alguns golpes que são usados por todos os lutadores, mais uns quantos exclusivos de cada um.

O quest mode é um dungeon crawler em 3D com elementos roguelike mas com os controlos de um jogo de luta 3D, o que já não resulta assim tão bem.

O Quest Mode é um modo de jogo bastante original, se bem que muito fora do contexto de um jogo de luta. Este é basicamente um dungeon crawler na terceira pessoa com muitos elementos de RPG. Aqui escolhemos que personagem queremos levar e depois a dungeon a explorar, existindo uma dungeon muito pequena apenas para practicar os controlos e familiarizar com as mecânicas de jogo, mais outras três que vão tendo uma dificuldade crescente. E aqui esperem inclusivamente por uma série de mecânicas de jogo típicas dos roguelikes, na medida em que vamos podendo encontrar uma série de itens enquanto as exploramos, mas a única forma de saber o que faz cada item é usando-os. Comida traz-nos sempre resultados positivos, como restaurar a nossa barra de vida e/ou aumentar a nossa defesa ou ataque. O pior são as poções pois há algumas que têm resultados negativos, como perder vida, diminuir o limite máximo de pontos de vida ou reduzir a nossa vida a 1. Nalgumas dungeons poderemos encontrar itens que nos permitem identificar as poções que temos carregadas, mas o ideal é mesmo experimentá-las e ver no que dá. As poções com efeitos negativos são igualmente úteis, pois também poderemos atirar itens aos inimigos que vamos combatendo, ficando eles com os efeitos do item que lhes atiramos. E sim, quando encontramos algum inimigo, que tanto pode ter uma forma mais genérica, como poderá ser um dos lutadores principais do jogo, as mecânicas já mudam para as de um jogo de luta tradicional. É um conceito original, mas a sua implementação não é a melhor. E completar estas dungeons é mesmo necessário se quisermos desbloquear uma série de lutadores secretos: os 3 bosses que defrontamos no jogo normal, bem como o próprio Akira Toryiama! Bem, não é mesmo o Akira mas sim um avatar que ele próprio desenhou de si mesmo na forma de um robot bizarro. Costumava aparecer muito na manga do Dr. Slump. Mas para desbloquear este Akira temos de percorrer uma dungeon de 30 andares gerados aleatoriamente e enfrentar inimigos bem mais difíceis. E isto sem poder gravar o progresso no jogo e, a menos que encontremos vidas extra, morrer significa voltar ao início e explorar tudo de novo.

Alguns dos itens que encontramos durante o Quest Mode possuem efeitos negativos, que poderemos aproveitar se os atirarmos para os nossos oponentes.

A nível audiovisual é um jogo que me desperta sentimentos mistos. Por um lado gosto do detalhe das personagens. Aquele 3D ainda algo primitivo, com polígonos coloridos e desprovidos de textura, que muito me fazem lembrar o Virtua Fighter. Mas por outro lado os cenários também não possuem grande detalhe e são construídos com modelos poligonais também muito simples o que acaba por ficar um pouco feio. O design das personagens é o típico de Akira Toriyama, tendo algumas personagens humanas, um robot e outras criaturas como demónios ou outras mais bizarras. As dungeons do Quest mode possuem gráficos também demasiado simples e não envelheceram nada bem. Já as músicas são electrónicas, possuindo no entanto influências de diferentes géneros, incluindo rock e blues.

O Quest Mode serve para desbloquear personagens secretas, incluindo este icónico avatar do próprio Akira Toriyama

Portanto este Tobal No. 1 é um jogo muito interessante. Como um jogo de luta 3D é bastante sólido, apesar dos seus gráficos bastante simplistas. As suas semelhanças com o Virtua Fighter não são de estranhar, pois a DreamFactory é composta por membros que participaram no desenvolvimento do primeiro Virtua Fighter. Já a inclusão do Quest Mode, apesar de ser uma surpresa muito original, infelizmente o resultado não é o melhor, pois jogar um dungeon crawler na terceira pessoa com elementos roguelike e controlos típicos de um jogo de luta em 3D não resulta lá muito bem. Mas aplaudo a iniciativa! Convém também referir que a DreamFactory ainda desenvolveu mais 2 jogos de luta com o selo da Squaresoft: o Tobal 2 que infelizmente não saiu do Japão e o Ergheiz que já joguei um pouco mas ainda não me apareceu um exemplar na colecção.